Rise escrita por Mrscaskett


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo novo, com um pouco de atraso, culpem a internet. Espero que gostem

Boa Leitura.



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Eu desço as escadas e o encontro ali, no sofá, jogando vídeo game com meu pai. Essa é a cena que eu mais gosto de ver. Eles estão tão distraídos, confortáveis, parecendo dois garotos de quinze anos brincando, dizendo palavrões, quase quebrando o controle quando perde. E o Castle parece tão próximo a mim, tão.. Da família. Ele já é da família, da minha família. A vontade que eu tenho é de correr até eles e abraçar os dois de uma vez, enche-los de beijos e aperta-los até eles reclamarem que estão sem fôlego. Eu poderia vê-los assim o dia inteiro que não me cansaria, meu coração se enche de amor com a cena, só Deus sabe o quanto eu o amo. Será que um dia vou conseguir dizer isso a ele? Espero que sim.

Eu não acredito que ele chegou e me viu daquele jeito, eu estava horrível, assanhada, sem o mínimo de maquiagem para parecer descente, não que isso fosse fazer diferença para ele, mas pra mim fazia, gostava de pensar que estava bonita para mexer com o imaginário dele, sempre gostei de provoca-lo e não seria agora que eu pararia. Mas especialmente hoje eu tinha decidido passar o dia inteiro na cama, conversando besteiras com a Lanie, a maioria envolvia o Castle, eu não conseguia falar de outra coisa, não sei como ela conseguiu me escutar.

Pensei que ele não viria hoje, não depois de meu pai nos pegar daquele jeito, pensei que ele teria medo de encarar o Beckett mais velho. Mas não, ele veio. E quando estou descendo as escadas ele está entrando com meu pai, ambos sorrindo, provavelmente já tinham conversado lá fora, os dois estavam tranquilos, e meu pai ainda solta uma piada. Olhei feio para ele, mas o olhar não o incomodou.

Meu pai podia ter pelo menos gritado, feito um gesto, um assobio, qualquer coisa. Eu estava realmente descabelada. A trança que a Lanie fez de manhã em meus cabelos praticamente não existia mais. Eu sorrio totalmente sem graça quando o vejo, mas ele me olha com aquele olhar, o mesmo olhar que ele me lançou quando nós fomos disfarçados para uma festa de gala, logo no início da nossa parceria, onde ele me comprou um vestido lindo, o mesmo olhar que ele me lançava sempre que ficava me observando fazer relatórios por horas e horas, o mesmo olhar que ele me lançou quando foi me visitar no hospital. O olhar que dizia 'sou completamente louco por você'. Me ver assim e ainda soltar esse olhar? Ele está cego! Só pode. Outra explicação não existe.

— Ah, não acredito. Você me venceu? Eu realmente estou ficando ruim. -Castle faz aquele bico de criança emburrada, adorável.

— Não esquenta Castle, ele passou o dia treinando esse jogo aí. -digo descendo a escada

— Então tá explicado, você não poderia ser tão bom assim -ele olhou pro meu pai que riu

— O que importa é que fui melhor que você -meu pai levanta coloca o controle sobre a mesa- Além disso, treinei o dia todo, matando homens, enquanto a cena que vi ontem não saia da minha cabeça.

— Devo ficar com medo? -Castle pergunta cauteloso. Não ouso falar nada porque sei que meu pai tá provocando.

— Não, já descontei minha raiva nesse jogo. -meu pai fala levantando do sofá.

Castle suspira aliviado e eu não posso deixar de rir.

— Eu já vou, tenham uma boa noite -meu pai pega as chave e o casaco, que eu já tinha separado mais cedo, caso contrário ele estaria louco atrás de suas coisas- se comportem -ele diz antes de fechar a porta.

Eu reviro os olhos e quando olho para o Castle ele estava me olhando, aquele mesmo olhar de mais cedo.

— Já jantou? 

— Não, mas estou sem fome.

— Mas vai comer mesmo assim. Me ajuda? -ele concorda e levanta, me seguindo até a cozinha.

— Você é sempre tão mandona -eu sorriso sem ele ver, gosto dessa definição: mandona

— Você acostuma -pisco para ele

— O que a cozinheira vai fazer hoje?

— Uma macarronada. Especialidade da minha mãe -falo orgulhosa, aprendi com ela quando tinha uns 10 anos. Era a melhor macarronada do mundo, e eu sempre ajudava a fazer. Mas no meu aniversario de dez anos ela me deixou cozinhar sozinha, apenas me orientando.

— E no que eu vou te ajudar ?

— Você poderia começar servindo vinho -ele me olha feio- pra mim suco de uva -completo antes dele brigar comigo.

Castle vai atrás das taças e do vinho enquanto eu coloco a massa no fogo. E separo os ingredientes.

— E o que faz dessa massa toa especial? -ele pergunta curioso já bebendo seu vindo, debruçado no balcão só me vendo usar a cozinha.

— É uma receita de família, minha vó ensinou para minha mãe, minha me ensinou..

— E você vai ensinar para sua filha -ele conclui. Não posso deixar de concordar, se um dia isso acontecer, com certeza irei ensinar a ela.

— Isso -digo sorrindo- mas por enquanto, eu vou só deixar você aproveitar meus dotes culinários mesmo.

— Estou ansioso. -ele fica me olhando enquanto preparo o molho, apenas saboreando seu vinho, entrando no clima das musicas que saiam leves pelas caixas de som quebravam o silêncio. O silêncio entre nós nunca foi um problema, ele gosta de me observar e eu gosto da sensação de ser observada por ele. Eu o vejo fechar os olhos e cantar a música que começava a tocar, sem o som de sua voz, apenas os lábios se mexendo.

"Nothing but a tear, that's all for breakfast watching you pretend you're unaffected you'are pulling our connections, expecting me to let you go —ele abre os olhos e flagra o observando, tenho certeza que estou com cara de boba- but I won't"

Ele cantou pensando em mim, em nós, em tudo que passamos quando eu cometi a burrice de afastá-lo. Mas isso não iria acontecer novamente. Continuamos em silêncio quando a música continua, ele não canta, apenas me encara com seus olhos azuis, agora mais escuros pela iluminação fraca da casa, eu sei que ele quer dizer aquilo pra mim.

"No you don't need my protection. But I'm in love, can't blame me for checking, I look in your direction, hoping that the message goes somewhere close to you"

Eu sorrio com essa declaração. Eu gosto dessa música, gosto do que ela diz. Não sou uma grande fã da Rihanna, mas algumas musicas dela, como essa, me fizeram gostar dela. Mas o Castle? Como ele sabia aquela música? A única explicação que encontro é que Alexis escutava ela sem parar e ele aprendeu.

— Não sabia que você era fã da Rihanna -zombo.

— Não sou. Mas escutei muito essa música pensando em você. -isso me pegou de surpresa.

Não soube o que dizer, essa música falava um pouco da gente, do que estávamos passando, de eu estar numa luta sem fim, me afundado nela e o afastando, eu não precisava da sua proteção e mesmo assim eles estava lá, sem eu pedir, sem eu merecer. Ele apenas estava lá, pra mim, assim como ele está aqui agora, me dando sua proteção, seu carinho, seu amor, a certeza de que não vai embora nunca mais. Eu sei que não. Eu quero que ele fique, que ele fique só comigo.

Sinto o cheiro de queimado e me desperto dos meus pensamentos, chego a tempo de salvar o molho, mexo um pouco e apago.

— O molho está pronto -me viro toda contente pra ele.

— Cheirando ele tá, quero ver será bom mesmo -ele diz já se aproximando do fogão, pego uma colher e tiro um pouco pra ele experimentar- hmmmmmm, isso aqui está delicioso Kate.

— Você parece surpreso por eu saber cozinhar. -eu rio

— E estou -ele rir- você realmente sabe cozinhar detetive.

— Obrigada escritor -eu agradeço  orgulhosa.- Agora me ajude com o macarrão.

Eu apago o fogo e me viro para pegar o protetor, antes que eu pense em fazer isso Castle pega a panela com as mãos e grita.

— Aí -diz fazendo careta

— Cuidado, Castle -digo me virando assustada- queimou?

Pego a mão dele para verificar, só está um pouco vermelha, mas me preocupo.

— Você é teimoso -o encaro- não podia esperar o protetor ?

— Esqueci. -ele diz fazendo bico. Tenho vontade de beija-lo até esse bico se desfazer completamente, mas me controlo- Dizem que beijos podem ajudar na dor.

Eu sorrio, ele se aproveita de cada situação que pode. Pego sua mão e faço um carinho, passando delicadamente meus dedos por todo seu comprimento até chegar seus dedos, eles eram largos e bem feitos, eram lindos. Levo sua mão até meu rosto e sinto seu cheiro, fecho os olhos inspirando aquele cheiro que só pertencia a ele. Com os dedos em minhas bochechas eu beijo demoradamente a palma de sua mão, sorriso quando termino e o vejo observando cada gesto meu.

— Está melhor?

— Muito. Obrigada -ele sorri e eu sorrio de volta. Céus, eu estava apaixonada, agindo como uma pessoa apaixonada.

Vejo ele se encostar no balcão do lado de dentro da cozinha, apoiado pelos cotovelos.

— Então.. Seu pai teve outro jantar de negócios.

— É, ele está trabalhando num caso complicado, mas que vai render muito pra ele. -digo molhando o macarrão que acabei de tirar do fogo- porque?

— Sei lá, dois dias seguidos de 'jantar de negócios' -ele faz as aspas com as mãos e eu não entendo o que ele quer dizer

— O que significa isso? -digo imitando ele

— Você sabe.. Não é suspeito demais  -continuo sem entender- Você não acha que talvez ele esteja num encontro com..

— Nem termine! -eu o interrompo bruscamente. Como ele pode imaginar uma coisa dessas? Meu pai não iria simplesmente namorar com um mulher qualquer

— Tá bem -ele levanta as mãos se rendendo- só acho que você poderia cogitar a possibilidade.

— Castle, meu pai ama a minha mãe, ok? -digo já irritada. Que papo era aquele?

— Okay, não está mais aqui quem falou -ele diz pegando um macarrão da panela

— E solta meu macarrão -dou um tapa em sua mão e ele reclama.

— Achei que você estava cozinhando pra mim.

— Você adoraria isso não é Castle? Uma mulher cozinhando pra você.

— Eu adoro ver você cozinhando pra mim -ele chega por trás enlaçando suas mãos na minha cintura.

— Nem vem, vou terminar o meu macarrão -me desvencilho dele e vou terminar o macarrão, sem claro de deixar de ouvir sua risada atrás de mim.

Enquanto sirvo a nós dois ele senta na mesa se servindo mais uma taça de vinho e outra de suco de uva pra mim.

— Obrigada -agradeço sem olhá-lo. Ficamos em silêncio por alguns minutos, e dessa vez não era reconfortante.

— Desculpa -ele quebra o silêncio e eu o olho- não deveria ter falado aquilo do seu pai -ele está com uma cara triste, que me faz ter pena por tê-lo tratado daquela forma. Foi um pouco rude.

— Está tudo bem, Castle. -sorrio, e para ele ter certeza que estava tudo bem, segurei sua mão e acariciei com o polegar.

Ele retribuiu meu carinho com os dedos e com um sorriso. Não foi dos mais lindos, mas ainda assim foi lindo. O sorriso fraco dele me fez ter certeza de que algo mais tinha acontecido.

— O que houve? -perguntei baixinho voltando a comer.

Ele respira fundo antes de responder

— Tive uma pequena discussão com a Alexis.. -ele está triste com isso

— Por causa do namoradinho dela? -não sei de outro motivo.

— Não.. Por causa de uma promessa que eu fiz a ela, e não vou poder cumpri-la.

— A promessa foi séria?

— Foi.. Mas foi num momento que eu estava confuso, com raiva. Não sei como dizer que não vou poder cumprir com minha palavra.

— E qual o motivo que te impede de cumprir? -ele fica em silêncio alguns segundos e aperta nossas mãos, que ainda estavam juntas.

— Vai me fazer quebrar uma promessa que eu fiz a outra pessoa. E cumprir essa promessa é mais importante que tudo.

Eu não entendo muito bem o que ele quer dizer, fico mais confusa com tantas promessas.

— Acho que você deveria parar de fazer promessas.

— Eu também acho.

Ele sorri fraco e leva minhas mãos ao lábios. Ele ainda está triste, e provavelmente veio aqui para esquecer isso, procurar conforto, e é isso que eu vou fazer. Vou cuidar do meu amor.


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Notas finais do capítulo

E ai? comentem *-*



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