Amor de Maroto - Antes de Acabar escrita por Helena Prett


Capítulo 6
Cedo ou tarde


Notas iniciais do capítulo

Sumida, eu?
Mil desculpas, mas além da falta de tempo, a criatividade não chegava em mim de jeito nenhum, então acabei postergando um pouquinho
Bem, não queiram me matar!

Boa leitura!!



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Cedo ou tarde

 

A busca pela ruiva lhes tomou uma semana completa.

“Ela está lá!” alegou Dorcas convicta. “Vocês precisam voltar e procurá-la de novo!” algumas lágrimas de desespero escaparam de seus olhos, rapidamente sendo enxugadas. O grupo estava sem mais movimentos possíveis para localizar a amiga que estava sumida há sete dias; tentaram de tudo e vasculharam cada canto do mundo mágico, principalmente na Travessa do Tranco após encontrarem sua echarpe. Infelizmente, o item azul celeste foi a única pista que tiveram naquele intervalo de tempo, ficando sem nenhum caminho para seguir. “Nós basicamente andamos cada centímetro daquela área e nada.” Tiago se pronunciou desesperançoso, fitando o chão. Nenhum bruxo presente ousou respondê-lo.

O momento desagradável foi interrompido por uma coruja que adentrara na casa pelo jardim. A ave manchada piou duas vezes e entregou uma carta para Potter, saindo da residência logo em seguida. O maroto franziu o cenho, porém abriu o envelope com firmeza, lendo seu conteúdo. Sua falta de reação foi evidente. “Pontas?” Remo o chamou, se preocupando com a notícia que lhe chegara. Ele entregou o pergaminho para o amigo, que leu e ficou da mesma maneira.

Não havia sinal de um remetente. No meio da carta, estava uma gota de tinta vermelha seca, embaixo escrito com tinta preta borrada “Evans”. De repente, todos se tocaram o que aquela mancha era e a quem pertencia. O papel foi mostrado para os outros e nenhuma conclusão foi levantada inicialmente. “Eu não sei mais o que fazer.” Tiago desistiu, posicionando sua cabeça entre as mãos. Todos tentavam consolar o maroto, menos Lene. Marlene estranhou o pergaminho e o analisou atentamente, passando os dedos em sua superfície. Sem qualquer aviso prévio, foi até a cozinha com dificuldade e pegou uma vela. Com magia, a acendeu e colocou a carta perto da chama. Ignorou quando a chamaram, terminando o que tinha começado. O fogo fraco esquentou o papel, queimando algumas partes e revelando alguns rabiscos. Por fim, soprou a vela, contemplando o resultado. “Precisamos ir à Borgin & Burkes e usar o armário sumidouro.” a morena declarou. Antes que lhe questionassem, perceberam que a chama da vela revelara um desenho rápido de um armário e mais três caracteres “13B” ao lado. A caligrafia era de Lily. O olhar de Potter se iluminou pela primeira vez em dias e Remo se levantou também. “Não, você com certeza não vai.” Sirius disse a Marlene quando a mesma se pronunciou. “Se eu não for, ela não vai querer sair de lá. Eu preciso buscá-la.”. O maroto não conseguia ver como Marlene ir ou não influenciaria, porém acabou cedendo quando Dorcas o repreendeu com um olhar.

 

 

A Travessa do Tranco após o entardecer parecia assombrada, sempre com correntes de ar frio atravessando suas ruelas sem aviso prévio, arrepiando quem por lá passava. Ao final, Tiago, Remo e Marlene foram em busca da ruiva, deixando Dorcas e Sirius cuidando de Harry em Godric’s Hollow. Os caminhos foram se estreitando a medida que o trio avançava, sempre com cuidado para não serem seguidos. Como já passava do horário comercial, a maioria dos estabelecimentos estava fechada e com os lampiões apagados, vazia no interior. Após uma caminhada que pareceu muito longa, finalmente avistaram o destino: a loja de artefatos impregnados de magia negra, Borgin & Burkes. “Precisamos achar o armário e ir até seu par. Lily estará lá.” Marlene os informou, sem entender como sabia daquilo. Os três bruxos adentraram no ambiente sombrio, fechando a porta atrás deles. “Lumus” um dos marotos murmurou, iluminando o caminho entre os móveis e as mercadorias excêntricas. Tiago foi o primeiro a avistar o armário sumidouro, que estava no canto esquerdo da loja.

“Por curiosidade, algum de vocês sabe… usar essa coisa?” Remo levantou a questão, com esperança que um dos amigos soubesse. Para sua decepção, ambos bruxos negaram com a cabeça. A morena foi a primeira a ousar entrar, puxando os dois com ela. Após se trancarem lá, os três se entreolharam, imaginando o que deveria ser feito para usar a passagem. “Harmon…” a bruxa murmurou, logo cessando sua voz. Tiago a fitou, tentando compreender o que lhe fora dito. Antes que Remo pudesse questioná-la, ela terminou a frase “Harmonia Nectere Passus”. Sem aviso prévio, se sentiram sendo espremidos e sugados para cima, como se estivessem aparatando. Repentinamente, a sensação parou e os três se viam no mesmo local; o que pareciam ser três paredes de madeira avermelhada ainda os cercavam. Remo foi o primeiro a se mexer, abrindo a porta do armário para confirmar sua localização exata. Definitivamente, o ambiente não era na Travessa do Tranco número 13B.

Embora escuro, era possível notar alguns vasos de plantas que pareciam nunca ter sido podadas, se apossando de boa parte da superfície do chão lodoso. Originalmente, madeira fluía no piso, porém a umidade fizera com que as tábuas se tornassem irregulares e algumas se envergassem para direções aleatórias, ora ou outra se rompendo em duas. Não havia nada além de breu na instalação a não ser por uma pequena lamparina ao longe, com uma chama quase imperceptível, a qual o trio cautelosamente seguiu. Seus passos reverberavam no salão e, a medida que se aproximavam do pequeno feixe de luz, conseguiam identificar uma figura feminina caída no chão escuro. Remo e Marlene ficaram para trás quando Tiago começou a correr em direção a ruiva, rapidamente a alcançando e se ajoelhando ao seu lado.

“Lílian!” ele segurou seus ombros, a acolhendo em seus braços. Após a chamar algumas vezes, ela começou a reagir, inicialmente apenas abrindo com dificuldade os olhos. Sua respiração era arrastada e pesada, suas roupas estavam por sua maioria rasgadas, um pouco manchadas de vermelho. “O que aconteceu com você?” Tiago indagou agonizado, abraçando-a cada vez mais forte, com medo de perdê-la. “Eu não posso sair daqui.” foi a única frase que silabou, com sofrimento em seu olhar. Ao ser questionada por quê, contou-os que um bruxo ameaçou sua família se ela tentasse fugir. “Minha criança. Ele ameaçou nosso bebê!” lágrimas brotaram dos cantos de seus olhos, rolando com facilidade e deixando rastros mais claros em sua pele, limpando-a. “Harry está seguro” ele a garantiu, logo sendo retrucado por Marlene, que até aquele momento não pronunciara uma sílaba “Mas ela não está”. “Isso é ridículo! Ela está agora com a gente; nós vamos sair daqui e tudo vai dar certo” ele a garantiu, puxando a esposa para si com mais força. “Tiago,” a morena cautelosamente iniciou fala “Lily não estava se referindo a ela mesma”.

Com os dois marotos confusos, Marlene pôde garanti-la que quem tinha feito aquilo com ela não tinha intenção de voltar tão cedo. “Quando ele chegar aqui, já estaremos sãs e salvos em Godric’s Hollow. Os dois estarão a salvo, principalmente Harry” garantiu-a, finalmente convencendo a ruiva a voltar para casa. Na primeira tentativa de se levantar, seus joelhos cederam instantaneamente. Remo a ajudou a ficar em pé, porém suas pernas não tinham força suficiente para sustentá-la, resultando nos dois marotos a carregando pelos ombros, auxiliando seu andar.

 

Sua única memória era ter sua visão obstruída e, logo depois, acordar em um salão amplo e úmido. Os seres que a colocaram lá usavam vestes longas e escuras, junto com máscaras de metal. “A Ordem da Fênix é uma ameaça para nós” lhe foi dito. Lily seria feita um exemplo para quem decidisse entrar no caminho dos Comensais da Morte. “Eles me ameaçaram, foi basicamente isso.” a ruiva concluiu, bebendo um gole de seu chá. Os amigos a olharam, esperando uma continuação que não ocorreu. Decidiram então abandonar a história por um tempo até que a bruxa conseguisse aceitar melhor os acontecimentos.

A ruiva segurou bem suas emoções no começo, porém no dia seguinte, quando seu filho acordara, a primeira coisa que fizeram foi levá-lo para a mãe, quem ele tanto chamava. Inicialmente, Lily apenas brincou com ele, arrumando sua roupa, mas com o tempo Remo percebeu que a melhor amiga estava um tanto quanto marcada pelo corpo. Ficou evidente que algo estava errado no momento que ela deixou algumas lágrimas escaparem, abraçando o filho em seguida. “Lil?” o maroto a chamou, receando assustá-la. Ela enxugou o rosto, recompondo-se, e sorriu para o amigo, como se esperasse que outra fala lhe fosse endereçada. Aguardou, se aproximando a princípio, e sentou-se ao seu lado. “Vai me contar o que aconteceu nessa semana?” seu tom era gentil e aveludado. Após fazer o melhor amigo prometer que não revelaria aquilo para os amigos e nem seu esposo, Lily iniciou sua fala: “Esses Comensais da Morte que me sequestraram no Beco Diagonal achavam que eu sabia de todos os planos da Ordem da Fênix e tinha como delatá-los. Mesmo se eu soubesse, nunca o faria, porém eles imaginaram que podiam me chantagear por ameaçar vocês, meu filho e minha… minha própria segurança”. O amigo segurou sua mão, acariciando-a como gesto de afeto. “Eu sei que eles fizeram alguma coisa com você lá” ele comentou, esperando esclarecimento. A ruiva suspirou, eventualmente desistindo de esconder: “Eles fizeram coisas comigo que eu não queria que tivessem feito.” iniciou, abraçando mais o filho “Eles me torturaram e me violaram. Me afogavam em um recipiente com água, me agrediram e… usaram a maldição cruciatus.” houve uma pausa “Inúmeras vezes.” sussurrou, fitando o chão. “Ele me prometeu que, se não o contasse o que sabia, eu iria sair de lá na beira da morte, sozinha.” Lily soluçou, começando a chorar. “Ei, ei” Remo a acolheu em um abraço, esperando que a amiga se recuperasse. “Foi isso” concluiu, fazendo carinho em Harry “Por favor, não comente com Tiago sobre isso. Eu não quero que ele se preocupe com algo que já passou” Remo assentiu, sem ousar discordar da melhor amiga.

Marlene entrou no cômodo, fechando a porta atrás de si. Notou Remo no local e parou de andar, logo se recompondo. Não esperava sua presença. “Lil, eles sabem” houve uma pausa “Os Comensais da Morte. Eles sabem sobre ela.” a avisou, esperando que a amiga compreendesse. A ruiva assentiu, contando-lhe que os indivíduos tinham feito referência clara a ela, a ameaçando. “Alguém pode por favor me explicar o que e sobre quem os Comensais da Morte sabem?” Remo estava um tanto quanto perdido na conversa em códigos das duas, que jogavam frases com significados ocultos no quarto. As duas se entreolharam, alarmadas, decidindo se lhe revelariam ou não. A ruiva suspirou. “Eles… ameaçaram minha criança” disse com palavras espaçadas, olhando para o chão “Eu não podia deixá-los ameaçá-la.” insinuou, esperando que o amigo começasse a entender. “Mas Harry estava conosco todo esse tempo; era impossível que eles o encontrassem” um olhar foi dado ao maroto, esperando que ele prosseguisse. “Calma, se não estamos falando de Harry… Lílian, você por algum acaso…” sua fala foi interrompida com a porta sendo aberta inesperadamente por Tiago, que não parecia estar calmo. “A sede da Ordem da Fênix está sendo atacada agora! Precisam de todo reforço possível.” ele olhou para Remo, como se esperasse que esse fosse junto, porém o maroto se deteve por um momento, ainda pensando no que estava falando com as duas. “Não comente com ninguém. Falamos sobre isso depois” Lily o garantiu e Remo finalmente acompanhou Tiago para combater o ataque na sede, deixando Marlene sozinha com a amiga e seu filho.

“Você acha que ele vai contar?” a morena indagou, pegando a mãozinha de Harry. A ruiva negou. “Ele não arriscaria sem ter certeza absoluta.” comentou, se levantando com dificuldade para pegar uma muda de roupas. Lily então disse que a própria poderia estar errada também, logo não deveria dar a notícia a ninguém até ela mesma estar convicta. “Lil, eu sinto ela. Existe essa conexão e você não pode negar. Ela está aí, sim!” Marlene enfatizou, suspirando em seguida. “Cedo ou tarde, você precisará contar para Tiago,” houve uma pausa “e é melhor que seja cedo”.


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Notas finais do capítulo

Teorias?



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