Falling escrita por Lohane Pinheiro


Capítulo 18
Capítulo XIX - who knows what I'll become




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Ariel já estava machucada demais, Castiel e Hannah mais a frente também estavam. Ariel tinha matado mais um, as balas tinham acabado. Ela ia se preparar para começar a usar seus poderes quando sentiu como se alguém tivesse golpeado ela no peito. A dor era forte demais, ela fechou os olhos e viu Dean quase morrendo e Owen sorrindo enquanto cravava ainda mais uma faca prateada no peito dele. Ela gritou, com todas as forças que tinha. Um zumbido começou alto no local, os anjos se abaixaram e as pessoas que ainda estavam de pé também. Um campo de energia se soltou de seu corpo, matando as pessoas que ainda estavam vivas e sumindo com os dois anjos. Ela, ofegante, olhou para os lados sem entender o que tinha acontecido, fraca, se levantou e foi correndo aonde seu instinto mandava ela seguir. Ao entrar na sala ampla e ver a cena que ela viu mais a frente ela entrou em desespero, aquilo não poderia ser real, não poderia.

Ela deu mais uma chance para ele, tocou o ferimento e se concentrou. As dores de seu corpo votaram, ela sentiu seu rosto arder por causa de machucados que surgiram ali novamente e ela depois que viu que ele tinha voltado a respirar, ela se afastou tonta e se encostou na parede. Era como se ela tivesse usado toda a energia que ela tinha para trazer ele de volta, ela não sentiu mais nada apenas fechou os olhos e ficou na escuridão por um bom tempo.

Era um local frio, vazio. Ariel se levantou e olhou para o próprio corpo, estava normal. Não tinha machucados, não tinha nada. Alguém vinha andando atrás dela, ao se virar ela se deparou com a imagem dela mesmo, aquela versão que ela tinha conseguido esconder por tanto tempo.

— Sua estupidez chegou a um nível irreversível, santo Deus você ganha quanto para ser tão idiota desse jeito? – ela tombou a cabeça para o lado e sorriu, antes de jogar Ariel longe. O chão era molhado e Ariel sentiu algo escorrer pela sua cabeça e um gosto enferrujado em seus lábios – sabe o que é isso? Você morrendo. Não seu corpo porque eu não vou deixar, mas você, assim, estupida, indo embora para sempre.

— Não – ela tentou se levantar mas não conseguiu. Fora mais longe, sentia dores em todo o corpo e alguns ferimentos abertos sangravam mais do que ela podia imaginar, ela não ia aguentar por muito tempo, ela sabia disso – eu posso morrer mas não vou desistir.

— Coragem, o seu grande ponto fraco. Você quer ser corajosa mas sempre coloca sua vida em risco para provar isso. Você não é corajosa Ariel, desiste. Você não nasceu para lutar, você é fraca. Eu posso te deixar forte, eu posso ser corajosa, é só você deixar eu tomar posse de uma vez por todas – Ariel se arrastou para longe dela. Ela suspirou – eu odeio fazer isso a força – ela levantou Ariel, a menina agora gritava de dor – eu queria de verdade que você aceitasse sem eu ter que fazer isso contigo, é deprimente – Ariel fechou os olhos, a dor era tão forte que causava náuseas. Ela sentiu algo gelado em seu braço e descendo até sua mão, não sabia como ela tinha surgido ali mas tinha uma ideia de quem tinha feito aquilo, o que deixou Ariel aliviada, não tinha matado Castiel. Ariel, com os olhos fechados, se concentrou e fez com que conseguisse sair dos braços dela – você não aprende não é mesmo

— Eu não vou deixar você tomar posse – ela segurou a faca prateada nas mãos – você vai ter que lutar comigo para conseguir isso

— Ótimo – as duas começaram a lutar, Ariel, mesmo debilitada, conseguia desviar de todos os golpes que ela dava contra ela. “Ariel” conseguiu derruba-la mas não conseguiu destruí-la por completo, Ariel se levantou a tempo. Seu corpo doía demais mas ela precisava ganhar aquela luta, ela precisava voltar. Por um descuido “Ariel” foi derrubada. Ariel segurou ela contra o chão e se preparou para golpeá-la com a faca – vamos, faça! – Ariel não conseguia, tremia demais e ela sorria – você não pode me matar, sem mim você não sobrevive

— Vale a pena arriscar – Ariel respirou fundo e cravou a faca no peito de “Ariel”. Ela olhou para Ariel em total choque e começou a rir

— Você vai se arrepender, você nunca vai voltar. Você vai continuar no vazio! Sua idiota! – “Ariel” começou a gritar e rir ao mesmo tempo que seu corpo queimava por completo e desaparecia naquele local. Ariel ficou ofegante, estava tonta, olhava para todos os lados e o vazio continuava ali. Ninguém, mais ninguém estava naquele local, só ela. Ariel se abaixou e colocou a mão na cabeça, por desespero não conseguiu chamar por ninguém, ninguém ia ajuda-la. Não naquele lugar, nunca mais.

Ariel olhou para frente e viu um homem andando até ela, vestia preto, tinha os cabelos grisalhos e sorria quando olhou para a menina que tinha acabado de se levantar. O homem parou a centímetros dela, Ariel tinha lágrimas nos olhos, seu pai estava ali, só tinha um significado para aquilo, ela não ia voltar

— Por favor, eu preciso... – ele puxou a filha para um abraço. Ariel chorou, era um choro desesperado, ela não queria que acabasse tudo daquele jeito. Carter, que agora parecia acalmar a filha aos poucos, afastou ela para que ele conseguisse olhar para o rosto dela

— Você foi corajosa demais, eu tenho orgulho de você. Ariel, eu fiz coisas horríveis, se eu estou longe de você agora foi por causa de escolhas que eu tive que fazer. Mas isso não é importante agora, eu fiz um trato. Esse trato era dar tudo o que eu tenho para salvar você quando você precisasse.

— Como...

— Eu vendi minha alma, antes de conhecer sua mãe. Eles me deram mais um tempo para passar contigo, porque eu pedi, eu implorei. Meu infarto foi um jeito menos doloroso deles me levarem, eu não queria que sua mãe me visse sendo repartido em pedaços por cães. Eu sinto muito – Ariel apertava as mãos de seu pai, estava tentando processar todas as informações, era muito para ela – quando eu conheci sua mãe, quando ela me disse que era minha guardiã desde quando eu nasci, eu fiquei com raiva. Ela poderia ter evitado isso, ela poderia ter me parado. Mas ela não podia, Aurora tentou cancelar o contrato depois mas não conseguiu

— Foi o Crowley?

— Foi, mas também foi ele que fez o trato comigo, depois de muito esforço, é claro. Não foi fácil, nem um pouco – ele sorriu – você tem um ótimo anjo da guarda, Castiel sempre a protegeu e eu devo a minha vida, ou morte, a ele. Só que agora, você depende de mim – ele olhou para baixo e continuou falando – Ariel, você não vai conseguir se lembrar de mim, você não vai ter lembranças de nada que aconteceu comigo. Eu vou deixar de existir e virar um deles mas eu vou fazer isso para você voltar. Eles precisam de você.

— Pai...

— Eu te amo abelhinha – ele sorriu e depositou um beijo em sua testa – está na hora de voltar e ser quem você é com força total. Faz um favor para mim, acaba com aquele desgraçado – Ariel sorriu, tinha lágrimas nos olhos. Carter piscou para a filha, tocou em seu no rosto e tudo ficou claro demais.

—x-

— Que tocante – Owen reapareceu, os irmãos olharam para ele. Sam segurou Dean antes que ele avançasse nele – então é isso, eu nem precisei sujar as minhas mãos, você mesmo fez o trabalho por mim, obrigado Dean, eu sabia que iriamos nos dar bem no final de tudo.

— Eu não matei ela!

— Ah! Você matou sim. Digamos que eu sabia que ela ia aparecer, que ia fazer isso. Meu deus, tão previsível – ele sorriu – agora você poderia largar essa espada – Owen moveu a mão e a espada voou da mão de Dean para longe dele – e... bem... deixar a marca para quem vai fazer um bom uso dela. Claro, depois eu mato vocês dois, eu preciso disso para viver

— Boa sorte – foi a vez de Sam enfrentar Owen, ele começou a rir mas parou olhando para ele

— O preferido do inferno, a casca do Lúcifer. Nossa, eu nunca pensei que você poderia ser tão... hum... patético – Owen jogou ele para longe, Sam tentava se levantar com dificuldade. Dean ia tentar atacar Owen mas ele prendeu o mais velho aonde estava – não, nossa conversa passou para depois. Vamos deixar ele tentar não é mesmo, vai ser divertido – Owen piscou para Dean e foi em direção a Sam mais a frente que já estava em pé – você deve lembrar o que o sangue de demônio faz com quem o bebe, você passou por isso por muito tempo não é mesmo?

— Fica longe – Owen sorriu e tirou um frasco pequeno do bolso

— Sangue fresco, peguei do meu arsenal. Podemos ser parceiros Sammy...

— É Sam!

— Podemos fazer o trio de ouro, o hibrido, o preferido do inferno e o monstro – ele sorriu, Sam avançou nele. Owen conseguiu afasta-lo novamente – é, já vi que não vai funcionar – Sam tinha acabado de se levantar mas caiu novamente, agora desacordado – foi bom te conhecer. Agora... aonde estava... claro – ele voltou aonde estava, Dean ainda parado no mesmo lugar e olhava com desespero para o corpo desacordado do irmão – Ah! Não se preocupe, ele está fazendo uma viagem para muito longe. Bem, aonde paramos? Ah! – ele jogou Dean contra a parede mais atrás

— Seu psicopata desgraçado

— Bem, contando que eu matei várias pessoas em questão de segundos, graças a sua amada ali... é, eu sou um psicopata – ele sorriu, chegou mais perto de Dean e tocou em sua marca, Dean gritou, parecia que sua pele queimava – agora, passe ela para mim

— Vai se fuder – Owen rolou os olhos e apertou aonde suas mãos estavam, Dean fechou os olhos, a dor era nauseante. Era como se cada parte do seu corpo estivesse sendo destruída. Owen agora gargalhava, até que foi jogado para longe. Dean, que estava no chão e com os olhos fechados, abriu e viu Ariel de pé, brilhando fortemente. Ela andava em direção a ele, sua luz diminuía a cada vez que ela chegava mais perto – não, espera – ela encostou em seu rosto e a dor que ele sentia passou, ele estava normal novamente. Ariel sorriu, antes de gritar de dor. Owen agora vinha na direção dela, com seus olhos cravados nela. Ariel se levantou com dificuldade. Dean ia se levantando também mas foi impedido

— Fique longe – Ariel disse baixo, Owen sorria

— Estou impressionado, confesso – ele tentou chegar mais perto só que não conseguiu, alguém ajudava Ariel. Castiel surgiu, tinha os olhos em um azul brilhante e o semblante sério, uma das mãos estava levantadas e prendia Owen aonde ele estava – trabalho em equipe, isso não vai adiantar

— Pode ser um início – Ariel disse com a voz mais séria. Ela chegou perto dele e esticou a mão para a espada, que rapidamente voou para a sua mão

— Você não pode usa-la. Você não tem a marca

— Você esqueceu de uma coisa, você pode ter sangue de demônio correndo em suas veias mas no final de tudo – ela cravou a espada no estomago dele, Owen olhava para ela em choque – você é apenas um humano com alguns poderes especiais – ela cravou ainda mais fundo, olhava no fundo dos olhos dele – e sangra como todos os humanos, você não é imortal seu idiota – ela tirou a espada dele e Owen caiu de joelhos, olhou para baixo, o sangue jorrando dele e sorriu, começou a gargalhar. Se engasgando com o próprio sangue. Ele tombou para o lado e caiu morto. Com um sorriso no rosto e os olhos vidrados no nada. Ariel, ofegante, foi se afastando e olhou Sam, mais distante deles, ainda desacordado. Ela foi andando até ele, se concentrou e ao tocar nele, ele acordou como se tivesse sendo sufocado por alguma coisa – está tudo bem, está tudo bem! – ele olhou para todos os lados e viu Owen morto mais a frente, com uma poça de sangue em volta dele – eu consegui, acabou!

—x-

Foram três sacos, Haziel, Owen e Hannah. Os corpos eram queimados em uma fogueira. Ariel assistia tudo enquanto os irmãos e Castiel se afastavam. Ariel se sentia estranha, como se alguma coisa estivesse faltando dentro dela mas não se importou muito com isso, tinha matado três pessoas, e não estava se sentindo bem com aquilo

— Sua humanidade ainda permanece intacta, isso me tranquiliza – Castiel parou do lado dela. Ariel suspirou – Haziel iria morrer de qualquer jeito, ele foi estúpido, Hannah morreu por acidente, não foi sua culpa e Owen precisava morrer. Você não fez nada de errado.

 - A casca de Haziel era jovem. Poderia ter uma vida brilhante pela frente e eu impedi isso.

— A casca dele sabia que poderia acontecer isso, ele aceitou – Ariel respirou fundo e se afastou da fogueira

— Cas, eu poderia ter perdido eles – Ariel olhou para os irmãos mais a frente - Eu poderia ter impedido eles de continuarem...

— Ariel...

— Eu não quero colocar eles em risco novamente – Castiel pareceu entender o que ela queria dizer e colocou a mão no ombro dela – eu simplesmente não posso deixar que ele se arrisque mais uma vez por mim – Castiel suspirou antes de falar com a menina

— Você tem certeza disso? – ela concordou com a cabeça

— Eu só, preciso me despedir – Ariel foi andando até chegar nos dois que arrumavam as coisas no Impala. Dean olhava para a marca em seu braço distraído, agora ela parecia inofensiva novamente – Dean? – ele fechou o porta mala de um vez e se virou para a menina – está tudo bem?

— Bem, você salvou meu traseiro novamente. Temos um vencedor – ela sorriu. Ariel olhou para baixo, não sabia como iria fazer aquilo, como iria se despedir dos dois. Ela olhou para o lado e Sam tinha parado do lado do irmão, olhava para ela sem entender o que estava acontecendo

— Você parece melhor

— E estou, ele fez uma pequena bagunça na minha cabeça mas agora estou melhor, obrigado – Ariel respirou fundo antes de começar a falar novamente

— Obrigada, por me protegerem, por se arriscarem por mim. Eu devo a minha vida eternamente a vocês mas eu não posso deixar que isso aconteça novamente.

— Do que você está falando?

— Eu... eu sinto muito – Ariel olhou para trás, era hora, Castiel se aproximava do grupo – eu realmente sinto muito mas eu não tenho outra escolha – Sam ficou sério de repente e Dean começava a entender o que iria acontecer logo em seguida

— Ariel não – Castiel passou a frente da menina, Ariel foi se afastando – por favor não, não! – Castiel encostou no rosto dos dois e sumiu com eles. Ariel permaneceu ali, sozinha. Sentiu o ar faltando, colocou a mão na boca para abafar um grito e se ajoelhou no asfalto. Tinha feito a escolha, não poderia voltar atrás, ela escolheu poupar eles, escolheu se esconder para sempre.


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