Gilbert Grissom

Haviam se passado alguns anos, e parecia que tudo começava a correr as mil maravilhas. Principalmente quando depois de dois anos sentimos falta de um bebê na casa. Ana Paula a mais velha tinha seus recém-completos dez anos. Alicia e Gabriel regulavam de idade e estavam com nove anos, embora Alicia tivesse completado recentemente e Gabriel estava perto de fechar os dez. Sophia tinha recém sete anos. 

Arthur era o bebê da casa – ao menos por enquanto – estava com pouco mais de três anos. Eles estavam crescendo rápido e quando Sara tomou a tal decisão, eu não tive como dizer não. 

Quando chegamos à, agora, nossa casa da consulta com a obstetra, lá estava toda a família querendo saber a novidade. As crianças estavam sentadas no chão. Arthur e Sophia se davam muito bem, Ana Paula, Alicia e Gabriel também não se desgrudavam. Sentados nos sofás e poltronas estavam Catherine e Warrick, meus ex-chefes e agora parte da família, além de Henrique e Deise. E por alguns segundo – somente alguns segundos mesmo – senti falta de Hank ali no meio, mas acreditem passou logo em seguida.

— E então? – Perguntou Deise desesperada. – Qual é o sexo dos bebês?

— Exato. Falem logo. Já não tenho mais unhas para roer. – Falou Catherine.

— Se acalmem. – Falei acariciando minha barriga de sete meses de minha esposa. Minha linda morena de olhos castanhos ficou ainda mais bonita com aquele barrigão, mesmo que reclamasse do peso dos gêmeos, ela estava aproveitando tanto essa gravidez quanto eu.

— Não vai dizer que essas crianças não colaboraram novamente? Já estamos a mais de quatro meses tentando descobrir e eles ficam se escondendo. – Esbravejou meu sogro.

— Não, nossos meninos colaboraram hoje. – Falei finalmente.

— Então são meninos? – Warrick se pronunciou.

— Dois garotões. – Afirmei.

— Eba. – Vi um Gabriel já de cabelos crescidos e com aparência muito mais saudável erguendo as mãos em comemoração. – Viu Arthur? Mais meninos para entrar no nosso time. E pelo visto vamos vencer, por que vão ser quatro meninos e três meninas. – Ele disse rindo.

— Mamãe não é justo. – Reclamou Alicia para Sara.

E todos nos entreolhamos. O silêncio percorreu a sala por longos segundos, diria eternos segundos.

— Como você me chamou? – Percebi que Sara já estava com os olhos marejados. Malditos hormônios que a faziam mudar de humor a cada minuto que passava.

— Ehr... Me desculpa. – Disse a menina ruborizando instantaneamente.  – É que agora que você casou com o papai e como Arthur te chamava de mamãe eu achei que você não se importaria se eu te chamasse assim também. Escapou, desculpe.

— Oh meu Deus Alicia. Não tem que se desculpar, venha cá. Você não imagina como estou feliz por ter me chamado de mãe, e eu amaria que você me chamasse assim para sempre.  – Sara estava tão emocionada que seu rosto estava completamente úmido pelas lágrimas.

— Mesmo? – Ela perguntou com os olhinhos brilhando. Correu até Sara e a abraçou.

Tive de segurar minha própria emoção. Não havia hormônios no mundo que me salvasse das brincadeiras de Warrick e Henrique se por acaso alguma lágrima caísse. Porém quando levantei meu olhar, todos assim como eu já tinham os olhos marejados.