Os Mistérios da Mansão escrita por Hana


Capítulo 12
Mer försök


Notas iniciais do capítulo

Chapter XI - "Mer försök"
"Mais tentativas"



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 Melisse ajoelhou ao chão, esperando que o pai fosse concordar em um possível acordo, porém, Lino permaneceu calado por um longo tempo. A garota queria falar, mas tinha medo. Hydan teria de matá-la antes do amanhecer, e estava quase chegando a hora. Erik não estava mais agüentando, sentia que era sua obrigação tirar Mel das mãos daquele vampiro insensível, sabia que seria melhor para ela tê-lo por perto, tudo que havia falado não fazia sentido, dizer que ela não precisava dele quando precisava. Era uma coisa inútil. Não deveria ter falado isso. Era quase uma hora da madrugada, e nesse horário ela já deveria estar morta. Ou seja, Erik precisava chegar o quanto antes, ou poderia ser tarde demais.

 

 Partiu, então, sua dor no peito ficava mais forte a cada instante, como se ele pudesse sentir o que estava acontecendo com a garota. Era rápido, e assim como saiu da mansão, chegou ao inferno.

 

 Chegou no momento em que Lino ia mordê-la até a morte, mas ao vê-lo chegando mais perto, imediatamente jogou-se na frente da garota. Esta olhou para ele, assustada, mas ele mostrou-lhe que iria ficar tudo bem. O vampiro maligno estava irritado, sentia imenso ódio e não sentia nenhuma culpa por tentar matar a própria filha. Nada.

 

 Erik socou o pai de Melisse com tanta força, que ele caiu ao chão, desacordado. E os dois, aproveitaram para fugir. A garota olhou uma última vez para o pai e correu ao encontro do amado, que a esperava mais na frente.

 

- Pensaram que seria fácil sair daqui, não é?

 

 Ouviram uma voz sussurrando para eles aparentemente perto dali. Uma voz fácil de reconhecer. Uma voz que a garota já estava acostumada a ouvir desde que era uma criança.

 

 - Não... por favor... – Melisse suplicava quase que inutilmente, pois o garoto estava sendo controlado. – Queria que tudo fosse um pesadelo...

 

 - Cale a boca! – Marck gritou, coisa que nunca havia feito na vida. É, ele havia mudado. – Já que seu papai não teve coragem o suficiente para matá-la, eu mesmo matarei!

 

 Erik, que até então estava parado ouvindo os dois discutiram, entrou na conversa.

 

 - Você nos conhece Marck... Irá se arrepender para o resto de sua vida eterna se fizer isso... – o garoto não sabia o que estava falando.

 

- Coitado... Não foi forte o bastante para suportar o controle do líder vampiresco.

 

 

“Eles estão descendo a colina por trás.”

 

 A garota não deveria ter seguido as ordens do pai, não deveria ter voltado para aquele lugar demoníaco e assombroso. Agora, seria perseguida. A mulher em seu subconsciente havia lhe avisado que os vampiros malignos haviam se unido para destruí-la, mas não imaginava que seria naquela hora; naquele momento. Sentia-se derrotada, mas não poderia dar-se por vencida. Pois ela iria vencer. Por mais que a vitória custasse sua própria vida. Se ela morresse para selar a paz entre o mundo vampiresco e o mundo humano, tudo bem.

 

Marck tentou avançar na garota, violentamente, mas Erik impediu isso de acontecer.

 

 - CORRA MEL! – ele gritou, impulsionado pelo medo. – CORRA!

 

 A garota, também com medo, começou a correr, não pensando em mais nada. Estremecendo, abriu sua pequena bolsa e retirou aquela chave dourada para abrir o portal. Ao abrir, olhou para Erik lutando para salvar sua vida, e deixou uma lágrima cair.

 

- Me desculpe...

 

 Sussurrou para si mesma, esperando mesmo assim, que ele a ouvisse. E em seguida, voltou ao mundo humano, para ficar esperando aflita a volta do vampiro.

 

 Enquanto isso, ficava pensando no que aconteceria a partir daquele dia, afinal, Hydan estava bem mais revoltado, não conseguira matá-la naquela noite. E já havia amanhecido.

 

Eles mudaram o curso da morte.

As conseqüências também seriam mortais.

Um passo em falso pode, agora, custar uma vida.

Mas ninguém presta atenção a nada...

Ao menos na maioria das vezes.

A partir de agora,

Teriam de pensar antes de fazer algo

Que poderá ser irreversível.

 

   E passavam-se horas, nenhum sinal de Erik. A garota começava a ficar preocupada com ele, porém, logo pensava que não era tão fácil derrotar alguém tão ameaçador. Sim, era o que Marck havia-se tornado.

 

  Cada vez ia ficando mais escuro, e o medo de alguém aparecer aumentava. Cada ruído na mansão fazia a garota levar sustos e quase desmaiar. Erik precisava voltar logo.

 

 Não foi isso o que aconteceu.

 

 Com o restante de sua força, Hydan acordou e conseguiu sair sorrateiramente do quarto, indo direto ao... mundo humano.

 

 - Você pensa que eu sou o quê, hein, mocinha? – o sanguessuga apertava seu braço com força. – vamos decidir agora quem deixará esse mundo!

 

- Só que é mais fácil Melisse morrer do que o vampiro.

Vampiros só podem ser mortos se uma estaca cruzar seu peito.

Esqueceu garota?

 

De fato, ela havia esquecido. Mas mesmo assim, não queria matar o pai, queria acertar tudo numa boa, queria fazê-lo mudar de lado, embora no fim tivesse mesmo que matá-lo. E isso a entristecia.

“Não há nenhuma maneira de não ter que matá-lo?”, a garota se perguntava, sem obter resposta alguma. Sentia-se agoniada, tinha que descobrir alguma forma de quebrar o ciclo que a fazia ter de matar Lino.

 Era mais um mistério a ser desvendado.

 

Mas a guerra entre Melisse Reichert & Lino Hydan, acabava de COMEÇAR.

 

 Melisse sabia que possuía poderes, tão fortes quanto os do pai, mas seus poderes eram benignos. O que, em tese, a tornava um pouco mais forte que ele. O único problema é que ela ainda não sabia usá-los, complicando sua situação.

 

 Hydan e Melisse continuavam a se encarar. Lino parecia estar rosnando, de tanta raiva.

 

- Você poderá vencer se usar o poder que está em seu coração. Não precisa conhecê-los, basta saber invocá-los.

 

 

 “Certo. O poder que está em meu coração.”, ela pensou.

 

 Lino foi mais rápido e atacou a garota, que gritava desesperadamente.

 De repente, ruídos no andar de cima, e desceram: Rurik, Joanne e Marck de um lado. E Erik do outro. Sozinho.

 

- a hora chegou, garota! Viu? Eles estão aqui... Todos juntos... e agora, só resta você e Erik... Porém, vocês têm capacidade de vencer, como eu já havia dito. Você é mais forte que todos eles juntos, basta você descobrir.

 

 Hydan, agora, estava com todas as vantagens possíveis, e Melisse pensava no que a mulher havia falado em sua mente.

 

 

 - Marck... Ajude-me! – Melisse gritou, mas o irmão apenas ria. Sarcástico. Não adiantava suplicar, porque para ele era como se não estivesse falando nada. Apenas ignorava.

 

 Será que um dia isso tudo acabaria? Será que um dia a paz voltaria a reinar sobre os dois mundos?

 

Perguntas e mais perguntas. Sem respostas.

 

 - Que palhaçada! – resmungou Marck. – mate-a de uma vez, Lino!

 

 Ele assentiu, mas virou-se para o lado do outro vampiro e jogou álcool e fogo. E ficou vendo-o queimar e se transformar em nada.

 

 - NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! – Melisse gritou, ajoelhando-se ao lado do corpo do irmão, que não possuía mais vida. Suas lágrimas corriam livremente e uma dor no peito a invadia. Não agüentava mais. Preferia morrer ao ver seus amigos morrerem.

 

 - Mas então... Ele ainda não havia tornado-se vampiro por completo... – Erik disse em voz baixa.

 

 Agora, era um a menos. Mais fácil de a batalha ser vencida. Mas mesmo assim, Marck era seu irmão, sua única família... sentia-se mais sozinha do que nunca, embora tivesse Erik a seu lado.

 

 Lino gargalhava, sem o mínimo remorso. É claro, monstros não costumam ser bonzinhos. Imbecil.

 

 - DESGRAÇADO! – a garota gritou, entre lágrimas, com uma voz mais forte que o normal. Avançou subitamente em Hydan e começou a socá-lo. Ele, por sua vez, ignorava totalmente o que ela estava fazendo, e apenas ria. Ele não sentia dor. Não sentia nada. Insensível. Inútil. Infeliz. Monstro sem alma. Era isso que ele era.

 

 Erik tentava pedir-lhe calma, mas ela estava nervosa demais para tanto. Deixou que ela pusesse toda sua raiva para fora. Mas ela já o estava fazendo. As coisas pioravam a cada instante, sob os olhares torturadores dos vampiros.

 

 Vampiros... humanos... dois “clãs” que se acham superiores. Dois clãs lutando pela vitória. Onde sempre somente um tem a capacidade necessária para vencer.

 

E eles estão chegando...

 

 

 - Senhor, você está bem? – Joanne perguntou, mesmo sabendo a resposta.

 - Olhe bem pra minha cara! Eu tenho cara de que estou passando mal? – ele lançou-lhe um olhar severo, e voltou-se para Melisse, Erik, e Marcio, que havia acabado de chegar.

 

 Silêncio por alguns minutos.

 

- Como eu estava falando... ou melhor, eu não estava. – sentiu vontade de rir, mas conteve-se. – Você estava, filha ingrata.

 

 - Ingrata? – ela gritou, surpresa. – Depois de tudo que eu tentei fazer para que entendesse que você não pertence ao lado mal você me chama de ingrata?

 

 Ele não respondeu.

 

 - Não vai falar nada?

 

 - Ah Melisse, Melisse... Você não sabe nada da minha vida eterna. Nada! – ele parecia calmo; pacífico. Mudou o tom de voz rapidamente.  – Eu NUNCA vou ser do bem, queridinha! NUNCA, entendeu?

 

 Agora ela realmente estava tentava ignorá-lo, pois conseguiria fazê-lo tornar-se bondoso ele querendo ou não. Na verdade, não podia querer tanto isso, pois ao mesmo tempo em que seria bom tê-lo como um pai amoroso, seria mal ter que matar seu próprio pai.

 

 Melisse estava tensa, e ao mesmo tempo em que olhava para a face de seu pai maligno, tentava lembrar de alguma coisa que ajudasse a decifrar a morte do irmão e seu suposto lado vampiresco.

 

- Todos irão saber em breve a verdade sobre Marck Reichert...

 


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Notas finais do capítulo

mereço reviews pessoas amadas? *OOO*