O Brilho de Uma Estrela escrita por AyresSakura
Notas iniciais do capítulo
Curtinha. One-shot, poesia!
No meio da noite observo o céu escuro
Nuvens negras barram o brilho da lua
E o levam para longe de mim
As estrelas não mais me atraem
Deixaram de ser meus pontos de razão
Vejo, contemplo o vazio a minha frente
É o mesmo vazio de meu coração
A lua, ainda escondida, tenta se libertar
Mas as nuvens negras e cheias de lágrimas não irão deixar
Lágrimas que caem no último segundo
Quando não vale mais a pena
Quando tudo está perdido
E a dor e o sofrimento tomam conta do mundo
A lua ainda tenta
Sofre e chora, mas não desiste
Persiste, com uma coragem iminente
Mas, ainda assim, continua a perder.
Um dia já fui como a lua
Persistente e corajosa.
Não desistiria por qualquer coisa.
Eu tinha um objetivo.
Eu queria reencontrá-lo.
Queria vê-lo vivo.
Se consegui?
Sim. Consegui.
Mas ele já estava perdido.
Não havia mais luz em seu coração.
Só existia sofrimento, dor e solidão.
Tudo dentro da escuridão.
E, quando o vi, uma luz veio até mim
Como um pequeno filete de luz lunar, que ilumina
Aquece
Dá esperança
Protege.
Mas, assim como as nuvens negras,
Faziam nesse momento,
Ele cobriu esse pequeno filete
E não pude mais ver a lua.
Ele a cobriu por inteiro.
Palavras doem mais do que mil chicotadas.
E ele me destrói.
E, como uma delicada flor, minhas pétalas caem.
Uma a uma.
As estrelas não mais me servem
A lua não mais me aquece
As nuvens negras de seu coração cobriram tudo e
Como uma tempestade
As lágrimas que ele nunca chorou caíram sobre mim.
Cada lágrima que caia,
Caia em meu coração.
E mesmo involuntariamente
Elas se alojam em meu coração.
Deixam-me sem defesas.
E sou obrigada a sentir tudo que ele sentiu.
Solidão
Tristeza
Dor
Angustia
Sofrimento
Depressão.
Algumas pessoas não foram feitas para isso.
Alguns corações não suportam tal emoção.
E ainda assim as lágrimas caíram,
E se alojaram em mim,
Sem nem pedir permissão.
Olhando para o céu
Vejo tudo que já vivi.
Vejo a lua escondida,
Lembrando-me do meu passado.
Vejo as estrelas opacas,
Fruto do meu tolo sonho.
Vejo as nuvens negras,
Tudo o que resta em meu ser.
Estou morta.
Estou sem vida.
Estou jogada em um canto qualquer,
Vegetando.
Minha alma quebrada,
Assim como as asas do anjo que um dia disseram que eu fui.
Se um dia fui um anjo,
Hoje eu caí.
Sem aviso, me espatifei no chão.
Ele causou isso.
Tentei ser forte.
Tentei seguir em frente.
Juro que tentei.
Mas os fantasmas de uma dor que não era minha
Viviam em minha mente,
Assombrando-me toda vez que fechava os olhos.
A posse dessa dor me adoeceu.
E agora não estava morta só de espírito,
Mas também estava morta de alma e coração.
Este, já a muito partido,
Temia em sofrer por causa da solidão,
Que preenchia cada espaçinho,
E ia tão fundo quanto um arpão
Que cruzava a minha pele,
Fazia-me sentir dor
E fazia meu coração chorar
Lágrimas de amor.
A chuva já caia.
A hora era agora.
A dor
A solidão
A angustia
O medo
Sentimentos que poucas pessoas são capazes de suportar.
O vazio a minha frente me espera.
Já não agüento mais aturar
Uma dor que nem é minha.
Não posso mais viver
Neste caminho que trilhei sozinha
Por você.
Eu não vivi para sofrer,
Vivi para ser feliz
Mas agora tenho que morrer,
Para ter o que eu sempre quis.
Eu pulo na escuridão,
Mas, no fundo, posso ver a luz da lua,
Refletida em águas calmas.
A luz voltou a brilhar
E saiu detrás das nuvens negras.
Eu também posso voltar
A ter o brilho de uma estrela.
Owari.
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