A Hat and A Cap escrita por AllBlueSeeker


Capítulo 9
Cinco estrelas - Chefe em Chamas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Cês tão bem?


Para a primeira parte da história, eu recomendo isso aqui: https://www.youtube.com/watch?v=j_L2v_DJSxg&list=RD4guKyppFbSU&index=2

Para a segunda:https://www.youtube.com/watch?v=1mXwFnYU27Q

e

https://www.youtube.com/watch?v=KHmlgNdkEXE



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[Dadan]-Tô esperando. -a velha baforou o cigarro

[Sabo]-Em primeiro lugar, faça café. Pegue a caneca dele.

[Dadan]-Ele tem caneca?

[Sabo]-Aquela branca que ele conseguiu lascar embaixo. 

[Dadan]-E o que mais?

[Sabo]-Leve um bolo quente com manteiga. Não diga nada, só "Eu trouxe café" e ele vai deixar você subir. É só esperar ele comer, daí qualquer coisa será respondida.

Dadan me encarou deveras impressionada, enquanto eu posava de psicólogo da família. Ela terminou de fumar o cigarro, apagou-o na areia do vaso de planta e se levantou batendo as mãos nas calças. Dei passagem pra ela e fiquei na janela, de pé no banco, observando ela fazer o que eu disse:

[Dadan]-O bolo precisa de alguma coisa especial?

[Sabo]-Baunilha. 

[Dadan]-Mas esse é o mais simples...

[Sabo]-E lidar com o Ace lá é complicado? 

Ela mais uma vez me encarou e coçou "um dos queixos". Começou a preparar a massa e prontamente a dispôs na fôrma. Furtei a bacia com os restos da mistura:

[Dadan]-Ou ou ou ou, que que é isso menino?

[Sabo]-Eu forneci uma informação. Esse é o meu pagamento. -sorri apontando a colher para ela - Ache bom eu não ser o Luffy e pedir mais carne.

A fôrma foi para o forno e o café foi selado na garrafa. Dadan aproveitou para acender mais um cigarro. Eu continuei rapando a bacia como se quisesse resgatar até a menor partícula da mistura. De repente, o Luffy apareceu na escada:

[Luffy]-Ãhn... Sabo!

[Sabo]-Hmm?

[Luffy]-O que é circuncindência?

Pensei um pouco e "abri meu dicionário mental Luffês-Português". Tentei encontrar uma palavra mais próxima em "existência" do que o que ele disse:

[Sabo]-Uma circunferência?

[Luffy]-É. O que que é?

[Sabo]-Um círculo, uma bola... Essas coisas.

[Luffy]-E o que é comfermento?

[Sabo]-Comprimento de uma circunferência é o tamanho dela. Como se você cortasse ela e quisesse medir o tamanho da linha.

[Luffy]-Mas uma bola vira uma linha? -ele coçou a testa com a borracha do lápis

Joguei a bacia na pia, enchi de água e lavei as mãos. Voltei para dentro da cozinha e fui até a escada:

[Sabo]-Vem, eu vou te explicar com desenhos.

[Luffy]-Êêêêêê! O Sabo desenha muito!

[Sabo]-Tsh... 

No quarto, com uma folha A3 e uma caneta, desenhei tudo o que queria dizer até o Luffy entender. Um processo que levou nada menos que uma hora para resolver um único desenho e passar para a questão da frente. Assim que ele conseguiu terminar o que a questão perguntava, ele largou o lápis:

[Luffy]-Ah, cansei.

[Sabo]-Mas ainda tem duas.

[Luffy]-Depois eu faço. -ele saltou da cadeira e pescou seu chapéu de palha

[Sabo]-Posso pedir pra Dadan colocar mais um bife na sua janta...

Ele rapidamente congelou o passo e inclinou a cabeça para a esquerda:

[Sabo]-Sim, você ouviu eu dizer dois bifes. Agora, que tal fazer esse exercício divertido? É só desenhar e escrever números.

[Luffy]-A Dadan vai falar não, eu já sei. -ele fez cara azeda

[Sabo]-Eu dou o meu bife. Fique tranquilo.

Ele deu meia volta, me encarando com a cara azeda. Sentou a cadeira e devolveu o chapéu para a cadeira. Observei ele resolver as questões de cara azeda e levantar mais uma vez:

[Luffy]-Me sinto enganado.

[Sabo]-Eu não mentiria pro meu irmãozinho. -sorri, tentando combater a cara azeda dele

Ele ajeitou o chapéu na cabeça e saiu pisando forte. Larguei a camisa do uniforme na cama e vesti a calça de dormir. Ouvi conversas na cozinha:

[Dadan]-...Por que quer tanto isso?

[Ace]-Eu já falei o que vou fazer. O resto é você descansar.

[Dadan]-Bom, eu posso ir no bingo... 

[Ace]-Te dou o meu salário pra você torrar, se esse for o preço. -ele cruzou os braços

[Dadan]-Garoto, você acha que eu sou uma coitada? Eu tenho minha poupança de apostas. Use seu dinheiro pra comprar o que vai precisar. 

Assisti à cena com a cara mais encabulada do mundo: A travessa do bolo estava vazia e a garrafa de café, virada de cabeça pra baixo sobre a pia. Assim que o Ace me viu, ele interrompeu a conversa com a Dadan e foi até mim com o punho estendido:

[Ace]-Bate aqui.

Bati o punho contra o dele:

[Sabo]-Saiu da depressão?

[Ace]-É ela que me ama, credo. -ele riu - Ah Dadan, dá meu bife pro Luffy. Eu vou tomar banho e dormir.

[Luffy]-EU VOU TER TRÊS BIFES????? É BOM DEMAIS PRA SER VERDADE!!!!! -ele balançava de um lado para o outro

[Sabo]-Nada disso, eu disse dois. Se o Ace passou o dele, significa que eu vou ter o meu no lugar que ele pertence.

[Luffy]-Tá... -ele fez beiço

[Sabo]-Dadan, você pode fazer ovos cozidos?

[Dadan]-Vai mesmo deixar o Luffy comer seu bife, Sabo?

[Sabo]-Promessa é promessa. -descruzei os braços e dei um tapinha na cabeça do moleque

Mais uma hora até a Dadan preparar o jantar. Sentei para comer, Luffy já estava sentado e o Ace ficou apoiado na escada:

[Dadan]-Não vai nem sentar?

[Ace]-Não. Vou esperar os dois idiotas acabarem.

[Luffy]-Shenta aí, Aiche! 

[Sabo]-É, seu emo, senta aí.

Ele se jogou na cadeira da ponta e pegou um pouco do suco:

[Ace]-Melhor?

[Sabo, Dadan e Luffy]-Sim.

Terminamos de jantar e deixamos o Luffy para lavar os pratos. Subi para tomar banho. Assim que voltei pro quarto, o Ace já estava roncando. No momento em que pus a cabeça no travesseiro:

[Ace]-Sabo.

[Sabo]-Eu mesmo.

[Ace]-Obrigado.

[Sabo]-Tsh... Nós somos irmãos. 

 

[Ace]-Mas ainda me sinto vendido à Dadan, maldito.

[Sabo]-Certo emo, você queria que eu dissesse a ela pra levar seu CD gótico e umas gilettes?

[Ace]-Tsh. -ele se virou para o outro lado

A porta foi empurrada com força. Chinelos arrastando e um bocejo:

[Luffy]-Uaaaaaaaaaaaaah nham nham... Meh... 

Ele largou seus chinelos na escada, subiu para a cama, pôs o chapéu na cabeceira e em poucos segundos começou a roncar. Ace o seguiu. Tendo isso como sinal, resolvi apagar a luz e ir dormir também.

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Quase dois meses depois do episódio ocorrido, era uma bela sexta-feira de dobra no colégio. Eu e Koala tínhamos acabado de almoçar e estávamos na arquibancada. De repente, uma jovem moça apareceu com um envelope nas mãos e uma mochila:

[Funcionária]-Eu procuro o Sabo.

[Sabo]-Se for sobre a bombinha no banheiro, eu não sei de nada.

[Koala]-Idiota! -ela me deu um tapa na testa - É esse aqui quem você procura. O que aconteceu?

[Funcionária]-Me mandaram entregar isso pra ele. É só isso.

Me levantei e peguei as coisas com ela. Logo voltei e me ajeitei nas pernas da Koala:

[Koala]-O que diz aí?

Era um envelope preto, com um ás de espadas em chamas e um lacre. Rompi o lacre e encontrei dos convitinhos vermelhos com nossos nomes. Abri o envelope todo para ler o que estava escrito:

"Caro Sabo idiota e Koala,

Vocês foram os vencedores de um concurso um jantar VIP no novo empreendimento que está chegando à cidade: O Restaurante de Espadas!

Seguem as entradas dos dois. Por favor, compareçam ao endereço indicado às 20h. Por favor, utilizem de trajes finos. A Koala eu tenho certeza que está preparada pra isso, mas você Sabo... Nessa mochila aí eu pedi pra Dadan separar sua roupa. De nada.

—Portgas D. Ace"

[Koala]-Nossa, um jantar?

[Sabo]-Essa não... -engoli em seco

[Koala]-Não seja pessimista, Sabo. Depois da aula, vamos nos arrumar lá em casa.

[Sabo]-Eu não sei se fico curioso e confio no Ace, ou se me cago de medo por ele possivelmente acabar com o meu namoro em uma noite.

[Koala]-Ele vai fazer isso? O Ace, sendo o Ace? Sério? -ela franziu a testa

O sinal soou. Subimos para o horário de prova. Assim que terminei, fique sentado na escada do portão esperando por ela. Quase uma hora depois, ela apareceu, com ar de derrotada:

[Sabo]-Que cara é essa, coelhinha?

[Koala]-Eu sou uma retardada.

[Sabo]-Você errou alguma questão?

[Koala]-Errei. E não toque nesse assunto.

[Sabo]-Foi a...?

[Koala]-É, Sabo. A que eu não poderia errar. Eu sou uma retardada...

Dei um selinho em seus lábios e a puxei pelo braço. Fomos caminhando até a casa dela, enquanto eu contava coisas engraçadas para melhorar seu humor. Depois de bastante tempo, chegamos. Ela abriu o portão e eu entrei:

[Sabo]-Nossa... Só essa sala é o triplo da nossa sala.

[Koala]-Aqui é só a sala de visitas. Ainda tem mais três aí pra dentro. Vem.

Segui a Koala por uma escada espiral enorme, e no meio dela havia um lustre de cristal sobre plantas ornamentais. Assim que chegamos ao segundo andar, ela parou e ficou descalça. Foi a primeira vez que vi o final das pernas dela e os pés mais brancos que boa parte da mobília:

[Koala]-Não pise no carpete calçado. Deixe o tênis ali. 

Atendi à ordem e subi para o carpete assustadoramente confortável. Logo, ela parou em frente a uma porta branca com adornos dourados e maçaneta de vidro:

[Koala]-Sinta-se honrado por ser o primeiro a pisar no meu território. 

Fiquei calado. Assim que ela abriu a porta, um cômodo do tamanho de 5 quartos de lá de casa apareceu, com papel de parede por ele todo, o mesmo carpete no chão, metade de uma das paredes revestida em madeira escura e uma portinha:

[Koala]-Ali é o lavabo. Ali, meu armário. E essa aí é a minha cama.

Sem pensar muito, me atirei sobre ela:

[Sabo]-Uooooou... Que colchão macio. Eu poderia dormir mais que o Ace bêbado ou o Luffy nas férias. -e o cheiro de Koala por cada milímetro quadrado era o melhor bônus de cama confortável que eu poderia querer

[Koala]-Você veio pra ficar deitado aí ou se arrumar?

[Sabo]-Se quiser deitar aqui também, será mais que bem-vinda! -sorri

Ela ficou vermelha:

[Koala]-Xispa daí, Sabo! Você tá todo sujo e o cobertor é branco.

[Sabo]-Você deve ficar camufladinha aqui. É tudo branco! Menos o guarda-roupa... -debochei

[Koala]-Anda logo, menino! Eu tenho que te mostrar o resto da casa.

Ela saiu e eu a segui. No final do corredor, havia uma porta entreaberta à direita e uma fechada à esquerda. Ela empurrou a porta entraberta e um estádio de futebol de paredes e chão verde escuro apareceu, tendo um espelho da extensão da parede:

[Sabo]-Uou, e essa piscina olímpica aqui?

[Koala]-É a banheira do tio Hack. Seja como for, NÃO USE. 

[Sabo]-Dá até pra pular de ponta nessa coisa.

Irritada, ela puxou a manga da minha camisa, apontando para um aquário enorme com um disco voador no meio dele:

[Koala]-Ali, imbecil. Você vai tomar banho ali. Entendeu? Aqui atrás tem toalhas e todo tipo de coisa necessária. E pelo amor de deus, bata na porta antes de entrar no meu quarto. Não quero ver você sem toalha.

[Sabo]-Sim senhora, capitã!

[Koala]-Bom banho, fofo. E não demora.

Fiquei com aquilo na cabeça. Quem diabos deseja "bom banho"? Em 15 anos de vida, eu nunca tinha ouvido aquilo. Decidi jogar minha roupa num canto e entrar no aquário. Liguei o disco voador e a água mais morna o possível acertou meu cabelo e costas. Eu poderia ficar ali, criando um livro, de tão boa que era a temperatura. Porém, depois de estar todo molhado, me liguei que não havia pego nenhuma toalha e nem nada que eu pudesse usar para tomar banho e para isso precisava atravessar o banheiro todo. Pulei num canto para tirar o excesso de água do corpo e fui rapidamente até o armário atrás da porta: Pesquei uma toalha, um shampoo e um sabonete novo. Voltei para o box e continuei meu banho. Assim que terminei, me sequei e saí:

[Sabo]-Merda... O chão tá todo molhado! Preciso secar isso antes que a Koala entre...

Avistei uma toalha vermelha atrás da porta. Sem pensar muito, pesquei-a e comecei a deslizar pelo banheiro com ela para secar a trilha de "pés d'água". Depois de secar, voltei-a para seu lugar de origem e abri a porta. A cortina de vapor fazia parecer uma câmara criogênica descongelando. Atravessei o corredor e dei dois toques na porta:

[Sabo]-Ding dong.

[Koala]-Você está de toalha?

[Sabo]-Sim.

[Koala]-Entra e vai pro lavabo.

[Sabo]-Pro o que?

[Koala]-O banheirinho, estúpido. Anda logo!

Entrei e passei por uma Koala de olhos tapados. Assim que cheguei ao lavabo, me escondi atrás da porta:

[Sabo]-Pronto.

[Koala]-Certo, eu vou tomar banho agora. Espere eu sair pra vir pro quarto. E quando eu bater na porta, você deve ir pra fora.

[Sabo]-Tá bem, você é quem manda.

Observei-a sair com os olhos tapados. Ela andou na diagonal até a porta e, pouco antes de sair, bateu a cabeça na prateleira na parede ao lado. Um "ai!" claramente foi suprimido. Assim que ela saiu, fui revirar a mochila para ver o que me fora mandado: uma camisa branca passada, gravata listrada, calça e sapatos sociais, suspensórios, meu relógio de bolso e os itens pessoais, como meias, cueca, desodorante e perfume:

[Sabo]-Excelente!

Vesti a parte inferior do traje todinha e fui para o banheiro arrumar o cabelo. Assim que terminei, lasquei o desodorante e o perfume no corpo e capturei minha camisa. Abotoei-a, ajeitei dentro da calça, pus os suspensórios, dei o nó na gravata e por fim fechei o colete. Peguei minha cartola e limpei suas pontas, logo devolvendo-a para seu lugar de direito. Coloquei o relógio de bolso em seu lugar. Tudo isso em tempo hábil, pois 40 segundos depois dois toques na porta:

[Koala]-Sabo?

[Sabo]-Entre de olhos fechados.

[Koala]-Por que diabos eu faria isso?

[Sabo]-É uma ordem, resmungona.

Pude pressentir que ela revirou os olhos naquele momento. Logo ela apareceu, envolta num roupão branco e de olhos fechados:

[Koala]-Pronto.

[Sabo]-Abra-os.

Rapidamente pus dois dedos na aba da cartola e a outra mão pus no bolso. A expressão no rosto dela era de encantamento infinito:

[Koala]-Meu deus, levaram meu namorado...

[Sabo]-O que quer dizer com isso?

[Koala]-E tiveram a coragem de me deixar esse modelo abandonado aqui, fazendo pose... Você está lindo, Sabo. Tô sem o que dizer...

[Sabo]-Será que isso é suficiente para ficar ao seu gosto?

[Koala]-É muito superior ao meu simples gostinho, fofo! Quer compensar escolhendo meu vestido?

[Sabo]-Me surpreenda! -sorri

Saí do quarto, fui ao banheiro, joguei minhas roupas na mochila e sentei na escada para esperar. Num intervalo de uma hora, Koala saiu oito vezes do quarto em direção ao banheiro. Ela devia estar descalça para não fazer tanto barulho de passos, mas os "nhés" das portas denunciavam o entra e sai. Uns 15 minutos depois da 8a volta, eu fui chamado:

[Koala]-Sabo.

[Sabo]-Ele aqui.

Me levantei e voltei para o quarto. Ela estava linda num vestido rosa liso, colar e pulseiras de prata, cabelo preso atrás e franja solta, maquiagem leve e segurando os sapatos nos dedos:

[Koala]-Será que eu estou digna de ir no nosso evento?

[Sabo]-Não sou capaz de opinar, nem de pensar, nem de sequer viver... É demais pro meu coração... -caí de joelhos na frente dela - Se existe mesmo uma divindade por aí, eu não sei o seu nome. Só preciso agradecer pelo melhor dia da minha vida! -estendi os braços para o alto

[Koala]-Vamos, senão iremos nos atrasar.

Peguei-a pela mão e fomos até a escada calçar nossos sapatos. Peguei meu tênis e enfiei na mochila. Descemos e logo fomos pra rua. O ônibus chegou no momento exato. Chegamos no portão de casa faltando 3 minutos para o horário certo. Na entrada, havia uma placa enorme escrito "Restaurante de Espadas" com a mesma logo do envelope. Havia um tapete até a entrada estendido e, ao longo dele, vários bastões com velas nas pontas. Dei a mão para ela e saquei os cartões do bolso. Na porta, havia um moleque bem vestido (se não fosse pelos chinelos, a bermuda e o chapéu de palha nas costas) segurando uma bandeja e um pano no braço:

[Luffy]-Boa noite, sejam bem-vindos!

Entreguei os cartões para ele:

[Luffy]-Hmm, pois não. Por aqui, a mesa de vocês estava esperando.

O interior da cozinha estava todo decorado com velas, abajures com luzes amarelas fracas e panos vermelhos. No lugar da mesa de jantar havia uma mesa retangular para duas pessoas. Luffy puxou a cadeira para a Koala:

[Koala]-Obrigada, fofinho. Você está tão arrumadinho.

[Luffy]-Obrigado. Eu treinei muito. -ele ajeitou a gravata borboleta - Aqui estão os cardápios.

Havia apenas uma opção para cada momento da noite. Koala tomou a frente:

[Koala]-Luffy, querido, pode nos trazer a entrada por favor?

[Luffy]-É pra já.

Antes de passar por tapumes cortinados que dividiam a cozinha em duas: á área do fogão e o local onde estávamos, ele ligou o rádio, que começou a tocar uma música suave:

[Koala]-Nossa, eu não sei o que dizer... -ela me olhava profundamente

[Sabo]-Eu juro pelos cigarros da Dadan que eu estou tão surpreso quanto você. E realmente, parece que o Ace se superou...

[Koala]-A decoração é linda! Parece mesmo um restaurante rico.

Logo o Luffy voltou com a bandeja contendo uma cestinha de pão e patê. As caras que ele fazia, tanto para exprimir seriedade quanto para manter o equilíbrio eram divertidas:

[Luffy]-Aqui está. -ele nos serviu - Um momento. 

Luffy foi ao armário, pegou duas taças e trouxe uma garrafa com rolha:

[Sabo]-Vinho?

[Luffy]-Sim, caro cliente. Por favor, sirva-se.

[Sabo]-V-vocês querem embebedar a Koala? Meu deus do céu...

[Koala]-Calma, é suco de uva.

[Luffy]-Pre...Precisamente, cara cliente. Quando precisarem, basta me chamar.

Ele voltou para as cortinas vermelhas. Brindei o "vinho" com a Koala e aproveitamos o aperitivo. Era satisfatório ver a felicidade nos olhos dela. Quando terminamos de comer, foi a minha vez:

[Sabo]-Ô Luffy!

Logo ele apareceu, com a cara de sério, recolhendo o que estava sobre a mesa:

[Sabo]-Pode nos trazer o prato principal, por favor.

[Luffy]-Certo. E a entrada?

[Koala]-Encantadora! -ela sorriu juntando as mãos

Luffy voltou para o lado de lá da divisória. Contamos 40 minutos e o cheiro começou a ficar mais forte. Porém, ao invés do Luffy, era o próprio Ace que vinha equilibrando dois pratos nas mãos e uma compota na cabeça. Ele vestia um dólmã personalizado com a logo e os dizeres: "Chef em Chamas - Portgas D. Ace". Logo ele nos serviu:

[Ace]-Ao prato principal, é de praxe serem aferidos os cumprimentos do chef. E para hoje, tenho orgulho de apresentar meu ensopado de carne com batatas e a porção de arroz branco para acompanhar.

[Koala]-Nossa Ace, está tudo tão lindo! 

[Sabo]-O que eu te falo, cara?

[Ace]-Não fale, coma. E por favor aguardem a sobremesa.

[Koala]-Chocolate? -os olhos dela brilharam

[Ace]-Não posso dar spoilers, cara cliente. Com sua licença.

Ele se retirou. A expressão da Koala era como a de uma criança jantando em um restaurante que sempre quis. Servi o "vinho", brindamos mais uma vez e começamos a comer. De fato, a comida estava sensacionalmente bem preparada. O Ace havia feito um excelente trabalho. Quando terminamos, limpamos nossas bocas com os lenços deixados sobre a mesa e ela ergueu a mão:

[Koala]-Luffy, por favor.

Lá vinha ele mais uma vez, como um pinguim, recolhendo o que estava sobre a mesa:

[Luffy]-O prato principal estava do gosto de vocês?

[Sabo]-Totalmente. Pode trazer a sobremesa.

[Luffy]-Com toda a certeza.

Ele voltou para a cozinha e nos trouxe petit gateau. Os olhos da Koala reluziam como ouro:

[Luffy]-Por favor, me chamem.

Apreciamos a sobremesa. Assim que terminamos, Koala pegou minhas mãos:

[Koala]-Sabo...

[Sabo]-Eu.

[Koala]-Essa é a melhor noite da minha vida, e a mais divertida também. 

[Sabo]-Todos os dias são os melhores se neles eu puder olhar pra sua cara de bebê impressionado. Fico feliz que tenha gostado.

[Luffy]-Já posso trazer a conta? -ele apareceu subitamente

[Koala]-Por favor. -ela sorriu

Minutos depois, vieram ele e o Ace. Olhei incrédulo para ele como "Você vai ter a cara de pau de cobrar?". Ele entregou um envelope para a Koala:

[Ace]-A conta.

Ela, envergonhada, o abriu e sacou uma folha de lá de dentro. Nisso, o Luffy me deu um cartão de papelão:

[Luffy]-O Sabo paga! —ele sussurrou

Assim que ela terminou de ler, ele se virou para mim com um recibo:

[Ace]-A conta.

Estendi o cartão que o Luffy me deu:

[Sabo]-Eu pago.

Fingindo a calculadora de máquina de cartões, ele passou e me deu para digitar a senha. Logo inventei uma sequência e devolvi a ele. A Koala se levantou e eu fiz o mesmo. Fomos todos lá pra fora:

[Koala]-O que eu falo pra vocês?

[Ace]-Chame isso de "ASL: Operação Noite de Gala". 

[Sabo]-Que belo nome.

[Luffy]-Eu que criei! -ele sorriu, vangloriando

[Koala]-Obrigada por ser o melhor garçom sério do mundo, Luffy. Você está muito fofo. Ace, eu nem sei o que dizer sobre os pratos... Você se esforçou muito e teve sucesso.

[Ace]-Você merece. É uma recompensa por aguentar esse mala aqui.

[Koala]-E amor... -ela simplesmente me beijou

[Ace]-Ao que me lembra...

Ele ficou segundos olhando para o relógio no braço esquerdo e com o dedo indicador direito levantado. Faróis iluminaram o portão, e o camburão da Marinha apareceu:

[Ace]-Seu táxi chegou, Koala.

[Sabo]-Sério que você pediu pro Garp?

[Luffy]-Eu que pedi!

[Dadan]-Parece que a noite foi boa, hein... E que casa bem arrumada. Estou orgulhosa!

[Garp]-Olá, pirralhos. E olá, jovem senhorita. Eu sou o Vice-Almirante Garp, ao seu serviço. Fiquei incumbido de levá-la para casa. Dar-me-á essa honra?

[Koala]-Nossa, que educado. Obrigada!

[Garp]-Ace, você fez um excelente trabalho. Luffy, você está ótimo. E loirinho... Meus parabéns.

Nós três sorrimos. Nos despedimos da Koala e do Garp e, cerca de 10 minutos depois que o camburão partiu:

[Ace]-De nada, seu porra. A semana de louça é sua.

[Sabo]-Eu sabia que era bom demais pra ser verdade.... -encarei

[Dadan]-Eu cubro. O Sabo mereceu curtir o momento dele, e não vai pagar.

[Luffy]-Eu também quero!

[Dadan]-Arrume uma namorada primeiro.

[Sabo]-De qualquer forma, obrigado por tudo galera. Ace, essa decoração...

[Ace]-Coisa do Oyaji. Agradeça a ele.

[Sabo]-Agradeça a ele amanhã por mim, porque eu tô quebradão. -espreguicei

[Dadan]-Vamos arrumar tudo aqui. Vá descansar, garoto.

Subi as escadas e, do jeito que estava, caí na cama e apaguei.


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Notas finais do capítulo

E aí? :)

Eu particularmente adorei desenvolver esse capítulo.