Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 16
Capítulo XVI


Notas iniciais do capítulo

Aqui um capítulo diferente, com o ponto de vista de Aaron e Kenji.
Espero que gostem.
Vamos ler?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693075/chapter/16

Por Kenji Kishimoto

— Você ficou maluco?

— Responde, Juliette! Kat é filha de Warner, não é?

— Se Maria tiver tido um caso com ele sete anos atrás, talvez...

— Sete anos? – perguntei – Essa é a idade dela? Sete anos?

Juliette me olhou assustada, percebendo que falara demais – Eu não disse...

— Disse, sim. A menina tem sete anos e, por coincidência, você fugiu há sete anos.

— Eu não fugi! – gritou – Eu fui embora porque eu quis. Eu era livre, eu poderia ficar, se quisesse, mas eu quis ir embora. Será que vocês não conseguem aceitar isso? Será que vocês não vão entender que eu decidi isso?

— Não mude de assunto, Juliette. Estamos falando sobre a criança que você insiste em negar como sua filha.

— Por que ela não é minha filha – ela soltou o pulso do meu aperto – Eu conheci Maria uns dois meses depois de ter ido embora daqui, dormindo numa praça perto de onde eu estava morando naquela época. Ela estava toda machucada, morrendo de frio e de fome e grávida. Eu perguntei se ela precisava de alguma coisa e ela quase fugiu, assustada. Foi difícil de ajudá-la, porque, além do fato de ela só falar espanhol, ela tinha medo. Levei ela para onde eu morava, dei comida e algumas roupas e pus ela para dormir. Aprendi a falar espanhol em alguns meses e finalmente entendi porque ela estava daquele jeito: o marido dela a espancava quase todos os dias e ela tinha medo de ele encontrá-la. Prometi proteger ela e o bebê de qualquer pessoa e ela disse que me seria grata pelo resto da vida. Depois disso, ela passou a morar comigo, cuida das casas onde moramos enquanto eu... trabalho.

Fiquei calado, desconfiado. A história fazia sentido. Na verdade, era muito convincente, mas...

— E quanto ao fato dela ser a cara do Warner?

— Eu não sei. Eu não conheci o marido de Maria. Vai ver ela puxou ao pai.

— Claro que puxou ao pai, porque Maria não parece ser muito loira. Cabelo dourado, olhos verdes, covinhas... não sei dizer se eu estou descrevendo Kat ou Warner.

— Já chega, Kenji. Eu não sou obrigada a ficar ouvindo absurdos. Você está dizendo que eu fui embora grávida!

— E foi!

Ela bufou, me empurrou e entrou no quarto, batendo a porta e me deixando sozinho.


Por Aaron Warner

Estava cuidando da posição dos motoristas quando James surgiu correndo pela porta da garagem, me chamando.

— Então, estas são suas novas posições. Peguem as chaves com Castle quando o turno de vocês começarem – virei-me e caminhei até James – Bom dia, rapaz.

— Bom dia. Eu vim perguntar se você já tomou café-da-manhã.

— Não, ainda não. Vamos?

Marchamos juntos até o meu quarto com James estranhamente em silêncio. Ele andava com os braços cruzados e a testa franzida, mordendo o lábio inferior, como se pensasse seriamente em algo muito importante. Passamos pela porta e um carrinho com tudo o que eu gostava estava disposto no centro do espaço, com comida demais só para um homem.

— Ainda bem que você veio: eu jamais conseguiria comer tudo isso sozinho – esperei uma resposta engraçada típica de James, mas ela não veio – Está tudo bem, James? Você está muito calado e Deus e o mundo sabem que você não é calado.

— Eu... eu só... não sei como... – James suspirou – Eu não sei como reagir agora que Juliette está de volta.

Puxei-o pelo braço e sentei-o na cama arrumada – Você não tem porque agir diferente. Nada mudou.

— Como assim nada mudou? Juliette está de volta, Aaron.

— Não, meu irmão, ela não está de volta. Juliette veio apenas resolver problemas e, depois... depois vai embora de novo.

— O quê? – James arfou – Vai embora? E você vai deixar? Você não pode deixar, Aaron!

Foi a minha vez de suspirar. Eu já tinha pensado nisso durante toda aquela manhã. Tentei esquecer esse assunto mas, mesmo com tendo passado a noite toda em completa paz, os meus pesadelos vieram assim que acordei. Lembrei da dor que senti quando a procurei e não a encontrei naquele primeiro dia sem ela. Balancei a cabeça para me livrar da péssima memória.

— O que eu posso fazer? – questionei – É uma decisão dela.

— Você não pode deixar, Aaron! – repetiu – Juliette te ama.

Machucou ouvir isso. Foi como se uma mão gelada espremesse meu coração, tentando extrair algo de proveitoso. Magoou ainda mais ter que admitir a verdade.

— Não, James. Ela não me ama. Não mais.

James levantou-se da cama e passou os braços ao redor da minha cintura, procurando, de alguma forma, me confortar. Mesmo crescido, ele ainda era mais baixo que eu. Seu queixo quase tocava meu ombro. Inclinei-me para encostar minha testa no ombro dele.

— Como pode dizer isso? – disse ele – Sabe que não é verdade. Juliette te ama, sim, e sempre te amou. A gente não deixa de amar uma pessoa assim.

— Mas já se passaram sete anos! – respondi, sentindo uma bola em minha garganta e as lágrimas se derramarem em direção a camiseta de James – Não sei o que fez ela me deixar, mas tirou dela todo o afeto que tinha por mim.

— Mas você a ama.

— E não é o suficiente – chorei – Deus sabe que eu queria muito que fosse suficiente. Que o meu amor bastasse, mas não basta. Eu sempre a quis por perto, mesmo quando ela dizia que me odiava. Eu sabia que ela não me odiava de verdade, mas agora, eu sinto o ódio dela. Eu sei que é de verdade, James.

E aquilo que eu evitando acontecer durante todos esses dias veio. Eu chorei como uma criança. Derramei no ombro de James tudo o que eu havia guardado desde que descobrir que Juliette realmente não conseguia mais me amar. A dor de sentir o que ela sentia e comparar ao prazer que eu tinha em saber o tamanho do carinho que ela tinha por mim anos atrás.

Passei alguns minutos assim, até lembrar que tinha trabalho a fazer.

— Eu preciso ir – anunciei, saindo do abraço do meu irmão mais novo – Você pode ficar aqui e comer. Eu perdi a fome.

— Morrer de fome não ajuda em nada nessa situação, Aaron.

— E comer também não – ele me enfrentou bem sério – Tudo bem – peguei uma maçã da cesta de frutas e rumei em direção a porta. Mas antes de sair, me virei para fitar James – Obrigado por me ouvir.

— Você pode me agradecer fazendo Juliette ficar.

— Como eu poderia fazer isso?

Ele me encarou como se eu fosse idiota – Ame ela – respondeu como se fosse óbvio – Como você sempre fez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lau souza, minha flor, me perdoe por ter feito Aaron chorar. Pense que se você me matar, não terá ninguém para contar o segredo de Juliette. Sem querer chantagear.
Sugestões? Críticas? Tudo é muito bem vindo.
Beijos.
BL.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Completa-me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.