Acampamento Imortal escrita por Vallabh


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com um capítulo novo e cheio de novas emoções!!
Espero que gostem!!



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Chego à sala cinco minutos atrasada, mas por uma sorte divina o professor ainda não havia chegado. Todas as aulas do dia passaram normalmente, às 12:40 da tarde eu estava caminhando para fora do campus. Quando chego ao estacionamento vejo ele encostado no “meu” carro, tenho que admitir, ele está magnifico hoje. O sr. mandão está usando uma calça jeans preta, uma camisa cinza com um casaco de couro preto com abertura diagonal por cima, uma bota modelo militar e luvas de couro marrons. Ele estava observando o carro.

— Belo carro. — Ele falou quando eu me aproximei.

— Valeu, o que você quer? — perguntei indiferente.

— Nossa, pensei que eu merecesse pelo menos um “obrigado, Tobias, por salvar a minha vida! Você é demais!” — respondeu, tentando imitar a minha voz, não consegui conter a risada.

— Tá bom, valeu por me ajudar. — digo olhando para o chão. — Mas, e aí, o que você quer?

— Não foi como eu imaginei, mas dá pro gasto. — falou se referindo ao agradecimento. — Tá livre sexta à noite?

— Tá me convidando para sair? — pergunto com um sorriso irônico.

— Ainda não, boneca, mas nós temos que começar a trabalhar no seu projeto. — Ele fala com um sorriso de canto.

— Na sexta a cafeteria funciona 24 hs e eu faço expediente dobrado, só saio às seis horas da manhã de sábado.

— Estarei te esperando na frente da cafeteria às seis em ponto então, avisa ao teu cão de guarda que você vai passar o dia comigo. Até mais, boneca. — Ele fala passando por mim e me dando um beijo na bochecha sem me dar chance de discutir.

— Mandão.

Entro no carro e dou partida rumo ao acampamento, no caminho tento ligar para o Kaique, mas o celular dele só dá caixa postal. Ligo o som e coloco o meu pen drive, segundos depois a voz do delicioso Adam Levine cantado This Love inunda o ambiente. Faço uma viagem rápida, estaciono o carro e vou direto para o meu quarto, troco de roupa rapidamente e vou para a sala de treinamento. Como sempre, estou atrasada e não tenho tempo de comer nada. Chego na sala, entro e encontro Thoth descontando toda a sua raiva pelo meu atraso no pobre saco de areia.

— Como sempre...

— Atrasada! Eu sei. — falei completando a famosa frase do meu pai.

— Vamos, pode começar a se aquecer. — Ele fala sem desviar a atenção do saco.

Começo uma pequena corrida pela sala mesmo e depois faço algumas sequências de socos, chutes e joelhadas no outro saco de areia que tem na sala. Tento evitar fazer muita força por conta do meu machucado, mas ainda sinto algumas pontadas durante os movimentos. Thoth me chama para o tatame que tem no meio da sala e joga um par de luvas de boxe para mim.

Ele me lança socos e chutes e tento o máximo possível proteger a região do meu abdômen, ele parece perceber e começa a investir com mais força, mirando no meu machucado.

— Algum problema no abdômen, Luna? — Ele pergunta entre um soco e outro.

— Nenhum. — falei tentando me defender.

Aproveito um momento de distração dele e dou um soco na sua mandíbula, vejo uma pequena linha sangue escorrer pela sua boca. Ele vem para cima de mim novamente, mas dessa vez eu começo a revidar, consigo derrubá-lo no chão e faço uma chave de perna no braço dele,  imobilizando-o, mas ele direciona socos nas minhas costelas com o braço livre, acertando a região próxima ao meu machucado e eu sinto falta de ar, solto ele e nós nos afastamos. Logo depois eu vou pra cima dele e dou um chute frontal que vai no seu peito, derrubando-o, o imobilizo novamente e começo a distribuir socos nas suas costelas e rosto, ele bate no chão, se rendendo.

Levanto-me rapidamente e sinto algo quente escorrer na minha barriga, droga, devo ter rompido algum ponto.

— Está melhorando, Luna, muito bem. — Ele fala massageando as costelas.

— Te machuquei? — perguntei preocupada.

— Não, estou ficando velho. — Ele fala me arrancando uma risada.

— Tudo bem então, tô liberada? — Perguntei olhando o relógio da sala e vendo que tinha que correr.

— Está sim, pode ir. E cuidado com o carro.

— Sim, senhor! — falei fazendo uma pequena continência e saindo da sala, escutei a sua risada quando estava passando pela porta.

Corro para o meu quarto e vou direto para o banheiro, tiro a blusa e o curativo. Rompi dois pontos, pego a minha maleta de primeiros socorros e começo a limpar o sangue do machucado, depois de limpar pego uma agulha e a linha e refaço os dois pontos. Termino e vou procurar os analgésicos que tenho no quarto, depois vou tomar um banho, coloco uma meia calça preta com uma saia da mesma cor por cima, um suéter vermelho de gola alta e o mesmo ankle boots pretos, faço um rabo de cavalo e pego minhas luvas. Pego a minha bolsa e saio do quarto, fechando a porta. Entro no carro e tenho meia hora para chegar ao café.

Se Thoth sonhar que eu levei só 25 minutos do acampamento até a cafeteria ele toma a minha habilitação, nunca dirigi tão rápido. Estaciono o carro na rua por trás do café, saio e entro no estabelecimento. Vou para o vestiário e guardo as minhas coisas, pego o meu avental e vou para o café. Chego e vejo que estou cinco minutos atrasada, pego um mocha com muito chocolate e me sento esperando a Maia terminar o pedido que estava fazendo para eu assumir. Termino minha bebida bem na hora que Maia fecha o caixa, ela sai e eu começo a atender.

As 00 hs em ponto a Becker fecha a entrada da cafeteria, hoje é o dia dela fechar tudo. Tiro meu avental e vou para o vestiário, pego minhas coisas e tomo outro analgésico, minha barriga ainda dói um pouco. Despeço-me das meninas e vou caminhando para o portão dos fundos, não vi o meu padrinho hoje, creio que ele tenha saído para resolver alguma coisa em outra loja do acampamento. Passo pelo portão e vou caminhando para o carro, quando estou quase lá vejo uma silhueta escorada nele, pego meu punhal — quando saí ontem não encontrei mais a minha adaga — me preparo para arremessá-lo na criatura quando escuto a sua voz.

— Não precisa disso, pequena, sou eu. — Ao ouvir a sua voz a minha vontade de lança o punhal aumenta e é isso que eu faço.

Lanço o punhal que passa raspando pela cabeça do Kaique, fazendo um pequeno corte na orelha direita dele e se enfia na parede atrás do mesmo.

— MAS QUE MERDA, LUNA! POR QUE FEZ ISSO? — pergunta visivelmente irritado tentado conter o sangramento na orelha.

— Desculpa, não te reconheci. — falei dando um sorriso inocente.

— Como assim não me reconheceu? Tá ficando doida? Eu... Tá irritada comigo porque eu furei contigo ontem. — Ele mais afirmou do que perguntou.

— Da próxima vez que me deixar esperando, eu não vou errar. — falei empurrando-o e pegando o punhal na parede e depois entrando no carro.

— Espera aí, Luna, eu posso explicar. — Ele fala batendo no vidro.

— É claro que pode, sempre tem um motivo, não é mesmo? Mas hoje eu não estou a fim de escutar, tenta de novo na semana que vem, quem sabe dê mais sorte. — Sorrio para ele e dou partida no carro.

— Espera, Luna! Vamos conversar.

Tento sair, mas ele fica na frente do carro, acelero e vou pra cima dele que pula para o lado quando percebe que eu não vou desviar. Faço o caminho de volta para o acampamento apenas com o barulho dos meus pensamentos. Chego no acampamento as 00:55 A.M, não fui com pressa. Deixo o carro no estacionamento e vejo o do Kai logo à frente, desvio dele e passo direto para dentro do prédio. Vou para o refeitório, pois mal comi hoje, entro e vejo que ainda tem comida nos balcões, mas nada que eu realmente queira. Entro na cozinha e vejo que o Rony ainda está nela. Ele é o nosso chefe de cozinha.

— Ei, Lua, ainda por aqui? — Pois é, ele me chama de Lua...

— Pois é, acabei de chegar e vim atrás de alguma coisa para comer. — falei indo em direção ao freezer.

— E o que a senhorita deseja? — Ele pergunta, vindo para o meu lado.

— Talvez aquela vitamina de morango que só você sabe fazer? — pergunto, fazendo a cara do gatinho do sherek.

— É claro, pequena Lua. — Ele fala rindo e pegando as coisas.

Sentei em uma cadeira próxima a bancada onde ele estava e fiquei esperando ele terminar.

— Prontinho. — Ele falou, colocando um canudo e um enorme copo de vitamina na minha frente.

— Obrigado, Rony. Boa noite, Rony, mais tarde trago o seu copo. — falei pegando as coisas e levantando.

— Tudo bem, boa noite, menina.

Peguei minhas coisas e fui para o quarto, sentei na poltrona próxima a janela e tomei a minha vitamina olhando as estrelas. Terminei, coloquei o copo na mesa que fica no canto do quarto e fui tomar meu banho, limpei meu machucado que já estava bem melhor e troquei o curativo, creio que sábado já estará bom. Estava quase dormindo quando escutei umas batidas na porta, estava quase levantando quando a pessoa se identificou.

— Luna, pequena, eu sei que ainda está acordada. Abre aporta e vamos conversar. — Kai falou e tentou abrir a porta, mas eu havia trancado.

Voltei a me deitar e depois de um tempo as batidas pararam, pouco a pouco eu fui me entregando ao sono.

A semana transcorre normalmente, não vejo nem o Tobias e nem o Kai durante os últimos dias. A manhã de sexta-feira chega calma, acordo com o toque do meu celular, pego e atendo sem ver quem é.

— Luna, acorda! Você tá atrasada! — Reconheço a voz do meu pai e ao ouvir a palavra “atrasada” meu corpo desperta automaticamente.

— Ok, já estou de pé. — falo me levantando e ele desliga sem dar tchau, como sempre.

Levando e olho a hora, 6:25 A.M. Ótimo, atrasada – como sempre — tomo um banho rápido e escolho uma roupa qualquer. Pego minha bolsa, coloco as minhas coisas e saio do quarto. Caminho meio correndo para o escritório do Thoth, entro sem bater e vejo ele sentado atrás da sua mesa lendo alguma coisa que parece importante.

— Pai! — falo um pouco alto demais pela euforia. Antes que eu começasse a falar, ele fala.

— O taxi já está esperando. — Ele fala, desviando a atenção do papel e olhando para mim e me dando dinheiro e um copo de café.

— Na verdade eu ia pedir o carro emprestado, mas isso ajuda. — falo dando um beijo na sua bochecha.

— Seu padrinho me pediu o carro emprestado hoje, o dele está na oficina.

— Certo. Tchauzinho — falo saindo da sua sala correndo.

— Quando você vai tomar jeito, menina? — Escuto ele perguntar quando estava fechando a porta, olho para ele sorrindo e pisco um olho.

Faço o percurso da trilha o mais rápido que podia e entro no taxi. Ele me deixa na entrada do campus e eu corro pra minha sala, estava 25 minutos atrasada. Chego na sala e a professora me olha com uma cara que me lembra as velhas videntes do olimpo. Entrei e procurei um lugar para sentar.

— Então, o que eu perdi? — perguntei baixinho para o Theo que estava sentado do meu lado.

— Nada muito importante, ela só falou como vai ser o semestre. Como você está?

— Ok então. Bem, obrigada. E você?

— Tô ótimo. — Ele falou com um sorriso brincalhão.

Conheci o Theo no segundo dia de aula, ele veio falar comigo e até agora se mostrou um amigo bem legal, ele me lembra um pouco a Júlia, sempre feliz. As aulas do dia caminham normalmente e quando a última termina eu saio conversando com o Theo até a saída do campus, estava distraída conversando com ele quando alguém segura o meu braço.

— Agora você vai me ouvir, já cansei dessa brincadeirinha infantil, Luna!

— Algum problema, cara? — O Theo pergunta quando eu não falo nada.

— Nada que seja do seu interesse. — Kaique responde e eu sei pelo seu tom de voz sei que ele não está para brincadeira hoje.

— Tá tudo bem, Theo, tenho que ir. Até segunda. — falo soltando o meu braço e abraçando ele.

— Certo, se precisar é só ligar. Até segunda. — Ele fala e sai caminhando.

            Começo a caminhar para o estacionamento e o Kaique fica parado.

— Tá esperando o quê? O carro não vai vir sozinho até aqui. — falo olhando para ele que me acompanha.

Ele destrava o carro e eu entro, coloco o cinto e espero ele dar partida com o carro. Ele fica em silêncio boa parte do caminho e eu não faço esforço algum para mudar a situação, eu poderia não estar aqui se o Tobias não tivesse aparecido naquela noite e me ajudado com aquela criança da noite, tudo isso não teria acontecido se o Kaique tivesse ido me buscar.

— Ficou muda, Luna?

— Não tenho nada para falar com você, na verdade é você quem quer falar comigo. Então pode começar. — falo, encarando-o.

— Primeiro de tudo: me desculpa por não ter aparecido, eu tive um imprevisto. — Eu olho para ele com cara de tédio, mas deixo que continue. — Segundo: da próxima vez que você jogar a porcaria de uma das tuas faquinhas em mim eu vou descobrir onde você as esconde e quebrar a ponta de todas. — Dessa vez eu não me seguro e gargalho alto. — E terceiro: odeio ficar brigado contigo, me perdoa, pequena. — Ele termina de falar o terceiro argumento e percebo que ele está sendo sincero. Suspiro e respondo.

— Tudo bem, eu te desculpo, mas com uma condição: você me contar que imprevisto tão importante você teve que pôs a minha vida em risco? — Ele desvia a atenção da estrada e me olha assustado.

— Como assim pôr a sua vida em risco? O que aconteceu, Luna?! – Ele pergunta preocupado.

— Enquanto eu te esperava uma criança da noite apareceu e me pegou meio desprevenida. Mas ficou tudo bem, apenas alguns pontos na barriga. — falei levantando um pouco a blusa e mostrando o curativo.

— Eu sinto muito. — Ele falou e era palpável a culpa na sua voz.

— Eu sei que sente, mas isso não muda o fato de que você ainda não me contou qual foi o seu tão importante imprevisto. — digo dando ênfase ao “tão”.

— É complicado, Luna, eu não posso falar. — Ele fala, contando o mínimo possível.

— Sempre é complicado... — respondo descontente, viro o rosto para a janela e fico observando a paisagem.

Ele ficou meio calado, mas logo voltou ao normal. Fomos o restante do caminho calados. Ele me deixou na entrada do acampamento e foi embora. Entrei e fui direto para o refeitório, ainda não havia comido nada desde manhã. Entrei e tinha bastante gente devido ser o horário do almoço, faço meu prato, falo com algumas pessoas e me sento em uma mesa que está vazia, gosto de comer em paz. Ainda era 12:40 da tarde então eu podia comer com calma. Terminei de almoçar e fui para o meu quarto, me arrumei para treinar e como ainda tinha alguns minutos arrumei logo a minha bolsa, como vou ficar direto e amanhã vou resolver as coisas do projeto com o Tobias coloco tudo que vou precisar. Termino de arrumar a minha mochila e vou treinar.

— Isso é raro, você chegou na hora. — Thoth fala quando eu chego na sala.

— Pois é, é melhor aproveitar então. — falo, indo até ele e lhe dando um beijo no rosto.

— Pode deixar. Vamos lá, vamos usar a floresta hoje. — Ele fala caminhando para a mesma e eu vou seguindo ele.

Começamos com uma corrida por entre as árvores e depois ele me chamou para treinar arremessos de lâminas e adagas.

— Onde está a sua adaga?

— Guardada, não sabia que iriamos treinar arremessos. — minto, pois, foi ele quem me deu a adaga e não quero contar que a perdi, pelo menos não agora.

Ficamos treinando mais um pouco e ele fala que meus arremessos estavam perfeitos. Terminamos o treino e agradeço aos deuses por não ter magoado meu ferimento. Tomo meu banho e começo a me arrumar. Coloco uma calça salmão de cintura alta, uma blusa branca de botões na frente e uma sapatilha vermelha florida. Penteio meu cabelo e deixo ele liso com alguns cachos nas pontas, faço uma maquiagem simples e coloco um batom róseo. Pego minha mochila e coloco nas costas, saio do quarto e passo no escritório do Thoth para dar tchau para ele, depois passo no refeitório e pego um lanche, vou comendo e caminhando até a entrada do acampamento, encontro o Kai me esperando no carro.

— Boa noite. — falo entrando e me acomodando no carro.

— Boa noite, pequena. Como você tá? — questiona dando partida no carro.

— Bem, como foi no posto?

— Até que bem calmo hoje, vou aproveitar e descansar um pouco, pois tenho certeza que amanhã vai ser mais corrido. — Ele fala e eu lembro que nos fins de semana o Kai dá plantão o dia inteiro.

— Até parece que o Apollo vai deixar. — falo rindo. — Você perdeu dois dias de treino, ele vai descontar os dois em uma noite. — Ele resmunga algo baixo e faz uma cara engraçada me fazendo rir mais.

Fomos o caminho inteiro conversando e rindo. Termino de comer e vejo que ele já está estacionando em frente à cafeteria. Ele para e eu tiro o cinto e pego minhas coisas.

— Bom trabalho, pequena. Te pego às seis da manhã de amanhã?

— Na verdade, não precisa, vou fazer um trabalho da faculdade com um colega. — falo omitindo a parte de quem é o meu colega.

— Hum... Tudo bem, até depois então. — Ele beija minha testa e eu saio do carro.

Entro na cafeteria e vou direto para o vestiário, guardo minhas coisas e pego meu avental. Saio e vou direto para a parte da frente do café, já está bastante movimentado hoje e ainda é 5:58 da tarde. Hoje é o dia de chegar na hora. A noite começa a cair e o movimento vai ficando mais intenso, somos os únicos nessa área que funcionam 24 hs e ainda mais no fim de semana. Aos poucos o pessoal que ajuda no turno da madrugada vai chegando.

— Ei, Luna, você pode tirar o seu intervalo que eu assumo até você voltar. — Alex fala.

— Certo, obrigada. — falo terminado o pedido e dando espaço para ele assumir o caixa.

Alex é um cara bonito, alto, branco, não muito forte e nem muito magro, cabelo preto liso e olhos azuis quase cristalinos. Não tenho muito o que falar sobre ele, sempre foi muito reservado, quando terminou o treinamento básico e atingiu idade suficiente voltou a morar com a mãe e o irmão. É tudo o que sei sobre ele. Vou para o escritório do meu padrinho, faz um tempo que não o vejo, bato e ele pede para entrar.

— Olá, dindo. — falo entrando e sentando no sofá da sua sala.

— Olá, Luna, como você está? Tirando o intervalo?

— Yep, e estou bem. Posso ficar por aqui?

— Claro, eu lhe chamo quando estiver na hora de voltar.

— Obrigada. — falo e me deito no sofá.

Fecho os olhos, mas não durmo, apenas deixo meu corpo relaxar. Por mais que meu lado divino não se canse, meu lado mortal precisa disso, assim como comer, dormir, beber agua e outras coisas que os mundanos precisam. Na verdade, eu não sinto tanta necessidade disso, quando era mais nova me perdi na floresta e fiquei dois dias sem comer, beber ou dormir direito, quando me encontraram eu estava me sentindo normal, Thoth diz que eu era muito nova e não conseguia definir direito o que sentia, mas eu tenho certeza que me sentia muito bem.

— Luna. — Dionísio me chama.

— Hum...

— Está na hora de voltar, meu amor. — Ele fala e sei que está do meu lado. Abro os olhos e me sento.

— Sim, senhor. — falo e encosto minha cabeça no seu ombro.

— Quer? — Ele me oferece um copo e pelo cheiro sei que é café com canela e chantilly. Nego com a cabeça.

— Ainda sem vontade de comer?

— Pois é. Não entendo por que vocês comem se não precisam. — digo me referindo a ele, Thoth, Apollo e Ártemis que são deuses do olimpo.

— Força do hábito, no começo precisávamos nos misturar e não era muito normal para os humanos ficar dias sem comer.

— Entendi, deixa eu ir. — Dou-lhe um beijo no rosto e me retiro.

Saio da sua sala e volto para a cafeteria, falo com o Alex e assumo o caixa novamente. Continuo atendendo e o movimento só aumenta, parece que em 30 minutos ele triplicou. A madrugada vai passando e aos poucos eu vou ficando ansiosa para o fim do expediente e meu encontro com o Sr. Mandão.


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Notas finais do capítulo

A história agora vai ficar sendo atualizada quinzenalmente.
Quero agradecer a minha beta maravilhosa, @Cam ♥ muito obrigada por todo apoio e incentivo para continuar!!



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