Nada pra mim escrita por ReMione


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Os direitos autorais (personagens e mundo HP) pertencem à diva Tia JK.



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Rose

Scorpius e eu já estávamos na nossa décima taça de vinho. Ou seriam mais?

Enquanto ele se levantou para buscar mais vinho, decidi deitar no sofá em que estava sentada.

Mudando de posição, percebi que a saia do meu vestido estava muito mais para cima do que eu gostaria. Rezei para que Scorpius não tivesse notado e desci a barra do vestido para cobrir minhas pernas.

— É minha vez de perguntar? - Ele falou, voltando da mesa com mais uma garrafa de vinho e duas taças cheias da bebida.

— Acho que sim. - Na verdade eu não tinha a mínima ideia. A única coisa que eu sabia de fato era que Scorpius estava descobrindo muita coisa sobre mim, o que era perigoso. Mas eu, por algum motivo que não sabia distinguir, estava gostando daquele perigo.

— Você disse que tem se encontrado com Krum aqui em Hogwarts. Como?

— Perto da Torre da Corvinal tem uma antiga sala de aulas. A lareira de lá se comunica via Flu com uma lareira em Durmstrang.

— E isso não é contra as regras? - Ele perguntou, ironicamente.

— Teoricamente não. O Código de Hogwarts proíbe a criação de novas comunicações via Rede do Flu. Ele não menciona nada sobre passagens já existentes. Aquela já existe há mais de um século... - Ele me encarava incrédulo. - Coisas que só se aprende nos livros de História.

— É por isso que você vive estudando naquele corredor mofado?

— Se eu responder essa, terei direito a três perguntas para você em sequência. Você quer mesmo que eu responda?

— Responde. Não tenho medo das suas perguntas. - Ele me encarou com ar desafiador.

— Não. Eu estudo História da Magia porque gosto. Às vezes eu acabo esbarrando com alguma informação útil. - E ri para ele. Foi a vez de Scorpius revirar os olhos. - Minha vez de te interrogar... Você me disse que está há dois meses com a Jess. E que ela fez questão de frisar isso. - Ele apenas acenou concordando, apesar de saber que não eram perguntas. - Você vai fazer algo a respeito?

— O que seria "fazer algo a respeito"? - Ele perguntou, desafiadoramente.

— Não vale responder com outra pergunta. - Eu o encarei enquanto pegava minha taça de vinho e tomava um gole de bebida.

— Não sei. É legal estar com ela, mas não acho que é legal o suficiente para assumir um namoro ou algo nesse sentido. Posso mudar de ideia, não tenho certeza.

— O que você considera legal o suficiente para assumir um namoro?

— Não sei responder isso. Meu namoro com a Sophie terminou tão mal que não tenho muita vontade de enfrentar todo o protocolo de novo tão cedo.

Eu comecei a rir.

— O que é tão engraçado?

— Você ainda não respondeu minha terceira pergunta! - Falei, simulando uma cara de brava e caí na risada. Ele ficou me olhando sem entender. - Okay, te respondo, mas fico com uma pergunta de crédito.

— Sem problemas. Agora me conta o que é tão engraçado!

— Igor! Ele está me cobrando uma "posição oficial", por isso estamos brigados. Eu não estou muito a fim de assumir nada publicamente agora e "enfrentar todo o protocolo", como você mesmo definiu brilhantemente. Muito menos depois dessa situação com meus pais. Temos um acordo de exclusividade, nossos amigos mais próximos sabem... Está agradável assim. - Tomei mais um gole de vinho enquanto Scorpius fazia o mesmo e continuei. - Acho engraçado... Nós dois somos tão diferentes mas no fim acabamos fugindo das mesmas coisas.

— Você acredita que nós somos muito diferentes. Mas na verdade nunca sequer cogitou o contrário.

— Pode ser. - Respondi, dando de ombros. Por que diabos eu iria ficar procurando semelhanças entre nós? - Você já? Cogitou o contrário?

Ele não respondeu a pergunta. Simplesmente ficou calado como se estivesse concentrado pensando. Bebeu da taça em suas mãos e finalmente falou.

— Acabei de cogitar, na verdade. Somos mais semelhantes do que você imagina.

— Talvez. - Não estava muito animada para analisar as semelhanças entre Scorpius e eu. - Ainda tenho uma pergunta. O que a Sophie tinha de tão diferente a ponto de te fazer enfrentar o protocolo?

— Bem, eu não sabia quão penoso era o bendito protocolo. Ela fazia questão porque era virgem e mais nova que eu... essas baboseiras de mulher.

— Bom, vocês namoraram um tempo considerável. Não acho que era só isso.

— Se você quer me ouvir admitindo que eu amava Sophie, não terá sucesso. Não sou do tipo que sai dizendo 'eu te amo' por aí aleatoriamente. A única garota que me ouviu dizendo 'eu te amo' foi a Suzie, mas não do tipo que ela ouviria de um namorado, obviamente.

— Tem certeza? - Eu perguntei em tom desafiador.

— De que? Da Suzie?

— É.

Ele começou a rir.

— Agora sou eu quem pergunta. Qual a graça?

— Já vi muitas garotas com ciúme da Suzie. Mas você... Nunca poderia imaginar isso.

— Não estou com ciúmes. Só acho estranha essa relação de vocês.

— Rose, você é apaixonada por algum de seus primos? Sai beijando ruivos por aí?

— Não! Claro que não!

— É a mesma coisa. Na verdade, é um amor mais puro ainda. Provavelmente o mesmo que você sente pelo seu irmão.

Ele estava sendo sincero. Não sabia dizer o porquê, mas naquele momento ele me convenceu de que não tinha nenhum envolvimento romântico com a prima.

— Minha vez, Rose. Você assumiu um namoro com o Yang. Por quê?

— Ele foi meu primeiro namorado. Eu ainda não sabia quão penoso era o protocolo... Eu sou mais nova que ele e era virgem... essas baboseiras de mulher. - Rimos juntos.

— Mesmo assim, vocês namoraram um tempo considerável. O que teve de diferente? - Não podia acreditar que ele estava copiando meu discurso. Esperava mais criatividade dele.

— Não, eu não amava o Alex. Nem nunca disse 'eu te amo', nem pra ele nem para ninguém.

— Hmm. Você já amou e não disse? - Depois de tanto vinho, o balanço entre perguntas de cada um já tinha ido para o espaço.

— Não. Eu nunca amei assim, acho. - Respondi calmamente, dando de ombros. - Você já?

— Não.

— Você também acha besteira essa história de borboletas no estômago? - Perguntei, com sincera curiosidade.

— Oh, obrigado Merlin. - Ele disse animadamente. - Ao menos uma mulher no mundo não acredita nas malditas borboletas!
Provavelmente tanto vinho me fez achar aquilo extremamente engraçado. Eu me contorcia de rir e acabei derramando vinho no meu vestido.

— Merda! Eu manchei um Fendi novinho! - Eu gritei, me levantando do sofá e piorando a mancha vermelha no vestido.

Scorpius chegou com alguns guardanapos.

— Senta, Rose.

Ele tentava desesperadamente limpar o vestido com os guardanapos de linho. Eventualmente, conseguiu secar a bagunça que o vinho tinha feito. Parecia que ele estava secando mais do que o necessário.

— Agora fica quieta que eu vou pegar a varinha para tirar essa mancha.

— Você não vai lançar um feitiço no meu vestido. Ele é caro demais para ser destruído assim, na estréia! - Definitivamente o problema não era o vinho no vestido, mas o excesso de vinho no meu sangue.

— Ninguém mandou vestir um "Fendi novinho" pra vir jantar! - Ele falou nervoso enquanto voltava com a varinha.

— Você sabe o que é um Fendi?

— Sim, Rose. Eu sei.

— Claro que sabe! Provavelmente está vestindo um também!

— Não, não estou. Não se mexe agora. - Ele apontou a varinha em minha direção e murmurou algum feitiço que eu não consegui reconhecer. - Isso aqui é um Armani! - Ele disse sorrindo, enquanto a mancha no meu vestido se esvaía, até o tecido voltar à cor azul original.

— Obrigada. - Eu sussurrei, enquanto ele se aproximava de mim.

Não sei de que foi feito aquele beijo. Não sei quem começou. Não me lembro quem se deitou no sofá primeiro...

Fato é que acabamos aos beijos deitados no sofá, com mãos brincando em lugares perigosos. E, se não fosse por Scorpius, as coisas teriam ido mais longe.

Enquanto eu estava abrindo os primeiros botões da camisa dele, ele subitamente se afastou.

— Weasley, você não quer fazer isso. - Ele disse, enquanto se levantava com rapidez.

— E se eu quiser? - De onde estava vindo tanta... ousadia?!

— Confie em mim. Você não quer.

Ele já estava na porta da sala quando disse:

— Boa noite, Rose.

Eu deitei no sofá de volta, me sentindo derrotada. E minhas pálpebras pesaram até que eu caísse num sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Olá!
Para quem queria ver mais "ação", aqui tivemos uma pequena prévia.
Para a querida leitora Letícia: todo cuidado com o álcool é pouco!
Bjs



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