O Homem do Fim do Universo escrita por Vlk Moura


Capítulo 19
Capítulo 19 - Onde está Jack Harkness?




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— Ela está na Terra - River falou rindo.

— Como assim? - JunHo perguntou sem entender.

— Usaram nela um sistema que a prende em suas próprias memórias - o Décimo falou pensativo e olhou o décimo primeiro e o décimo segundo, que se olharam e  pareceram lembrar de algo importante.

— Como a prende nas próprias memórias? - Taec perguntou se juntando ao Capitão.

— Usaram um sistema que fica conectado constantemente a mente dela - o Capitão olhou o asiático entendendo o que os Doctors pensavam - ela fica presa naquele lugar que ela mais ama no mundo - ele olhou em volta.

— Então, ela está em Torchwood? - Khunnie perguntou.

— Não... Não está - o Capitão olhou a avó, ela estava pensativa - Mas a senhora sabe onde podemos encontrá-la, não sabe?

— Acho... acho que sei - ela sorriu.

 

— Atira! - Owen gritou comigo - Atira logo!

Olhei para trás, mirei e atirei, tropecei com o recuo da arma que me fez perder o equilibrio. 

— Boa, Ca, muito boa! - ele comemorava - Gwen, sua vez! - ele falou pelo comunicador. 

Eu estava cansada nunca tinha corrido tanto. 

Um zumbido e explosão, olhei para trás, ela acertou em cheio o trator que vinha atrás de nós.

— Boa, Gwen! - gritei pelo comunicador.

— Capitão, quando quiser! - Owen olhou para trás e acelerou, o trator estava só os pedaços, mas ainda rodava, voltei a correr, eu sentia meus músculos reclamarem.

Algo voou por cima de nossas cabeça, Owen pulou sobre mim e eu senti o calor passar por nós, a explosão ainda nos lançou alguns metros distante de onde estavamos. Eu tossia com a fumaça e o pó que levantou, Owen já estava de pé fazendo a medição de alor do lugar que estava elevada, mas buscavamos algo especifico, um ponto em que teriamos um corpo frio. 

— Achei! - Owen correi até lá.

— Espera! - eu o puxei para longe da cratera quando outra explosão, o calor nos atingiu, e logo lago muito gelado, eu sentia como se algo acariciasse minha pele. Eu prendi a respiração e olhei Owen, ele estava sendo levado, eu o via se afastar. - Não comigo aqui, garotão.

Eu me joguei sobre ele e assoprei o alienigena que ia me atacar.

— Carla... - olhei Owen, ele sufocava - Car...l...a...

—Ah, não! Tosh, o que eu faço?

— Você precisa tirar isso dele.

— E vai me sufocar?

— Não, só funciona com o sexo masculino.

— Genial!

Eu ajoelhei ao lado do corpo do Owen, era nojento, era como se eu beijasse um irmão. Eu senti a coisa correr para o meu corpo, eu me sentia tonta, mas el anão sairia.

— Nossa! - Gwen estava nos assistindo, mas eu não conseguia atravessar.

Eu me afastei e senti como que a coisa lutando para sair do meu corpo, eu não podia liberar aquilo. O Capitão veio até mim, ele me puxou para perto dele, senti minha bochecha corar, mas não era algo sexy, era como se eu estivesse querendo vomitar e minha boca estivesse cheia daquela coisa nojenta. Com ele próximo o alien dentro de mim começou a se debater ainda mais, o Capitão se aproximou, eu tentei me afastar, ele riu, um riso encantador que me prendeu, ele se aproximou d e mim, eu sentia sua respiração me atingir e o calor da sua pele chegar até mim, prendi minha respiração, aos poucos meus musculos relaxaram, pela minha boca o ser começou a sair, mas não chegou até o Capitão, ele usara algo que sugou o alien, quando tudo parou de ser drenado, eu relaxei os ombros.

— Pronto - ele ainda me segurava.

— Ótimo - eu sorri - Já pode me soltar.

— Ah, claro.

Fui até o Owen.

— Acho que ele não vai conseguir andar sem ajuda - Gwen falou, cada uma de nós o pegou por um lado.

— Cap? - ele me olhou e riu, ele dizia que eu parecia uma criança o chamando dessa forma - Vamos?

— Claro, vamos. Ele baixou as mangas da camisa que estavam puxadas até os cotovelos.

Ele estava sujo e com a camisa rasgada o que era raro. 

Gwen entrou no banco de trás, eu a ajudei a prender Owen no cinto, entrei no copiloto, o Capitão colocou o cinto e ligou o carro.

— Você se machucou - falei apontando para o machucado no ombro -Parece grave.

— Não se preocupe - ele falou e olhou alguns cortes pelo meu braço e as pequenas queimaduras no meu ombro d última explosão - Cuide dos seus.

— Esses aqui não são nada - falei rindo.

Fora um dos dias que eu resolvi ir ao meu apartamento, eu precisava dormir numa cama boa e a minha parecia perfeita. Me cobri e dormi como um bebê.  Acordei com uma ligação no meu celular, era a Tosh.

— Alô? - falei sonolenta.

— Alguém está com você?

— Não, por quê?

— Não abra para ninguém, Ca.

— Tosh! - ela desligou. - Tosh!

Mas que droga, coloquei o roupão, preparei um pouco de café, acendi as luzes do apartamento, abri a cortina e observei a rua em volta, nada fora do normal, alguns carros, algumas pessoas, nada diferente. Abri o notebook. Minha avó tinha deixado uma mensagem, ela falava que meu pai estava bem e já tinha recebido alta do hospital. Alguém tentou abrir a porta do apartamento. Peguei um soco inglês, me escondi no meu quarto, a pessoa não tinha chave, não era alguém de Torchwood, peguei meu celular, acionei para fazer uma ligação, coloquei no bolso do pijama que era coberto pelo roupão, a pessoa conseguiu entrar, me escondi no guarda-roupa.

Eu acompanhava a pessoa buscando por algo dentro do meu pequeno apartamento, quem ia entrar ali para procurar algo, eu mal tinha dinheiro vivo comigo ou mesmo na minha conta. Eu não tinha nada valioso ali. Entrou no quarto.

Me encolhi contra o guarda-roupa, desejava que ele tivesse um fundo falso, mas não tinha e tudo o que eu torcia para acontecer era para que não buscassem por algo ali dentro. Acionei o celular novamente, liguei para outro número.

Atendeu.

— Socor... - abriram a porta do armário, me puxaram pelo cabelo, guardei o celular de forma desajeitada.

Acertei o homem, primeiro na coxa, ele caiu com a dor, acertei um soco, ele caiu cuspindo sangue. Adoro essas belezinhas. Corri para fora do apartamento, comecei a descer as escadas correndo, eu não conseguia parar até que alguém me pegou e colocou um saco na minha cabeça, eu ainda acertei a pessoa que me segurava, pude sentir seu aperto afrouxar, mas logo me segurou direito. Me jogaram em algum lugar que percebi ser um carro quando deu a partida.

Eu não faço a menor ideia d equem dirigia, mas quem quer que fosse dirigia muito mal, deu várias brecadas buscas que me fizeram bater para todo lado dentro daquele lugar. Quando finalmente pararam me tirar do lugar que me prendia, Me empurravam para algum lugar que eu gostaria de saber onde era, mas não fazia a menor ideia. Me empurraram contra algo gelado, prenderam minhas mãos abertas e meus pés também, aquilo machucava. Tiraram o saco da minha cabeça, olhei em volta tentando me acostumar com a iluminação.

— Você vai nos dizer onde achamos Jack Harkness - um dos homens falou, ele era um humano normal, assim como eu. Ele tremia, dava até pena, que logo passou depois de eu ver o que eles tinham como instrumentos de tortura.

— O que te faz pensar que eu te contaria isso?

— Você não vai querer ser torturada - ele passou o dedo pelo gume de uma adaga, a encostou contra meu rosto.

Eu ri, el eme encarou.

— Talvez eu queira, isso pode ser um fetiche, sabia? - ele olhou os outros. - Cortes, chicotadas, tapas, e tudo isso comigo presa ainda, bom, muito bom - eles trocaram olhares.

Minha avó costumava dizer que quando eu queria assustar alguém eu conseguia fazer isso muito bem. 

Eles passaram o dia tentando me fazer falar, mas não iriam conseguir que eu falasse tão fácil. O primeiro instrumento que pegaram fora o chicote, começaram com estralos perto de mim, não me acertavam, até que um me atingiu, eu fiz uma careta de dor que pareceu alegrar meus agressores. Outro estralo, e eu não me movi. Até que um me acertou em cheio no tronco, eu grunhi com dor. Fizeram várias vezes até que eu senti um corte de abrir.

Um dos homens se aproximou para ver o que tinha conseguido fazer, eu o encarei bem nos olhos e o acertei com uma cabeçada.

— Onde está Jack Harkness? - o outro repetia a pergunta de maneira incansável. 

— Não adianta, eu não vou falar. Porém, eu estou gostando disso aqui, é um lugar bem interessante. - eles tinham tecnologia alienigena - Mas cá entre nós, você não é o líder deles, essa sua pose, ela não me engana.

O que eu tinha acertado a cabeçada se afastou tonto.

— Eu sou o líder...

— Nem é! - falei rindo - Você não se comporta como um líder.

— Eu sou o líder deles, eu comando isso aqui tudo.

— Ah é? - el confirmou - Então, senhor líder, aqueles instrumentos ali, eles fazem o quê?

Eu sabia o que faziam, controlavam o sistema de ventilação de ar. Próximo a ele era o circuito de energia, poucas espécies deixavam o sistema de energia tão exposto assim. Eu tinha visto nos arquivos de Torchwood quem possivelmente estava ali era uma espécie que estava por aqui por acidente, pelo que lembro dos registros eles não costumam mexer com os humanos da superficie, mas acabam fazendo algumas experiencias e por alguma razão pegaram esses civis para chegarem até o Capitão.

Ele gaguejava e eu o ignorava enquanto estudava a estrutura dali. Era boa, uma das melhores que eu já encontrei no subsolo. Algo estralou ao meu lado chamando minha atenção, observei a adaga cair no chão, olhei quem o tinha lançado era o tal líder. 

— Você vai nos contar onde ele está!

— Não! - falei - Você pode me matar se quiser, mas eu não vou revelar.

Ele grunhiu bravo.

As torturas agora era brincar de tiro ao alvo, algumas adagas me acertaram abrindo cortes na minha pele, mas nada sério. Depois de abrir várias feridas me deram um banho com álcool o que me fez gritar. 

Não tenho certeza de quanto tempo tudo isso durou, mas depois de um tempo eu já estava cansada e meio fraca. Voltaram a me questionar sobre o Capitão, mas novamente eu não disse nada. 

Um aviso pelo sistema de áudio, tinham conseguido alguém, alguém que queriam. Observei trazerem um corpo para dentro, eu o conhecia, reconheceria seu porte em qualquer lugar. Eu tentei me soltar, eu me debati, os homens que antes me torturavam riam de mim e do meu desespero.

O jogaram para dentro, ele tinha as mãos presas, o deixaram perto da grade da cela, tiraram o saco que o cobria, ele olhou os caras e depois me olhou, ele sorria enquanto encarava os soldados, mas ao me olhar seu sorriso sumiu, eu o encarei e tentei me observar, mas não conseguia ver muita coisa.

Ele se levantou, veio até mim e me observou.

— Capitão - falei o cumprimentando, ele não sorriu - Como te encontraram?

— Fiz um troca - eu o observava.

— Não...

— Sabemos quem tem chance de sair vivo daqui, Carla.

— Capitão! - um dos homens deu o aviso para que ele se afastasse, o Capitão e eu pensamos que eles iam me soltar, o que aconteceu foi uma chicotada que me atingiu.

— Ei! - ele foi na direção dos caras, o que o prendia descarregou uma alta voltagem. - Vocês prometeram que iam soltá-la.

— É... Eu sei... Mas mudei de ideia. Sabe, Jack, nós podemos não conhecer muito desse mundo - ele apontou em volta - Mas sabemos muito bem como torturar alguém até que ela fale.

— Eu não vou falar nada - falei cansada - Vocês já tentaram.

— Mas te torturar irá fazer com que ele fale.

Eu não sabia o que queriam. Eles nos deixaram.

— Cap... - ele me olhou pelo ombro - O que eles querem? - ele olhou em volta e veio até mim.

Movimentou os lábios dizendo que era uma fonte de energia alienigena que estava em Torchwood que ele dera a ordem a Gwen e Tosh para se livrarem daquilo na represa do interior. Owen estava cuidando de nos manter conectados. Eu respirei fundo.

— No meu bolso - eu falei, ele não entendeu - No meu bolso tenho o meu celular. Eles podem ser bons em torturar, mas com toda certeza não são bons em capturar as pessoas.

Ele enfiou a mão no meu bolso e pegou o celular, fez a ligação para Owen, minha bateria já estava fraca, mas emitia sinal suficiente para que nos rastreasse.

Os homens voltaram depois de algumas horas, jogaram uma adaga de fora que acertou minha bochecha abrindo uma pequeno corpo. O Capitão me olhou preocupado.

Eu ri.

— Esse joguinho está uma delícia, mas vocês podiam tomar mais atitudes, sabiam? - os homens se olharam, o Capitão não entendia.

Outra adaga, essa raspou na minha perna, eu grunhi e logo olhei os homens, um balde de álcool foi jogado em mim, grunhi e me debati. Eles sairam e nos trancaram.

 - Eu não posso deixar que continuem com isso - o Capitão me observou.

— Ei - ele não me ouvia - Capitão! - ele me olhou - Você não vai falar nada para eles, você não vai colocar tudo a perder por minha causa.

Ele veio até mim.

— Mas vai valer a pena.

— Não! - ele respirou fundo - Eu aguentei isso até agora, você não vai voltar agora.

Ele brigou consigo mesmo e concordou comigo.

Comentei com ele algumas coisas do sistema que ele aproveitou para analisar, me explicou alguns controles, como alguns sistemas funcionavam, ele até me descreveu como seria aquele abrigo e mentalmente eu já visualizava aquilo. 

Mais uma dose de tortura, eu observei os guardas, para o Capitão seria fácil sair dali. Tive uma ideia.

Falei com o Capitão. 

Quando voltaram era  a mesma formação. Eu levei os primeiros golpes, o Capitão correu contra o homem que me acertava, com o jogo de corpo o derrubou e com isso pegou as chaves da cela. Os outros em desespero acionar os choques que derrubaram o Capitão. Sairam apressados. 

Quando ficamos sozinhos ele veio até mim, com dificuldade liberou meus tornozelos que mantive na mesma posição. Não tinha como soltar meus pulsos, mas eu tinha uma ideia de como fazê-los nos soltar. Um dos guardas voltou par ao banho de álcool, ele se aproximou, não grudou como costumava fazer, mas foi o suficiente para eu prendê-lo no meio das minhas pernas e começar a apertá-lo até que ele falou que me soltaria, meus braços estavam livres, eu o acertei com um soco que o fez cair desacordado. Mais guardas se aproximavam. Me escondi ao canto, o Capitão ficou no lugar que costumava ficar.

Os guardas encararam o homem o homem caído, entraram na cela e iam para cima do Capitão, eu e ele os acertamos e saímos correndo, fomos até os controles e começamos uma reversão de ar. Corremos pelos corredores até o Capitão ser pego por uma onda de choque, parei para esperá-lo por mais que ele me mandasse seguir eu não o deixaria.

Armas foram apontadas para nós na saída.

— Não vai ser tão fácil assim - o líder falou.

— Vai ser muito fácil - falei quando tiros certeiros foram disparados contra o grupo.

— Demoraram - o Capitão se virou para Tosh que desativou a algema de choque.

— Antes tarde do que nunca - Gwen sorriu para nós - Meu Deus, você está horrível - ela falou me olhando - Owen - ela falou pelo comunicador - Você vai ter trabalho.

Em Torchwood Owen me obrigou a tirar a camisa, eu não gostava daqui. Ele observou os cortes do chicote e os outros, eu estava só com minhas roupas de baixo enquanto ele cuidava de mim.

— Um beijo e depois você já está nua na minha sala, qual o próximo passo? - ele falou se aproximando.

— Se der mais um passo vou arrancar seus testículos - ele riu e eu sorri - Ai!

— Desculpa. - ele fez os curativos, vesti só o roupão, tinha perdido meu pijama. - Seria bom ter companhia para casa.

— Preciso de alguém para arrumar minha porta - falei - Acho que terei de me mudar, aquele lugar está muito visado.

— Se quiser pode passar uns dias lá em casa - ele arrumava seu kit primeiros socorros.

— Não é querer fazer desfeita, mas não quero correr o risco de te pegar transando com alguém.

— Você poderia...

— Não, Owen, não poderia. Você é como um irmão mais velho.

— Então aceite como um convite do seu irmão.

—  Vou pensar, mas acho que continuo com o não.

— Certo...

Fui até o escritório do Capitão.

— Já estou indo para casa, sabe de algum lugar que arrumem portas?

— Posso te levar até lá.

— Obrigada.

 

— Tinha um lugar em casa que ela costumava passar muito tempo, sempre que brigava, ou algo ruim acontecia ela corria para lá, pode ser que ela esteja por lá. - a avó falou.

— E onde fica? - Jun K perguntou curioso.

— Na minha casa.

Todos olharam o Capitão que logo pegou o celular e ligou para o trio, eles precisavam vasculhar a casa.


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