Eu não estava me sentindo bem, Damon agora me olhava com mais frieza do que antes, e Nick estava me irritando, ele ficava me beijando e me abraçando, e eu sei muito bem que ele só queria mostrar ao Damon, como um cachorro marcando território.

— Eu quero ir embora – disse engolindo em seco.

— Mas já?

— Quanto tempo tem que durar essa sua marcação ridícula?

— Que? – ele me encarou franzindo a testa.

— Eu sei o que você está fazendo, e é ridículo.

Deixei ele lá sozinho, me despedi de Caroline, e Klaus.

— Gostei bastante do seu namoradinho – Klaus ria, mas sua voz era ironia pura.

— Ele não é assim sempre.

— Ele está sendo um babaca.

— Eu sei, acredite eu sei muito bem.

— Olha a cara do Damon – disse Caroline, me obriguei a encara-lo, eu não soube decifrar se ele está triste, magoado, ou com raiva, ou todos – você deveria falar com ele.

— Caroline, ele me evitou a noite toda, por quê eu iria?

— Tem razão – ela suspirou.

 Terminei de me despedir deles, e do restante dos convidados que eu nem conhecia, quando cheguei em Damon ele me encarava, sua expressão estava dura.

— Tchau Damon – sorri, ele fez um aceno com a cabeça e me deu as costas.

 Merecido.

 Voltei até Nick, dei tempo apenas para ele dizer tchau á Klaus e Caroline, e nós saímos, caminhei batendo os pés até o carro.

— Por que você está assim? – ele perguntou.

— Você ainda pergunta? – ri com ironia – todo mundo percebeu seu showzinho ridículo.

— Elena, eu – ele suspirou e abaixou o rosto – eu sei que ele ainda gosta de você, os olhos dele dizem isso, e eu precisava mostrar á ele, que agora você está comigo.

— Eu preciso ir embora.

 Entrei no carro, Nick colocou a cabeça pela janela e me deu um beijo, retribui com frieza, e sai com o carro, o deixando lá.

 Eu odiei o que ele fez, Damon não precisava ver isso, nós não estamos juntos, mas eu não quero que ele fique mal por minha causa, e eu sei que ele estava mal naquele momento, Nick não tinha o direito, ele parecia um cachorro marcando território, me tratando como propriedade.

 Cheguei em casa com dor de cabeça, Dani não estava lá, fiquei revendo as cenas em minha cabeça, os olhares do Damon para mim, a frieza em suas palavras, eu merecia tudo isso, fiquei pensando em lhe pedir desculpas, e então mandei uma mensagem.

                     Me desculpe por hoje, pelo Nick especificamente, espero que esteja bem. E

 Fiquei fitando o celular por cinco minutos, e então chegou uma mensagem dele.

                     Sem problemas (:

 Não parecia sem problemas lá.

 Tirei o vestido, vesti meu pijama e me sentei no sofá, passava das 22h, fiquei assistindo á um filme de ação que passava na televisão, cansada e um pouco chateada, resolvi ir dormir.

 Acordei com o sol batendo no meu rosto, Nick estava sentado na poltrona abaixo da janela, já tinha me acostumado com isso, o olhei.

— Bom dia – ele sorriu e se sentou ao meu lado nada cama – eu trouxe um presente para você – ele sorriu.

 Eu não queria um presente, especialmente agora, eu só queria que ele me pedisse desculpa pela cena ridícula de ontem a noite. Ele ficou me olhando apreensivo, suspirei e me sentei na cama, ele me entregou uma caixa grande e branca, que tinha um laço rosa escuro, abri a tampa e por baixo do papel de seda havia um vestido, o peguei ele era maravilhoso, num tom de nude misturado com rosa, sua gola vinha até pouco abaixo do pescoço, e na gola passando pelo lugar da clavícula era como uma corrente, com pedras brilhantes, fiquei encantada, e Nick percebeu.

— É para você usar hoje a noite, se ainda quiser ir comigo – deu um sorriso fraco.

— É claro que eu vou – forcei um sorriso – ele é lindo Nick, obrigada – o puxei para um abraço e ele me puxou para junto de seu corpo pela cintura.

 Após algumas horas saímos da cama, Nick pegando suas roupas pelo chão do quarto, vesti um short e uma camiseta e fui para sala.

— Vou fazer algo para almoçarmos – sorri.

 Descongelei um nhoque recheado de catupiry, e fiz um molho branco, que ficou muito bom. Nós almoçamos e conversamos, ele tagarelava em como a mãe estava feliz que iria me conhecer, e dei-lhe um sorriso.

                                                                                         *

 Tomei um banho relaxante e estava aliviada que Nick tinha ido para casa, ele voltaria para me buscar depois. Sequei o meu cabelo e fiz babyliss da metade para baixo, vesti o vestido maravilhoso que Nick me deu, passei uma maquiagem em tons pastéis, com um batom um pouco mais escuro, coloquei uma sandália nude de salto 15, ela era muito delicada, com uma tira fina acima dos dedos, uma acima do peito do pé e uma fechando no tornozelo, coloquei apenas um bracelete dourado com uma pedra rosa no meio, passei meu perfume e fui para sala, já era noite, e daqui a pouco Nick chegaria.

 Nick me ligou dizendo que já estava lá em baixo, peguei meu casaco e minha bolsa e desci. Entrei em seu carro, ele estava muito animado, com um sorriso de orelha a orelha, e me deu um beijo demorado.

— Você vai adorar minha mãe.

— Espero que sim – sorri.

 Algo estava me incomodando, talvez ainda não tenha superado o que ele fez na noite passada, talvez eu me incomode com o vestido, ele fez o que meu pai costumava fazer, me presentear ao invez de pedir desculpas.

 Assim que chegamos ele segurou minha mão e entramos pela porta, a casa era grande e elegante, muito bem mobiliada, e em tons claros, um senhor de idade sorriu para mim e perguntou se poderia pegar meu casaco, eu assenti e o tirei. Fomos até a sala de estar, tinha uma lareira grande no centro da sala, e haviam poucas pessoas ali, avistei Lexa e um alivio me invadiu. Uma mulher muito elegante, vestida com um vestido azul escuro e um colar ridiculamente grande de brilhantes caminhou até mim com um sorriso de orelha a orelha, ela tinha os olhos iguais aos do Nick.

— Você deve ser a Elena – ela me deu um abraço rápido e sorriu – ouvi coisas maravilhosas a seu respeito.

— É um prazer conhece-la Sra. Bower – sorri.

— O prazer é meu, venha conhecer meu marido – ela colocou a mão em minhas costas e me guiou até onde estavam algumas pessoas, quando nos aproximamos um homem elegante, de cabelos mesclados de castanho e branco caminhou em minha direção com um copo de whisky em mãos.

— Elena Gilbert – ele sorriu para mim – meu filho falou muito de você.

— Coisas boas espero.

— Muito boas – ele riu – como vai seu pai?

 O meu pai? Fiquei me perguntando de onde ele conhecia meu pai, embora meu pai seja conhecido no ramo da politica, não acredito que seja também no ramo médico.

— Acho que bem – sorri, vi sua cara de desentendido e forcei-me a explicar – nós não nos falamos.

— Entendo – ele deu um sorriso forçado.

 Ficamos alguns segundos nos olhando, até que Lexa me salvou, ela me puxou para um abraço, ignorando as pessoas ali.

— Você está linda Elena – ela sorriu, estava com um vestido longo preto e liso – um pouco barbie demais, mas linda – ela riu e eu também.

— Você também Lexa.

 E graças aos céus ela me tirou dali, junto com Nick, me mostraram a casa, ela tagarelava em como estava aliviada por eu ter vindo e que não teria que aguentar Nick sozinha, e eles discutiram em tom de brincadeira.

                                          DAMON

 Acordei com dores nas mãos, olhei e havia uma faixa branca com sangue em uma delas, e um flash de um Damon transtornado e bêbado jogando um copo na parede me veio á mente.

 Tomei um banho quente, querendo me livrar do pesadelo da noite passada, vesti uma calça jeans e uma camiseta e fui para a cozinha preparar um café. Bebi duas xicaras de café preto puro, me senti um pouco mais desperto, daqui a pouco Rachel chegaria com o resultado, e isso me deu um pouco de animo. Fiquei jogando uma bola para Lord por um bom tempo. Ouvi alguém bater na porta, abri e era Rachel, ela estava com um sorriso fraco e entrou.

— Você parece mal Damon.

— E estou – ri.

— Elena outra vez? – ela perguntou se sentando no sofá.

— Básicamente.

 Rachel estava ciente de tudo que tenho passado nesse tempo, ela me apoia, e se desculpa com uma frequência absurda, entrego á ela uma xicara de chá e ela me agradece com um sorriso.

— Pronto para ver o resultado? – ela pergunta tirando um papel de sua bolsa, tento parecer tranquilo, mas meu coração acelera.

— Vamos lá.

— Eu preciso te pedir uma coisa antes.

— Rachel eu já lhe disse, independente do resultado, não vou deixar faltar nada para o bebê.

— Não é isso Damon, só peço que você não me odeie, independente do resultado. – ela me olhou com um sorriso triste.

— Vamos ver logo esse resultado.

 Ela abriu o envelope e meus olhos correram para o resultado em negrito.