Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 28
Capítulo XXVIII


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões!!! A vida está uma loucura e eu quase não tenho tempo. Eu só respiro porque é automático.
Mas aqui está mais um capítulo.
Vamos ler?



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Por Kenji Kishimoto

— Você não parece à vontade em lugares como esse – comentou Levine, caminhando ao meu lado rumo ao fim da única rua do vilarejo. Ela explicou tudo sobre a rotina do lugar e como se senti livre vivendo numa floresta, segura apenas por uma rocha d4epositada nos trilhos dos trens que poderiam levar quem quer que fosse até ela.

— Não que eu não me sinta à vontade, mas eu prefiro... construções de concreto.

Ela riu – Eu também preferia, mas a necessidade faz com que mudemos nossas preferencias. É por isso que não dou certeza de que eles me seguirão para fora daqui. Já estamos aqui há muito tempo e nos acostumamos a essa calmaria. Mudar assim... não parece a ideia mais brilhante para eles.

— Mas eles sabem que você jamais os guiaria para uma armadilha.

Seu rosto ficou triste. Ela desviou o olhar e fitou o rio que cortava e definia o fim do vilarejo, parando de andar – Eu não sei se posso concordar com isso.

Com essas palavras notei que eu só a conhecia havia algumas horas, mas parecia muito tempo. Ela me olhava como se já soubesse quem eu era e como se já fossemos íntimos. Eu via que ela não tinha problemas de estar comigo, mesmo em tão pouco tempo. Na verdade, ela parecia querer estar comigo. Como se soubesse que eu viria. Como se me esperasse.

— Porque não concorda?

— Porque eu já cometi que custaram muito. Erros dos quais eu carrego marcas até hoje. Cicatrizes que nunca sararão.

— Como assim?

Ela voltou a andar – Eu sempre fui ditada como estranha onde eu morava, mas nunca foi uma coisa ruim. Na verdade, eu até ajudava a dizer se alguém sofreria algo na estrada ao viajar ou se os soldados do Restabelecimento estavam vindo. Eu era uma espécie de... guarda de onde eu vivia. Eles confiavam em mim com suas vidas. Exatamente como esses aqui fazem – ela bufou – Um dia, um homem chegou até minha casa e disse que queria me estudar, que queria ajudar a usar melhor meus poderes. Ele prometeu que cuidaria da minha família e de todos o que me eram importantes enquanto eu estivesse com ele. E eu acreditei. Os olhos azuis dele me conquistaram e eu confiei. Tinha 14 anos quando fui com ele e ele foi realmente bom com todos os que eu amava por muito tempo. Passei, então, a morar numa espécie de hospital. Eles faziam testes com meu sangue e quando eu tinha visões. Entrei e saí de maquinas mais vezes do que pode contar e dormia exausta de tantos exercícios que eles me passavam para ver de o cansaço afetava meu dom, mas não era ruim. Eu via a minha família aos fins de semana e eles me diziam todas as coisas boas que estavam recebendo do homem que me levou até ali.

— E você não sabia o nome dele? – questionei, notando que voltávamos pelo caminho que fizemos, para onde eu estive desmaiado.

— Não até tudo acabar. Fiquei com ele e sua equipe médica por meses e estava quase com 15 anos quando as coisas mudaram. Fui proibida de ver meus pais num fim de semana e no outro já era proibida de sair do quarto. Ele disse que só sairia quando ele obtivesse resultados. Os testes se tornaram mais frequentes e mais pesados e, um dia, eles decidiram fazer uma operação nos meus olhos para ver se havia algo neles que me fazia ter minhas visões e, quando acabou, ele veio para ficar comigo, para o caso de eu precisar de algo. Ele conversou comigo sobre muitas coisas naquela noite e, pelo o que ele disse, eu percebi que só o que ele queria de mim eram os meus poderes. Eu era descartável. Então, eu pedi para ir embora. Ele disse que, enquanto ele não visse o que eu vi, eu jamais iria. Foi quando eu lutei com ele. Na verdade, eu usava meu dom para enfrentá-lo, já que meus olhos estavam enfaixados, mas eu não consegui impedi-lo de jogar um líquido na faixa de pano que eu tinha na cabeça. Assim que aquilo tocou nas minhas pálpebras e entrou nos meus olhos, eu caí. Era como fogo. E depois eu senti uma faca atravessar minha barriga e tudo ficou escuro. Quando eu acordei, estava deitada e pensei que estava com os olhos cobertos de novo, porque já não via mais nada. A equipe médica se aproximou muito de mim durante o tempo em que eu estive lá e fizeram de tudo para salvar a minha vida. O líquido que ele jogou nos mus olhos corroeu minha pupila e minha íris e eu provavelmente morreria ou de dor ou da facada. Mas eles me salvaram, claro, não sem que eu tivesse sequelas. Perdi a visão e a pigmentação dos olhos com o tratamento escondido que eles fizeram em mim e, quando já estava bem o suficiente, me tiraram de lá sem que ninguém notasse. Eles fizeram parecer que eu tinha morrido. Assim que saí, fui direto para onde eu vivia, apenas para encontrar tudo destruído e todos mortos. Mortos porque confiaram em mim. Os médicos se ofereceram para cuidar de mim. Desde então, vivemos juntos e eles trouxeram suas famílias para que nada acontecesse com eles caso ele descobrisse que ainda vivia. Passamos por mais algumas antes de nos estabelecermos aqui. E vivemos aqui desde então.

Fiquei calado, olhando para ela com espanto e reparando nas lágrimas silenciosas que escorreram sem consentimento pelo seu rosto alvo. Não queria perguntar nada, apesar de ter várias dúvidas na minha cabeça, e foi nessa hora em que o maldito filtro cérebro-boca falhou.

— Quanto tempo faz?

— Não sei – respondeu sem problemas – Sete, oito anos, talvez.

Chegamos até a choupana simples. A porta estava aberta e Juliette, Adam e Warner estavam saindo de lá para juntar-se a nós. Levine já tinha enxugado as lágrimas, apesar de ainda estar com os olhos sem cor vermelhos, se isso fosse possível. Eu tinha mais duas perguntas para fazer, se ela não tivesse passado na minha frente. Levine mostrou os dentes num sorriso divertido.

— Meus olhos eram castanhos bem claros, se é isso o que quer saber. Minha mãe costumava dizer que que era da cor do mel com o qual ela costumava adoçar seu suco de laranja. Quase amarelos.

Eu também sorri, mesmo ela não vendo, e fiz minha última pergunta - Você disse que não sabia o nome do homem que fez isso com você até tudo acabar. Isso significa que você descobriu?

— Sim, e jamais vou esquecer.

— Então, como ele se chamava?

Ela levantou os olhos já secos e me fitou como se me visse – Anderson – respondeu – O nome dele era Paris Anderson.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu sei que estou fugindo um pouco de Warnette, mas eles voltarão no próximo capítulo, eu prometo.
Beijos.
BL.



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