Os Mistérios da Mansão escrita por Hana


Capítulo 2
Le mystère commence


Notas iniciais do capítulo

Essa não é minha primeira história de vampiro, mas a primeira que eu realmente fico empolgada em dar continuidade.

kuchiki-hana, apresenta:
"Chapter I - Le mystère commence"
"O mistério começa"



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  Era uma casa. Que fora vendida pelos parentes do dono até sua morte. Sombria. Essa era a característica. Os novos moradores já estavam chegando. Um casal, uma menina, e dois meninos. Meia-noite.

 Calafrios. Foi o que Melisse sentiu ao aproximar-se da casa. Seus dedos tremiam apavorosamente. Seus irmãos já haviam entrado, junto com o pai. Já sua mãe, Catherine, adentrava os portões, até ouvir a filha murmurar alguma coisa.

 - Não vou entrar. – a garota não encarava a mãe, mas olhava fixamente para o chão. A mãe olhava-a, aturdida, mas pensou que a filha estivesse receosa por terem-se mudado tão de repente. Olhou-a, novamente, e tornou.

 - Deixe de besteira, Melisse. Ande logo, já está tarde. – Catherine adentrou à casa, seguida pela garota e um outro ser, que nenhuma das duas avistou, mas, de fato, havia mais alguém além daquela família, habitando o lugar.

 A garota, contrariada, subiu as escadas até chegar no que seria seu novo quarto dali em diante. Colocou uma das mãos na mesinha-de-cabeceira que havia ao lado da cama... empoeirada. Foi até o banheiro, e ligou a torneira... fio cortado. E finalmente deitou na cama... mas ela não era confortável. Com as costas doloridas, sentou-se, resmungando.

 - Parece que não limpam isso aqui há anos. – falava com um tom arrogante. Ouviu um barulho vindo do toalete. Curiosa, foi ver o que era. E espantou-se. Da torneira, agora, caía sangue. Amedrontada, a fechou rapidamente, e saiu correndo do quarto. Mas não falou nada. Fingiu tranqüilidade.

 Ainda sentia a presença de alguém a vigiando, e agora, tinha certeza. Precisava arrumar um jeito de tirar a família dali, ou todos acabariam morrendo. Sentiu frio. Sangue descia de suas narinas, colocou a mão, e vendo aquele líquido vermelho, correu para o banheiro, impedindo os pais e os irmãos de verem o que estava acontecendo.

 - Não é nada, não pode ser nada. – foi repetindo durante o pequeno trajeto até o banheiro.

 Secou o sangue que antes escorria, até perceber a presença daquele ser mais perto do que nunca pudera chegar desde as poucas horas que estava na casa.

 - Você ainda não pode saber quem eu sou. – proferiu tais palavras com um ódio tão grande, que provocou um súbito mal-estar naquela adolescente.

 Melisse chocou-se. Então estava mesmo acontecendo alguma coisa. A casa, tinha mesmo sido habitada por pessoas estranhas antigamente.  E, cabia a ela, descobrir tudo. Afinal, ela era a única que sentia aquela presença desconhecida.

 - Q-Quem é você? – arriscou uma pergunta, gaguejando. Ninguém respondeu, mas ela ainda podia ouvir sussurros.

 Tremendo, correu ao quarto dos irmãos, um pouco mais velhos que ela.

 - Marck... – murmurou, sentindo-se fraca. – Me ajuda... – caiu ao chão, sentindo-se desfalecer.

    “Desculpe-me, minha querida”, sussurrava uma outra voz, dessa vez parecia-lhe sinceras palavras. “Não pude proteger você.”

 Marck pediu ajuda ao irmão, Marco, que ajudou a colocar a garota na cama, e chamaram os pais, que ficaram preocupados. O médico chegou, e disse que não era nada. Mas como não? Nenhum sinal... nada. Estranho.

 O garoto de dezessete anos era esperto, notou logo que havia algo diferente. Esperou.

 “Eu preciso de sangue”, sussurrava aquela voz maligna no subconsciente da jovem. “Todos merecem morrer.”

 Melisse acordou. Suava frio. Seu coração palpitava descompassadamente e ela podia sentir alguém toca-la.

 Pôs-se a correr, abrindo com força todas as portas que atravessavam seu  caminho. Chegou ao corredor. Ah, o corredor! O cômodo mais sombrio. Afinal, aquele lugar era realmente assustador. Corria, pensando ser contra o tempo, correndo pensando no pior, parecia não ter fim, pois quanto mais ela corria, a sensação era de nunca sair do lugar.

 - Por quê??? - gritou, por impulso. Mas só ouvia o  eco de sua própria voz. Ajoelhou-se no chão, e começou a chorar.

 Aquele corredor continuava escuro, enquanto somente ela, Melisse, ouvia as vozes, as risadas maquiavélicas, enquanto somente ela sentia medo, de verdade.  Levantou-se, e debruçada sobre um corrimão, lamentou-se de ter concordado em mudar-se para aquele "fim de mundo."

 "Muito bem. Seu medo só me fortalece, garotinha", gargalhava a voz maligna que ouvira desde quando apareceu em frente àquele lugar apavorante.

 - Melisse! - era a voz de Marck, que a garota reconheceu imediatamente e virou-se para abraçá-lo, enquanto enxugava as lágrimas. - Melisse... eu já sei de tudo... não ouço as vozes, como você, mas posso sentir as mesmas presenças que você sente. E estarei aqui para ajudá-la, minha irmã.

 Sentia-se um pouco melhor, sabendo que não estava sozinha, porém, um pressentimento ruim a invadia, sentia que Marck não deveria ter descoberto nada, sentia que agora, tudo poderia piorar. E que o perigo estava prestes a se revelar.

 Era meia-noite. Novamente. Sussurros maquiavélicos e gritos de horror permeavam pela mente daqueles dois, enquanto estes tentavam impedir que as vozes dominassem-nos. Não queriam que os pais - que já haviam ido dormir - se assustassem. Então, foram ao quarto da garota, para não acordar, também, seu irmão mais novo.

 Pegadas. De sangue. Encontradas ao abrirem a porta do quarto. Tudo estava absolutamente escuro. As luzes aparentavam ter sido cortadas, igual ao telefone. Barulhos de janelas e copos caindo eram ouvidos. E após, o silêncio.

 "Não tenha medo, meu amor", a voz benígna falava, "logo poderei estar ao seu lado."

 A cada palavra daquela voz benígna encantadora, Melisse sentia-se mais segura e confiante. Entretanto, a cada palavra das vozes malignas, seu coração se comprimia ainda mais. Era aterrorizante demais para uma garota de apenas dezesseis anos.

 Fecharam os olhos. Respiraram fundo. E abriram cautelosamente a porta do quarto. Pegadas. Novamente. Ensanguentadas. E, ao abrirem totalmente a porta, o medo. Um homem estava parada em frente à janela. Possuía a pele branca, como neve. Seus olhos eram assustadoramente lindos e possuiam uma fluorescencia estonteante. Seus dentes afiados tornavam seu sorriso ainda mais lindo. Caracteristicas de um homem perfeito. Exceto por um defeito. Não era humano.

 - Olá. - sua voz era incrivelmente bonita e hipnotizante. Mais como ele havia entrado? Há, pela janela, óbvio. Só que pessoas normais não entram na casa de pessoas desconhecidas 00h pela janela. É, o cara era estranho. E pela sua cara satisfeita, não iria sair dali tão cedo.

 Ele tinha alguma coisa a ver com tudo que estava acontecendo. E estava ali para ser investigado.

 - O-oi. - Melisse, respondeu, gaguejando, enquanto o irmão encarava aquele ser estranho. Estranhamente sedutor, ele era.

 Os dois jovens olhavam-no assustados, enquanto ele, sorria satisfeito. Como se realmente quisesse assustar os adolescentes. Não se atreveram a falar mais nada. Esperaram para ver se ele falava.

 "Não confie nele, Mel", novamente a voz benigna.

 Mel? Ninguém nunca havia chamado-a assim. Deixou transparecer um rápido sorriso no canto da boca. Estava mesmo se apaixonando por um desconhecido? Era uma das perguntas que ultimamente vinha se fazendo.

 - Não estão com medo de mim... estão? - ele indagava, com um sorriso cínico nos lábios.

 Silêncio.

 - Ora, não precisam ter medo. - era a voz dele, novamente.

 Como não iriam ter medo? Encontram um homem parado na porta de seu quarto, à meia-noite, sendo que este entrou pela janela, e ainda por cima, seu sorriso é cínico e... arrepiante. Não tinha moral para perguntar nada. Raiva. Repulsa. Era o que sentia por aquele homem que estava parado em frente à janela de seu quarto. Sem nem mesmo conhecê-lo direito.

 Melisse, aquela menina de cabelos loiros compridos, olhos azuis claros, sempre alegre e sorridente, se tornava agora, uma garota repugnante. Triste. Por causa do infeliz que invadira seu quarto. E do que estava por vir. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Então, mereço reviews?