A Sombra do Pistoleiro escrita por Danilo Alex


Capítulo 18
Paul Blake


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
Apesar de curtinho, acho que vão gostar desse capítulo!
É hora de Enrico confrontar Paul Blake, o segundo assassino responsável pela morte de sua mãe.

Espero que gostem!

Boa leitura!!!



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Mal saiu do Only Hope Hotel, Enrico varreu com a vista as ruas desertas de Denver. Sim, as ruas estavam desertas porque ninguém queria morrer àquela hora da manhã. O olhar do rapaz vasculhou a via, as soleiras das portas, as calçadas, os alpendres e as janelas dos prédios.

Finalmente divisou um homem parado no meio da rua, a aproximadamente cinqüenta metros de onde ele se achava. O indivíduo tinha as pernas um pouco separadas, as mãos estendidas ao longo do corpo alto e magro, a aba do chapéu caída sobre os olhos, a cabeça um pouco tombada para a direita. Era a postura inconfundível de um pistoleiro pronto para matar.

— Você é Paul Blake? – gritou Enrico.

— Sim. Você é Enrico De La Cruz?

— Sou.

— Muito bem. Trago um recado de um camarada que muito te estima, Enrico. Acho que ele é um parente seu.

— Sim? E quem é ele?

— Francisco Herrera, de Utah.

— Ah é? Já ouvi falar. E qual seria o recado?

Enrico já sabia do que se tratava; tinha captado a morte na voz gelada daquele sujeito. Por isso, não se surpreendeu quando sua pergunta foi respondida com uma chuva de balas. Estando precavido, ele apenas se jogou agilmente para o lado e rolou duas vezes pela rua poeirenta e quente. Mais uma vez salvou-se por sua rapidez de reflexos. O chapéu caiu-lhe da cabeça com o movimento brusco.

Da janela do segundo andar do Only Hope, Catherine assistia à cena. Quando ouviu os tiros e viu Enrico cair, imaginou que ele houvesse sido atingido. Arregalou os olhos e levou as mãozinhas à boca, abafando um grito de horror. Contudo, logo pode suspirar de alívio ao ver o rapaz se erguer depressa em seguida, empunhando com firmeza seu par de mortíferos revólveres. Enrico sacara as armas tão rápido quanto levantara. Mas Paul Blake astutamente desaparecera.

Com todos os sentidos em estado de alerta, Enrico buscou proteção atrás de uma carroça cheia de feno, a qual estava parada diante do Only Hope.

— Você é um homem morto, De La Cruz! – rugiu cavernosamente Blake de seu esconderijo.

— Parece que ainda não, já que você falhou em transmitir o recado, amigo! – zombou o rapaz mexicano.

— Maldito seja! Kirk Ortiz era meu amigo, e você lhe fez tantos furos à bala, que nem a mãe dele seria capaz de reconhecê-lo no caixão. Vai pagar caro pelo que fez a ele, meu rapaz!

— Pode ser. Mas antes, é você quem vai pagar pelo que fez à minha mãe. Bastardo!

— Diabos! Quem era a sua mãe?

— Maria Dolores De La Cruz, ex-mulher do crápula do seu patrão. Covarde! Você a matou com um tiro nas costas, quando eu era ainda uma criança!

— Não se preocupe, garoto. Em breve você vai estar junto dela novamente. Eu mesmo cuidarei disso. É uma promessa. 

— Veremos!

Com sensacional agilidade, Enrico subiu na carroça e depois alcançou o telhado da casa vizinha ao hotel. Escalava silenciosamente como um gato. Dali, não foi difícil avançar ao longo da rua, saltando para os próximos telhados. Seguia sem ruído, cuidadosamente. Observando atentamente do alto de uma casa, o rapaz enxergou a copa do chapéu amarfanhado de Blake em evidência; o pistoleiro estava agachado atrás de dois barris, perto da esquina. Recarregava as armas e esperava o momento ideal para agir.

— É o seu fim, bandido! – rugiu Enrico a plenos pulmões.

Surpreso, Blake olhou para cima e imediatamente começou a levantar a arma, mas os Colts de Enrico trovejaram antes, cuspindo chumbo fervente ao mesmo tempo. Ambos os projéteis entraram mortalmente juntos no peito de Paul Blake, que soltou um hilário grito estridente, quase afeminado, e caiu de lado com um gemido, largando o revólver. Rapidamente Enrico guardou as armas fumegantes e pendurou-se na beira do telhado, antes de se deixar cair de pé, no meio da rua. Parou diante do bandido que agonizava e rosnou:

— Vamos, Blake. Diga o nome dos seus outros dois companheiros que participaram do ataque à minha casa e mataram minha mãe naquele dia.

— Vá... se danar... seu fedelho.

— Acha justo só Ortiz e você pagarem o preço, enquanto os outros dois culpados vivem? Eles merecem um lugar no além tanto quanto vocês.

— Tem razão... São... – e o ferido respirava com dificuldade pela boca, da qual escorria uma espuma sanguinolenta – São Wally Meyers... e... Jeff Nilman... estão em... Utah... com o Sr. Herrera... trabalhando como... guarda-costas para... ele...

— Obrigado, Blake. Garanto que em breve eles se unirão a você no outro mundo.

— Vejo você... no Inferno...De La Cruz...

— Não conte com isso tão cedo, amigo. Em todo caso, é melhor você dizer ao Diabo para preparar mais lugares. Se depender de mim, dentro em breve lá haverá superlotação.

Ao dizer essas palavras, Enrico De La Cruz virou as costas para o morto, recolheu seu chapéu onde tinha caído, bateu a poeira dele com a mão, devolveu-o à cabeça e voltou com passos rápidos e felinos para o seu quarto no Only Hope Hotel, onde a bela e aflita Catherine Summers o esperava ansiosamente.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo, pessoal!

E aí, que acharam?

Deixa seu review por favor, para eu saber o que gostaram e o que não.

Me digam o que esperam do próximo capítulo.

A gente se encontra aqui semana que vem, cowboys e cowgirls!



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