Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 13
Pulsação




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691520/chapter/13

 

ROSE

 

 

— Não se preocupe, Rosie. - dizia Lily, abraçada comigo. - Tenho certeza que é só um resfriado qualquer.

— Um simples resfriado, com aquela dor toda!? - funguei, exasperada. - posso não saber lidar com crianças, mas sei que um resfriado idiota não dá tudo isso! - balancei a cabeça negativamente, enquanto Lily suspirava ao meu lado.

Estávamos sentadas do lado de fora da enfermaria, e meu coração parecia querer sair pela boca, abrir a porta e checar Scorpius.

Será que era algum tipo de infecção?

Pneumonia?

Ou pior, algum tipo de feitiço… ou até maldição… do autor daquelas ameaças horrendas..?

Nãonãonão.

Precisava parar de pensar nisso; Caso contrário, ia enlouquecer.

Fechei os olhos com força, e ouvi a voz de Alvo.

— Desculpem a demora… encontrei Chloe no Salão Principal agorinha…. e ela me contou tudo… - ele se sentou do meu outro lado. - e Scorpius?

— Madame Pomfrey está lá dentro com ele…. tem quase uma hora… - fiquei feliz em Lily responder por mim. Acho que não conseguiria dizer mais nada sem abrir o berreiro.

E então, percebendo a expressão preocupada de Alvo, lembrei de uma coisa que havia passado despercebida por mim.

A versão mais velha de Scorpius e meu primo são melhores amigos desde o primeiro ano de Hogwarts. Alvo deveria estar tão preocupado quanto eu com esses últimos acontecimentos.

Em meio a todo aquele caos, fiquei mais confortável em saber que podia contar com alguém que me entendesse, e um pouco culpada em cogitar que o meu sofrimento era o único.

Nós três pulamos do banco em uníssono, quando as portas se abriram e Madame Pomfrey fez sinal para que entrássemos.

Meus passos me guiaram para dentro com uma rapidez absurda, e assim que avistei meu pequeno Scorpius, dormindo serenamente em uma das camas, me sentei na cadeira ao lado e peguei sua mãozinha.

— Ele ainda está dormindo… devido a poção de sono que lhe dei. - Madame Pomfrey nos disse. - fico feliz em dizer que isso não passa de uma forte gripe. Uma virose, para ser mais específica.

Uma máscara de oxigênio parecia ter sido posta em meu rosto.

— Eu não disse? - Sorriu Lily, afagando meu ombro.

— Mas… – pigarrei, encarando a curandeira. - como ele pegou isso? Quero dizer, ele anda comendo tão bem… pelo menos na minha opinião… a imunidade deveria estar ótima!

O pensamento de que eu havia feito algo errado começou a cavar mais fundo em meu subconsciente.

— Essas coisas acontecem, Senhorita Weasley - Madame Pomfrey suspirou, ajeitando algumas poções do lado da cama de Scorpius.  - a mudança de tempo pode ter ocasionado isso, e o próprio vento carrega vírus…. imagine só! - ela revirou os olhos como se achasse tal coisa impossível. - não se preocupe com isso. Pode seguir seus horários de aulas normalmente hoje, ele ficará aos meus cuidados. A febre baixou, mas preciso ter certeza que ela não voltará.

— E quando ele poderá voltar com a gente? - Alvo quis saber.

— Se a febre não voltar e se ele acordar mais disposto….- a curadeira parecia se segurar para não nos mandar embora logo - creio que antes do jantar. Podem ir, não se preocupem! - gesticulou em direção a porta. - o pequeno precisará de silêncio e tranquilidade.

Suspirei, não querendo deixar Scorpius pela segunda vez no mesmo dia.

Meu coração parecia berrar para que meus pés continuassem plantados ali mesmo. Eu tinha certeza que meu lugar era ao lado dele agora… ainda mais, estando mais vulnerável daquele jeito.

— Mas Madame Pomfrey…!

— Confie em mim, Senhorita Weasley! - ela replicou, suspirando– a senhorita não vai querer perder o dia todo de aulas, vai?

Ótimo.

Agora ela estava apelando para o meu lado sabe-tudo. Que golpe baixo.

Mal ela sabia que pela segurança do meu pequeno Py, eu faria qualquer coisa…

— Vamos, Rosie, tenho certeza que Madame Pomfrey mandará nos avisar se rolar alguma novidade. - Alvo colocou a mão em meu ombro, e me lançou um olhar que dizia mais ou menos a frase ''se não formos embora nesse exato minuto, eu azaro essa mulher!''

— Tudo bem. - bufei, me dando por vencida, enquanto me inclinava para dar um beijo demorado na testa de Scorpius, e me encaminhava para a saída, acompanhada de meus primos. - antes do almoço, eu voltarei. Avise para ele, sim?

Madame Pomfrey assentiu.

— Rosie, sem o que está pensando. - Lily se pronunciou, já nos corredores. - Mas não se preocupe, Madame Pomfrey não sai nem um minuto daquela enfermaria. Nada entrará ou sairá de lá sem que ela veja.

— Lily está certa. - Alvo concordou.

— Obrigada por admitir isso pelo menos uma vez na sua vida…. não é, irmãozinho? - Lily o empurrou levemente, ao que ele lhe fez uma careta.

Ri, me sentindo um pouquinho mais tranquila.

Um pouquinho.

 

 

****

 

Fiquei notavelmente mais aliviada quando retornei a enfermaria, pouco antes do almoço, e Madame Pomfrey me disse que Scorpius havia acordado muito bem-disposto, e com uma aparência muito melhor.

Aproximei-me dele, que encarava a bandeja do almoço - ainda meio sonolento, mas com o rostinho bem melhor do que estava mais cedo.

— Py? - no momento em que escutou minha voz, levantou a cabeça subitamente.

— Rosie! - Tentou mover a bandeja para o lado, mas fui mais rápida, erguendo a bandeja e colocando-a ao lado. - Você veio!

— É claro, meu anjo! - sentei na ponta de sua cama, e ele se jogou nos meus braços. Acariciei seus cabelinhos.

— Você demorou - resmungou, separando-se de mim.

— Desculpe - beijei sua testa - tive que ir para as aulas e tudo o mais… mas agora estou aqui. Está melhor? E essa comida aí, que não some? - Indiquei a bandeja intocada.

— A dor de cabeça simplesmente… puf, sumiu! - Scorpius me olhava como se tivesse passado anos desde nosso último encontro. - e eu tava sem fome, porque fiquei triste de você não ter vindo me ver. Nem Al, nem ''Chloi'', nem Jimmy, e nem Gogo.

Soltei uma risada.

Havia me esquecido do apelido adorável que aquele baixinho arrumara para meu irmão.

— Eles estão almoçando agora - acariciei sua bochechinha - mas eles me disseram que iriam te ver mais tarde… só que, para isso, você precisa comer tudinho. Pra ficar forte e poder sair daqui rapidinho! - fiz cócegas em sua barriguinha e ele se contorceu.

— Para, Rosie!

Não me cansava de frisar o quanto a risada de Scorpius era maravilhosa.

Doce, infantil, inocente, e espantosamente revigorante.

— Não exalte o paciente, senhorita Weasley. - Pulei de susto com a voz de Madame Pomfrey. Já havia esquecido de sua presença nos fundos da enfermaria. Segurei a vontade de revirar os olhos. - Vou buscar algumas plantas com Pomona...fique com ele um instante, sim? E sem barulhos – acrescentou, estreitando os olhos sutilmente, e saindo da enfermaria.

— Claro. - assenti, enquanto ajeitava a bandeja de volta no colo de Scorpius.

Fiquei feliz em poder ficar ali mais um tempinho.

Quando ameacei colocar o garfo na boca de Scorpius, ele o tomou de mim bem gentilmente.

— Eu sou mocinho, se lembra?

Eu caí na gargalhada.

E ele começou a comer.

Fiquei observando aquela cena que teria tudo para ser corriqueira….

Mas tudo naquele pequeno era especial.

Como meu amor por Scorpius evoluiu e abrangeu tantas outras faces?

Era quase palpável tudo que eu sentia por todas as facetas de Scorpius.

A versão do amigo brincalhão e esnobe, do moleque encrenqueiro, do namorado perfeito e agora, da criança mais incrível do mundo, da qual já me considero mãe ou irmã.

O amor realmente estava em tudo.

Dei um pulo da cadeira - nada bonito de se ver, só para constar - quando ouvi o barulho das portas da enfermaria se abrindo violentamente.

Olhei para trás, na velocidade da luz, mas não havia ninguém lá.

Scorpius quase derrubou seu almoço, e encarava a mesma direção que eu, os olhinhos assustadas.

Ofeguei.

Eu sou a adulta aqui.

Preciso me manter calma…. por Scorpius.

Respirei fundo, me levantando, segurando os ombros de Scorpius.

— Madame Pomfrey? - Arrisquei. - Filch? - fiz uma careta.

Não havia sequer um farfalhar de folhas lá fora.

— Continue comendo, querido. - lancei um sorriso encorajador para ele.

Scorpius engoliu em seco, mas me obedeceu prontamente.

Estava com um bom apetite, e isso quase me fez esquecer o barulho estrondoso, se não fosse todas as luzes do cômodo piscarem e a janela bater.

— Pirraça?! - imediatamente, mergulhei a mão nas vestes e tirei a varinha. - algum outro poltergeist por aí!?

Inevitavelmente, me lembrei dos filmes de terror trouxa que assistia com meus primos e meu irmão, e me senti uma verdadeira trouxa.

Mas eu não podia verificar, porque isso significaria ficar longe de Scorpius.

Com varinha ainda em riste, e minha outra mão agarrada ao bracinho de Scorpius, apontei para as portas.

O que quer que fosse, viria de lá, afinal.

Fiz as luzes voltarem ao normal, e percebi que Scorpius havia parado de comer de novo. Estava aninhado em minha cintura.

— Quem está aí!? - sua vozinha brava se fez ouvir - pare de assustar a Rosie!

Não contive um sorriso… como se ele também não estivesse assustado, apenas fingindo que não estava só para me tranquilizar.

As portas voltaram a se fechar, na mesma rapidez e com o mesmo barulho ensurdecedor que antes.

Scorpius e eu pulamos.

— Deve ser alguém nos pregando uma peça, meu pequeno. Não se preocupe. - acalentei Scorpius junto a mim, e firmei mais ainda minha mão na varinha.

Foi quando ouvi passos apressados vindo do corredor. Em seguida, a fechadura da porta começou a se mover desesperadamente.

Mas estava trancada.

A porta havia se trancado sem que eu percebesse.

Antes que eu pudesse pensar em dizer alohomora, as portas se abriram com um solavanco forte, e, com a varinha firme em mãos, prendi o ar para o que estava por vir.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.