O Homem do Fim do Universo escrita por Vlk Moura


Capítulo 12
Capítulo 12 - O fim nem sempre é o fim




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Eu andava a frente, Jun K um pouco mais atrás, mas parecia que guiavamos um funeral. Todos estavam mergulhados em um silêncio assustador. Eu parei, eu sabia onde estavamos, tinhamos chegado ao inicio.

— O que foi? - Woo perguntou.

— O último de vocês - eles me encararam - ChanSung - olhei Taec - Ele está atrás dessa porta. 

Fui até o teclado. Um bip permitiu minha entrada, passei sendo seguida pelo grupo.

— Doctor... - ele ficou ao meu lado, peguei sua mão - Sei que ainda não nos conhecemos - ele me analisava - Mas você precisa saber que me levou para a melhor aventura da minha vida e te agradeço, mesmo que isso me mate.

— Bom saber disso - ele sorriu engraçado - Vamos viajar juntos para o fim do fim, querida?

Confirmei. 

Nós dois sabiamos o que iamos encontrar. Eu parei de andar quando chegamos em outra porta. Destravei. E lá estava o corpo conservado de ChanSung, Jun K foi avançar eu o parei.

— Khunnie, pode me dar suas correntes? - ele me entregou. - Obrigada. - olhei o Doctor - Se eu não sair, cuida deles para mim, por favor.

— Pode deixar. - sorri agradecida.

Avancei.

— Taec... - ele me olhou, olhei pelo ombro - Foi real enquanto durou - sorri e senti as lágrimas correrem pelo meu rosto.

Corri par ao corpo, nada acontecia, cheguei no corpo e comecei a liberá-lo. ChanSung acordou assustado, respirava em desespero, eu tentava controlar minha mente e a invasão de todas as lembranças. 

— Corre! - falei para ele, indo atrás.

ChanSung tropeçava em seus próprios pés. Eu o levantava e empurrava. Um clic. A porta se fechava, todos gritavam para sermos rápidos. Eu empurrei ChanSung e caí. A porta se fechou. Eu não acreditava naquilo, eu não consegui, a voz metálica atrás de mim soava em minha mente.

Me levantei. Fui até a porta.

— Você-falhou-em-exterminar-o-Doctor - Daleks.

— Acho que vocês não sabem programar esses chips - falei desafiando o ser.

— Sabemos-sim-você-que-não-foi-eficiente.

Eu respirei.

— Vamos-exterminar-você.

— Posso pedir algo antes? - silêncio. - Deixe que eu os veja uma última vez.

A porta foi ficando transparente.

Fui até a porta, todos estavam agitados.

— Carla! - aquele grito, meu peito se encheu de tristeza. 

O Capitão abriu espaço empurrando os outros. Ele ficou encostado na porta, eu e ele nos encaramos, ele chorava. Eu não permitiria que alguém que fizesse o Capitão chorar vivesse. Fiquei na ponta dos pés.

— Desculpe... - falei.

— Carla! Não! Não! Não! - ele batia. Os meninos começaram a afastá-lo da porta.

Os Daleks ainda brincavam com a minha mente. Eu vacilava em algumas passagens que dava. O barulho inconfundivel da TARDIS. Obrigada, Doctor, obrigada por tudo e, principalmente, pela melhor lembrança de todas.

Na minha mente o Doctor me guiava pelos corredores de um hospital.

— Eu não vou poder entrar, eu e ele já demos nosso último adeus.

— Ele?

O Doctor confirmou.

Entrei, um ser com uma enfermeira que tentou me colocar para fora estava ali, ele era uma enorme cabeça mergulhada em um tanque. Eu estava nervosa e não sabia porquê. Andei até o ser, sem dar ouvidos a enfermeira, fiquei de frente para aquela enorme cabeça que abriu os olhos com dificuldade e então me olhou, aqueles olhos, mesmo tão diferentes eu sabia a quem pretendiam.

— Capitão... - eu encostei no vidro.

"Carla..."

— O que você vai fazer? - perguntei segurando o choro.

"Salvar os humanos" eu olhei pela janela.

— Eu não vou te fazer mudar de ideia, vou?

"Eu já vivi demais... E preciso terminar de uma forma significativa"

— Você sempre foi um herói, não é mesmo?

"Você também..."

— Desculpa ter te deixado, não ter vivido tanto ao seu lado...

"Sua vida está apenas começando, ainda vai passar por muita coisa"

— E a sua está acabando, como posso viver sabendo do seu fim?

"Não se preocupe, agora até os vermes dos vermes que comeram seu corpo estão mortos" eu ri "E pense nisso como um recomeço"

— Não posso...

"Carla, você já está morta" eu o olhei segurando minhas lágrimas "Não precisa se preocupar com esse momento, mas eu vou me preocupar muito com o seu".

— Capi... Jack... - ele me analisou - Se sacrifique sabendo de algo. 

Ele olhou a enfermeira, ela se retirou.

— Eu te amo!

"Eu te amo!" 

Eu o olhei assustada, sorri e deixei as lágrimas escorrerem, dei um beijo no vidro, ele fechou os olhos como se pudesse senti-lo. 

Eu me afastei, a enfermeira entrou e eu me retirei. O Doctor estava de fora, ele sorriu de uma forma calma, sorri.

— Obrigada - eu o abracei com força e chorei em seu ombro.

Apertei o relógio e o acionei. Eu levaria tudo o que estava ali comigo. 

 

" - E o Taec, ele não vem? - perguntei para JunHo.

— Ele disse que não tinha uma razão para vir.

— Quero ouvir isso da boca dele.

Eu ligava, os outros meninos chegaram, era meu aniversário pelo que parecia e eu queria o Taec comigo, precisava dele ali. Caminhei pela festa. Amy e Rory comiam tranquilos, Sarah que descobri ser amiga da minha mãe estava ali conversando com ela. Martha ajudava minha avó com alguns salgados. 

— Taec? - ele tinha atendido - Os meninos estão aqui, por que você não veio?

— Quem disse que não fui?

Eu parei, olhei em volta.

— Onde você está?

— Vem aqui para a entrada.

Eu comecei a descer escadas rolantes e várias pessoas me seguiam, mas algo estava errado, aquilo estava muito calmo, meu pai abraçava minha mãe e brincava com ela. Minha avó parecia calma, como sempre, mas nem mesmo uma ruga de preocupação estava em seu rosto. Parei de andar.

— Vamos, Ca, ele está te esperando - minha mãe me abraçava me apressando.

— Não... Eu não... Isso está errado, isso está muito errado!

Eu me livrei de seus braços e corri."

 

 

...Vazio...

 

 

— Não! - fora o urro do Capitão depois de se soltar dos braços que o prendiam. - Me solta, Owen! - ele estava bravo, ninguém o vira dessa forma. Ele olhou todos, todos aqueles Doctors que o assistiam, mas correu apenas para um - Como você pôde?

— Ela pediu para eu proteger todos vocês, independente do que acontecesse com ela.

— Ela morreu!

— Você sabe melhor do que ninguém aqui, até melhor do que eu que ela não mudaria de ideia.

O Capitão se afastou, foi até um dos meninos, o prensou contra a parede da nave.

— Por quê? - ele perguntou - Por que ela se sacrificou por vocês?

Taec riu, um riso que assustou os outros.

— Não foi por nós que ela se sacrificou - o Capitão afrouxou o aperto - Foi por você, Capitão. - Taec empurrou o homem.

— Por... mim...

— Sim. - Taec respirou funco - Ela nos deixou quando recebeu o seu chamado, ela estava correndo de volta para você quando tudo isso aconteceu - todos os Doctors estavam em volta dos controles - Você sabia que ela falava dormindo?

O Capitão o fuzilou.

— Há! - Taec riu - Vai me dizer que nunca dormiu com ela? Você não sabe o que está perdendo.

— Taec! - ChanSung o repreendeu - Já chega.

Os dois olharam o mais recém resgatado.

— Eu sei as coisas que ela fez, sei que vocês não estão nada feliz com essa decisão, mas ela pediu para que eu entregasse isso para vocês. - ele esticou dois pedaços de papel.

— Quando ela te pediu isso? - Jun K se aproximou deles.

— Quando me empurrou.

— E o que são essas coisas?  - Woo perguntou.

— Coordenadas! - o Capitão pegou o outro pedaço da mão de Taec, foi até o painel da TARDIS, o Doctor os observava curioso. Será que se o Capitão soubesse que esse não seria o último momento da Carla ele ficaria mais calmo? Mas não iria interromper esse momento, era melhor tentar coordenar aquele monte de seres em sua nave.

O Capitão começou a digitar tudo, estava meio perdido nas coordenadas que eram para Taec.

— Me dê isso - Taec tomou da mão do Capitão o teclado. - Ela foi esperta - riu sozinho - As coordenadas são nossos números de celular combinados. 

— De vocês? - o Capitão estava confuso.

— Sim. Ela dizia que era uma numeração genial - ele deu de ombros.

— Qual a numeração? - Doctor perguntou curioso.

— cinco, zero, zero, zero, zero, zero, zero, zero, dois, três. - Taec falou.

O Doctor riu.

— Genial!

— Pronto - Taec terminou de digitar, passou o teclado par ao Capitão - Agora é com você.

O Capitão apertou o último botão que os levaria até a menina. 

Owen, Gwen e Tosh observavam o líder apreensivos. Tinham perdido outras pessoas nos processos da Torchwood, mas era a primeira vez que o viam daquela forma. 

Os alienigenas eram direcionados para diferentes salas da TARDIS por todos os Doctors. River apenas observava os movimentos, queria se meter na discussão dos dois homens do painel, mas não o faria, estava se sentindo estranha, a perda de Carla lhe parecia pior do que poderia imaginar, não sabia se a encontraria outras vezes no passado dela e em seu futuro, o tempo é uma bagunça, talvez a encontrasse várias vezes ainda, mas iria sofrer caso ela realmente morresse, saberia que Carla não teria um futuro. Respirou fundo. 

A TARDIS apitou e começou a enlouquecer, os controles se moviam desesperados. Os Doctors sairam correndo até o controle e todos começaram a mexer ao mesmo tempo, era hilário se eles não estivessem quase fundindo os sistemas da nave. 

— Chegamos! - o Doctor loiro do aipo falou e olhou os outros - Se ela estiver viva, é aqui que estará.

O Capitão correu para a porta, a abriu, a atmosfera em seu entorno continuaria ali. Olhou em volta.

O décimo Doctor acionou o monitor, buscou em volta, mas não via nada, cada Doctor começou a buscar por outros locais nas redondezas, mas não encontravam nada. 

River estava apreensiva, queria que encontrassem algo, qualquer dica de que Carla pudesse estar viva.

— Você disse que ela ficaria bem - o loiro olhou o de cabeça branca e esguio - Antes dela sair de perto de nós, você disse que tinha certeza de que ela ficaria bem.

— Era um ponto fixo - ele falou preocupado - Ela só morreria quando já estivesse bem velhinha.

— Mas o tempo não mudou - um de cachecol falou e apontou para a própria cabeça - Ela ainda está em algum lugar.

— Doctor... - River abriu espaço entre eles e tomou os controles - Eu sei onde ela está.

— Onde? - ela sorriu e apertou um último botão. A TARDIS fez barulho.

— River, isso vai causar um paradoxo, você não pode...

— Quer um paradoxo maior do que todos vocês juntos e as Rivers daquela prisão e as Carlas?

Ela controlou a TARDIS com maestria, parou.

— Capitão, Taec, abram a porta.

Eles abriram e um corpo flutuava bem a frente. Capitão tentou se esticar, não a alcançou. Taec pulou, o Capitão segurou seu pé. O asiático pegou o corpo da menina e o puxou para perto de si, foi puxado pelo Capitão, Woo fechou a porta da nave. River a fez decolar novamente. 

O corpo da menina estava esticado ao chão. 

— Não... Não... Não... - Taec tentava encontrar os batimentos da menina, mas nada.

O Capitão retirou o relógio da mão dela, marcava um horário que ele não conhecia, um dia que ele não entendia a razão. Olhou a menina.

— Minha vez de te salvar - ele foi até ela. Abaixou até a menina e lhe beijou os lábios.

O Décimo e Décimo Primeiro Doctors gritaram em protesto enquanto os outros assistiam apreensivos, ninguém tinha muita certeza do que ele estava fazendo. 

Carla respirou, tossiu, sentou assustada e bateu a cabeça na do Capitão. Ela olhou em volta confusa. O corpo do homem estava caído ao seu lado, ela tocou a mão dele e a sentiu gelada.

A menina olhou me volta.

— Capitão... Capitão... Não, você não pode morrer, não agora!

Ela deitou sobre o corpo e o beijou. Todos estavam assistindo em silêncio, ela chorava e o molhava. O Capitão respirou, abriu os olhos assustado, ele segurou o rosto da menina, el ao abraçou.

— Isso foi ótimo - ele falou.

— E foi só o beijo - ele riu. Ela o beijou mais uma vez.

Ele se levantou, ela o ajudou. Carla estava com alguns machucados pelo corpo.

— Como você sabia onde encontrá-la? - Taec perguntou para River.

A mulher riu, todos a olhavam, Carla a olhou e riu.

— Ela disse que esse foi o dia de sua melhor lembrança - o Doctor pegou o relógio d amão dela e sorriu.

— Não era uma localização no espaço e sim no tempo - ele falou.

Carla se sentou.

— Me lembrem de nunca mais explodir uma nave e viajar no tempo ao mesmo tempo, isso quase me destruiu.

— Você nunca mais vai precisar fazer isso - o Capitão lhe beijou a testa.

— Par aonde vamos agora? - o Doctor olhou todos.

— Acho que é hora de devolver todos nós ao nosso tempo. - um baixo falou.

 


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