Sara Sidle

Foda-se, não daria explicação alguma.

Que idiota que eu fui, bastou uns segundos de silêncio e lhe dei a reposta para todas as perguntas. Por que agira desse jeito? Ainda não tinha parado para pensar em meus sentimentos, na realidade não havia tempo para isso, eram muitos problemas rondando para escutar meu coração. Naqueles segundos remotos que podia pensar em mim mesma sabia que realmente havia a possibilidade de estar apaixonada.

A proposta de Gil me deixara muda, engasgada com a própria saliva tossi algumas vezes antes de conseguir falar.

— Como?

— Isto que você ouviu. Durma na minha casa e te responderei absolutamente tudo que perguntar.

Franzi o cenho. No mais a proposta não era de toda ruim. Levei meu olhar para Sophia. Ela ficaria sedada por mais algum tempo, se fosse aceitar isto teria que ser agora. Depois que Sophia estivesse em casa não a largaria um segundo se quer.

— Amanhã à noite. – Falei seca.

— Ótimo. – Ele sorriu.

— As crianças ficam em minha casa, e só nós dois iremos. – Levantei a sobrancelha. – Você disse qualquer pergunta, então é bom que nem Alicia e nem Arthur estejam lá. 

 - Certo. – Ele respondeu aceitando o desafio. – E você não levará nada. Nada de notebooks, secador de cabelo. Nada. – Respondeu. – Somente uma muda de roupa para passar a noite e outra para ir para casa. No mais terá uma noite vivendo o meu mundo.

— Não abro mão do celular. – Então desviei o olhar para Sophia que ainda dormia.

— Claro, nunca te deixaria sem comunicação. Poderá levar o telefone para poder saber como está Sophia, e ser chamada em qualquer emergência. Embora eu ache que agora não terá nenhum problema, ela só tende a melhorar.

— Assim espero. – Sorri esperançosa.

— Assim será. – Ele falou garantindo.

— Eu estou com fome. Quer descer e comer algo? Sophia não acordará pelas próximas horas mesmo, recém começaram a diminuir os sedativos.  

— Claro. Fico feliz de ver você se alimentando.

— Eu estou engordando. – Fiz careta.

— Você está linda.

Então nos dirigimos para fora do quarto de Sophia. Logo avistei uma enfermeira e disse para ela que estaria na lancheira ou no restaurante – não havia decidido ainda – e seguimos pelo corredor. Estávamos chegando perto do elevador quando ouvi um choro conhecido, levei meus olhos até o menino que não via fazia algum tempo.