Entramos e tudo lá dentro era escuro e cheio de cores em neon, estava tocando musica eletrônica, e bastante cheio, caminhamos até o bar que era cercado por luzes em neon cor de rosa e roxo, pedimos ao barman quatro shots de tequila, ele sorriu e os colocou á nossa frente, junto com um pratinho com sal e quatro fatias de limão.

— Aos corações partidos á serem preenchidos com álcool – Dani gritou levantando seu copo acima da cabeça, fiz o mesmo, e nós viramos o liquido, que desceu queimando por minha garganta, chupei o limão e sacodi a cabeça, fizemos o mesmo com os outros shots.

— Vamos esquecer tudo, e nós vamos nos divertir – disse Dani me puxando para o aglomerado de pessoas.

  Outra musica começou, ouvi a voz de Rihanna com uma batida eletrônica que ficou muito boa, nós duas dançávamos em meio a multidão, eu imitava os passos de Dani. Nós bebemos mais shots de tequila e depois uma caipirinha cada uma, eu já estava alterada, e gostava da sensação, o meu peito estava leve e o coração acelerado. Nós dançávamos e bebíamos, alguns caras tentaram puxar assunto enquanto estávamos no bar, nós os ignorávamos, eu não queria ficar com ninguém. Pedi um copo de vodka com energético, Dani uma cerveja, e nós voltamos para a pista, dançando em meio a multidão. Meus sentidos já estavam confusos, quase cai de cara no chão quando tentei ir ao banheiro, por sorte um homem muito bonito me segurou pelo braço, assim que me estabilizou ele sorriu e gritou em meu ouvido.

— Cuidado moça – com um sorriso simpático e então me soltou.

 Procurei por Dani no meio de toda aquela gente, e após vários tapas, cotoveladas e encaradas feias, a achei dançando com um cara.

— Eu preciso ir embora – gritei em seu ouvido, ela fez beicinho e abriu a mão, gesticulando mais cinco minutos, afirmei com a cabeça e a deixei lá dançando, andei até o bar e pedi uma água.

— O que uma garota tão bonita faz sozinha no bar? – perguntou um cara ao se aproximar de mim.

— Como a maioria das garotas aqui, o meu coração foi estraçalhado, e estou apenas tentando recuperar seus pedaços com um pouco de álcool – dei um sorriso sarcástico e ele riu.

— Boa sorte então – e saiu andando de volta á multidão.

 Bebi minha água mas não ajudou em nada, meus lábios e mãos estavam dormentes, e eu me lembrava de algumas coisas e ria sozinha.

— Agora podemos ir – disse Dani aparecendo com o batom vermelho todo borrado e um sorriso orgulhoso.

 Ri dela, e nós saímos em direção á saída, havia bastante gente lá fora também, a maioria fumando, outros passando mal nos cantos, outros falando no telefone. Disquei o numero do taxista que nos trouxera, e ele disse que estaria aqui em meia hora.

 O relógio marcava 3:40am, eu não vi a hora passar, e fiquei feliz de ter sido convencida á vir me divertir um pouco, deixar tudo de lado por apenas uma noite. Ficamos sentadas no muro até ver o motorista parar. Fomos cambaleando até o carro, abri a porta e entrei no banco de trás, Dani fez o mesmo.

— Só por favor, não vomitem no meu carro, se precisar é só avisar que eu paro – disse ele simpático.

— Eu aviso sim.

— Meu nome é Johny, se precisar de um taxi outras vezes é só me ligar.

 Eu apenas assenti, não estava em condições de falar sem me enrolar. Vinte minutos para voltarmos, eu o paguei e nós descemos, o porteiro nos olhou com o mesmo olhar animado.

— Foi boa a noite moças?

— Sim – dissemos em tons animados.

— Que bom.

 Abrimos o apartamento e eu não sentia meus pés, braços, ou qualquer coisa, estava com muito frio, tirei os sapatos e os deixei em qualquer lugar, fui para meu quarto, tirei o vestido e coloquei um pijama quente, me joguei na cama e apaguei.

 Minha cabeça latejava muito, corri a mão pelo criado mudo e abri a gaveta, de la tirei um comprimido vermelho, o engoli, minha cabeça girava, e meu corpo doía, especialmente meus pés, me sentei na cama levando a mão ao rosto, fui até o banheiro e arregalei aos olhos ao ver a garota no espelho, parecia um panda, com dois círculos pretos em volta dos olhos. Tomei um banho, tirei a maquiagem e fui até a sala, Dani estava deitada no sofá com a mão na cabeça.

— Ressaca? – perguntei.

— Das bravas – eu ri, e ela fez um shhhhhh para mim.

Preparei um chá de camomila, e voltei com duas canecas para a sala, ofereci uma á Dani e ela se sentou.

— Parece que eu fui atropelada – ela bebia um gole do chá.

— Eu também, e minha garganta está doendo, nós passamos muito frio na noite passada.

— Eu não ia estragar meu look com um casaco, prefiro uma gripezinha – ela me lançou um sorriso falso.

— Não sei o que é pior – dei um longo gole no meu chá quentinho.

 Durante a tarde eu decidi que voltaria para a faculdade, liguei lá e perguntei se teria como eu voltar, estávamos no começo de outubro, e as aulas haviam começado em setembro, a moça que me atendeu disse que seria difícil recuperar o mês perdido, mas que eu poderia começar o quarto ano de medicina, e eu disse que passaria lá na segunda-feira para responder.

 Por mais incrível que pareça, eu me lembrava do conteúdo que havia aprendido na faculdade de medicina, não tudo, mas boa parte, após uma longa pesquisa na internet, entendi que as lembranças ficavam em um lugar do cérebro, e as coisas que aprendemos  em outro, fiquei feliz por ainda ter pelo menos o conhecimento dos três anos que eu já havia feito, odiaria ter que começar de novo.

 Eu estou pronta para voltar á faculdade, vai ser mais puxado, mas eu preciso conseguir, preciso me formar em alguma coisa, e também ocupar a minha cabeça, não posso deixar de lado a idéia de ter um diploma, e eu já havia desistido de um curso, não poderia simplesmente deixar para lá esse também.

 O restante do dia foi no sofá, em baixo das cobertas, assistindo filmes, comendo porcaria e bebendo muita água. Dani cozinhava muito melhor do que eu, e fez um jantar maravilhoso para nós duas, nós jantamos e conversamos sobre a noite passada, os caras, as cantadas ridículas, e sobre o lugar, que passou a estar na nossa lista de preferencias.

 Resolvi ir dormir por volta das 23h, me aconcheguei na cama e então senti o celular vibrar, o peguei no criado mudo, era uma mensagem de Damon.

                                                    Você não imagina a falta que me faz, queria tanto poder voltar no tempo ):

 Mas você não pode, pensei com o já conhecido aperto no peito, resolvi não responder nada, voltei a me aconchegar, e então peguei no sono.

 - Eu fiquei tão feliz que você me chamou para ser sua madrinha de casamento Lena – Caroline me abraçava forte.

— E quem mais seria? Você é minha melhor amiga Car, não poderia ser ninguém além de você – retribui seu abraço.

— Vocês são perfeitos juntos, acho que isso é o que me deixa mais feliz em ser sua madrinha. – Lancei-lhe um olhar de ‘’só isso mesmo?’’ – Ok, isso e poder te ajudar a organizar tudo, flores, convites, tudo – ela dava pulinhos de alegria – mal vejo a hora Lena.

— Vai passar voando, nós precisamos fazer com que tudo seja perfeito.

— Querida, sua madrinha é Caroline Forbes, perfeito é o mínimo á se esperar deste casamento. – nós duas rimos.

— O que seria de mim sem você? – perguntei, e ela me lançou um sorriso orgulhoso.

— Certo, agora vamos falar sobre aquele amigo do Damon, o Klaus – ela sorriu com malicia.

 Contei á ela  tudo o que sabia sobre o Klaus, o que não era muito, pois só o vira algumas vezes, mas Damon insistia que iria apresentar os dois, e eu estava o ajudando.