Stitches escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Olhar Demoníaco


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, tudo bem com vocês?

Alguns pontos (trocadilho besta) sobre a história:

. É apenas uma one, não terá continuação.
. Foi baseada na música de mesmo nome do Shawn Mendes.
. Algumas pessoas podem não gostar, se for uma delas, peço que não comente grosserias, vamos manter a paz, okay?

No mais, boa leitura!



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Edward —

A figura dela na televisão, sorridente e tão bela, me atormentava. Porém, eu não conseguia desviar a atenção, queria, mas não tinha forças para parar de olhá-la, ainda que tudo aquilo estivesse me consumindo.

Ela parecia mais linda do que nunca, os cabelos cor de mogno ondulados — que antes iam até sua cintura — tinham sido cortados até a altura de seu ombro, o que lhe deixava parecendo mais madura, só que não mais velha. Sua pele, antes tão pálida, parecia brilhar junto com os refletores do programa. Os lábios rosados ainda exerciam um poder desesperador sobre mim, eu queria me afogar na boca dela, provar do veneno. Seu corpo mexia-se conforme a música, como uma serpente, porém com graça e sensualidade. E, seus olhos, castanhos, escuros, misteriosos, continuavam sendo amedrontadores.

Por muito tempo pensei que já tinha tido meu coração destruído por algumas das tantas namoradas que tive, mas, eu estava completamente enganado. Qualquer outra era um anjo comparado à Isabella e seu olhar demoníaco.

Quando Isabella disse aquelas palavras, eu podia comparar a dor com uma faca sendo enfiada em meu peito. E, ela aproveitaria e a giraria lá dentro, só para ter certeza de que eu não estava saindo ileso de seu golpe certeiro.

Ela terminou de cantar, jogando um beijo para a câmera que a gravava de perto. Parecendo tão inocente que por uma fração de segundos acreditei que ela não era a própria encarnação do demônio na Terra.

O programa entrou em intervalo comercial, foi quando aproveitei para desligar a televisão. Voltando a tentar uma cura na cerveja, eu sabia que aquele não era o jeito certo, principalmente quando noventa dias depois da facada de Isabella, continuava fugindo do mundo lá fora.

Haviam especulações, é claro, mas nenhum fato concreto. Muito se falava sobre férias para compor músicas novas, levando em conta que estava há quase três anos sem lançar nada. Entretanto, o tópico mais votado para explicar meu sumiço era o uso excessivo de drogas para superar a perda de Isabella.

Encarei a garrafa de cerveja em minhas mãos, eu estava bebendo tanto que seria questão de tempo até ser arrastado para uma clinica de reabilitação. Enquanto isso, ela brilharia. Um brilho que foi alcançado da forma mais suja possível.

O telefone tocou, devia ser a milésima ligação do dia. Eu não atendia, mesmo sabendo que era importante, mesmo sabendo que devia dar sinal de vida, mesmo que fosse para mandar a pessoa do outro lado da linha ir cuidar de seus próprios interesses.

Desliguei o aparelho, deixei a cerveja de lado e rumei para meu quarto. A cama, grande demais, coberta por lençóis brancos, era só mais um detalhe naquele apartamento que fazia com que eu me lembrasse dela.

Se me concentrasse, podia lembrar exatamente como era tê-la ali. Nua, enroscada nos lençóis, os cabelos emaranhados e o rosto inchado pelo sono.

E, eu a amava mesmo assim. Ainda que ela não tivesse uma beleza diferente, ou fosse uma das modelos que antes era acostumado a sair. Isabella era diferente de sua própria maneira, ela era única e, foi isso que fez a facada dela em mim, doer tanto quando saiu da minha vida.

Sentia falta de seus beijos, da forma como ela mordia meu lábio inferior ao mesmo tempo que me encarava, claramente querendo roubar minha alma. Mas, eu não podia lutar contra todo o desejo que o corpo dela exercia em mim.

Seu corpo. Quente e macio. Passava horas de meus dias a tocando, simplesmente a tocando, pois isso era precioso para mim.

Ela era preciosa para mim.

O jeito que se arrepiava quando passava a mão por sua barriga. Como gemia baixinho ao ter minha mão entre suas coxas. E, quando eu estava dentro dela, meu nome saindo em um grito de sua boca, arranhões em minhas costas e mais beijos desesperadores.

Aquilo tudo era fingimento? Isabella Swan nunca me amou de verdade?

Como ela podia ser tão fria, ter um coração tão amargo e livre de sentimentos verdadeiros.

Eu tinha me jogado de cabeça naquela relação. A primeira namorada que fiz questão de apresentar para o mundo, todos passaram a idolatrar por ter tocado meu coração. Ela tinha sido a única que amei de verdade, aquela que eu queria que todos soubessem que estava comigo.

E, de certa forma ela também queria que todos soubessem que estava com ela.

Lembro-me de quando nos conhecemos, na porta do meu prédio, quando ela me abordou na entrada, dizendo ter sido assaltada, pedindo por ajuda. Eu a ajudei, eu não sai do lado dela desde então. Também me apaixonei no mesmo instante que seus olhos pararam sobre os meus.

Proteger Isabella tinha tornado-se minha missão de vida, se ela estava feliz, eu estava muito mais. Minha mãe dizia que aquilo não era saudável, todo aquele amor lhe parecia falso, eu a julgava. Falava que estava sendo apenas ressentida por meu pai tê-la abandonado.

Deveria ter a escutado.

Depois, de ajudar Isabella pela primeira vez, pude a conhecer melhor. Filha única, órfã de mãe, mal falava com o pai. Era uma garota de pouco mais de dezenove anos, sozinha naquele imenso mundo.

Não demorou muito para que eu descobrisse seu sonho, ser uma cantora. Tinha até mesmo algumas composições, mas nunca tinha sido vista por ninguém no mundo musical.

Foi ai, que minha fama absurda, serviu pela primeira vez para algo que eu realmente queria. Lancei Isabella ao mundo, ela passou de apenas minha namorada, para a nova sensação do mercado, era um fenômeno desde então.

Naqueles tempos, no começo, tudo parecia perfeito. Eu a amava mais do que nunca e, acreditava que ela me amava na mesma proporção, até que a primeira facada atingiu meu peito.

Temos de terminar, Edward! — ela exclamou.

Revirei-me na cama, sentindo a dor voltar com força total. Agarrei o travesseiro que ela costumava usar, forçando minha mente a devolver para mim o quão bom era seu cheiro.

Eu adorava o perfume dela, envolvia morangos e, misturava-se ao shampoo de chocolate. E, aquilo tudo parecia tão mais atrativo quando transávamos.

Fechei os olhos, levei a mão até a cueca, a deixando libertar meu membro. Eu adorava quando Isabella me colocava em suas mãos, então em sua boca. Sempre soube muito bem o que fazer, sempre soube como me deixar louco, sempre soube usar todo seu poder para me ter sobre seu comando.

Reabri os olhos, a vendo em cima de mim. Os lábios rosados sorrindo para mim, sua mão tomando o lugar da minha. E, lá estavam os olhos de demônio, queimando em minha direção, como o fogo que me consumia.

Eu cansei de você — Isabella tinha dito.

Ela me beijou, mordendo meu lábio e o puxando para si, pronta para roubar minha alma. Mas, ela já tinha roubado, eu era só um poço de dor sem vida.

— Amor — a chamei e, a Isabella imaginária que estava comigo, sumiu, deixando para trás uma alta gargalhada de deboche.

Gemi frustrado, gritando alto contra o travesseiro.

Na verdade, nunca te quis — ela falou, revirando os olhos.

O corte era profundo, eu podia sentir meu coração sangrar.

Só lhe usei. — Ela sorriu, mordendo o próprio lábio.

Eu precisaria de pontos para fechar o corte que ela tinha deixado em meu peito.

E, consegui muito bem o que queria. — Isabella curvou-se em minha direção. — Você foi só um bonequinho que manipulei para chegar ao topo, Edward.

Um sopro de vida, eu tinha de ter algo que me devolvesse à vontade de viver depois daquilo. Depois de ser chutado pela pessoa que mais amei, depois de ter servido de marionete em suas mãos ágeis.

Avistei o violão no canto do quarto, eu não tocava desde que ela tinha ido embora. Porém, estava bem antes de conhecê-la sem compor nada, o que antes tinha sido minha vida e, de uma forma inesperada, minha cabeça parecia estar cheia de ideias para novas músicas.

Peguei o violão, pronto para superar. Iria colocar toda a dor nas novas composições, afinal, é disso que artistas vivem, dor, decepção, amores extremos, sentimentos aflorados.

Eu nunca esqueceria Bella, ou a dor que ela tinha me causado, mas a dividiria com o resto do mundo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Eu adoro escrever one, principalmente baseada em músicas.

Essa aqui tá na minha cabeça desde ontem, mas pegou forma hoje, então a escrevi rapidinho aqui.

Digam nos comentários se gostou. E, me falem o que acharam da garota de olhar demoníaco.

Beijos!

Lola Royal.

02.05.16



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