Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 24
Despedida




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691520/chapter/24

 

ROSE

 

 

Assim que saí do quarto com Lily e Alvo, dei de cara com meus outros primos, meu irmão e as gêmeas.

Todos me encararam com uma mistura impossível de alívio e ansiedade.

Chloe se adiantou, me abraçando.

— Ah, Rose – suspirou – ficamos tão preocupados. Vocês estão bem?

Assenti, embora sentisse um nó enorme na garganta.

No meio tempo em que saíra para chamá-los, fora notificada de que fariam a reversão assim que Scorpius recebesse alta. Também descobrira, por meio de mamãe – que quase não conseguia falar devido às lágrimas – que o pai de Henry já havia sido mandado de volta para Azkaban. O nosso colega ficaria internado por um tempo no hospital, e começaria seus serviços comunitários logo que deixasse o hospital.

O medibruxo dizer que Scorpius já estava apto para deixar St. Mungus, após uma última checagem, me deixou com um aperto enorme no coração.
Claro que estava feliz por saber que meu pequeno anjinho estava finalmente bem. Mas sabia o que significaria levá-lo dali.
Significaria que nunca mais veria o Scorpius criança outra vez.

Era como se eu estivesse prestes a perder um irmãozinho para sempre. E aquilo doía demais.

Mas eu sabia que era o certo a fazer.

Em tão pouco tempo, o pequeno Scorpius me ensinara a amá-lo de maneiras e intensidades que eu jamais achara que era capaz. Tinha que pensar nisso. Tinha que me consolar com o fato de que aquelas lembranças – as boas lembranças – ficariam comigo.

Não queria deixar meu anjinho partir. Porém, ao mesmo tempo, precisava do meu verdadeiro Scorpius de volta.

— Vocês nos deram um susto – Fred comentou – tive que vir correndo de Hogsmeade pra cá.

Todo mundo franziu o cenho, encarando Fred. Momentaneamente distraída, me perguntei se perdera alguma coisa.

— Hogsmeade? - Clary piscou – hoje não foi dia de visita!

Fred ficou ligeiramente corado.

— Hum. Peguei a Capa emprestada do Alvo.

— Você o que?? - Alvo guinchou, balançando a cabeça, deixando claro que não emprestara coisa nenhuma – quer dizer, não importa agora… estava fazendo o que lá?

Fred pareceu ficar amuado.

— Foi comprar… - engoliu sem eco, retirando algo das vestes, e, para nossa surpresa, estendendo-o para Clary – isso. Pra você.

Era uma caixinha de veludo roxo, que Clary abriu suavemente, atônita. Todos inclinaram-se para ver o belo anel prateado, incrustado de safiras, que ela retirou da caixa, erguendo-o a luz do corredor.

— Você… - balbuciou Clary, ofegante – saiu sem permissão… e comprou isso... pra mim?

Achei que Fred ia desmaiar ali mesmo. Tentei me animar com o fato de que não havia lugar melhor para ele ter um ataque de catatonia.

— S-sim – ele guinchou – Clary, Eu sei que não confia em mim, depois de tudo que eu já fiz de besteira nessa vida – ele falou muito rápido, como se fosse sufocar se falasse calmamente – mas eu gosto de você. De verdade, Clary. Eu… - aquilo eram lágrimas ameaçando saltar? - eu te amo – se aproximou da garota boquiaberta, pegando o anel e segurando sua mão – quer ser minha namorada?

Mordi o lábio, vendo os dois se encarando e o restante de nós trocando olhares chocados.

Anda, Clary. Diz que sim. Diz que sim!

Clary o fitava, estarrecida.

— Seu… seu… - bateu o pé, falando alto – seu cabeça dura!

Fred capengou um pouco, baixando o olhar.

— Ahh… - ele suspirou – eu… eu… entendo… Clary… hã…?

Acho que até Chloe se assustou quando Clary se jogou em Fred, guinchando e o abraçando, fazendo ambos caírem no chão.

— Sim, sim, sim, sim… um milhão de vezes sim…!

Fred sorriu, maravilhado, erguendo-se e levantando Clary com ele, puxando-a para um beijo na boca particularmente animado.

— Ahhhhh…. - Lily arrulhou – que fofo…

— Eca – Alvo fungou.

Ri, satisfeita, enquanto os dois se soltavam, ofegantes e corados. Fred deu uma risadinha nervosa, puxando a mão de Clary e colocando o anel prateado em seu dedo, beijando-o em seguida.

— Meu Deus – Chloe disse, esfregando os olhos – e como assistir eu beijando esse cara. Que perturbador.

Todo mundo riu. Clary sorriu, abraçando-se no ombro de Fred – que não parecia menos contente.

— O que uma escapada pra Hogsmeade não faz, não é? - brincou Hugo, me acotovelando de leve.

Concordei com a cabeça, sorrindo.

No entanto, neste momento, vi Oliviene ressurgir ao nosso lado.

— Oliviene? - falei, quando todo mundo se voltou para ela.

Ela respirou fundo. Falou calmamente, como se medisse as palavras.

— Acabei de conversar om o medibruxo responsável por Scorpius – ela não parecia mais tão confortável em me dar a notícia, vendo meu conflito interno – os Malfoys estão lá embaixo, assinando a papelada de alta. Já podemos… levá-lo para o Ministério.

Senti uma fisgada no estômago.

— Ah… - arquejei – eu… entendo – baixei o olhar – eu… acho que vou… acordá-lo.

Para meu espanto, Oliviene afagou meu ombro.

— Pode tomar o tempo que quiser lá, Rose. Estaremos prontos para vocês – ela deu um meio sorriso – como melhor amiga da sua mãe, sei que é um momento difícil. Vocês podem se despedir pelo tempo que desejarem.

Apenas meneei a cabeça afirmativamente, sem saber o que dizer.

O medibruxo surgiu entre nós, já aparentando ciência da minha conversa com Oliviene. Abriu a porta da enfermaria, inclinando a cabeça.

— Está pronta, Srta. Weasley?

— Sim – falei, embora eu mesma não acreditasse nisso – tudo bem.
Entrei com ele novamente no quarto, deixando para trás vários rostos ansiosos e tensos.

 

—-------------O-------------

 

Fiquei o tempo todo admirando-o em meu colo.

O rostinho gorducho e angelical. Os cabelos louros, quase brancos, adoravelmente escorridos. Em nada lembrava meu namorado galã, impetuoso e apaixonante.

E, ao mesmo tempo, lembrava até demais. A dedicação. O altruísmo. A fidelidade. A determinação. Tudo em escala tipicamente infantil.

Afaguei o curativo em seu bracinho, aninhando seu corpinho mais confortavelmente em meus braços.

O corpo no que agora meu sangue também circulava.

Era estranho de pensar nisso. Agora, literalmente, eu estava ligada a ele do modo mais profundo possível.

Scorpius ainda dormia quando, por fim, chegamos à sala de reversão. Eu não tivera coragem de acordá-lo, e os medicamentos que tomara, de qualquer forma, não teriam deixado que despertasse durante a viagem.

Ele só reabriu os olhinhos quando já estava na maca, enquanto eu, Draco e os demais bruxos responsáveis pela reversão já estávamos ao seu redor.

— Q-que… - ele falou baixo – p-papai? Rose…? - pareceu assustado – onde estamos?

— Ei, ei – acariciei sua cabecinha – se acalme, meu anjo. Está tudo bem.

— Onde estamos? - ele choramingou – papai?

Draco parecia segurar a aflição dentro de si. Se aproximou, segurando a mãozinha de Scorpius.

— Está tudo bem, filho. È… - ele suspirou nervosamente – só mais um exame. Para você ficar melhor.

— Ah, tá – ele piscou, desmanchando a carinha assustada, vendo os medibruxos da reversão ajeitando um pequeno aparelho nebulizador em seu rosto.

Achara melhor não termos uma despedida antes de entrarmos ali.

Mas agora, vendo-o tão despreocupado, confiando cegamente em mim…

Me joguei na maca, abraçando-o.

— Rosie! - ele exclamou, um pouco rouco, devido à máscara que já emitia uma névoa da Poção do Sono.

— Eu te amo, Py – solucei – sempre vou amar você, querido.

Scorpius pareceu surpreso, embora sua expressão de choque se distorcesse pelo olhar subitamente sonolento.

— Eu… eu te amo também, Rosie – ele retribuiu meu abraço fracamente, como se seu corpinho estivesse amolecendo.

Soltei-o, segurando o choro. Encarei Draco, que me fitou de volta, curiosamente contemplativo. Me recusei a soltar a mãozinha de Scorpius, enquanto o via começar a adormecer outra vez.

Beijei sua cabecinha, alienada da movimentação dos agentes da reversão ao meu redor. Para mim, só havia eu e meu garotinho no mundo.

— R-Rosie…? - ele balbuciou baixo, já fechando os olhinhos.

— Sim, querido?

Ele me olhou um último momento, apertando minha mão firmemente.

— N-não vá embora… por favor.

A mãozinha se afrouxou. Suas pálpebras se fecharam.

E aquela foi a última vez que o pequeno Scorpius me viu.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.