Ordinária consequência do ser escrita por Humberto Cotrim


Capítulo 1
Delírios de um escritor qualquer




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É, eu deveria saber o que escrever. Mas assim como boa parte da minha vida, eu não sei por onde começar. Quer dizer, não saber o que escrever já rende um bom assunto para pauta, certo? Bem, eu tenho minhas dúvidas. Pense comigo, digitar umas palavras quaisquer em uma página em branco, sem estabelecer um objetivo explícito, pode formar uns parágrafos, porém não te ajuda a captar a atenção de um leitor despreocupado. Sendo assim, deixa eu catar um tópico e tentar mudar essa realidade. Ou não, vou começar do começo mesmo e dizer mais sobre essa história metalinguística.

Pensei em começar uma história épica, mas isso precisa de muita pesquisa. Também cogitei redigir uma gloriosa fantasia, porém tenho uma imaginação limitada. Dessa maneira, resolvi escrever sobre mim mesmo e as pessoas que me rodeiam. Não pensem, contudo, que é uma autobiografia. Existirão partes baseadas em fatos e outras serão fictícias. Não conheço se existe algo parecido com o que estou me propondo a fazer. Se já houver, juro que não é um plágio.

Bem, comecemos com uma apresentação. Legalmente, sou um adulto. Tenho 18 anos. Moro em Belém do Pará. Embora, tenha nascido em uma cidade no interior, com cerca de cem mil habitantes. Se você está querendo descobrir minha identidade, tá aí! Facilitei sua vida. Sua pesquisa ficará restrita a cem mil pessoas. Quer dizer, não exatamente tudo isso, afinal pode-se excluir as pessoas do gênero feminino e homens com menos ou mais que 18 anos e coisas assim; na verdade, o mais provável é que você não queira saber quem eu sou, mas ficam aí as dicas do mesmo jeito.

Estou na universidade, acabei de passar para o terceiro semestre ou período, como queiram. Decidi escrever no presente. Mas voltar ao passado é inevitável. Só não agora.

No momento, estou curtindo as minhas tediosas férias na minha cidade natal. Gasto meu tempo todo em casa ou no trabalho. Quer dizer, não é bem um trabalho, eu ajudo meu pai nos negócios da família. Mas é melhor do que se pode imaginar, tenho bastante tempo pra ler e ver filmes, e séries, coisas que gosto bastante de fazer.

Quando você retorna para o lugar em que nasceu e morou, tudo é meio nostálgico, ou é assim que muitos pensam. Eu tento ficar assim, mas não fico. Não sinto falta da minha escola antiga, não que eu não gostasse dela. Talvez eu só não tenha tido tempo para sentir saudades de tudo. Só estou morando fora há cerca de um ano, não é muito tempo, ou é? Outro lado bom de voltar é rever os amigos. Não tenho muitos amigos. Dá para contar nos dedos. Bem, alguns deles também vivem em Belém. Mas é muito mais fácil de encontrar com eles por aqui. Não temos trânsito. Dá para ir andando, mas isso somente se a preguiça deixar.

Sinto que já me prolonguei demais. A ideia era só dar um oi. E isso, tecnicamente, eu nem fiz. Então... Oi... e tchau.


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