Ponzu guardava mais mistérios do que Pokkuru podia desvendar. Com seus cabelos turquesa e seus olhos verdes, encantava-o sem perceber. Ela era uma verdadeira mestra de poções, com todos os seus venenos e substâncias alucinógenas e paralisantes. E tinha toda a graça de uma delicada bailarina que dança na ponta dos pés.

Ah, Ponzu era uma artista! Seu talento ia muito além das travessuras infantis que Pokkuru conseguia fazer. Um arco e flecha de luz? Faça-me o favor! Quem ele pensava que era? Uma espécie de arqueiro celestial? Pois a jovem de cabelos turquesa era uma verdadeira rainha. A rainha das abelhas.

Quando Pokkuru não estava embriagado ou paralisado pelas poções de Ponzu, eram as abelhas que o deixavam verdadeiramente fascinado. Ele observava de longe, quieto. A Hunter invocava as pequenas voadoras como se fosse uma feiticeira e lhes sussurrava segredos. E elas partiam em direção ao horizonte, perdendo-se nele como um encantamento que se dilui no ar.

As abelhas eram mensageiras. Viajavam quilômetros sem se cansarem. Pokkuru gostaria que elas lhe trouxessem alguma mensagem. Ou, talvez, pudesse usá-las para transmitir um recado a Ponzu. Algo simples. Nada muito elaborado, pois o jovem arqueiro era péssimo com as palavras. Ele só queria dizer que a Hunter de cabelos turquesa, sua mestra de poções, sua rainha, era...

Era o quê? Bonita? Corajosa? Esperta? Nenhuma dessas palavras expressava o que Pokkuru queria dizer. Ele era realmente muito ruim em lidar com os próprios sentimentos. Sentia que, se abrisse a boca, arruinaria toda a sua amizade com Ponzu. Porque certamente diria alguma idiotice. Como elogiar seus dotes físicos ou comparar sua voz ao doce sabor do mel, metáfora digna de um tolo apaixonado. Ou, talvez, deixasse escapar a triste verdade. A verdade de que amar Ponzu era uma droga.