Vidas Trocadas. escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 3
Aonde quer que eu vá.... cont.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Voltando mais cedo para dar sequencia ao inicio da jornada de Thomas e Caitlin.
Neste primeiro momento, mais a dele.
Quem já está acompanhando deve ter notado que corrigi a garfe que cometi no prólogo onde ao inves de colocar 21 coloquei 25!! Falha nossa.
Bom, feita a devida correção,vamos ao que interessa.
Boa leitura,não esqueçam suas rewiews e....Bjinhos flores.



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"....Longe daqui,longe de tudo;

Meus sonhos vão te buscar;

Volta pra mim,vem pro meu mundo;

Eu sempre vou te esperar..."

Residencia Mackenzie

Thomas

Sem a incomoda presença de meu padrasto, trabalhamos tranquilamente toda a manhã. Ou quase. Dois dos homens contratados por ele simplesmente não deram o ar de sua graça nem tampouco se justificaram.  Quando Eric ligou  comunicando o fato, ele resolveu, como já era de costume, com o tradicional "você e Thomas fazem a parte deles", ou seja: se virem!  Até ai tudo bem. Já fizemos isto tantas vezes que nem sentíamos tanta diferença.  O problema neste caso, para mim em particular, era que os dois faltosos estavam responsáveis por colocarem o piso nas áreas internas e como Eric não conseguia colocar duas pedras lado a lado sem danificar,quebrar ou deixar mais torto que a torre de pizza, eu fiquei encarregado de fazê-lo sozinho enquanto ele fazia minha parte no exterior da casa.  Qual o problema? Camila Mackenzie, esposa do dono da casa. Não que fosse chata, implicante ou ainda exigente demais. Na verdade, preferia que fosse qualquer destes contanto que parasse de me cercar.

—Tá mais pra "secar", Tommy- ria Eric quando me queixei enquanto almoçávamos, junto com os outros,sentados em uma mesa no jardim, a sombra de um imenso sombrero.

—Dava até pra perguntar: vai comer agora ou quer que embrulhe pra viagem?!?!- brinca um dos rapazes, fazendo Eric engasgar com a comida.

—Hahaha, engraçado. Muito engraçado.-ironizo.

Depois do almoço,por volta do meio da tarde, me dedico ao piso da área de serviço que dá acesso a cozinha. Sentada em um banco, usando um micro vestido, Camila Mackenzie me observa trabalhar, cruzando e descruzando as pernas várias vezes, chamando minha atenção. Estou colocando as últimas peças quando a massa espirra, entrando em meus olhos. Imediatamente largo as ferramentas no chão.

—Aii,droga! - xingo, levando as mãos aos olhos,porém antes que o faça, ela impede, segurando-as.

—Não. Não faça isso. Só vai piorar -diz - Venha, vamos até a pia lavar com água corrente. - sugere, ajudando-me a ficar de pé.

Vou até a pia da área, abro a torneira, lavando as mãos para só então lavar os olhos. Repito o gesto diversas vezes, sentindo-os arder ainda mais.

—Merda! - xingo,só lembrando da presença dela ao ouvi-la rir ao meu lado, uma toalha nas mãos, que pego agradecendo e pedindo desculpas pelo palavrão.

—Já ouvi piores, acredite. -ameniza - Venha, sente-se aqui. Me deixe examinar esses olhos e por um colírio.-pede, me conduzindo pela mão até uma cadeira próxima, onde sento.

Mal termino de fazê-lo, ela se aproxima. Segurando meu rosto entre suas mãos, ergue-o tetando abrir meus olhos  com os polegares. Tento impedir e ela reclama.

—Shii, quieto senão não consigo ver se tem alguma coisa dentro. - diz, aproximando-se ainda mais, o rosto tão próximo que posso sentir sua respiração em minha pele. 

Ela pinga uma gota de colírio em um dos olhos e instintivamente levo a mão até ele . Ao fazê-lo, esbarro em seu corpo, escutando-a suspirar.

—Ah,Thomas,Thomas. Você é uma tentação,sabia? - fala, sentando em meu colo, de frente para mim, segurando meu rosto entre as mãos mais uma vez, me beijando logo em seguida.  

Tento não corresponder mas quando começa a mover o quadril de encontro ao meu, lenta e ritmadamente, a língua insinuando-se para dentro de minha boca, acabo cedendo.   Minhas mãos, antes paradas, agarram seu quadril mantendo-o colado ao meu, entrando por baixo do vestido, apertando a pele, subindo o tecido aos poucos. Escuto seu gemido rouco ao toca-la entre as pernas.

—Thomas, eu quero ser sua! Agora!Já! - escuto-a sussurrar em meu ouvido, mordendo o lóbulo de minha orelha, causando arrepios - Me diga o que você quer e te darei! Seja o que for,ou quanto for. O que desejar, peça e eu...- interrompo-a, erguendo e tirando seu corpo de cima do meu, ficando de pé, vendo seu olhar confuso quando a solto e me afasto -O quê?!?!

—Não estou a venda senhora Mackenzie! - digo entredentes, cerrando os punhos para controlar a raiva que tomava conta de mim.

—Não,não foi isso que quis dizer! Eu..Thomas..- balbucia, tentando tocar meu rosto, mas não permito -Eu...- antes que diga algo, escutamos a voz de meu padrasto,  e nos voltamos para ele.

—O que está acontecendo aqui? -pergunta, um riso irônico no rosto.

—Nada. -respondo seco,saindo em seguida.

Do lado de fora da casa, caminho a passos firmes, me afastando o mais rápido que posso. Escuto Eric me chamar mas não lhe dou atenção. Vou direto para minha moto. Subo e me preparo para sair. Assim que dou a partida, Eric aparece a minha frente, me impedindo de sair.

—O que houve cara? Que aconteceu? -pergunta, as mãos segurando o punho da moto.

—Nada.- respondo sem retirar o capacete - Só estou saindo um pouco mais cedo. Mais tarde te ligo pra saber da Claire e da Cassie.- completo, acelerando a moto, fazendo-o sair do caminho.

Saio da propriedade cego de raiva, sem saber exatamente para onde ir. Por fim, decido ir ao apartamento de Barry. Paro em frente ao prédio e vou direto a portaria. Como já me conhece, o porteiro me deixa entrar apenas avisando-o que estou subindo. Dentro do elevador, encosto em uma das paredes, passando a mão pelo cabelo. Assim que saio, o vejo do lado de fora do apartamento, a expressão preocupada.

—O que houve? Algum problema com Claire ou Cassie? Ou com você?- me bombardeia.

—Nada. Não posso visitar um amigo que vai me abandonar em breve! -respondo e o vejo abrir um largo sorriso, característico dele.

—Ohh, nem fui embora e já está com saudades!! Que amor!! - brinca, agarrando minha cabeça - Vem cá meu amor!- continua brincando enquanto o empurro, ambos rindo.

Barry Allen é um dos poucos amigos que tenho. Na verdade, além dele, de Cisco e de Eric, apenas Eddie Thawne considero como amigo verdadeiro. Sem esquecer Iris, claro. Passamos o restante da tarde conversando sobre o passado, os planos para o futuro, assistindo jogos, filmes e jogando Xbox. Por volta das dez da noite, saímos para o clube onde Helena trabalha. Chegando lá, cumprimentamos o segurança e entramos. Lá dentro, Eddie já nos esperava para o " bota fora" de Barry. Sentamos a principio no bar pois não gosto de ficar perto do palco quando Helena está trabalhando.

Conheci Helena a um ano atrás,neste mesmo clube, quando Eric e Eddie decidiram que deveríamos comemorar o aniversario de Barry no lugar apenas para aborrecer o pai dele. Na época os dois andavam brigados. Durante a festa, Barry exagerou na bebida, por não ter costume, e armou a maior confusão. Foram Helena e um dos seguranças que conhecia Eddie que evitaram que fossemos presos ou coisa pior. A morena de olhos absurdamente azuis chamou minha atenção. Voltei no dia seguinte para agradecer-lhe e depois outras vezes até que começamos a nos encontrar. Apesar de nos vermos com uma certa frequência, temos o que se pode chamar de relação aberta: ambos estamos livres para nos interessarmos por outras pessoas, avisando se e quando isto acontecesse, um ao outro.

  _Não olhe agora Tommy,mas sua gata acaba de subir no palco - anuncia Barry,que está sentado de frente para o mesmo,assistindo a tudo.

—Não se importa se eu olhar também né Tommy? -pergunta Eddie e dou de ombros.

—Fiquem a vontade! - respondo e ele se volta para o palco, apoiando as costas no balcão.

Não posso dizer que gosto de vê-la semi nua em cima de um palco, dançando pra um monte de caras que depois vão, alguns mais atrevidos, procurá-la oferecendo dinheiro por algo mais além da dança.  Ela, assim como as demais garotas e rapazes que trabalham no lugar, dançando ou atendendo no bar e mesas, são livres para dizer sim ou não. Porém se aceitarem, uma porcentagem do que receberem vai para o proprietário do lugar, Vandal Savage. Esse acordo tem funcionado bem até hoje. Helena me assegurou nunca ter saído, sendo paga ou não, com nenhum freguês além de mim, ao que respondi que não me devia satisfação de nada. E assim vamos levando nossa "relação": se estamos a fim, dormimos juntos. Se não, cada um no seu canto. Vale para os dois.

—Quando cansar de trabalhar pesado e quiser ganhar dinheiro rápido, basta me procurar. - Savage se aproxima pelo lado de dentro do balcão,me servindo um drink - Minha proposta continua de pé garoto. Com esse rosto e esse corpo você podeira faturar alto. Muito alto. Tanto quanto sua garota-aponta para Helena.

—Minha resposta continua a mesma: não - respondo-o,tomando o liquido de um só gole. Ele apoia as mãos no balcão, me observando, sério, uma expressão estranha no rosto.

—Secando meu homem chefe? - provoca-o Helena, que terminara o seu número, me abraçando por trás.  Ele sorri e, da mesma forma que chegou , sai.

Me viro para receber o beijo que ela me dá, a língua procurando a minha, enroscando-se em meu corpo.

—Ouhhh!! Cadê os extintores de incêndio desse lugar? - Barry fala em tom de brincadeira.

—Melhor chamar logo o corpo de bombeiros! - ajuda-o Eddie.

Faço um gesto nada educado para os dois com os dedos e ambos riem ainda mais. Permanecemos no clube até a madrugada, indo de lá direto para o apartamento de Barry, visto que seu voo sairia as quatro da manhã.  Eddie nos nos ajuda a colocar as malas no carro de Helena entrando no mesmo juntamente com Barry. Sigo-os na moto. Chegamos com tempo suficiente apenas de ele fazer o chek in e despachar as malas. Nos despedimos no portão de embarque e assim que o avião decola vamos embora. Levo Eddie até o prédio onde mora e em seguida vou para o apartamento de Helena, onde passo mais uma noite de sexo selvagem,adormecendo, saciado, a seu lado.

Acordo no dia seguinte com o toque do meu celular. Olho ao redor, erguendo a cabeça, e o encontro sobre a mesa de cabeceira. Pego o aparelho me xingando duplamente ao ver a imagem de meus meio irmãos na tela : primeiro, por ter esquecido de ligar para casa, como havia prometido e em segundo por ter perdido a hora. Já passava bem das dez da manhã.

—Eric, desculpe eu acabei esquecendo de li...- ele não me deixa terminar.

< Thomas, estamos no hospital. Vem pra cá rápido! É a Claire. Ela...Ela está muito mal. > pulo da cama, escutando  seu soluço do outro lado da linha<...Eu...não sei..não sabemos se desta vez ela vai resistir!>

—Estou indo. - desligo o telefone, as lagrimas embaçando minha visão, recolho e visto minhas roupas rapidamente e, pegando minha bolsa,chaves e capacete, saio do apartamento sem me despedir de Helena.

 

"...Não sei bem certo, se é só ilusão;

Se é você já perto, se é intuição;

Aonde quer que eu vá, levo você no olhar,

Aonde quer que eu vá,

Aonde quer que eu vá!"

 


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Notas finais do capítulo

Como disse no começo, este é apenas o incio da jornada de Tommy. E ela não vai ser nada fácil!
Até o próximo cap. não esqueçam as rewiews.
Bjinhos flores.



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