Quando Foi mesmo que Me Apaixonei? escrita por valentinaLB


Capítulo 24
Capítulo 20 - O OUTRO LADO PARTE 5


Notas iniciais do capítulo

PARA FELICIDADES DE ALGUMAS E IRRITAÇÃO DE OUTRAS,VOU DAR MAIS UMA PARADA NA ESTÓRIA PARA COLOCAR O PDV DO JAKE. NÃO PODIA DEIXAR DE COLOCAR A PRIMEIRA VEZ DELES SOB SUA ÓTICA, NÉ? DESTA VEZ PROMETO QUE SERÃO SÓ DOIS CAPÍTULOS, DEPOIS SABEREMOS SE NESSIE FICOU GRÁVIDA OU NÃO. BEIJOS E MUITO OBRIGADA ÀS FOFAS QUE SEMPRE COMENTAM. AGORA QUE MEU MARCADOR DE LEITORES PAROU DE VEZ, FAZ MAIS DE SEMANAS QUE NÃO AUMENTA UM NÚMERO SEQUER, OS REVIEWS SÃO A ÚNICA FORMA DE SABER COMO ANDA A ACEITAÇÃO DA FIC.
BJSSSSSSS E DIVIRTAM-SE.



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CAPÍTULO 20 – O OUTRO LADO PARTE 5

(POV JAKE)

Durante a viagem para Forks eu só conseguia pensar em como estaria meu pai e se ele teria forças para agüentar os ferimentos. Sabia o quanto um vampiro era forte e os estragos que podiam fazer. Tinha de encontrá-lo vivo, nem que fosse só para dar tempo de me despedir dele.

Incomodava-me o fato de não morar mais com ele, mas Billy entendia os motivos que me levaram a seguir Nessie. Ele conhecia a intensidade do amor que me unia a ela e sabia que não havia a menor possibilidade de viver longe da minha garotinha.

Nossa relação de pai e filho era muito forte. O sentimento entre nós era inabalável. Orgulhávamos um do outro. Ele era um exemplo de hombridade e caráter para mim, sem contar que era um pai extremamente carinhoso, que soube nos dar amor e cuidar de mim e minhas irmãs gêmeas quando nossa mãe morreu em um acidente de carro.

Eu só queria estar ao seu lado, segurar sua mão e dizer que tudo ficaria bem. Tentei evitar uma lágrima que escorreu por meu rosto, mas foi impossível.

- Ele é forte, Jacob, vai agüentar. – Edward falou, solidário com minha dor.

“Vai sim. Obrigado, Edward”, pensei, sabendo que ele ouviria. Só faltava agora ele dizer que queria ser meu “amiguinho de Orkut”, de tão bonzinho que estava.

- Você só está vivo porque minha filha te ama, cachorrinho – falou rindo, respondendo ao meu pensamento.

- Ama mesmo. – Pensar em Nessie era como um oásis naquele deserto de sofrimento em que me encontrava.

 Involuntariamente, flashes de nós dois no quarto do hotel começaram a aparecer em minha mente. Tinha sido perfeito tê-la tão perto de mim.

Percebi que Edward apertou os olhos com as mãos, claramente procurando um bom motivo para não arrancar minha cabeça ali mesmo no carro.

“Desculpe-me, Edward, não foi de propósito. É que eu a amo demais e ela não sai da minha cabeça... Mas você bem que poderia sair. Vai ver paciente pelada na cabeça do Carlisle, deve ser bem mais interessante.”

- Não faz idéia do quanto gostaria de não poder ler seus pensamentos, seu pervertido. – Meu sogro fez um tipo de dasabafo.

Carlisle balançou a cabeça rindo, ciente que Edward estaria respondendo alguma pergunta minha. O “vampiro mor” já devia estar acostumado com as esquisitices do filho.

Para minha sorte, chegamos. Entrei no Posto de Saúde quase voando. De longe pude ver meu pai, deitado em uma maca, todo quebrado, cheio de ataduras e curativo. Tive certeza que mataria aquele sanguessuga que tinha feito aquilo com ele.

Não pudemos conversar , pois estava sedado. Sentei-me do seu lado e segurei sua mão. Meu coração estava partido por encontrá-lo daquela maneira.

Percebi quando Carlisle mandou Edward sair do Posto e só então me toquei que havia muito sangue nos curativos do meu pai. Ele me olhou meio constrangido e saiu porta afora.

Carlisle já era conhecido pelo pessoal do Posto e logo foi se informando sobre o real estado de Billy.

Fiquei um tempo com meu pai e depois, como ele não acordava, fui falar com Sam. Precisava saber realmente o que tinha acontecido.

Encontrei-o conversando com Edward. Apesar de tudo, os dois mantinham uma convivência pacífica, principalmente depois do meu imprinting com Nessie.

- Sam, como foi que isto aconteceu? – Perguntei meio transtornado.

- Desculpe-nos, Jake. Fazia tanto tempo que vampiros não apareciam por aqui que acabamos deixando a guarda aberta. Eles nos pegaram de surpresa. Eram três. Atacaram Billy no lago, enquanto ele pescava com Ramom, que correu para nos chamar. Como Billy não anda, ficou sem poder se defender. Eles podiam ter matado os dois facilmente, por isso achamos que essa não era a intenção deles. Não sabemos por que não os mataram. – Sam parecia confuso com a situação.

- Será que eles queriam atingir Jacob propositalmente, atacando seu pai? – Edward lançou a dúvida no ar.

- Pode ser – respondi. – Talvez seja algum dos que não conseguimos matar das outras vezes, que veio para se vingar.

- Cuidado, Jake, ele pode ter apenas querido te atrair para cá. Acho bom ficarmos atentos. – Era estranho ter Edward como um aliado, afinal ele era um vampiro também. Um vampiro que era pai do amor da minha vida...

Era melhor não pensar muito no assunto, senão eu pirava de vez.

Evitei olhar para Edward, sabendo que ele tinha ouvido meu pensamento.

Naquele mesmo dia começamos a caçar os vampiros. Pedi a Edward que desse notícias minhas à Nessie, pois não teria tempo de ligar para ela naquela noite.

No outro dia, bem cedo, liguei para ela. Já estava louco de saudades.

- Jake! – Só de ouvir sua voz meu dia já se iluminava.

- Oi, menina! Te acordei? – Perguntei.

- Jake, como você está? E seu pai? Eu queria tanto estar aí com você... – Sua voz parecia de quem estava chorando. Ele estava triste.

- Eu estou bem, Nessie, só um pouco cansado. Estou meio fora de forma – falei rindo. – Billy está melhor. Carlisle é muito bom no que faz. Eu também estou sentindo sua falta, meu amor.

- Desculpe-me não estar aqui para apoiar você. Não me perdôo por isso. – Ela estava se culpando à toa, eu não estava nem um pouco chateado com ela.

- Nessie, não fique se martirizando por isso. Foi até mais fácil não ter de me despedir de você pessoalmente. Acho que eu sofreria mais ainda. Vou desligar, preciso descansar para trocar de turno com Paul. Te amo, menina, não se esqueça disso – falei, esperando que ela acabasse de vez com aquela bobagem de se sentir culpada e triste.

- Também te amo, Jake... Volta logo.

Desliguei o telefone com o coração acelerado. O meu amor por ela era tão grande que não sabia como conseguia comportá-lo.

Conseguimos pegar dois, dos três vampiros que entraram na reserva. Nós não nos lembrávamos deles, devia ser a primeira vez que andavam por nossas terras. O outro, possivelmente o líder deles, conseguiu fugir nadando, mas era só uma questão de tempo até pegarmos o maldito.

Ficávamos transformados a maioria do tempo. Edward estava cuidando da Reserva, o que nos possibilitou manter a alcatéia completa na caçada. Sempre que dava, ia ao Posto ver meu pai, que melhorava a cada dia, apesar de seu coração apresentar alguma arritmia, e ligava para Nessie.

Alguns dias depois de chegarmos, Carlisle e Edward foram embora. Confesso que fiquei aliviado. A falta que estava sentindo de Nessie me fazia pensar muito nos momentos que tivemos, principalmente naqueles mais “ousados”. Já não agüentava mais os olhares irados de Edward. Ele me fazia sentir um verdadeiro tarado. Para falar a verdade, ele só não me atacava porque estava solidário com o sofrimento de Billy. Se não fosse isso...

Ainda não podia ir com eles, meu pai e a alcatéia precisavam de mim.

Já tinha sete dias que não via Nessie. A saudade doía em meu peito. Meu corpo sentia falta dela. Dormia e acordava pensando nela.

Naquele dia, dormi a manhã inteira. Tinha passado a noite na ronda. Acordei por volta da uma da tarde, tomei um banho para despertar e fui à casa de Emily e Sam almoçar, depois passaria no Posto para visitar Billy. À tarde seria minha ronda novamente. Sam e Quil me acompanhariam.

Já na floresta, estava com a cabeça longe, pensando em Nessie. Não havia nem sinal do sanguessuga e aquela ronda estava ficando entediante, até que Sam me tocou com o focinho, chamando minha atenção.

Ouviu os pensamentos de Leah?” – Me perguntou.

Não. Leah está transformada? Ainda não é hora da ronda dela.” Falei.

 “Jacob, posso estar enganado, mas acho que Leah estava atacando Nessie. Ela achou que ela era o vampiro que procuramos.” – As palavras de Sam me deixaram atordoado. Como podia estar atacando Nessie se ela não estava aqui... ou estava?

Também acho que Leah estava lutando, apesar de não ter entendido bem seus pensamentos.” – Quil também estava confuso.

Sam, tem certeza do que está falando? Foi isso mesmo que ouviu?” – Eu começava a me desesperar.

Leah não está mais transformada em lobo, mas tenho quase certeza do que ouvi.” – Nem bem esperei Sam continuar e já corria feito louco para casa. Precisava saber o que estava acontecendo.

Assim que cheguei perto da cabana, vi Nessie passar por mim numa velocidade surpreendente. Tentei pará-la, mas foi impossível. Ela correu para o lado da floresta sem nem se importar com minha presença. O que ela estava fazendo aqui?

Olhei para Leah sem entender nada. Se aquela filha da mãe tivesse feito alguma coisa com a minha menina ela ia se ver comigo.

Leah apenas me olhou com sua costumeira expressão “eu odeio o mundo” e saiu sem falar nada.

- Nessie já sabe de tudo. Sua amiga que acabou de sair contou tudo pra ela, da forma mais cruel possível. – Sequer tinha percebido que Carlisle estava chegando, mas o que ele me disse me tirou o chão.

Então Carlisle, que tinha ouvido tudo enquanto se aproximava da cabana, contou todos os absurdos que Leah dissera a Nessie, de forma destorcida e maldosa. Minha vontade era arrancar a cabeça daquela mal amada. Se ela passasse na minha frente, naquela hora, não sei do que seria capaz.

- Vai atrás dela, Jake. Nessie deve estar desesperada e sofrendo muito.

Saí feito um louco a procura de Nessie. Ela tinha descoberto tudo da pior forma possível. Tinha entendido tudo errado e por isso deveria estar inconsolável.

Não demorou muito e senti seu delicioso cheiro. Aproximei-me dela, sentindo uma dor atravessar meu coração. Ele estava triste e não agüentava vê-la assim.

- Eu não queria que tivesse sabido dessa forma, Nessie. O que Leah fez não tem perdão. Você veio me ver e é recebida daquela forma violenta. Se pudesse, matava aquela infeliz.

Sentei-me ao seu lado e segurei sua mão. Estavam trêmulas, frias.

Nessie ficou em silêncio por alguns minutos, aumentando mais ainda meu desespero.

- Jake, - começou a falar - eu vou sair pra sempre da sua vida. Vou te dar a oportunidade de lutar contra este imprinting absurdo que sofreu. Você não merece estar preso a mim, então vou te dar uma carta de alforria... - Suas palavras pareciam lâminas cortando minha pele.

Não esperei ela terminar de falar aqueles absurdos. Fiquei em pé na sua frente. Precisava fazê-la parar com aquilo. Ela só estava decepcionada comigo por ter escondido o imprinting dela.

- Nessie, me perdoe, por favor. Eu sei que eu tinha de ter contado antes, mas...

Agora quem me interrompeu foi ela.

- Jake, eu não estou chateado por você não ter me contado. Isso não importa agora – falou, com a voz embargada.

- Então por que quer me deixar, Nessie? Nós estamos tão felizes juntos. Eu a amo mais que tudo. – O que ela estava fazendo? Por que jogar para o alto um amor como o nosso?

- Porque eu nunca seria feliz ao seu lado sabendo que não sou a pessoa certa pra você, que não fui uma escolha sua, Jake. Você sabe que jamais se interessaria por uma vampira se tivesse podido escolher. Seu povo nos odeia, vocês odeiam nosso cheiro, vocês se transformam em lobisomens com o único propósito de nos matar. Só estou na sua vida devido a uma brincadeira sem graça do destino. Eu te amo demais para ficar com você sabendo tudo isso. – Disse chorando.

- Eu não estou acreditando que você pensa assim, Nessie. Conhecer você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. – Eu estava dilacerado por dentro após ouvir o que Nessie tinha dito. Ela estava resumindo seis anos de amor e dedicação a uma “brincadeira sem graça do destino.” Senti as lágrimas brotando em meus olhos. Era muita dor até para um homem forte como eu.

- Vou pedir minha família para irmos embora para o mais longe possível. Você precisa se dar uma oportunidade, Jake. Precisa conhecer uma humana, deixar que ela chegue em seu coração, se entregar a esta paixão. Vai ver que em pouco tempo conseguirá amá-la também. Lute contra este imprinting. Você não o merece. – Se Nessie soubesse a verdadeira dimensão da minha paixão por ela, não cogitaria a possibilidade de me ver amando outra mulher. Ela não me conhecia, não tinha entendido meu amor.

- Nessie, se me deixar eu não sei o que eu faço. Não sei viver sem você. – Eu chorava como uma criança. Não conseguia suportar a dor que tomava conta de mim.

- Porque está enfeitiçado, Jake. Talvez sofra por um tempo, mas quando conseguir de desprender deste fio que nos une, vai enxergar o tamanho do absurdo que é essa paixão que tem por mim. – Eu nunca tinha visto Nessie tão decidida.

- Por favor, Nessie, não vá embora. Acredite no meu amor, ele não é um absurdo. Sei que posso te fazer tão feliz quanto você me faz. Eu vou morrer se tiver de ficar longe de você, sei que vou. – Eu não era nem de longe a sombra do homem que julgava ser. Estava completamente entregue àquela menina na minha frente, implorando literalmente para que ela não me deixasse.

- Jake, – disse, olhando em meus olhos – quando meu pai deixou minha mãe, achando que era a coisa certa a fazer, você e ela se tornaram grandes amigos, não foi? – Nessie conhecia um pouco da minha história com Bella. - Foi neste período em que a ajudou a superar o sofrimento, que se apaixonou por ela? – Perguntou.

- Foi, Nessie, mas eu não sinto mais nada por ela, só amizade. Desde que meus olhos fitaram os seus, eu nunca mais fui capaz de amar outra mulher. – Só faltava Nessie achar que eu ainda sentia alguma coisa por Bella.

- Eu sei, Jake. Só estou te perguntando isso para você se lembrar que se meu pai não tivesse voltado, minha mãe poderia ter sido feliz ao seu lado. Você a ensinaria a te amar. O que estou querendo te mostrar é que mesmo sofrendo por nossa separação, você poderá encontrar alguém que te ame e que possa fazê-lo amá-la também. Eu sei que você vai ser feliz.

- Não há felicidade longe de você, Nessie. Sequer há vida... – falei, já me dando por derrotado.

- Eu sou uma maldição em sua vida, Jake. Um Cullen te afastou do primeiro grande amor da sua vida, depois outra Cullen te afastou do seu povo. Percebeu que não te fazemos bem? O melhor que tem a fazer é nos esquecer, afastar-se de nós. Fique aqui na sua aldeia, onde é seu verdadeiro lugar. Fique juntos dos seus. Eles te amam. Talvez Leah seja a mulher certa na sua vida, quem sabe? – Agora Nessie estava brincando com meu sofrimento. Como podia sugerir um absurdo daquele?

- Você só pode estar louca, Nessie. Como pode achar que eu me envolveria com alguém como Leah, ou com qualquer outra mulher que não seja você?

- Jake, eu vou embora para sempre da sua vida, mas antes quero que saiba que sou perdidamente apaixonada por você, e que é esse amor que vai me dar forças para me afastar de você. Quanto mais tempo se passar sem você ter notícias minhas, maior estará o meu amor por você. Quero que seja forte, que lute contra este imprinting... Que lute contra esta maldição que te uniu a mim. Esqueça-me, Jake, por favor, me esqueça. Você merece ser feliz... Isso é tudo o que eu mais quero. Preciso te devolver um pouco dos sacrifícios que fez por mim. – Nessie me abraçou, dando o golpe fatal.

Se pelo menos ela tivesse dito que não me amava mais, que não sentia nada por mim... Mas não, ela deixou claro que me amava e que tudo o que estava fazendo era em nome desse amor. Senti o corpo dela colado ao meu. Seria esta a última vez que ela estaria em meus braços? Se fosse para ser assim, preferiria morrer. E só tinha uma pessoa que poderia me fazer esse favor de acabar com minha vida... Edward. Ele não me negaria isso, pois já tinha me feito o mesmo pedido e eu tinha me proposto a ajudá-lo.

Nessie foi se afastando. Minha garotinha estava indo embora e eu não tinha forças para impedi-la. Ajoelhei-me no chão, aos prantos. Na verdade o garoto ali era eu, e não tive vergonha de agir como tal.

Deixei a dor tomar conta de todas as minhas células. O indestrutível lobisomem tinha sido finalmente derrotado. Aniquilado por algo indestrutível... O abandono. Eu estava sozinho, completamente só, e chorei com pena de mim...

Um filme dos meus últimos seis anos começou a passar na minha mente. Meus olhos se cruzando com os olhinhos castanhos daquele bebê que eu julgava odiar, o amor unindo opostos, um amor maior que eu. Minha garotinha crescendo, se tornando menina, depois mulher. O desejo me invadindo, o beijo, o toque, a soma de várias formas de amar... Tudo acabando, se partindo, indo embora.

“NÃO!!” Ela era minha, e eu ia provar isso a ela. Quem aquela menina achava que era para virar as costas para nosso amor? Quantas pessoas no mundo se amavam como nós? Nunca me importou o fato dela ser meia vampira. Podia ser até vampira e meia que mesmo assim eu a amaria.

Precisava alcançar o carro de Carlisle e pelo barulho ele já estava longe. Corri como nunca havia corrido em toda minha vida. Posicionei-me no meio da estrada, forçando o vampiro a usar todo o seu reflexo. Ele parou a centímetros de mim. Confesso que duvidei que conseguiria, mas convenhamos que aqueles sanguessugas tinham habilidades invejáveis.

Aproximei-me da porta do carro, do lado que Nessie estava e abri-a, puxando ela para fora.

- Nessie, não vou deixá-la ir embora desta maneira. Você pode até me abandonar depois, mas antes vai ouvir o que tenho a dizer. – Disse, convencido de que ela teria de me ouvir.

- Carlisle, a deixe ficar aqui para podermos conversar. Depois eu a levo pra casa. Por favor, eu te peço, deixe Nessie aqui comigo. – Eu queria muito que ele aceitasse meu pedido, pois de qualquer forma ela ficaria comigo, mesmo que tivesse de lutar com aquele vampiro que tanto admirava e respeitava.

- Vocês realmente precisam conversar. Ela pode ficar, eu me entendo com meu filho –  Carlisle entendeu a gravidade de situação. Encarou Nessie por alguns segundos, provavelmente querendo lhe passar confiança, entregou-lhe sua mochila e foi embora.

Agora era só eu e Nessie e ela estava bem presa em meus braços, para o caso de querer fugir novamente.

- Você ficou maluco? – Nessie perguntou, ainda confusa com o que acabara de acontecer.

- Acha que ia deixá-la ir embora assim, Nessie? Você é minha vida, menina, tem de entender isso de uma vez por todas. – Minha paciência já estava no limite. Minha vontade era sacudi-la pelos ombros para que caísse em si e percebesse que nos amávamos mais do que éramos capazes de entender.

Peguei-a no colo e corri para casa. Não ia ficar discutindo com Nessie no meio da estrada.

- Jake, meu pai vai surtar quando souber que fiquei aqui. Desta vez ele não vai pensar duas vezes antes de te atacar. – Edward que me poupasse de mais um de seus chiliques. A TPM de Nessie eu agüentava, mas a de um vampiro desprovido de sangue, aí já era demais.

- Eu quero que Edward vá para o inferno, Nessie. Neste momento a única coisa que me interessa é fazer você entender que não há mais ninguém no mundo que eu queira, a não ser você. – Coloquei-a no chão, segurando em seus ombros para que ficasse de frente para mim. Queria que ela olhasse em meus olhos.

-  Não torne as coisas mais difíceis do que já são, Jake. Deixe-me ir embora da sua vida. – Nunca que eu deixaria, nem que tivesse de raptá-la.

Puxei-a para mais perto e a beijei ardentemente. Nessie podia dizer qualquer coisa que quisesse, mas seu corpo não mentia. Ela se entregou aquele beijo completamente, correspondendo de forma apaixonada. Tremendo pelo desejo que eu despertava nela.

- Nessie, – falei, interrompendo o beijo – não existe no mundo amor mais puro e verdadeiro que o meu por você. Não é uma mágica que nos une, é um sentimento intenso, uma conexão espiritual. Eu não te escolhi realmente, mas foi porque não havia escolha a ser feita. Só você é a pessoa certa para mim. Você me completa, me faz querer ser melhor. Não há nada que eu faça que não seja pensando em você. Como acha que poderei viver se for embora? – Queria aproveitar aquele momento de entrega para fazer Nessie entender que ela era tudo o que eu mais queria para minha vida.

- Eu te amo da mesma forma, Jake, mais não quero que tenha de abrir mão de sua cultura e de suas crenças para viver do meu lado. Um dia vai acabar me culpando por tê-lo afastado do seu povo, de sua família. – Eu mataria Leah por ter enfiado aquelas dúvidas na cabeça dela.

- Nessie, nem todos pensam como Leah. Tudo o que ela disse estava impregnado de mágoa, de ressentimento. Ela não suporta a própria infelicidade, por isso é tão amarga. – Não vou negar que tinha pena daquela lobisomem, mas isso não justificava ela ficar disseminando tanta discórdia entre aqueles que a rodeavam. Ela que fosse viver seus traumas “no raio que o parta”.

- Ela pode ter sido grosseira e impiedosa, Jake, mas tudo que falou é a mais pura verdade, tem de reconhecer isso. – Nessie falou, enquanto lágrimas escorriam de seus olhos.

Se tinha algo que me tirava do eixo era ver minha garotinha chorando.

- Não há verdade nenhuma nas palavras de Leah. Ninguém melhor que meu pai sabe o que é um imprinting. Ele nunca se sentiu traído por eu tê-la acompanhado. É claro que sentiu minha falta, mas ele entendeu que não havia a menor possibilidade de eu viver longe de você. – O que eu acabara de falar era a mais pura verdade. Billy nunca se ressentiu por minha partida.

- Ah, Jacob, – falou soluçando de tanto chorar – como eu queria acreditar no que está me dizendo.

- Não chore assim, Nessie – disse, abraçando-a mais forte ainda. – Um amor como o nosso não pode ser motivo de tanto sofrimento. – Ela, apesar de ser uma meia vampira quase indestrutível, às vezes não passava de uma garotinha frágil, imersa nas dúvidas e confusões típicas da adolescência.

Inesperadamente  passou os braços em volta do meu pescoço, colocando seus lábios doces nos meus, beijando-me apaixonadamente. Podia sentir nossos corpos tremerem de paixão.

Peguei-a no colo e, sem interromper o beijo, levei-a para meu quarto, colocando-a na cama. Deitei do seu lado e voltei a beijá-la. Enquanto as palavras tentavam nos separar, nossos corpos insistiam em mostrar a mais pura verdade: Tínhamos sido feitos um para o outro. Éramos duas peças que se encaixavam perfeitamente. Eu ia provar isso à Nessie, e sabia como.

- Nessie, quero fazer amor com você. – Tentei ser o mais gentil possível, para não assustá-la com meu pedido um pouco surpreendente.

Ela me olhou apavorada.

- Por que isso agora, Jake? Por que justo no momento mais conturbado do nosso namoro você resolveu querer me fazer sua? – Perguntou.

Acariciei seu rosto com as pontas dos dedos. Nessie parecia tão vulnerável. Sorri, tentando passar a ela a certeza de que podia confiar em mim e a beijei mais uma vez. Eu não me cansava de beijá-la.

- Porque sei que depois de nos amarmos você não vai mais ter dúvidas de que fomos feitos um para o outro. – Essa era minha última esperança.

- Mas você deve estar cansado, Jake. Não tem dormido direito, caçando estes vampiros. – Nessie por acaso estava insinuando que eu não estava em minha melhor forma física para fazermos amor? Tinha um lado meu que essa menina não conhecia mesmo... e eu pretendia mostrá-lo a ela ainda hoje.

- Nessie – disse rindo – está preocupada com o meu desempenho sexual? Eu posso te surpreender, menina. – Sorri malicioso. Eu seria capaz de amá-la ininterruptamente pelo resto do dia sem sequer me sentir cansado.

- Eu já não sei nem mais o que estou falando, Jake. Você me deixa meio tonta – falou rindo, toda envergonhada por minhas insinuações.

Abracei-a carinhosamente e comecei a beijar seu pescoço e orelha, sentindo sua pele se arrepiar com meu toque. A forma como Nessie reagia aos meus beijos me deixava louco.

- Faz amor comigo, Nessie. – Sussurrei.

- Acho melhor você fazer comigo, Jake. Não sei muito como se faz isso. – Falou em meu ouvido, brincando com as palavras.

Era tudo o que eu queria ouvir. Ele finalmente seria minha, por inteiro e nem imaginar a fúria que isso despertaria em Edward estragaria nosso momento mágico.

- Então vou te ensinar... – Sussurrei, me excitando mais ainda com o rubor em sua face.

Nessie relaxou um pouco mais e se entregou por completo as minhas carícias. Fui despindo-a com calma. Tirei primeiro sua blusa, deixando seus belos seios à mostra. Aquela visão me deixava louco. Beijei-os delicadamente, fazendo Nessie gemer de prazer. Minha língua passeava por sua barriga, fazendo-a se arrepiar e contorcer-se de prazer. Abri o zíper de sua calça e deslizei-a por suas pernas, deixando-a só de calcinha. Eu já a tinha visto assim, mas ainda me encantava com a perfeição de seu corpo. Suas curvas eram tentadoras. Beijei suas pernas, desde os pés até as coxas. A esta altura Nessie já não se segurava mais. Seus gemidos eram altos e constantes. Suas mãos apertavam o lençol. Vê-la naquele estado me deixava extasiado, mas hoje meu maior objetivo era dar-lhe prazer. Tinha de me controlar o máximo possível, mas estava ficando cada vez mais difícil.

Por fim tirei a última pela que cobria seu corpo, deixando-a completamente nua. Percebi que seu rosto ficou vermelho diante do meu olhar encantado que a fitava faminto. Sorri ao ver sua timidez. Isso a deixava mais sedutora ainda.

Despi-me por completo também. Queria sentir nossa pele se tocando por completo, sem nada para atrapalhar. Naquela altura dos acontecimentos, eu estava mais excitado que tudo. Notei que Nessie revirou os olhos quando percebeu meu “estado”. Contive a vontade de rir, apenas sorrindo para ela.

- Não se preocupe, Nessie, não vou te machucar. Vamos fazer tudo bem devagar – falei baixinho em seu ouvido, tentando deixá-la calma.

- Confio em você, Jake. Não estou com medo – falou, com os lábios colados nos meus. Nessie sempre confiou em mim.

Apesar da vontade louca de possuí-la, não tive pressa. Fui o mais carinhoso que pude. Era sua primeira vez e queria que fosse perfeito para ela. Usei meus lábios e mãos para incendiar seu corpo. Toquei seu sexo com os dedos, fazendo-a contrair-se toda na cama, cheia de desejo. Ela já estava pronta para me receber.

Inverti nossa posição, colocando-a sentada sobre minha barriga. Ergui seu corpo de modo que nossos sexos se unissem, preocupando-me em não penetrá-la. Queria que ela controlasse essa parte. Não sabia como ela reagiria, se sentiria dor ou não.

- Agora é com você, menina. - Falei, deixando claro que quem estava no comando agora era ela.

Num primeiro momento Nessie me olhou assustada, toda encabulada, sem saber o que fazer. Apenas sorri para ela, olhando-a nos olhos.

Não precisei dizer o que fazer, Nessie foi soltando o peso do corpo lentamente, deixando-me invadi-la aos poucos. Precisei usar todo meu autocontrole para não terminar de vez com aquela deliciosa tortura. A visão que eu tinha de Nessie sentada sobre mim era enlouquecedora. Seu rosto estava tomado pelo prazer. Não havia sinal de dor. Ela continuou num ritmo lento, forçando um pouco mais para o rompimento do hímem, até que percebi que estava completamente dentro dela.

Puxei seu rosto para mais próximo de mim e a beijei com calma, cheio de desejo. Para minha completa satisfação, Nessie começou a se movimentar sensualmente, me fazendo quase perder os sentidos. Nossos gemidos se misturavam, altos, sem pudor, abafados de vez em quando  por nossos beijos sedentos.

Resolvi que era hora de imprimir meu próprio ritmo naquele vai e vem. Mudei nossa posição, ficando sobre Nessie. Aumentei a velocidade dos meus movimentos. Em pouco tempo estávamos os dois gozando, alucinadamente. Nossos corpos explodiram em espasmos, ao mesmo tempo. Mantive meus olhos abertos o mais que pude, para poder contemplar Nessie. Ela estava linda, completamente entregue à magia do momento. Não restava a menor dúvida de que havia uma química perfeita entre nós. Nossa primeira vez tinha sido espetacular, perfeita, única.

Deitei-me ao meu lado, ainda ofegando, e puxei-a para junto do meu peito. Podia sentir sua respiração irregular e ouvir seu coração acelerado.

- Eu te amo, Nessie. – Disse, beijando sua testa carinhosamente – Você foi perfeita.

Apesar de inexperiência e da timidez, Nessie tinha se mostrado uma amante talentosa.

- Foi tudo lindo, Jake. Obrigada. Você também foi perfeito. – Falou, se apertando mais em meu peito.

Amamos-nos outras vezes durante aquela tarde e todas foram maravilhosas. Cada vez nos conhecíamos mais, ousávamos mais... Parei quando percebi que Nessie tinha dormido em meus braços.

Lembrei-me que não tinha usado camisinha em nenhuma das vezes que transamos. Eu tinha sido um estúpido em não ter me preocupado com isso.

Levantei-me, cuidando para não acordá-la, me troquei e fui ao Posto de Saúde. Precisava ver meu pai e também pedir uma “pílula do dia seguinte” na farmácia. Seria uma irresponsabilidade sem tamanho engravidar Nessie.  

Deixei um bilhete ao seu lado, caso acordasse. Não queria que pensasse que a tinha abandonado depois de fazermos amor.

Nessie,

Fui ver meu pai no Posto de Saúde. Já volto.

Hoje você conseguiu fazer o que eu julgava impossível: Me fazer te amar mais!!

 Jake.

Meu pai estava bem, mas o médico estava um pouco preocupado com seu coração. Ele estava dormindo e não quis acordá-lo. Fiquei um tempo ao seu lado e depois fui para a farmácia do Posto, pegar o comprimido. Confesso que estava meio envergonhado.

- Oi Jacob, precisando de algum remédio? – Tinha me esquecido que era Sara, minha antiga colega da escola, que trabalhava lá.

 - Bem, eu queria uma... é... uma pílula do dia seguinte. – Nossa, nunca tinha me sentido tão constrangido na minha vida. Aliás, eu quase nunca ficava constrangido.

Sara me olhou com um sorriso cínico nos olhos. Entregou-me a pílula. Sabia que assim que ela saísse dali, contaria para todas suas amigas e em breve a reserva toda saberia que eu e Nessie tínhamos transado.

- Isso faz mal, viu Jake! É melhor usar camisinha ou pedir pra sua namorada tomar anticoncepcional – falou, tentando parecer profissional.

- Eu sei. Obrigado, Sara. – Agradeci e saí o mais rápido possível. Queria chegar em casa antes que Nessie acordasse.


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