Quando Foi mesmo que Me Apaixonei? escrita por valentinaLB


Capítulo 8
Capítulo 8 - A força de um pensamento




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CAPÍTULO 8 – A FORÇA DE UM PENSAMENTO

(POV NESSIE)

Dois meses depois ficou evidente que cumprir o acordo que tínhamos feito com meu pai seria uma tarefa muito mais difícil do que imaginamos.

Jake e eu não podíamos nos tocar que saía faísca.

Eu tentava ficar o mais longe possível do meu pai, mas já tinha perdido a conta das vezes em que fui repreendida por ele devido meus pensamentos obscenos.

Eu era um pouco mais impaciente que Jake e sempre que tinha oportunidade ousava nas carícias.

- Nessie, por amor à minha vida, pára com isso.

- Isso o que, Jake? – Fingi não saber a que ele se referia.

- Tira a sua língua da minha orelha antes que eu cometa uma besteira – falou, soltando um longo suspiro de impaciência.

- ESSA MERDA DE “ACORDO” QUE FIZEMOS ESTÁ ME DANDO NOS NERVOS!!! – Gritei, desejando que todos ouvissem, principalmente meu pai.

Jake colocou sua mão em minha boca tentando evitar que eu gritasse mais.

- Calma, Nessie, ficou louca?

- Ah, estou ficando mesmo! – Falei, enquanto colocava minhas mãos na cabeça, já arrependida do que tinha feito.

Jake não entendia o que eu sentia. Ele era mais controlado do que eu. Acho que não me desejava tanto quanto eu o desejava.

Foi quando tive uma idéia surpreendente.

Eu tinha nascido com o dom de fazer com que as pessoas vissem o que eu estava pensando, sentissem o que eu sentia. Bastava tocá-las para que elas compartilhassem minhas emoções. Quando criança me comunicava mais assim do que com palavras. Com o passar do tempo fui evitando usar esse dom pois já não me sentia muito à vontade em mostrar tudo o que pensava e sentia. De uns anos para cá praticamente não utilizava mais este tipo de comunicação. Era uma forma de preservar minha privacidade. Mas eu iria abrir uma exceção...

- Jake, queria que você me entendesse melhor, que soubesse por que às vezes é tão difícil eu me controlar.

- Eu sei que é difícil, Nessie. Você não faz idéia do esforço que ando fazendo. Eu tomo uns dez banhos frios por dia – ele falou rindo.

- Quer tentar uma coisa? - Perguntei.

Jake me lançou um olhar reprovador, como se duvidasse das minhas intenções.

- Vem cá, Jake, encoste sua testa na minha que vou te mostrar o que está me deixando maluca.

Ele se aproximou meio cauteloso, procurando entender aonde aquilo ia chegar.

- Vem cá seu bobo, eu não vou tirar sua virgindade à força não – falei rindo enquanto o puxava para o meu lado.

- Tudo bem, seja lá o que Deus quiser. Só vou avisando, Nessie, eu não sou de pedra e nem VIRGEM!!.

Encostei minha testa na sua e fitei seus olhos intensamente.

Fui lhe mostrando tudo o que senti quando nos reencontramos depois da viagem ao Alaska, as novas sensações que seu corpo me provocava, o que senti no nosso primeiro beijo, os sonhos eróticos que vinha tendo com ele, as minhas fantasias onde fazíamos amor...

Enquanto lhe passava meus pensamentos, percebi que seu coração batia cada vez mais descompassado e sua respiração estava ficando ofegante. De repente ele soltou um gemido alto, seguido de outros mais baixos, enquanto suas mãos apertavam meus ombros como se fossem quebrá-los.

- Jake, que foi isso?

Ele me soltou rapidamente e se virou de costas para mim.

- Desculpe- me, Nessie. Eu não consegui me controlar. – Ele estava de cabeça baixa, nitidamente envergonhado.

- Jake, você?...

Oh! Agora eu estava entendendo o que tinha acontecido. Ele tinha tido um orgasmo! Ai, meu Deus!!

Fiquei tão sem graça que não sabia o que fazer.

- Desculpe-me, eu não sabia que... Como eu podia imaginar que...? – Realmente aquela não tinha sido minha intenção. Eu estava extremamente constrangida.

- Nessie, eu preciso ir embora. – Ele sequer olhava nos meus olhos. – Isso não podia ter acontecido, desculpe-me, mesmo.

Ele se virou e começou a correr para a floresta. Provavelmente se transformaria em lobo.

Eu estava pasma. Não entendia o que eu acabara de fazer. Só sabia que meus pensamentos tinham feito meu namorado gozar e isso de certa forma me deixou bastante orgulhosa.

“Merda, Merda... Meu pai vai me matar.”  Entrei em casa sabendo que estava muito encrencada. Tecnicamente eu não havia quebrado o acordo. Eu ainda era praticamente “imaculada”. Mas que ia sobrar pra mim, ah, ia!!!

- Renesmee!

Quando meu pai me chamava assim era porque as coisas não estavam boas pro meu lado. Tudo bem, eu já esperava por isso mesmo.

- Oi, pai.

- Você está querendo deixar eu e sua mãe de cabelos brancos? – Sua voz tinha uma calma ameaçadora.

- Eu não teria força para tanto, pai. Vampiros não envelhecem.

Sabia que estava sendo sarcástica, mas as repreensões do meu pai já estavam me cansando.

- Não estou mais tão certo disso – ele falou meio desanimado.

- Pai, eu não tive culpa. Eu só toquei na testa dele, só isso.

- Não é o que você tocou, Renesmee, é o que você PENSOU!!! - Ele gritou. - Como é que você deixa seu namorado ver aquelas cenas obscenas que você passa o dia todo fantasiando? Está achando que ele é de ferro? Ele é um HOMEM minha filha!! Você não precisava compartilhar isso com ele. – Meu pai estava quase tendo um ataque em seu coração que nem batia.

- Mas pai...

- Não tem “mas”, Renesmee. Você não podia ter feito aquilo. Eu poderia ter matado aquele infeliz se ele não tivesse “apagado o fogo dele SOZINHO”. - Pode parecer estranho, mas tive a impressão que vi meu pai contendo o riso.

- Tá bom, pai. Eu sei que eu errei, mas é que eu nunca tive segredos com o Jake. É difícil esquecer que ele sempre foi meu melhor amigo e meu confidente. Eu não sei bem como uma namorada tem de agir, eu estou só seguindo meus instintos. Nunca me relacionei com ninguém que não fosse desta casa, nunca tive amigas, nunca fui numa festa do pijama. Eu não sei nada de garotos. Ninguém me entende! Eu já estou cheia de ser julgada!! Estão esperando muito de mim. Eu só tenho seis anos de vida.

Desabafei tudo o que estava entalado na minha garganta e comecei a chorar convulsivamente.

Mamãe correu para me abraçar. Ela e papai ficaram assustados com o meu destempero.

- Desculpe-nos, filha, estamos sendo muito duros com você. – Minha mãe se desculpou, fuzilando meu pai com o olhar.

- Nessie, querida, eu sei que às vezes eu me excedo – meu pai começou a se desculpar também, desconcertado com meu ataque de choro e com o olhar da mamãe. - Vou tentar ser mais compreensível. Isso não quer dizer que os termos do acordo mudaram, que isso fique bem claro!!!! Só estou prometendo que vou ser mais condescendente.

- Pro...mete que na... não vai fazer nada com o Jake? – Eu mais chorava que falava.

- Prometo, Nessie.

Tinha saudade da vida descomplicada que levava quando via Jake apenas como meu amigo. Namorar era muito complicado.


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