Flor da meia-noite escrita por Tha


Capítulo 40
XL – Eu sei o que você fez no verão passado


Notas iniciais do capítulo

OPA NATION, TUDO BOM? Perguntinha, você são Team Jason ou David? Só pra eu dar uma contrariada básica



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“Então olhei de novo para toda a injustiça que existe neste mundo. Vi muitos sendo explorados e maltratados. Eles choravam, mas ninguém os ajudava. Ninguém os ajudava porque os seus perseguidores tinham o poder do seu lado. Por isso, cheguei a esta conclusão: aqueles que morreram são mais felizes do que os que continuam vivos.”

—  Eclesiastes 4:1, 2.

— Eu não sei, ele anda estranho, como se tivesse constantemente arrependido de algo, fica todo reservado, sabe?

— Então tem certeza que não tem nada a ver com desconfiar que você e o David se agarraram? Não, espera, transaram— Clove diz a última palavra com mais ênfase.

— Eu não te contei isso pra você ficar me torturando.

— Ah, pra que servem as amigas? – Sorri amarrando o cabelo – Mas e aí, sobre a festa semana que vem, quem vai te levar? Sabe, entrar contigo.

— Ué, pensei que eu, você e Hazel iríamos juntas.

— É, seu aniversário, nada a ver, e além do mais, irei com o Elliot.

— Hmm.

— Olha só, só um pensamento bobo, por que  você não pede pro Jason dançar com você e...

— Clove, nada a ver eu chamar o Jason pra sair, acabei de ficar com o David – Falo baixo dobrando algumas roupas – E além do mais, ele ainda nem me pediu desculpas por ontem no parquinho.

— Mais um motivo, você tem que descobrir o que quer, foi o que Jason te pediu, né? 

— É, tecnicamente, mas...

— Mas nada! Eu já vi na TV, o justo é o justo! – Ri com a cena – É a vez do Jason, qual é, Ally.

— Aham... você nem está sendo parcial

— Desculpe, mas o Jason é o seu amor épico, chegou mil anos antes do David nessa historinha aí, literalmente. Não vou desistir sem lutar.

— Pare de puxar o saco dele, ok? Ok – Sorri, mas sem querer admitir isso em voz alta, Clove estava irritantemente certa, de novo – Então me diz, como estão as coisas com o Elliot?

— Devemos mesmo falar disso? – Clove resmunga sorrindo.

— Devemos, só não me fale sobre o sexo.

— Mas isso é tudo o que a gente faz.

— Para!

— Mas é verdade. Tipo o tempo todo. Transando e transando – Nós duas começamos a rir e eu trato de pegar uma almofada pra bater nela enquanto ela continua a falar a palavra "transando" sem parar – O que que tá havendo aqui? Briga de travesseiro e... conversas sobre garotos.

— Pois é né – Rio mais um pouco e suspiro – A gente não agia como garotas normais há muito tempo, é legal.

— Quase um ano – Sua expressão tem um ar nostálgico – Senti falta disso. Então – Ela sorri de novo e muda de assunto – Vai me contar por que está tão feliz e animadinha? Me diz o segredo, já que os nervos de todos estão a flor da pele – Clove pergunta quando me levanto e abro a porta do guarda-roupa pra guardar as que já dobrei e pegar outras de sair.

— Vou a um bar com o David hoje.

— Ah, me sinto uma mamãe-passarinho orgulhosa vendo minha filha voar do ninho – Ela coloca as duas mãos no peito e se prepara para fazer uma cena – Voe, passarinho, voe! Ah, não! Não caia. Não, esse é o chão. Ally, cuidado com o chão. Nossa, que azar. É melhor você voltar pra casa. 

Faço bico e me viro. 

— Primeiro, você como atriz é uma ótima graduanda em psicologia. E segundo, isso era pra ser encorajador?

— Não – Rio e mesmo assim ela continua – Temos mais com o que nos preocupar, tipo Adam/Darko e a gangue de anjos caídos modificados dele.

— É por isso que vamos sair – Suspiro e deixo vestidos e saias em cima da cama, odiando me lembrar que não consigo mais ser uma adolescente normal com desejos normais – Bolei um planinho de última hora, estava sentido falta de armar uma cena em um bar.

— Como eu sinto saudade da época da escola, se lembra de como todo mundo olhava pra gente? Éramos as predadoras mais quentes de Lincoln High.

— Acredite, eu me lembro – Rio e me sento – Agora me ajude a escolher uma roupa e vaza daqui porque daqui a pouco ele chega.

— Olha, é estranho dizer isso, mas até dos seus insultos eu senti falta.  Que acha de uma trança?

— Eu sei que parece egoísta agora, que eu só estou enrolando – Retomo o assunto enquanto ela mexe no meu cabelo quando fico de costas – Mas eu não sei o que fazer, porque... se eu escolher um deles, eu perco o outro, e eu já perdi tanta coisa, tanta gente. Eu não consigo nem pensar na possibilidade de perder um deles.

— Tá, mas você sabe que poligamia é crime aqui nesse país, né?

— Você nunca leva nada a sério – Rio.

— Tudo bem, eu te entendo, ainda me lembro de como era como o Adam, eu nunca te contei, mas... eu o amava desde o primeiro ano, e aí quando tudo começou a desandar, tive medo que o relacionamento ruísse, e ruiu, na verdade, mas demorou pra eu admitir e começar fazer as escolhas certas. Eu desisti, e esse foi o meu maior erro, talvez se eu insistisse mais por mostrar que ele era uma pessoa boa, Darko nunca teria invadido a mente dele.

— Eu sinto muito.

— Tudo bem, acho que já passou – Viro somente a cabeça e sorrio colocando minha mão sobre a sua, que por sua vez, estava em meu ombro.

— Agora termine logo essa trança pra eu me arrumar.

— Hmm, encontrar o David.

— Encontrar respostas.

♕♕

— Dá pra usar calcinha com essa saia tão apertada? – David pergunta se aproximando de mim?

— Não gosta? – Me viro e enlaço seu pescoço com os braços.

— Não, não é isso. É que vamos em um bar cheio de caras querendo encrenca, e também uma loira indefesa para se aproveitar, sabe?

— Ei, eu não sou indefesa – Rio e bato em seu peito nu – Mas fico feliz que se importe com as minhas calcinhas.

— Eu me importo com muito mais do que isso, Rainha do Baile – David sorri percorrendo os dedos pela minha trança, agora quase desfeita por causa do que houve – Preciso me vestir, o que acha?

— Lembre-se, temos que nos misturar.

— Sim senhora.

Algumas horas depois eu estava na frente do Capella, um bar moribundo em Harrisburg. David estava ao meu lado, com uma jaqueta de couro, jeans escuros e botas. Para falar a verdade, ele estava parecendo o Jason, Desconfio que ele tenha realmente assaltado seu guarda-roupa. Quase ri quando saí do quarto e o vi sentado no sofá me esperando e percebi que ele realmente havia levado a sério o lance de se misturar.

Chequei as minhas roupas. Meia-calça rasgada, uma saia minúscula que achei perdida no guarda-roupa – tempos de colégio— Uma blusa cinza de banda que eu havia cortado a gola e as mangas, uma jaqueta jeans e saltos.

A música era ruim e estava quase quebrando as paredes do pub, não havia letra, apenas uma gritaria sem fim, e mesmo assim a fila estava grande, quase chegando na esquina do quarteirão. Entrelacei meus dedos nos de David e sorri tentando parecer entusiasmada com uma noite de rock com meu namorado. Bom, pelo menos esse era o disfarce.

Cheguei no começo da fila e encarei os olhos escuros do segurança.

— Seria muita gentileza da sua parte se nos deixasse entrar.

— Claro, chega aí – O moreno alto abriu a porta vermelha e eu joguei um olhar de “tudo pronto?” pro David antes de entrar.

O cheiro de cigarro me invadiu e tossi.

— Isso não te lembra algo? – Tive que gritar por causa da música.

— Era o cabelo! – Ele respondeu e soltei uma risada, jogando a cabeça pra trás – Vamos procurar um lugar pra sentar.

Assim que achamos uma mesa vaga, corri para pegar guardanapos e limpá-la. Estava grudenta e o cheiro de gordura exalava, o que me deixou levemente enjoada. Ao contrário de mim, David balançava a cabeça no ritmo da música. Me virei para dar uma olhada na banda e o vi, estava tocando baixo, bem ali no canto.

— Não olha agora, mas é o moreno no baixo – Digo.

— Tarde demais, ele já nos viu, está te encarando nesse exato momento. Devo me preocupar?

— Droga.

— Algo para beber? – Um barman aparece com uma tremenda cara de tédio, uma lembrança me vem à mente.

“– Aquela ali não é a Suze? Cara, ela é muito estranha mesmo – Clara Mason aponta para uma menina de cabelos cacheados com uma boina no bar do Steve. Suze, uma garota qualquer do nosso colégio, percebeu que estávamos olhando e tentou se esconder.

— Ei Suze! – Gritei levantando a mão.

— O que tá fazendo, sua doida? – Bruno perguntou.

— Me divertindo – Sorrio – Eu quero um Martini! – Os outros riem enquanto eu procuro meu celular na bolsa. Assim que Suze chegou com a minha bebida, sorri cinicamente.

— Preciso da sua identidade.

— Qual é Suze, você sabe a minha idade, mas ninguém precisa saber que não posso beber, né? Somos amigas, não somos?

— E nem importa, vamos a uma festa daqui a pouco – Clara diz – Vamos para a festa dela daqui a pouco, muita bebida. Você vai muito a festas, Suze?

— Não – Sua voz estava em um fio agudo – Mais alguma coisa?

— Cante parabéns para mim – Coloquei as mãos sob o queixo e sorri mais uma vez.

— Olha, Allyson...

— Anda!

— Suze! – Um cara no balcão a chamou e ela suou mais um pouco, limpando as mãos em um avental na cintura.

— Nem tudo é do jeito que você quer, Allyson – Suze já começava a se afastar.

— Desculpe, o que disse? Quando não é do jeito que quero – Me levanto e falo um pouco mais alto para que ela escute – Eu faço ser.

— Tirei – Clara anuncia com o celular na mão, lá está uma foto da Suze, com cara de cachorro que caiu da mudança – Mal posso esperar para ver essa foto por toda a escola amanhã. Acho que acertei com você, Ally.

— Ah, isso já me cansou, vamos, temos uma festa para ir!

Foi naquele dia que eu percebi que já estava perto de tomar o lugar de Clara antes mesmo de o ano acabar.”

— Moça? – O barman insiste.

— Ah, é... nos traga quatro doses de tequila.

— Pensando em que? – David pergunta quando o homem sai em direção ao bar. Nossas doses chegam e eu bebo as minhas duas, uma seguida da outra sem intervalo – Opa, vai com calma.

— No passado – Suspiro, percebendo de repente que banda parou de tocar e outra se prepara para subir ao palco. Me assusto quando duas mãos grossas batem na mesa suja, a fazendo balançar um pouco.

— Ora, ora, Allyson.

— Holland – Cumprimento bebendo a dose de David também.

— O que uma nephilim tão estimada e poderosa como você faz em um lugar com esse?

— Fiquei com vontade de dançar – Dou de ombros – Riverland não tinha muita diversão, e com certeza não tinha tequila – Levanto a dose que sobrou e viro olhando para ele.

— Pois bem, vamos dançar.

— Holland, meu amor, eu prefiro morrer a dançar com você.

— Seu desejo é uma ordem, Princesa— Pulo da cadeira quando Holland crava uma faca no meio da mesa, ela fica presa quase pela metade, com o cabo balançando. David se afasta um pouco mais, com uma feição bem assustada. Eu e Holland nos encaramos, e então começamos a rir – Estava com saudade, Hale – Ele me abraça carinhosamente.

— Eu também.

— Você são malucos?! – David grita.

— David, esse é Holland, o primeiro vampiro da Terra, e meu padrinho de sobriedade de Riverland. Holland, esse é meu amigo, David, aquele de quem eu te falei.

— Você não achou mesmo o Jason? – Ele pergunta apertando a mão de um David ainda bem atordoado.

— Longa história.

— Tenho a eternidade para ouvir.

— Quem sabe se eu sair viva dessa – Sorrio e nos sentamos de novo.

— Jennings! Por que a mesa da minha melhor amiga está vazia? Traga mais tequila! Ou melhor, deixe logo a garrafa aqui.

— Ei, cara, não pode tratar os garçons assim – David pergunta e eu rio, tanto pela sua expressão – meio intimidado por ter um vampiro antigo ao lado – quanto pela acusação tola – Se o chefe deles te pega...

— Tá olhando pra ele – Holland se recosta na cadeira e cruza os braços – Isso tudo aqui é meu – Jennings chega com nossa bebida – Obrigada, amigo.

Depois de pelo menos duas horas, esvaziamos a garrafa de tequila e pedimos outra. O álcool chegou à minha cabeça e o mundo começou a parecer desconexo. Risos fáceis me escapavam, David parecia ainda mais sexy, a música começava a parecer boa e meu corpo clamava por um pouco de dança.

— Você sabe, Ally, eu tenho tudo o que preciso aqui, um negócio bem sucedido, amigos leais, aqueles caras ali no bar, são como uma família pra mim, convenci um médico a me trazer bolsas de sangue toda semana, virei um vampiro funcional agora, e o melhor de tudo, a diversão!

— Você quer dizer que hipnotizou ele.

— Não vamos discutir termos, ok? – Rio e concordo com a cabeça – Quando voltou?

— Há algumas semanas. Aconteceram imprevistos e tive que voltar.

— Cara, Darko não desiste mesmo, né?

— Preciso da sua ajuda, Holland – Me inclino sobre a mesa e sussurro. David percebe que é uma conversa particular e diz que vai ao banheiro – Fiz todo o ritual da espada, mas as linhas Ley...

— Faço qualquer coisa por você, Allyson.

— Como você está? – Pego sua mão – Sei que não lidou muito bem com...

— Você ter matado minha namorada?

— Bom, tecnicamente... sim.

— Superei. Eu amava a Eve, Ally, mas ela estava tentando te matar, você se defendeu.

— Sabe que no fundo eu queria mata-la.

— Eu sei, mas talvez eu devesse pesquisar um pouco do passado de quem resolvo me apaixonar. Eve era meio...

— Psicótica – Ele ri e fico mais tranquila – Já disse que sinto muito?

— Muitas e muitas vezes, mas vou adicionar esse na lista. É sério, eu tô bem, vim para recomeçar, eu te perdoei.

— Então, preciso mesmo da sua ajuda.

— Faz assim, vou dar um jeito nas coisas aqui e dou uma passada em Ellicot no fim de semana.

— Está ótimo, obrigada Holland.

— Já disse, tô aqui para o que precisar. Se lembra?

— Embora eu tenha perdido minha memória por um tempo na Grécia, me lembro da sua lealdade.

— Sinto falta da Ava – Engulo em seco.

— Allyson – David surge atrás de mim e quase suspiro de alívio – Amanhã eu tenho aula com a sua mãe, ela detesta atrasos. Preciso dormir um pouco.

— Ah, a faculdade – Sorrio e me levanto. Pego uma caneta na bolsa e anoto meu número em um guardanapo na mesa, dou para Holland – A gente se fala, e mais uma vez, obrigada.

♕♕

Cruzei as pernas na capota da picape antiga de David. Estava com uma garrafa de whisky na mão e com a cabeça inclinada para trás, sentindo o vento no meu rosto. David estava ao meu lado, com as pernas esticadas.

— Uma bruxa me encurralou no banheiro.

— Que?

— Se chamava Elise, disse que nos seguiu e...

— Elise? Por isso quis embora tão cedo? Por isso ficou em silêncio a viagem inteira? O que aquela louca te disse? Ela é uma bruxa frustrada pelo destino que não aguanta ver a felicidade de ninguém.

— Ah – Ele coloca o braço ao redor dos meus ombros – Ela disse que nós... não temos chance.

— O que ela sabe de nós, David? – Insisto segurando seu rosto, o forçando a olhar para mim.

— Ela me contou uma história interessante sobre o histórico de você e Jason, nada que eu já não saiba, mas ela me disse sobre como vocês estão fadados a se apaixonarem um pelo outro. Basicamente o universo te programou para amar o Jason, não a mim. Nós somos uma causa perdida.

— O universo? – Sorrio e mexo no seu cabelo.

— Palavras dela, não minhas.

— Eu disse que ela era uma bruxa amargurada. Isso não tem absolutamente nada a ver com o que sinto.

— Eu não quero deixar que ninguém interfira na minha vida, Ally. Que ninguém me diga como vou viver. Que ninguém me diga quem eu vou amar. Não vai ser uma bruxa pré-histórica vingativa, ou o universo. Eu não quero deixar que a ideia de destino de outra pessoa impeça que eu ame você, que eu esteja com você, ou que construa um futuro com você.

— Não David, não é assim – Saio da picape e passo as mãos pelo cabelo – Você acha que me ama, ficou obcecado por tanto tempo em... criar essa versão de mim para você que...

— Eu nunca estive tão certo de uma coisa quanto agora – Ele sai também – Eu te amo, e sei que você acha que eu não aguentar essa vida caótica com você, mas não entende que isso faz eu me sentir vivo? Fiquei dormindo muito tempo, Ally.

— Não, me escuta! Eu sou... a Miley Cyrus – Foi a única comparação que me veio à mente, e sei que é porque estou bêbada demais para pensar racionalmente – Sou aquela bola que vai destruindo tudo ao redor, eu sou a bola!

— Que? – David ri e segura meus braços – Olha, Elise disse para eu sair do banheiro e seguir a minha vida longe de você, mas eu não quero. O que você acha? Só nós dois, podemos fugir.

— Acho que quando tem que ser, simplesmente é, sabe? É simples, é inteiro, intenso. Não tem linhas em branco ou mágoas escondidas atrás das portas.

— O que quer dizer?

— Nossas linhas, entortaram, pararam de se encontrar há muito tempo.

— Então o que foi aquilo ontem e hoje mais cedo? Você prometeu que não estava me usando.

— Não estava.

— Vamos dar um jeito.

— E se não dermos? – Franzo as sobrancelhas – Espero que um dia me perdoe pelo que vou fazer – Antes de ele perguntar do que estou falando, conecto nossos olhos – Diz que nunca mais vai pensar em mim assim. Me diz que vai esquecer que me ama. Me diz que vai conseguir ter uma vida bem longa e feliz, mas sem mim. Prometa – Não sei quando tempo ele fica em silêncio, mas consigo contar cada um de seus cílios grossos, consigo memorizar cada canto de seu rosto, a cicatriz perto da sobrancelha, consigo observar cada uma das cores castanhas de seus olhos. Então suas pupilas dilatam, apesar de resistir – Você nunca encontrou Elise, não ouviu uma palavra do que conversei com Holland, nos divertimos e foi só isso, não se lembrará de nada dessa noite.

— Eu vou ter uma vida feliz e longa e longa sem você, vou esquecer de você, e eu nunca, nunca mais, vou pensar em você assim de novo.

— Até acharmos um jeito? – Limpo as lágrimas. Ele apenas balança a cabeça, me dá um selinho – que quase seguro sua camiseta para durar mais – pega sua jaqueta de meus ombros e entra na picape, me deixando sozinha na rua.

♕♕

— Por que fez isso? – Hazel está no meu quarto quando entro, sentada na cama, embora sejam três da manhã. E sei que, pela sua expressão, ela viu e ouviu tudo o que aconteceu lá fora – Por que usou Persuasão nele?

— Elise apareceu – Jogo a bolsa no chão e suspiro – O que acha que ela faria com ele? Ela é obcecada, Hazel. A Profecia e tudo mais, David é, tecnicamente, um intruso, e então...

— Elise? Mas o que aquela vadia está...

— Acho que tá na hora de eu te contar o que realmente aconteceu em Riverland. Que bom que já está sentada.


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