“Beckett observou o marido, correu até ele e pulou em suas costas.

— Uou, bom dia Kate! – Ele segurou suas pernas.

— Bom dia Rick. – Ela mordeu o pescoço dele e soltou-se.

— O que deu em você? – Ele a puxou pela cintura, deixando-a entre suas pernas enquanto ele estava sentado na bancada.

— Nada, não posso mais agarrar o meu marido?

— Pode ficar à vontade quanto a isso. – Ele abriu os braços como se oferecesse o corpo para ela. – Tudo bem, mas não é isso que está me incomodando de verdade.

— E o que é então? – Ela riu da careta que ele fazia.

— São quase nove horas e você sequer está sobre os seus saltos Nicholas Kirkwood de quinze centímetros. – Ele fez uma pequena pausa dramática. – Quem é você e o que fez com a minha esposa? Quem quer que seja pode voltar para o seu planeta de origem, eu prefiro a minha mulher, ela acaba com qualquer um só com aquele olhar dela, sabe?

Beckett cruzara um dos braços no peito enquanto o outro deixava que a mão apoiasse o queixo. Ela ainda levantou as sobrancelhas à espera da conclusão dele.

— Terminou?

— Acho que sim. – Ela abriu a boca, mas foi interrompida. – Aliás senhora Alien, você faz sexo quente? Porque, por Deus, Katherine Castle sabe como me dominar na cama.

— Castle! – Kate gritou, não de raiva, mas de vergonha. – Posso falar? – Ela estava vermelha.

— Pode. – Ele desistiu da pequena brincadeira. – Mas antes me responda: como você ainda fica com vergonha quando elogio sua performance quente e sensual? – Aquilo soou em um tom malicioso e Beckett riu.

— Por causa disso. – Ele não entendeu. – “Quente e sensual”, eu não me descreveria assim.

— Espera. – Ele pulou da bancada assustando-a. – Você não se acha sexy? – Ele parecia incrédulo. – Como?

Ela deu de ombros.

— Ah, minha querida esposa, você é maravilhosa em tudo e ultrapassa as definições de sexy.

Ela riu mais uma vez. Sabia que ele estava sendo sincero e deu graças a Deus por ele ter desviado do assunto inicial.

— Ok, agora que você já está atualizada sobre minhas definições de “Kate H. B. Castle”, por que ainda está em casa?

“Droga! Cedo demais para comemorar. ” – Ela pensou.

— Eu tirei folga. – Kate escondeu o rosto atrás do jornal, logo esticando a mão para pegar a xícara cheia com o seu café.

— Você não tira folga Capitã Beckett. – Castle puxou as folhas cinzentas das mãos dela. – O que houve?

— Tão óbvio assim? – Ela apoiou os cotovelos na bancada colocando a cabeça entre as mãos. Ele fez uma careta fofa enquanto balançava a cabeça em afirmação.  – Tudo bem, acho que não posso mais fugir disso.

— Kate... – Ela o interrompeu.

— Deixa que eu fale, sim? – Ele confirmou. – Tudo bem, lá vai! Eu não estava me sentindo bem há alguns dias, você deve ter percebido. - Ele segurou sua mão – Ontem, depois que saímos da maternidade, eu estava pensando na possibilidade de falar com você sobre tentarmos ter um bebê... – A voz dela foi diminuindo até não ser mais ouvida.

— Continue. – Ele a encorajou.

— Mas então eu pude conectar tudo. – Castle fez uma cara de quem não entendia – Meu ciclo menstrual está atrasado há duas semanas, eu venho me sentindo indisposta, com sono e sofro de enjoos diários e constantes. – Uma luz iluminou o rosto dele. – Hoje mais cedo eu fui até a farmácia e comprei um teste. – Ela tirou do bolso do robe o palito de plástico que indicava os dois tracinhos azuis.

— Você está grávida? – Ele puxou o objeto das mãos dela.

— Estou. – Kate ainda não sorria, esperava pela reação dele. – Rick, o que você acha disso?

Ele levantou o olhar do teste para olhá-la. Um olhar de admiração.

— Meu desejo se realizou. – Ele murmurou e quem não entendia a situação agora era ela.

— O que?

— No hospital eu pedi para que a gênia cuidasse da Jenny e do Nicholas, mas usei apenas um pedido para isso, o outro que restava eu pedi para que nossa família aumentasse. Não achei que seria tão rápido assim. – Ele riu nervosamente.

— Acho que funcionou bem, não? – Ela mordeu os lábios. – Isso quer dizer que você está feliz?

— Mais do que feliz. Agora eu posso gritar e dizer que meus sonhos e desejos se tornam reais. – Ele a agarrou pela cintura e rodou tirando-a do chão. A gargalhada dela podia ser ouvida por todo o prédio. Pondo-a no chão ele continuou – Tenho você e, agora, nosso filho.

— Não sei se posso ficar mais feliz que isso, Cas. – Ela o abraçou.

— Aguarde até o nascimento. – Ele segurou a nuca dela trazendo-a mais para perto de si.

Eles se beijaram para ter certeza de que aquilo não era um sonho. E não era. ”