O Retorno da Overwatch escrita por Anônimo


Capítulo 1
Reencontrando a vacilona


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é uma narrativa em prosa de um dos trailers cinemáticos de Overwatch (link: https://www.youtube.com/watch?v=amKzjdlonZU). Estou tentando fazer uma relação entre esse e mais trailers e com a minha história. Pretendo lançar capítulos até a data de lançamento do jogo, o que deve render uns 8 ou 9. Talvez eu continue após 24/05, talvez não. De qualquer forma, espero que goste. Deixe comentários, sugestões e críticas, se possível. Bom divertimento.



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Afinal de contas, era bom poder andar em meio à multidão sem ser percebida. Depois de tanto tempo, eu já não sabia como era essa sensa... Ah, esquece, aquela garotinha acabou de me ver.

Eu contornava as pessoas. Aparentemente, era o ômnico Tekhartha Mondatta que aparecia no palco improvisado, um robô monge superfamoso. O fato é que ele tinha um punhado de guardas em volta. Não parecia ostentar, seu manto era humilde, porém bem cuidado. Os fãs levantavam placas, com grandes palavras em vermelho, como “Paz”, “Nós somos um na Íris” ou “Te amamos”. Eu nunca havia ouvido ele discursar, mas diziam que suas palavras eram sábias, que pregava o amor e união de máquinas e humanos. Estava passando, fiquei curiosa. Sabem como é, tem como eu, Tracer, não ficar curiosa?

Enquanto mexia a cabeça, tentando observar o monge, ele começou:

— Humano, máquina, somos todos um na Íris.

A multidão aplaudia.

Alguém pode me dizer o que é essa Íris, por favor?

— Em minha frente, vejo o futuro. Humanos e ômnicos juntos...

É, esse cara parece falar bem.

O que eu não entendi é porque um dos guardas pareceu ficar tão sério com a mensagem que recebeu no “radiozinho de orelha” dele. E então ele olhou para cima, em direção aos prédios atrás das pessoas.

— ... unidos pela paixão,...

Eu olhei na mesma direção, mas não vi nada.

— ... por esperanças e por sonhos.

Acho melhor ir até lá.

Foi enquanto eu navegava pelas escuras ruas de Londres que eu pude perceber: um vulto que se movia com rapidez nos telhados dos prédios. Ele parecia estar mexendo com outros vultos, parados... Não, estava, acho que lutando com eles. Comecei a acelerar o passo. Ele estava no telhado do prédio à minha frente. Entrei no vizinho e comecei a subir as escadas, usando meus teleportes. Então, o misterioso prendeu um cabo em sua perna e desceu de ponta cabeça, como uma aranha. Mirou seu rifle na direção de Mondatta, com certeza estava ali para matá-lo.

E foi então que eu reconheci o estranho: era Widowmaker, a assassina. Não havia mudado em nada, continuava com a pele roxa, mesma roupa e arma e o rabo-de-cavalo gigante. Ela era rápida, precisaria ser mais ainda. Parei em certa janela, um pouco mais acima de Widowmaker, e pulei. Com o teleporte, cheguei perto o suficiente dela, e comecei a atirar.

Ela logo percebeu, e desceu com a corda. Enquanto eu quicava do prédio onde ela estava para a rua, ela deu uma cambalhota e tentava me acertar de cabeça para baixo (tá, eu também estava de cabeça para baixo, hehehe). Eu continuava a rajada, mas ela quebrou um dos vidros do prédio e entrou.

Pousei na janela do prédio vizinho, e gritei:

— Invadindo outra festa, queridinha? Há!

Recomecei a atirar, porém ela pulou para trás, e caia no vão entre as escadas de dentro do edifício. Teleportei para lá, mas ela já havia atirado seu gancho no teto e, enquanto subia, me deu um lindo chute na cara. Rolei para o lado, e ela já estava atirando de volta. Comecei a subir as escadas em velocidade máxima, conforme ela subia com o cabo. Ela não estava acertando um tiro, mas chegou na sacada antes de mim. Passei pela porta que dava ao ar livre depois dela, esperando encontrá-la bem na minha frente. Mas a mulher já havia mudado de telhado! E continuava atirando! É uma desgraçada...

Corri para uma cobertura, a chaminé. Eu não conseguiria controlar a situação por muito mais tempo, então comecei a me comunicar com um dos seguranças do robô:

— Mondatta em perigo, atirador no telhado! Repito: atirador no telhado!

— Esse é um canal seguro. — respondeu ele. — Ninguém está autorizado a...

— Mondatta em perigo! Tirem ele daqui!

— Identifique-se! Imediatamente.

Enquanto isso, Widowmaker continuava a metralhar a chaminé. Acho que o som despertou a atenção do guarda, ouvi ele dizendo “Todas as unidades do telhado, vasculhem! O Anjo está partido! Repito: o Anjo está partido!”, algo assim.

Então, Widow finalmente para de atirar. Já estava na hora. Quando me viro para contra-atacar, ela não está mais lá. Só tive tempo de vê-la a uns três telhados para frente, atirando e atacando os seguranças de lá.

Ela dá raiva, né?

Eu corria atrás dela, e ela pulava de chaminé em chaminé, derrubando todos os homens dos telhados, sem parar por um segundo. Em certo ponto, não restavam mais agentes, éramos só nós dois. Ela corria e eu ia atrás dela.

O meu erro foi não ver o pequeno equipamento que ela colocou atrás de uma pequena parede, ao passar. Na minha pressa, passei ao lado e ativei a armadilha. Uma nuvem de gás roxo impregnou o ar que eu respirava. Comecei a ficar tonta, perdi o equilíbrio enquanto tossia e caí, escorregando deitada. Nesse ponto, eu continuava tossindo, mas a tontura havia passado um pouco. A única coisa na qual pensava era a situação de Mondatta. Ele precisava estar seguro.

Então que sinto o cano do rifle de Widow bem perto de minha cabeça.

— Que garrota tola e inocente... — disse Widowmaker, em um sorriso.

Antes que ela pudesse perceber, eu ativava minha volta na linha temporal (Winston havia apelidado carinhosamente de Recordação). Em três segundos, eu estava de volta pulando para o local da armadilha, mas desviei com o teleporte para cima e me via livre para correr sem tossir.

— Como é que é?

Voltei a atirar e acertei o extintor ao lado de Widow. Ela, surpresa, estava perdida na névoa que eu havia causado. Pousei no telhado e, com um giro, joguei minha bomba eletromagnética nela. Infelizmente, no último instante, ela viu e conseguiu acertar a porcaria da bomba com um tiro. Toda a explosão veio em minha direção.

Por reflexo, eu consegui usar um teleporte e me afastar da bomba, se não houvesse teria morrido, mas a explosão ainda foi grande o suficiente para me jogar para fora do prédio.

Estava meio zonza enquanto caia do alto. O barulho causado provocava aquele ruído seco e agudo em meus ouvidos. Tudo parecia estar em câmera-lenta, enquanto eu procurava no céu por Widow. E lá estava ela, aquela safada, pulando do prédio em minha direção e mirando o rifle em meu peito. Vi seu dedo apertando o gatilho e a bala saindo da arma.

Pude sentir o projétil atravessando meu peito, bem no coração. Foi rápido e frio, passou direto. Vi Widowmaker pousando eu um telhado mais baixo. Eu tinha certeza de que estaria morta quando chegasse ao chão, mas depois percebi que também pisava neste telhado, de pé. Estava viva, afinal!

Tateei o acelerador cronológico em meu peito, e ele estava intacto! Podia sentir meu corpo inteiro, estava bem. Bom, não estava morta, pelo menos. Perplexa, olhei para Widowmaker e perguntei:

— Ah? O quê?

Foi aí que eu percebi: talvez por instinto, havia usado meu teleporte no segundo em que ela atirou, tornando-me intangível nesse período. A bala passou por mim, mas não me atingiu.

Ela sorriu, e, apoiando o rifle no ombro, disse:

— Parrece que a festa acabou.

Eu não entendi. Como assim? O que raios ela queria dizer com isso? Eu ainda estava viva, ela não havia me acertado! Eu ainda estava pronta para lutar, Mondatta estava seguro lá em baixo,...

Espere... Mondatta... Será que ele estava bem mesmo? Corri para a ponta do telhado, e pude ver, lá em baixo, deitado em seu carro, Mondatta.

Morto.

—Não... Não, não, não! Não! Não, não! Não!

Agora eu estava com raiva.

Avancei em Widow, me teleportando a cada segundo. Joguei-me em cima dela, e saímos rolando pelo chão. Ela até tentou atirar seu gancho em mim, mas errou. Sua arma havia caído mais para trás. Paramos na beira do prédio, com ela deitada e eu sentada em cima dela, segurando-a.

— Por quê? Por que você fez isso? — gritei, com uma mistura de ódio e tristeza em minha voz.

E ela riu.

Ela riu.

Eu fiquei meio assustada. Eu esperava qualquer coisa, menos uma risada.

E nem foi uma risada maléfica, foi tipo um riso de “acabei de ouvir uma piada bobinha.

Tá, foi mal. Voltando à história.

Pude sentir uma luz branca e forte vindo lentamente em nossa direção, do alto. Um vento começou a soprar. Olhei para trás: era uma nave grande, preta e vermelha, e planava logo atrás de nós.

Antes que pudesse decidir o que fazer, Widow me puxou para perto e disse:

Adieu chéri.

Meu deu um chute na barriga, e comecei a cair do prédio, mas continuava segurando ela. Enquanto despencávamos, e foi aí que percebi que ela estava segurando a corda do gancho, ela me empurrou na parede, em movimento de arco. Com os dois pés, pisou em meu acelerador cronológico, e o espremeu. Desprendi-me, e ela me deixou caindo, enquanto subia no cabo.

Eu despenquei em um telhadinho mais abaixo, rolando. Parei de lado, com o acelerador em meu peito piscando e soltando faíscas. Gemia de dor, e não tinha forças para levantar. Fiquei ali deitada. Pude sentir o vento da nave novamente, que provavelmente alçava voo. Quando consegui levantar meu tronco do chão, a luz da nave já ia diminuindo.

Widowmaker estava indo embora... E Mondatta estava morto... E eu estava totalmente derrotada...

Foi uma noite bem ruim, ok?


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido (pelo menos as notas finais)!