Dança da Extinção escrita por yumesangai


Capítulo 9
Você já ouviu o lobo uivar para a lua azul?




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― Droga, eu realmente não posso questionar a sua lealdade. – Kris disse com um suspiro, seu olhar para no garoto de cabelos loiros, seus olhos estavam semicerrados e ele estava se segurando para não soltar um palavrão. Havia um corte em seu lábio e a região ainda estava um pouco inchada.

― Quando eu dei motivo para isso?

Kris ergueu a sobrancelha.

― É pra listar em ordem alfabética ou cronológica?

Taemin girou os olhos e ajeitou a bandoleira no ombro, o rifle que carregava estava começando a incomodar ou talvez fosse o excesso de tempo na presença de Kris, o chinês o irritava até o último fio de cabelo.

Zitao costumava dizer que Taemin não era um prisioneiro, que ele poderia ir embora quando quisesse ou sair e retornar sem problemas, mas Zitao dizia muitas coisas. Taemin saia em algumas missões com Kris, ele estava sendo constantemente vigiado desde que Kai decidira que eles precisavam fugir. Desde que Kai havia descoberto sobre os testes e o que acontecia com algumas pessoas que eram trazidas para Exodus.

Taemin não era um tolo, ele não acreditou em momento algum que Exodus era um oasis perfeito e seguro, mas era algo e deveria ser algo se Kai tivesse ficado quieto. Eles deveriam ficar lá, descansar, se alimentar direito, entender a rotina do lugar e então ir embora, com armas, comida, roupas novas, com um equipamento de sobrevivência.

Mas não, ele havia trancado Kai no maldito teatro e o deixado com uma arma com uma única bala, ele não suportaria a ideia de Kai virar um deles de vê-lo caminhando sem rumo. Ele pagaria por ter feito aquilo, e também por tudo que estava fazendo agora.

Quem é o Deus que julga o mundo pós apocalíptico? A quem ele deveria pedir clemência quando chegasse sua hora?

Kris deu um sorriso arrogante. Algumas pessoas da patrulha retornaram, todos usavam roupas com proteção solar, além de joelheiras, tornozeleiras, proteção nos cotovelos, antebraços e até um capacete.

Eles não brincavam em serviço.

― O carro está sem gasolina e parado próximo a um shopping, a entrada principal está selada, mas o acesso as docas é numa rua deserta, acredito que eles tenham passado por lá. – A pessoa pigarrerou. – Acreditamos que eles estejam lá.

Taemin prendeu a respiração. Ele e Kai sabiam que o shopping era uma fonte de suprimentos, de todos os tipos.  Era injusto que tudo aquilo caísse nas mãos de Zitao.

― Ouviu isso? Achamos aqueles ratos. – Kris parecia satisfeito. – Queremos o líder e mais alguém, eu não gostei do que eles aprontaram no colégio, simplesmente encheu daqueles pegajosos pelas ruas, vai virar uma orda e eles vão seguir e se continuarem seguindo vão parar em Exodus e isso seria um problema.

Taemin olhou para o céu, estava laranja, o sol estava nascendo. Deveria ser uma bela visão, era algo que ele costumava apreciar, mas agora parecia um reflexo do fim do mundo, como se tivessem jogado um balde de sangue que se misturou com aquele céu límpido.

Não existia Deus, não havia ninguém olhando por eles. Esse era o mundo dos pecadores e no fim, todos iriam caminhar pela eternidade.

 

[...] De volta ao dia anterior [...]

 

O jantar virou uma bagunça não planejada, Kyungsoo conhecia alguém em Exodus que poderia dar algumas respostas sobre os errantes, ou pelo menos algo. Baekhyun não acreditava naquilo por um segundo e também não fazia diferença.

O que eles precisavam saber? Se havia alguma vacina? Se havia alguma forma deles voltarem ao normal? Se todos estavam condenados?

Era melhor não saber.

Chanyeol estava sério observando tudo, ele também era um líder. Suho e seu grupo argumentavam sobre a lealdade e o conhecimento que esse Taemin poderia ter. Jongdae não acreditava que seria seguro ter alguém do grupo de Zitao com eles. Kyungsoo tentava garantir que ele era uma boa pessoa.

― Nós estudamos juntos, eu sei que ele é confiável, ele stá em Exodus pela segurança. Eu sei disso.

Kai estava mordendo a bochecha tão forte que sentiu o gosto de sangue.

― Essa cruzada não é nossa. – Sehun interrompeu a bagunça. Baekhyun assentiu.

― Qual parte de é o melhor acesso para sair da cidade você não entendeu? – Jongdae rebateu.

― Não é o único acesso. – Baekhyun interferiu.

― Eles tem razão. – Suho respirou fundo. – Nós não estamos pedindo que se metam nisso, ok? Zitao é um problema nosso, mas eu gostaria que continuassemos juntos no futuro, quando isso tudo acabar.

― Vocês tem um rádio, aqui tem vários equipamentos, nós podemos providenciar isso. – Chanyeol deu um sorriso.

Baekhyun suspirou aliviado.

― Por hora vamos descansar. – Minseok se levantou. ― Nós vamos continuar aqui, certo?

Sehun assentiu.

― Pensaremos numa rota para vocês e juntaremos mais equipamento e comida. – Suho finalizou o assunto.

Todos se levantam da mesa, Kyungsoo e Jongdae recolhem os pratos. Minseok olha na direção de Sehun que vai atrás de Kai, mas se contem em não ir atrás do mais novo.

― Você vai nos deixar não vai? – Jongdae olha na direção de Minseok.

― Eu não posso deixá-lo ir embora e eu não posso obrigá-lo a ficar conosco. Eu realmente não posso deixá-lo ir.

Jongdae colocou a mão sobre a dele e deu um sorriso.

― Nós respeitamos isso, ok? De verdade.

—/-

― Eu vou matá-lo, eu vou matá-lo e arrastar o corpo dele por aí e deixar que os abutres comam parte por parte. – Kai bufava e andava em círculos.

Os dois ocupavam o andar de cima.

― É o mesmo Taemin? Não é uma coincidência... – Sehun ainda estava confuso, mas ele teve a decência de não comentar sobre nada, já que Kai se manteve calado durante toda a discussão.

Se ele conhecia Taemin então ele também conhecia Kai, mas eles não se falaram.

― É da época do colégio, Kyungsoo estudou conosco.

― Então ele te conhece... – Também não era uma pergunta.

― Ele não tinha o direito de falar sobre Taemin. – Apertou as mãos em punhos.

Sehun nunca o viu tão desequilibrado, nem mesmo quando estava dançando com os mortos no teatro.

― Kai...

― Eles vão marchar para Exodus e fazer algo estúpido e isso vai colocar Taemin na linha de fogo. – Seus olhos cintilavam com as lágrimas que ele não deixava cair. ― Eu aceitei de bom grado tudo que aconteceu comigo, porque Taemin estava seguro lá, eu aceitei que ele vivesse naquela muralha porque eles não poderiam atacá-lo. 

Sequer percebeu que estava gritando e que suas mãos tremiam.

― Você deveria dar mais crédito a ele então.

― Como...?

― Taemin levou você para aquele teatro e mesmo assim você sobreviveu, você teria sobrevivido mesmo sem mim e você sabe. Taemin não passou por isso tudo para morrer no fogo cruzado, ele é melhor do que isso e você deveria saber. Ele é o seu “Luhan”, lembra?

Kai respirava de forma pesada, ele assentiu lentamente.

― O que você vai fazer? – Perguntou se sentando na beirada da cama com Sehun.

― Não sei, Zitao não é problema meu, mas eu nunca tive um plano pra onde ir. – Meio que deu de ombros.

― É suicídio atacar Exodus, ele estão armados até os dentes. – Kai girou os olhos.

― Mas tem uma vantagem.

― O que?

― Você já esteve lá, eles tem que ter um ponto cego.

Kai balançou a cabeça de forma negativa.

― Não pense como eles, se entrar em Exodus vai ser pra matar pessoas, entende isso?

― Quantas pessoas você matou?

― Nenhuma.

― Eu já. – Ele não soava triste ou arrependido, mas não falava com orgulho.

― O que aconteceu? – Porque tinha que ter um motivo, Sehun não era um assassino sangue frio.

― O fim do mundo aconteceu, algumas pessoas querem sobreviver do jeito mais fácil, roubando.

 

Sehun estava saindo do banheiro, Luhan estava terminando de pegar algumas coisa da loja de conveniência, o vidro estava quebrado, as bombas de gasolina ainda funcionavam e encheram o tanque do carro.

Não havia água ou comida, apenas alguns pães mofados, chocolates basicamente derretidos, balas e cigarros. Mas qualquer coisa era melhor do que nada.

Luhan havia separado alguns uniformes, roupa também era importante, assim como escova de dente, desodorante e uma latinha de coca-cola que estava escondida embaixo da registradora do caixa.

Um barulho de coisas caindo fez com que Sehun corresse até a pequena loja apenas para encontrar um homem com uma faca no pescoço de Luhan.

Só tem vocês dois, ne? Deu pra ver de longe. Eu quero as chaves do carro e tudo que vocês tem.

Sehun engoliu em seco. Luhan estava com as mãos erguidas e murmurava que Sehun obedecesse o homem.

Solta ele e você pode ficar com isso. – Sehun ergueu a chave do carro na mão.

Chute a chave para cá.

Solte o meu amigo.

Sehun...

O homem pressionou a faca mais rente ao pescoço de Luhan que literalmente segurou a respiração.

Ok! Ok! – Sehun jogou a chave.

Quando o homem desviou os olhos para pescar a chave com os pés, Sehun tirou a arma que estava escondida nas costas. Luhan empurrou a faca com as mãos e Sehun apertou o gatilho.

Sehun! – Luhan gritou, suas mãos tremiam e sangravam.

Ele estava bêbado! Ele realmente ia acertar você!

 

Sehun abriu os olhos encarando o teto, não era a primeira vez, não foi a segunda, Luhan também chegou a atirar sem nem piscar os olhos. Era simplesmente como sobreviver nesse mundo sem lei.

Era um “que vença o mais rápido” e não o mais forte.

― Você continua me tirando do fundo do poço, eu realmente não posso deixar você ir. – Kai voltou a sorrir como Kai.

Ele estava sentado sobre o quadril do outro. Parecia com eles no teatro.  Sehun era grato que nem o fim do mundo havia tirado o pouco que restou deles.

― Então não me deixe ir.

Não havia um lugar especial, não havia Luhan, Sehun não tinha nada. E viver por viver era cansativo demais.

Kai entrelaçou os dedos aos dele e inclinou o rosto para beijá-lo. E Kai é a única coisa familiar na vida de Sehun.

—/-

Chanyeol puxou o sofá que virou uma confortável cama, jogou um lençol por cima e dois travesseiros novos.

― Tem várias camas lá em cima. – Jongdae parou ao vê-los se fazendo confortáveis na sala.

― Me desculpe, mas eu não sou obrigado a compartilhar a vida sexual dos outros. – Baekhyun já estava sentado na cama.

Chanyeol apenas riu e deu de ombros.

― Tem uma cama queen lá em cima, eu não estou nem aí pra vida sexual dos outros, eu exijo conforto absoluto. – E saiu subindo escada acima, felizmente Kai e Sehun estavam no fundo do andar, e como tudo era dividido com divisórias que funcionavam como paredes, ele não era obrigado a presenciar nada, apenas ouvir gemidos abafados e ele poderia conviver com isso.

Não era como se ele mesmo não colocasse os outros na mesma situação as vezes.

Suho desabou na cama parecendo que tinha corrido uma maratona.

― Por que você continua carregando o mundo nas costas quando eu estou bem aqui?

Jongdae deitou ao lado dele, seus dedos ficaram brincando com os fios escuros.

― Você acha que nós estamos errados? Que eu estou errado?

― Não. Zitao tacou fogo no que era a nossa casa, pessoas morreram a troco de nada. Eu sei que lá tem pessoas inocentes, mas essas pessoas tem uma escolha de sair de lá?

― A maioria não quer viver nesse mundo.

― Eu quero que Zitao e Kris paguem por tudo, eles podem arranjar um novo líder, não me importo, nós já estaremos longe. Eles são caçadores e é isso que os outros não entendem.

― Chega desse assunto, nós temos que pensar em muita coisa amanhã.

― Hm. – Jongdae começou a distribuir beijos pelo rosto do mais velho, descendo para seu pescoço.

Suho soltou um suspiro.

― Também significa “vamos dormir”.

― Não. – Protestou puxando a camisa do outro para fora de seu corpo que Suho sequer se deu ao trabalho de lutar contra. – Nós finalmente paramos de correr.

O mais velho girou os olhos, mas abriu um sorriso e era o único incentivo que Jongdae precisava.

—/-

Kyungsoo estava sentado na porta, ele havia arrastado uma poltrona e estava com um dos rifles de Sehun, era muito melhor do que ficar carregando a carabina a cada disparo.

Minseok apareceu com uma garrafa de água gelada.

― Achei que já tivesse ido dormir. – Kyungsoo esticou a mão, ele pensou que nunca mais iria beber algo gelado. – Obrigado.

― E da pra dormir lá em cima? – Minseok riu ocupando uma cadeira.

― Suho e Jongdae de novo?

― E Sehun e Kai.

O outro apenas apenas riu. Minseok girou os olhos.

― Faça como Chanyeol e Baekhyun, acho que todos os sofás viram uma cama.

― Nah, não estou com sono.  Aconteceu muita coisa nas últimas horas, eles mereciam descansar, depois de toda a correria do colégio.

― Que bom que você encontrou Sehun.

Minseok assentiu antes de tomar mais um gole.

―Você quer falar sobre Taemin? Você nunca o mencionou antes, e eu sei que nós não falamos sobre o mundo antes disso, mas... Eu posso te ouvir se você quiser.

Kyungsoo torceu os lábios.

― Nós estudamos juntos, Jongin também. – Minseok franziu o cenho. – Kai, o garoto com Sehun.

― Oh!

― Jongin... Kai e Taemin eram inseparáveis, sabe? Eles eram do clube de teatro e dança, costumavam se apresentar no colégio, Taemin era o melhor dos melhores, Kai não ficava atrás, eu não era parte deles... ninguém mais era, apenas aqueles dois e o resto do colégio, entende?

Minseok sorriu, ele entendia perfeitamente, ele e Luhan eram exatamente assim.

― Taemin é um gênio, ele não era só bom em dança, então se ele está em Exodus, ele está fazendo algo de útil lá, e... ele é uma boa pessoa.

― Achei que você tivesse certeza que ele estava lá. – Minseok tentava acompanhar.

― Jongin não disse com todas as palavras, eles se separam, algo aconteceu e sei que Taemin ficou lá.

― O garoto também tem um olho pintado de sangue. – Minseok completou.

― Kris provavelmente.

― Provavelmente. – Concordou.

― Você acha que Sehun vai ficar?

― Eu não sei, é um pouco assustador, como ele não é mais o mesmo, sabe? Ele parece com o Sehun, mas não é ele.

Kyungsoo assente e le pensa em Jongin que costumava ter um sorriso envergonhado.

― Esse mundo é cruel...

― Você acha que nós mudamos também?

― Pra melhor ou para pior?

Minseok dá um sorriso triste.

― Se o meu “eu” antes disso tudo me encontrasse agora, ele ficaria orgulhoso?

Kyungsoo esticou a mão a segurou a do mais velho.

― Você salvou muita gente, céus... Chanyeol e Baekhyun foram salvos.

― Eles caíram numa armadilha que não era para eles.

― E nós poderíamos ter ido embora, eu queria ter ido embora. – Confessou. ― Sei que o mundo está uma droga, mas eu fico feliz por estarmos juntos. Todos nós.

Minseok sorriu.

[...]

― Time Alfa lá dentro. – Kris apontou para o pátio das docas. – Time Beta circulando. Time Charlie em posição.

Havia de seis a sete pessoas em cada time, era pouco pra invadir um território desconhecido, mas Taemin sabia que não havia errantes lá, mas ele não iria dizer nada, ele estava apenas sendo arrastado nessa missão porque Zitao estava puto com os errantes que foram soltos do colégio e bloqueavam basicamente uma avenida.

Sem falar que havia um senhor que estava questionando suas ordens, principalmente porque o segundo no comando também era Chinês.

E os experimentos não resultavam em nada útil e Taemin estava no meio do caminho no dia errado e acabou ganhando o corte no lábio e despachado para essa missão estúpida e talvez suicida.

Aparentemente um grupo havia sido recrutado e se negado, era um grupo grande e eles tinham “potencial” e “armas”, Tao achava que em pouco tempo eles poderiam ameaçar a segurança de Exodus se não se juntassem a eles.

E aparentemente os garotos não tinham a menor intenção de se juntar. Hoje em dia, Taemin considerava muito esperto da parte deles, mas ao mesmo tempo ele se sentia feliz por ter encontrado o lugar com Kai.

Tao realmente recebida bem as pessoas que chegavam lá por contra própria.

As grades foram cortadas com algum equipamento, o time Charlie ficou fazendo a segurança da abertura. Kris apenas apontou com a cabeça que Taemin fosse na frente.

Sinceramente, Taemin esperava que Kris atirasse em suas costas, mas até o momento não havia acontecido e ele não sabia se ficava grato ou não.

—/-

Era manhã, o que era perceptível com o vidro do teto quebrado, a loja ainda continuava escura, mas nada impossível de andar. O grupo estava novamente sentado a mesa tomando café da manhã, feijão, arroz e salsicha, no mini-mercado havia um feijão e arroz a vácuo.

― Será que conseguimos arranjar um mapa? – Baekhyun perguntou de boca cheia.

― Tem uma banca em algum lugar... – Kai comentou tentando se recordar. – Talvez na livraria. – Ele se levantou, Sehun ergueu a sobrancelha, mas ele apenas o beijou e subiu para o segundo andar.

― Precisamos discutir sobre as armas. – Suho olhou na direção de Sehun que assentiu.

― O que você decidiu? – Minseok se virou para o mais novo.

― Ficar. – Sehun respondeu encarando a comida. ― Vou com vocês para Exodus.

Minseok literalmente o abraçou. Kyungsoo sorriu para o amigo.

― Sinto que parecemos um pouco ingratos, mas... – Baekhyun deu um meio sorriso.

― Não, tudo bem. – Jongdae o assegurou. ― Vocês já se envolveram demais nisso.

― Mas vamos manter o plano? – Chanyeol olhou para o líder. – E nos encontrar depois?

― Sim, eu espero que sim.

Eles continuam raspando os pratos e conversando de forma paralela, quando Kyungsoo faz sinal que todos fiquem quietos.

― Vocês ouviram isso? – Ele pergunta se levantando lentamente.

― O que? – Suho olha preocupado para a entrada da loja.

Não muito distante, mas eram passos. Não era difícil de ouvir pois tudo ecoava naquele shopping.

O grupo acaba se levantando e arrastando as cadeiras. Suho sinaliza para as armas que estavam na cozinha que ficava nos fundos da loja, mas antes que eles saíssem completamente da mesa, a entrada a loja é invadia por seis pessoas armadas e uniformizadas.

Todas de preto, os visores dos capacetes estavam levantados.

Kris se aproximou batendo palmas.

― Nós finalmente voltamos a nos encontrar. – Ele sorriu para o grupo que não teve opção a não ser erguer os braços em rendição.

Taemin olhou para cada um deles, e demorou o olhar em Kyungsoo que manteve o olhar fixo em outro vigilante, mas ele havia o visto e o reconhecido. Taemin também decidiu não vacilar, nada de bom sairia disso.

― Kris. – Suho o cumprimentou com um tom seco.

― Suho. – Ele repetiu o cumprimento com um sorriso. – Garoto que parece chinês, mas não é. – Disse para Minseok. – Garoto das sobrancelhas. – Para Kyungsoo. – Desculpa, mas eu não tenho um apelido pra você. – Disse olhando simpático para Jongdae. – E... Garoto ridiculamente alto. – Sorriu para Chanyeol. – Pequeno assustado, não se preocupe, eu não mordo. – Murmurou para Baekhyun que tentou não parecer afetado. – E... poker face, eu gosto de você, seus olhos estão lançado adagas em mim e nós nem nos conhecemos! – Por fim se virou para Sehun.

― A que devemos a honra? – Suho manteve o tom e se aproximou um passo, mas os atiradores destravaram as armas e foi o bastante para fazê-lo parar onde estava.

― Não sejam grossos. – Kris disse para o grupo, mas eles continuaram com as armas apontadas. ― Zitao mandou buscá-lo, e mais alguém...

Jongdae vacilou na expressão e Kris deu um sorriso.

― Se eu for, meus amigos não vão ser feridos, ok?

Jongdae o agarrou pelo braço.

― Suho, que diabos?

― Jongdae, calado.

― Não! Você não vai!

― Eu vou com ele. – Kyungsoo disparou fazendo que todos os olhares caíssem sobre ele.

― Gosto do seu espírito esportivo, mas não. – Kris o dispensou com a mão. – Zitao gostaria de você. – Disse olhando para Sehun que ergueu a sobrancelha em desafio.

A comoção no andar de baixo era alta, Kai sabia que não deveria se fazer presente, Kris obviamente não contava que faltasse alguém no grupo. Ele já havia achado o que queria. Ele tinha uma arma consigo, mas atirar em um apenas significava que o restante do grupo seria fuzilado e ele não correria esse risco.

― Kris. – Suho aumentou o tom. ― A segurança do meu grupo, eu quero a sua palavra.

― Você tem. – Respondeu parecendo entediado. ― Agora, eu preciso de outra pessoa. -Kyungsoo deu um passo a frente. – Sabe, isso é muito suspeito, ou talvez você queria que pareça suspeito para eu não chamar outra pessoa, ou talvez você queira ir por alguma razão... hmm... não consigo me decidir. – Ele apontou para Baekhyun, mas Chanyeol se colocou na frente. – Oh, você então?

― Não ele, eu. – Chanyeol também se aproximou um passo, mas o namorado o agarrou pela cintura.

― Não! Eu sei hapkido, eu sou ágil – Baekhyun começou a disparar várias coisas aleatórias sem soltar do namorado.

― Eu gosto da atitude dele, muito nobre. Qual seu nome?

― Chanyeol. – Respondeu com um breve aceno de cabeça.

― Definitivamente gosto dele. Ok, então. Suho, Chanyeol-sshi, por favor me acompanhem. Ah. – E encarou o restante do grupo. – Se tentarem alguma coisa eu mato os dois, entenderam?

― Chanyeol! – Baekhyun tentou se aproximar, mas Minseok o segurou.

Kyungsoo apertou a mão de Jongdae que mordia o lábio para segurar as lágrimas.

Taemin olhou de relance para eles, demorou o olhar um pouco em Sehun que franziu o cenho com uma sensação estranha como se o conhecesse de algum lugar, e então o garoto de cabelos loiros olhou na direção de Kyungsoo, já que Kris estava muito ocupado escoltando Suho e Chanyeol.

Ele não sussurrou ou falou as palavras, mas seus lábios se mexeram e Kyungsoo jurou ter entendido: Eu vou cuidar deles.

O grupo foi embora e Baekhyun caiu de joelhos, lágrimas escorrendo pesadas e nada poderia consolá-lo. Jongdae deu um soco na mesa.

― Eu vou matá-los. Eu vou acabar com Kris, Zitao, todos eles...

Kai desceu as escadas, a arma em mãos.

― Você! – Baekhyun gritou se levantando. ―  Por que você não atirou neles? – Ele se lançou pra cima do dançarino que arregalou os olhos. ― Eles levaram Chanyeol! Por que você não atirou neles!?

Sehun colocou a mão no ombro de Baekhyun, mas o garoto se virou rápido e acertou o cotovelo, com força, no rosto de Sehun que tombou para trás com o golpe acidental. Isso pareceu acalmar Baekhyun.

― Chega! – Kyungsoo gritou. – Alguém reparou no garoto que estava com Kris? Aquele era Taemin. Nós precisamos de um plano, nós precisamos ir para Exodus.

― Taemin esteve aqui? – Kai estava abraçado a Sehun que assentiu como pode.

― Nós precisamos entrar em Exodus. – Jongdae olhou para cada um deles. ― E nós precisamos fazer isso rápido.

― Eu posso fazer isso. – Kai se pronunciou. ― Eu acho que posso fazer isso. – Se corrigiu.

― Nós precisamos daquela horda. – Baekhyun secou as lágrimas. – Nós vamos colocar aquela horda na porta de Exodus.

Baekhyun desejou nunca ter entrado naquele colégio, mas ele não podia mudar tudo que aconteceu ou como aconteceu, mas ele não deixaria Chanyeol. Ele era a sua melhor metade.

Um mundo sem Chanyeol era... ele não pensaria sobre isso.


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