Mes chers amis,

Decidi escrever apenas uma única carta para evitar ter que escrever varias e acabar dando informação de mais para uma e de menos para outra, é mais fácil escrever uma só e mandar para as quatro. Eu queria ter algo para lhes contar, algo bom ou feliz, mas não tenho.

As coisas continuam as mesmas. Harry não olha mais na minha cara, assim como Hermione, Rony e Malia que tomaram a dor do amigo, dói ver eles passarem e nem me desejar um bom dia. Mas isso não quer dizer que estou sozinha, constantemente estou junto dos meus amigos (Maya, Katherine, Henry, Sebastian, Arden e Stiles), eles são o motivo dos meus risos, mesmo que poucos.

Stiles tem sido um irmão para mim, ele está sempre ao meu lado, sempre preocupado. Me sinto mal por ter causado a separação dele e de Malia, ele diz que não é minha culpa, que ela estava sendo infantil e que queria o impedir de falar comigo, mas mesmo assim me sinto meio culpada. Se eu tivesse continuado com vocês isso nunca teria acontecido.

Falando nisso, tentei convencer Dumbledore e me deixar voltar para França, mas ele não permitiu, disse que tempos sombrio estavam chegando e que será melhor para mim continuar aqui. Ele está certo, tempos sombrios estão chegando, ninguém está seguro, em lugar nenhum da Europa. Eu recomendo sair da Europa, ou então aprender a se defender o mais rápido possível, aqueles que querem lutar estão no lugar certo. Eu temo por suas vidas, pelas vidas dos meus pais, das pessoas que amo, mas não temo pela minha vida, eu, de certo modo, estou ligada a morte, não tem como teme-la.

Espero que estejam bem, verei vocês em breve. Sou que Fleur ficará na casa do mais novo namorado, irei lhe visitar de vez em quando, gosto dos Weasley, mesmo Rony não indo mais com a minha cara. Soube que Alisson irá passar um tempo nos EUA, com o mais novo namorado, preciso conhecê-lo e saber como vocês se conheceram. Julie irá se arriscar no Brasil, essa é novidade, a nossa bonequinha de porcelana irá acabar vermelha naquele sol de matar. Belle irá passar um tempo aqui em casa depois de sua viagem ao Japão, espero que me traga presentes. Nos encontraremos no dia 11 de julho, festa do pijama para comemorar meu aniversário, mesmo que eu não esteja no clima.

Não se esqueçam de me escrever, ou mato vocês.

Nous vous voyons bientôt (Nos vemos em breve),

Charlote Black.

*** 

POV Autora

Charlote definitivamente não estava bem. A garota estava em pedaços, acabada, sem ânimo, isolada. Mas acima de tudo Charlote Black estava cansada, ela estava cansada de chorar, das pessoas perguntando se ela estava bem. Não, ela não está nada bem. Mas sempre que perguntavam como ela estava a garota simplesmente sorria e dizia:

— Estou bem, obrigada – fala com o sorriso mais falso que ela conseguiu

A garota sorria o dia inteiro, a noite ela desabava em silêncio, deixando silenciosas lagrimas escaparem. Mas com o passar do tempo ela prometeu que não iria mais chorar, ela iria segui em frente. A garota estava quase morta por dentro, ela se sentia um nada, odiava o que via no espelho todos os dias.

Mas Charlote não era a única pessoa mal. Harry se sentia um lixo, tinha perdido o seu padrinho e a sua namorada no mesmo dia. O garoto não sabia o que doía mais, o espaço vazio em seu coração ou o sentimento de traição. Ele se declarará para a garota, abriu o seu coração para a garota e ela o traiu, mentiu para ele durante o ano inteiro. Ele ainda a amava, isso era um fato, mas a mentirá dela superava tudo.

Ambos estavam mal. Harry estava com os amigos em um dos compartimentos do trem, indo para casa, calado enquanto os amigos conversavam e riam. Chary estava quase na mesma situação, seus amigos quase não a reconheceram. A garota usava um vestido preto, juntamente com uma capa vermelha, sapatilhas pretas e uma boina da mesma cor, o luto era visível na garota. Ela iria visitar seu pai e seu tio assim que chegasse em Londres, Sirius tinha sido simbolicamente enterrado ao lado de James e Lily Potter, a garota iria lá prestar uma pequena homenagem aos homens que amou sem ter passado muito tempo ao seu lado.

Ela chegou na estação, se despediu dos amigos, e se dirigiu em direção a Andrômeda Tonks que a esperava perto da passagem da plataforma. A mulher dirigiu um sorriso triste a menina e juntas elas aparataram. Depois de levar flores ao seu pai e seu tio a menina aparatou com a mãe sem dizer nenhuma palavra. Chegou em casa e se dirigiu ao seu quarto, ao abrir a porta se deparou com três figuras sentadas em sua cama.

A primeira figura era uma menina loira, pelo um pouco bronzeada e os olhos azuis mais lindos do mundo, ela sorria para a ruiva a sua frente. A segunda tinha a pele branca como a neve, cabelos negros e olhos esverdeados, seu sorriso era considerado um dos sorrisos mais lindos de toda a França. A terceira tinha lindos cabelos castanho escuro, mas o que chamava atenção, além de sua postura elegante, era seus olhos castanho claro, que encantava a todos. Ali estavam elas: Julie Delacuor, Alisson Argent (prima não veela de Charlote) e Belle Stuart.

— Sei que você nos esperava um pouco mais tarde – fala Belle

— Mas sentimos sua falta – fala Alisson

— E sabemos que esse ano foi difícil para você – continua Julie

— Então pensamos em lhe fazer companhia durante uma semana inteirinha – elas falam juntas, fazendo a ruiva abrir um verdadeiro sorriso

Não a entendam mal. Charlote ama os amigos que fez em Hogwarts, mas não há nada melhor do que suas boas e velhas amigas, elas sempre sabiam como fazê-la se sentir melhor sem precisar dizer uma única palavra.

— Não quero atrapalhar a viagem de vocês – fala a ruiva

— Scott não irá morrer se eu for uma semana depois para a Califórnia – fala Alisson abraçando a prima – Ele irá sobreviver

— Quem é que quer torrar no calor da Bahia? – pergunta Julie rindo – Prefiro estar com você

— Eu não quero muito ir para o Japão – fala Belle – Terei que viajar com Francis e sua família, estou tentando evitar essa viagem a muito tempo – fala abraçando a amiga que lhes manda um olhar agradecido.

— Francis? – pergunta a ruiva – Aquele Francis que você não suporta?

— Esse mesmo – fala a garota se deitando delicadamente na cama da amiga, enquanto as outras meninas se jogavam – Meus pais querem que eu case com ele

— O quê??? – pergunta Julie

— Um casamento arranjado, sério? – pergunta Alisson

— Nos fizeram assinar um acordo quando tínhamos uns 9 anos e erámos amigos -  a garota explica – Eles levam as crianças para brincar juntas e põem na cabeça delas a ideia de que seria legal se elas um dia se casassem, é o suficiente para que as crianças assinem o contrato

— Nossa – fala a loira – Ainda bem que meus pais nunca pensaram isso

— E quando eles querem que vocês casem? – pergunta a ruiva curiosa

— Quando ambos terminarem o colégio, até lá espero não precisar ficar falando sobre isso por muito tempo.

E assim se passou os dias. As meninas rindo e conversando. Charlote, pela primeira vez, em dias, se sentiu feliz. O mundo poderia acabar, mas enquanto ela tivesse suas amigas, tudo estaria bem, elas estariam bem.  As meninas tinha que aproveitar, pois tem uma guerra a caminho e o mundo poderá realmente chegar ao fim.