Kaden Schreave P.O.V.

Faz uma semana que Josie vem fugindo de mim, quando penso que poderia conversar com ela, ela some. Ainda mais essa semana que os pais de Eikko estão aqui e que provavelmente passariam mais tempo aqui até que eles estivessem acomodados na nova casa que o palácio daria a eles perto daqui como fizeram com vovó quando mamãe ganhou a seleção. Ou seja estava tudo uma confusão, principalmente por que hoje é o último dia de Kile, ele já está inscrito em uma universidade e muito empolgado com suas construções mas Madame Marlee esta super emotiva por sua partida.

— Por que você tem que ir? Isso é tão injusto – Madame Marlee reclama chorando.

— Já conversamos mamãe, eu vou voltar em algumas datas e daqui um ano – Kile repete calmo abraçando a mãe.

— Kile tem muito talento – Eadlyn afirma.

— Ele ficara bem, e se tiver qualquer problema, tenho certeza que Eadlyn retira o banimento dele Marlee – minha mãe fala fazendo ele soltar Kile para ele se despedir dos outros. Logo ele chega em mim.

— Vou sentir saudades – ele fala. – Adorava nossas conversar – ele fala e apertamos as mãos.

— Eu também, vai ser estranho não ter você por aqui – digo e ele sorri.

— Entendo, vai ser estranho sair. – ele fala e fica sério. – Posso pedir uma coisa? – ele pergunta e eu o incentivo a continuar. – Pode ver que Josie não está aqui, ela ficou muito triste e deve estar no quarto trancada, você poderia cuidar dela para mim, você é o único que tem a mesma idade que ela aqui e vejo que vocês são amigos.

— Claro, Kile, vou falar com ela agora mesmo – afirmo.

— Obrigada – ele fala pegando a mala. Não espero para acenar, subo as escadas, normalmente Kile e Josie nunca mostravam afeto publicamente. Mas acho que pessoalmente eles deveriam ser mais chegados fora de plateia.

Chego em seu quarto e bato na porta, ninguém responde, escuto choros então entro. Vejo primeiro seu cabelo loiro espalhado pela cama e papeis.

— Kaden? – ela pergunta se sentando, olhos inchados e uma cara de cortar o coração.

— Josie, posso entrar? – pergunto e nem espero pela resposta e fecho a porta. Me aproximo me sentado ao seu lado. Ela não fala nada mas se joga nos meus braços, abraça meu pescoço chorando. Posso sentir minha camisa ficar um pouco molhada.

— Não sabia que são tão próximos assim – falo acariciando seu cabelo.

— Kile e eu nunca fomos bons em demostrar amor em público – ela fala soltando uma risadinha e volta a ficar triste. – Mas ele sempre me ajudou, sempre brincou comigo quando criança, sempre me apoiou. E ver ele partir dói!

— Sinto muito!

— Sei que vai ser bom para ele. Quer dizer é o sonho dele, mas já sinto saudades – ela diz e começa a se desvencilhar dos meus braços. – Obrigada por vir até aqui.

— Estava procurando uma desculpa para conversar com você e quando vi você chorando não poderia ficar quieto. – digo e ela fica constrangida.

— Desculpe por isso também, mas não sei muito bem o que fazer – ela fala.

— Eu também não, mas podemos tentar – falo acariciando sua bochecha.

— Acho que sim – ela diz sorrindo. – Dia alguma coisa em francês – ela pede.

— Vous êtes belle, et chaque jour qui passe est plus – eu digo e ela sorri. – Quer que eu traduza?

— Não, sei que deve ser algo lindo e prefiro descobrir sozinha – ela fala me beijando.

Depois daqui tudo começou tão rápido, começamos a sair para conversar. A noite íamos ver filmes e eu amava ver ela rir nos filmes de comedia, amava como ela me agarrava nos filmes de terror ou como chorava nos filmes românticos/tristes. Ela sempre me pedia para falar em outras línguas e até começava a entender algumas palavras de francês e italiano. Era tudo motivo para rir e sorrir. As vezes brigamos por coisas tão bobas que esquecíamos. Acabamos namorando e foi muito engraçado contar a todos da família. Ela tinha uma coisa que nunca contou a ninguém, há não ser a mim, que adora ler, assim como Kile. Adora ouvir ela contando sobre os títulos que tinha lido.

Um ano se passou e até Kile já tinha permissão para voltar ao palácio mas continuou por lá e vem nos visitar algumas vezes.

Um grande problema foi o convite de Ahren para passar alguns meses na França, ele sabia da minha paixão pelas línguas e que passar um tempo na própria França seria ótimo para meu aprendizado, mas agora eu tinha Josie para me fazer feliz como larga-la assim. Não conseguiria.

— Acho que você deve ir – ela fala quando toquei no assunto que não iria. – Vai ser bom para você, e nós podemos conversar por cartas.

— Não acho justo te deixar aqui – falo pegando sua mão.

— Mas eu não me importo se for para você ficar feliz, eu sempre vou te esperar e sei que você também vai – ela fala. Ela tinha mudado tanto, mesmo com 16 anos era mais madura, acho que é o tempo que anda passando com Eadlyn.

— É logico, eu nunca te trocaria Josie. Mas...

— Sem mas. Você vai, e daqui seis meses você volta. Provavelmente vou chorar todos os dias antes de dormir, mas quando você voltar vou sorrir dormindo – ela fala.

— Tudo bem – digo me rendendo.

— E nesse tempo posso me dedicar mais a aprender as coisas que Eadlyn está disposta a me ensinar. Assim nos dois sairemos ganhando, e quando você voltar, já vou estar com 17!

— Você acha que eu não vou vir para o seu aniversário? Logico que estarei aqui!

[...]

Autora P.O.V.

Querido Kaden,

Espero que esteja bem, eu estou. Com muito saudades mas estou bem.

Você não vai acreditar, Eadlyn me permitiu contar a você.

Ela está gravida!

Isso mesmo ela vai ter um filho, isso é tão fofo, mal posso esperar, ela estava meio enjoada esses dias e quando foi ver essa notícia. Não é super legal?

Espero que esteja feliz. Ah, eu também estou apreendendo um pouco de francês aqui para podermos conversar em francês! Estou com muitas saudades do seu beijo e de você para conversar e rir comigo.

Beijo,

Josie Woodwork

Querida Josie,

Eu estou muito bem assim como espero que você esteja!

Fiquei muito contente com essa notícia aposto que mamãe deve estar surtando com um futuro neto.

Aqui é tudo tão diferente, mal vejo Camille e Ahren durante o dia mas sempre conversamos a noite o que é muito bom passar um tempo com o meu irmão.

Sinto muita sua falta e fica pensando que você iria amar estar aqui, talvez um dia vamos vir aqui, prometo!

O francês estou pegando rápido, mais rápido do que aprendendo sozinho e fico muito feliz por você também estar aprendendo. Logo estarei de volta.

Beijos,

Kaden Schreave