Immortal escrita por havilliard


Capítulo 16
Dez


Notas iniciais do capítulo

Kk eae mens



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Dia da Festa, New Orleans

Acordei elétrica na sexta-feira. Tinha muita coisa para fazer até às sete da noite, e não sabia por onde começar. Por sorte, minha mãe ficará em casa para me ajudar enquanto estou na escola.

Tomei um banho e me vesti rapidamente. Estava um pouco perturbada com o sonho que havia tido, mas não ia me distrair com ele naquele dia. Era meu aniversário. Nada me distrairia. Desci para tomar café e encontrei minha mãe andando de um lado para o outro na sala, falando ao telefone.

— Você tem certeza? Não quero estragar a festa dela. — ela falou, com a voz baixa, para alguém do outro lado da linha. Parei na escada e fiquei escutando. — Ela não precisa saber agora. — sua voz soava ansiosa. Preocupada. — Eu sei, eu sei. Mas… algo assim não é simples de contar. Ela pode nem acreditar em mim.

Resolvi que já havia ouvido o suficiente e fui até a cozinha, chamando sua atenção. Ela olhou brevemente para mim e murmurou um “ligo depois” para seu amigo misterioso. Seus olhos estavam vermelhos.

— Bom dia, querida. — ela forçou um sorriso, enquanto devolvia o telefone ao gancho.

— Bom dia. — respondi, abrindo a geladeira e tirando a garrafa de suco. Enchi um copo com o líquido e devolvi a garrafa na geladeira.

— Vai para a escola? Hoje?

— Bem… Eu tenho que ir. — dei de ombros. Mamãe parecia nervosa, como se não soubesse exatamente o que dizer. Apoiei-me no balcão e bebi um gole de suco, enquanto a observava. — Quem era no telefone?

— Ninguém importante. — ela fez um gesto de descaso. — Se vai para a escola é melhor se apressar.

Assenti, terminando o suco. Coloquei o copo na pia e peguei minhas chaves e minha mochila, indo até a porta.

— Alex! — mamãe me para. Olho em sua direção, esperando que ela me fale algo.

Ela apertava as mãos, sinal de que estava ansiosa, e sua expressão dizia que ela tinha muitas coisas a falar. Porém, tudo o que ela disse foi:

— Feliz aniversário, querida.

Penduro uma das alças da mochila em meus ombros e pego meu capacete sobre a mesinha ao lado da porta.

— Obrigada. — respondi com um sorriso fraco e saí.

 

 

— “Parabéns pra Alexinha, nesta data querida…” — Luce cantarolou assim que cheguei na escola. Revirei os olhos e pedi para que ela parasse antes que eu a afogasse na privada do banheiro feminino. Ela deu risada. — Ai meu Deus, Alex. Quanta violência no dia do seu aniversário.

— Você canta terrivelmente mal, Luce. Isso precisa parar. — brinquei.

— Só não te bato porque é seu aniversário.

Dei risada e caminhamos até meu armário. Quando chegamos, fui recebida por um abraço forte (e delicioso) de Harry.

— Feliz aniversário, Alex. — ele falou em meu ouvido. — Desejo a você tudo de bom e espero que algum dia possa me perdoar.

Me soltei do garoto imediatamente o encarei. Seus olhos esmeralda reluziam uma tristeza de cortar o coração, e eu queria entender o porquê.

Acho que minha expressão demonstrava exatamente o que eu estava pensando. “Do que está falando?”. Harry apenas sorriu de lado e acariciou meu rosto.

Ao longo do dia, fui parabenizada pelos professores e alunos com quem acabava encontrando. Na hora do treino de cross-country, as meninas da equipe e a treinadora cantaram Parabéns para mim, me deixando profundamente constrangida e envergonhada.

Somente uma pessoa não me parabenizou e nem compareceu às aulas, e eu esperava vê-lo na festa, à noite.

 

 

Estava em meu quarto com Luce, experimentando algumas roupas enquanto ela opinava.

Peguei um vestido de pregas azul, que estava em meio à pilha de roupas sobre minha cama e o coloquei sobre meu corpo, enquanto me observava no espelho.

— E esse? — perguntei, enquanto avaliava.

— Não sabia que tinha esse vestido. — Luce comentou, franzindo a testa. — Me empresta?

Rolei os olhos e joguei o vestido sobre a pilha, novamente. Me sentei na cama e cobri meu rosto com as mãos, frustrada.

— Meu Deus, eu não faço ideia do que vestir! — lamentei.

Senti Luce se aproximar e passar a mão em minhas costas.

— Use o que te fizer se sentir bem, Alex. É seu aniversário. Pode ficar nua, se quiser. — dei risada.

— Duvido que minha mãe permitiria isso. — falei, olhando para ela. Luce riu.

— Tem razão. Ela colocaria todos para fora, antes que pudessem te enxergar sem roupa.

Sorri fraco e me lembrei do episódio daquela manhã. De como ela está estranha ultimamente.

— Minha mãe está tão estranha. — falei, levantando. — Hoje de manhã, antes de eu sair para a escola, ouvi ela falando no telefone com alguém. Ela falava sobre me contar algo que eu poderia não acreditar.

— Deve ser algo bobo, Alex. Sabe como sua mãe é superprotetora.

— Talvez. — concordei, pensativa. — Mas acho que há algo mais. No dia em que Louis e eu fomos à biblioteca, ela falou umas coisas esquisitas. E uns dias antes, quando invadiram a casa, ela agiu de um jeito muito calmo, como se não se importasse….

Luce ia contestar, mas a porta se abriu e minha mãe entrou, parecendo hesitante.

— Alex, as pessoas estão chegando. Melhor você descer. — ela apontou para a porta. — Olá, Luce. — sorriu para a garota.

— Olá senhora Miller. — Luce a cumprimentou.

— Mãe, por favor, recebe o pessoal lá embaixo que eu já vou descer. — falei, entrando no guarda-roupas.

— Tudo bem. — minha mãe falou. — À propósito — olhei para ela com desdém. Ela se virou para a pilha de roupas sobre a cama e pegou o vestido azul de pregas. — Esse ficará ótimo. — e sorriu, saindo do quarto.

Olhei para Luce como se perguntasse “será que devo?”. A morena deu de ombros. Então, peguei o vestido e corri para o banheiro.

 

 

— Acha que ele realmente vem? — perguntei para Luce, mais uma vez. A menina revirou os olhos.

— Chega dessa pergunta, Alexandra. Claro que ele vem. — ela respondeu com irritação.

Mas eu não podia me acalmar. Todos a quem convidei havia chegado. Inclusive o tal Patrick. Porém, nada de Louis, ou de Harry ou de qualquer um dos meninos.

Quando eu estava para perder as esperanças, a campainha tocou. Atravessei o mar de pessoas que dançavam em minha sala de estar e abri a porta. Senti meu coração parar, depois voltar a bater muito rápido.

— Oi. — consegui falar.

Louis estava com as mãos nos bolsos da calça jeans e me encarava com os olhos azuis brilhantes.

— Olá. — ele respondeu, sorrindo de lado.

— Hã… entre. — abri mais a porta, dando espaço para ele. — E onde estão os outros? — perguntei, procurando pela rua. Não consegui ver ninguém.

— Harry está estacionando e os meninos estão com ele. — o rapaz explicou, olhando em volta. — Está bem animado aqui.

— Sim. — confirmei. A música estava alta o suficiente para termos que gritar para nos ouvirmos. — E então, por que não está esperando o Harry com os meninos?

Louis deu de ombros com um sorriso. Não consegui não sorrir também.

— Não pude ir para a escola, o que significa que não pude te ver. — falou, me olhando nos olhos. — Aliás, feliz aniversário.

— Obrigada.

Ficamos nos encarando em silêncio, o som da festa e das pessoas era um eco distante. Naquele momento eram apenas Louis e eu. Até que ele foi interrompido pela Luce, que chegou com Zayn e os outros meninos.

— Olha quem encontramos. — a menina falou com um sorriso malicioso. Rolei os olhos. — Viu Alex? Eu disse que ele viria. — ela piscou, me fazendo corar. Por sorte, estava escuro.

— Bem, fiquem à vontade. Por favor. — forcei um sorriso — Vou buscar uma bebida.

— Vou com você. — Louis falou e eu assenti, pegando sua mão e o puxando.

— Ei Alex. — Harry chama. Me viro para ele. — Onde fica o banheiro?

— Lá em cima. Segunda porta à esquerda. — respondi.

Harry agradeceu e sumiu no meio da multidão. Minutos depois, Louis e eu também sumimos.

 

 

O menino caminhava pelo corredor um pouco desnorteado. Desde que entrou na casa, sentia-se mal e não entendia porque.

Ele se encostou em uma parede e respirou fundo, tentando ficar estável. Foi quando ouviu o som de algo caindo no chão e espalhando outras coisas.

Ele procurou a fonte do som, mas paralisou ao encontrar os olhos azuis familiares.

— Sam. — a mulher murmurou, chocada. Não conseguia acreditar que ele estava ali, em sua frente.

O garoto se aproximou da moça, se abaixando para pegar as coisas que ela havia derrubado. Como se estivesse despertado de um transe, ela o imitou.

— Oi Margareth. — ele falou, enquanto colocava as coisas dentro da caixa.

Ambos se levantaram ao terminar, sem desviar o olhar um do outro.

— Sam — ela deu um passo na direção do menino. — Céus, é você!

— Sou eu. — ele esboçou um sorriso.

Nenhum deles parecia saber o que dizer. Apenas desfrutavam o prazer de se olharem.

— Você… — o rapaz começou, pigarreando. — Você está linda, Maggie.

A mulher riu, um pouco sem-graça.

— Não minta para mim, Sam. Sei que estou velha.

— Não, não. Maggie, você está maravilhosa. — ele sorriu e pegou a mão dela. — E eu senti tanto a sua falta. Tanto, tanto. — ele beijou os dedos dela.

Ela o encarava com os olhos lacrimejantes. Queria tanto abraçá-lo que chegava a doer.

— Eu ainda sinto, Sam. Sinto sua falta todos os dias, a todo momento.

— Eu estou aqui, Margareth. E não vou partir nunca mais. Pelo menos, não enquanto a vida dela estiver em perigo.

A mulher pareceu entender o recado do ex marido, pois ficou séria de repente.

— É tão sério assim? — perguntou. O rapaz assentiu. —  Cuide dela, Sam. Logo eu não estarei aqui, e preciso que alguém a proteja. — Margareth se aproximou mais de Sam e acariciou seu rosto, encarando os olhos verdes e brilhantes que tanto amava. — Cuide dela.

— O que quer dizer com “logo não estarei mais aqui”?

Antes que ela pudesse responder, alguém pigarreia atrás deles, os obrigando a se separar.

— Sinto muito por interromper, mas é importante. — o garoto que os interrompeu falou, tentando não rir. — Oi Margareth.

— Oi Tamiel. — ela suspirou. — Sam, por favor, mantenha contato.

O rapaz de olhos verdes brilhantes assentiu, acariciando o rosto da mulher. Ela apenas apertou a mão dele e seguiu pelo corredor até as escadas.

O menino que os interrompeu, a observou até não conseguir vê-la e se aproximou do amigo, que parecia destruído.

— Sei como se sente, acredite. Mas já imaginou se não fosse eu quem tivesse vindo? Se fosse a Alex? — ele colocou a mão no ombro do amigo e apertou. — Tome mais cuidado.

— O que é tão importante, afinal? — perguntou, enfim, finalmente emitindo alguma palavra.

— Vamos descer. Você vai entender.

Sam olhou confuso para o amigo, mas o acompanhou mesmo assim.

 

 

Estava na cozinha bebendo um copo d’água. Louis havia ido atrás de Harry e eu não fazia ideia de onde Luce estava.

De repente, sinto uma vontade intensa de vomitar e tudo em minha volta girou. Acabei derrubando o copo, que estilhaçou no chão, espalhando vidro e água pela pequena cozinha. Mas não me importei. Apenas me segurei no balcão, tentando me manter em pé e controlando a ânsia de vômito.

— Mãe… — chamei com o máximo de esforço que consegui fazer, mas o som alto em casa não permitiu que eu fosse ouvida.

Respirei fundo e tentei focar em alguém conhecido. Uma cabeleira loira e jaqueta preta de couro foi o que consegui encontrar.

— Patrick… — o chamei.

Ele pareceu ouvir, pois virou em minha direção e seu olhar preocupado foi apenas para mim. Então, correu até onde eu estava.

— Alex! Qual o problema? — o loiro perguntou, apoiando meu braço em seu pescoço e segurando minha cintura.

— Preciso… — Tapei minha boca, tentando conter a náusea. — Me leve ao banheiro. Lá em cima.

— Tudo bem. — ele assentiu. — Sinto muito pelo que vou fazer agora.

— O que… — antes que eu pudesse terminar, Patrick passou um braço por debaixo de minhas pernas e me segurou.

O menino correu por entre as pessoas e subiu as escadas, olhando de um lado para o outro, tentando decidir qual das portas é a correta.

— Pode me por no chão, Patrick. — falei, ainda que não estivesse muito certa disso.

Ele me olhou como se perguntasse “você tem certeza?” e eu assenti. Corri para o banheiro e vomitei dentro do vaso.

Depois de ter certeza que não havia mais nada para por pra fora, dei descarga e lavei minha boca. Comecei a me sentir melhor, como se não tivesse passado mal há poucos minutos. Foi quando eu ouvi diferentes vozes do lado de fora.

— O que você fez com ela?

Raiva controlada. Louis.

— Hey! Calma aí, Soldadinho Alado. Eu não fiz nada.

Deboche. Patrick.

E então, batidas na porta.

— Alex, querida. Sou eu. Está tudo bem?

Suspirei. Minha mãe.

Arrumei meu cabelo e alisei meu vestido. Respirei fundo e abri a porta. O suspiro aliviado de Louis — que segurava Patrick na parede à ponto de socá-lo — derreteu algo dentro de mim. Ele imediatamente soltou o garoto, que não parecia ter medo algum, e me abraçou.

— Alex. O que aconteceu? Você sumiu de repente.

Me soltei dele (contra a minha vontade) e, antes que eu pudesse responder, Harry apareceu em nosso pequeno grupinho, com a expressão desesperada.

— Encontraram? — o rapaz perguntou, sem parecer me notar. Quando aconteceu, foi como se um peso tivesse saído de suas costas. — Graças ao Todo-Poderoso, Alex. Que susto você nos deu.

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorri timidamente.

— Eu só me senti mal. Muito mal. — expliquei, um pouco constrangida com toda aquela preocupação. — Patrick me ajudou a subir.

Harry, Louis e minha mãe se entreolharam, como se decidissem se acreditariam naquela história ou não. Olhei de lado para Patrick, que estava de braços cruzados, parecendo satisfeito por eu tê-lo defendido.

— Bem — continuo, interrompendo o silêncio que acabou se instalando entre nós. — Temos um bolo para partir. — sorri e caminhei até as escadas, descendo os primeiros degraus.

Ao notar que ninguém vinha atrás de mim, rolei os olhos.

— Ah meu Deus, gente! Eu estou bem! Foi só um mal estar.

E então, a coisa de ouvir a voz da minha mãe à distância aconteceu novamente.

Está acontecendo.

— O quê está acontecendo? — perguntei, a encarando com confusão.

Ela me encarou com o olhar assustado, e depois olhou para Harry. Entendi menos ainda.

Passei o olhar rapidamente por Patrick, que continuava encostado na parede com os braços cruzados. Ele parecia profundamente interessado, mas ainda assim, um pouco incrédulo.

— Não contaram ainda, estou certo? — o menino falou, com um meio sorriso. Louis o fulminou com o olhar, o que apenas o fez aumentar o sorriso. — Já que eu não sou mais necessário aqui, vou voltar a me divertir. — Patrick desencostou da parede e caminhou tranquilamente até as escadas. Quando chegou ao meu lado, parou e se aproximou. — Você me assustou, gatinha. E a festa está ótima, aliás. — e então, desceu e sumiu na multidão.

Tentei não prestar muita atenção à aproximação inesperada de Patrick e me concentrar apenas no trio em minha frente.

— Do que ele estava falando? — perguntei, encarando os três individualmente.

Harry deu um passo em minha direção, abrindo e fechando a boca várias vezes, sem saber o que falar. Foi minha mãe quem respondeu, por fim.

— Aquele rapaz não estava falando de nada. Foi só… a bebida. Isso. A bebida acabou, e não te contamos.

Vamos deixar bem claro que eu não acreditei, nem por um minuto, em suas palavras. Se tem algo em que minha mãe era péssima, é em mentir. Mas como tinha uma festa rolando, e eu era a anfitriã, e ainda tínhamos um bolo para partir, resolvi deixar o assunto de lado. Mas isso não significava que eu esqueceria. Claro que não.

Então, em resposta à minha mãe, apenas revirei os olhos e pedi, mais uma vez, para que voltássemos à festa e partíssemos o bolo logo.

 

 

— Por que não foi hoje, aliás? — perguntei ao menino, que comia um pedaço de bolo.

Já era um pouco tarde, e algumas pessoas já haviam ido embora. A casa estava mais vazia e o som mais baixo.

Desde que partimos o bolo, eu não vi mais a Luce, mas não estava nem um pouco preocupada. Ela provavelmente estava com Zayn, pois ele também havia sumido. Assim como minha mãe. E Harry.

Isso, de certo modo, era bom. Louis e eu ainda não havíamos conversado de verdade. Aquela era uma ótima oportunidade.

— Tive que resolver algumas coisas.  — o rapaz respondeu, dando de ombros. — Aliás, já que tocou no assunto — Louis deixou o bolo de lado, cruzando os braços. — não sabia que o Patrick e você eram tão amigos, assim.

Pelo tom de voz que Louis usou, consegui identificar uma pequena porção de ciúmes. Isso me deixou estranhamente contente, então resolvi me aproveitar disso.

— É… ele é uma ótima companhia, na verdade. E bem gatinho. —  respondi, despreocupada.

Tentando parecer indiferente, Louis apenas deu de ombros e comeu outro pedaço de bolo. Quem o olhasse, acharia que ele era a representação da calma. Mas eu podia perceber sua mandíbula tensionada.

—  Só espero que tenha cuidado. Ele não me parece um cara com quem se tem uma amizade.

Disfarcei um sorriso bebendo um pouco de refrigerante. Desde que havia admitido para Luce que gostava de Louis, o sentimento parecia se fazer mais notável e eu tinha de me esforçar para não deixar transparecer.

— Já que estamos falando do Patrick, por que não me diz o que ele quis dizer com “ainda não contaram para ela”? — soltei, sem conseguir me controlar.

— Sua mãe já lhe deu uma resposta. — o garoto retrucou, sem me olhar.

Rolei os olhos, sem acreditar que ele confirmaria a desculpa esfarrapada que minha mãe dera.

— Você acha que eu acreditei no que ela disse? — questionei, cruzando os braços. Louis apenas bebeu o que restara de sua bebida e continuou encarando as pessoas que ainda sobraram. E isso me irritou profundamente.

Decidida a saber a verdade, segurei o rosto de Louis com as duas mãos e o virei para mim, fazendo-o olhar em meus olhos. Ele parecia surpreso por meu atrevimento, mas seus olhos azuis brilharam.

— Olhe para mim, Louis. Olhe bem para mim. Nos últimos dias, minha mãe tem agido de forma estranha. Ela parece estar escondendo coisas de mim, e eu não entendo… não sei… — soltei seu rosto e apoiei o meu em uma das minhas mãos. — Eu quero tanto confiar nela, mas…

— Alex…

— Eu mereço a verdade, Louis. Por mais dolorosa que seja, eu mereço. — concluí, o encarando.

Ele retribuía meu olhar com intensidade, parecendo decidir se falaria alguma coisa e, se o fizesse, o quê falaria. No fim, ele apenas respirou fundo e desviou o olhar.

— Estávamos falando sobre seu novo amigo… — Louis finalmente falou alguma coisa, mas infelizmente mudando o assunto. — Eu sei que já falei isso, mas vou reforçar o aviso: tenha cuidado com ele, Alexandra. Patrick pode parecer uma boa pessoa, mas as aparências podem enganar.

— É impossível conversar com você. — retruquei, emburrada.

— Você quer respostas, e as terá. — ele me encarou com seus olhos azuis-aço penetrantes. Senti a firmeza de sua promessa nos mesmos. — Mas não será hoje, muito menos agora. Então, por favor Alexandra, deixe-nos fazer o possível para te proteger e não faça perguntas.

O modo como ele falou fez apenas minha curiosidade aumentar, e meu desejo de saber mais disparou. Mas também, na mesma proporção, senti que deveria obedecê-lo mesmo que minha vida dependesse disso.

E esse último sentimento me assustou.


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Notas finais do capítulo

Postei só pq é madrugad e eu to sem nada pra fazer uff
Agora vou jogar lol
Percebam que algumas peças começaram a encaixar, nesse capítulo hmmmmmm



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