Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 23
Capítulo Extra – 05


Notas iniciais do capítulo

ERRATA: no final do capítulo anterior eu fiz Melody comentar que todo equipamento a pilha também foi inutilizado, mas após fazer mais uma pesquisa sobre a ogiva nuclear P.E.M. eu vi que está informação está errada. Acontece que todo equipamento sem fio elétrico se manteve seguro à explosão.
Desculpem me pelo ocorrido.

Agradeço ao Titã por ter comentado no capítulo anterior. Não fiquei satisfeito com a resposta que te dei e fui pesquisar e acabei descobrindo que estava enganado.

Enfim,
Boa leitura!



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Aeroporto Internacional de Kansai – Japão

Camilo – POV

Peguei mais um de meus charutos e o acendi. Uma tragada forte. Eu estava precisando disso. Desviei meu olhar pela área de embarque, muitas pessoas estavam amuadas num canto, outros rezavam, apostando no último recurso, que era a fé. Seria esse acontecimento um castigo divino? Se eu acreditasse nessas coisas eu diria que sim.

— Atirador Camilo, não é? – virei meu rosto e meu olhar encontrou uma mulher alta. Ela usava roupas elegantes, que estavam levemente amassadas. Seu cabelo louro estava totalmente desgrenhado. Seus olhos estavam com enormes olheiras que deixavam evidente que não dormia direito há dias.

— Eu mesmo. – levantei da cadeira retirando o charuto de minha boca e soltando uma baforada. – E você seria?

— Ministra da Defesa Francesa, Jacqueline Denueve. – ela levantou a mão, aguardo que eu a apertasse. Coloquei o charuto na boca e prontamente a cumprimentei.

— O que deseja? – minha voz soou grossa e irritada. Queria que ela fosse direto ao assunto sem enrolação.

— Poderíamos ter uma conversa particular? Não gostaria de as outras pessoas ouvissem. – levantei uma sobrancelha curioso. Comecei a andar até uma área afastada do aeroporto, e Jacqueline me seguiu. Chegamos até a área de saída, haviam no máximo sete civis, mas duvido que eles estariam interessados em
nossa conversa.

— Você provavelmente já ficou sabendo que nenhum dos líderes mundiais falou algo sobre a "doença homicida". – Jacqueline arrumou os longos cabelos que estavam saindo para fora do rabo-de-cavalo.

— Não sabia que essa "doença" tinha nome. E sim, já fiquei sabendo.

— Acontece que eu sei como essa "doença" se iniciou. – meus olhos se arregalaram e deixei meu charuto cair sobre o chão liso. – Mas só te conto com três condições.

— E por quê resolveu contar isso para mim?

— Conheço seu passado, Camilo Hope Campovilla. Soldado do exército brasileiro, general-chefe, um dos cinco melhores snipers do mundo, atirador da SAT e depois oficial sênior. Um belo currículo.

— Veio aqui para relembrar toda a minha história? – minha voz saiu grossa, eu não estava gostando do rumo da conversa.

— Estou dizendo que acho o senhor o único confiável para revelar esse segredo.

— E quais são as condições?

— Primeira, não quero que saibam que fui eu que te contei. – ela fez o número um com o dedo. – Segunda, se por acaso, e apenas se, formos salvos, eu quero ser uma das primeiras a serem salvas. – ela fez um número dois. – Terceiro...

A expressão de seu rosto mudou completamente.

~~~

Teatro Municipal de São Paulo – Centro

Heero – POV

Vi pelo meu relógio de pulso que já passava das 20h. Depois de andar por todo o teatro, e ter total certeza que não havia nenhum zumbi aqui dentro, encontrei num dos camarins algumas velas e fósforos. Voltei para o auditório onde se localizava o grande piano. Acendi a vela e coloquei no chão, não havia nenhum local alto o bastante para que ela pudesse iluminar o máximo possível deste palco.

Abri minha mochila e comecei a remexer num grande caderno com as páginas amareladas. Era o caderno de minha mãe, aonde ela escrevia suas músicas. Folheei o caderno até achar uma folha em específico.

Estralei os dedos e comecei a tocar a melodiosa introdução, mas sem cantar nenhum verso. Eu me recusava a cantar aquilo sozinho. Foi feita para nós dois.

BLANC!

Parei rapidamente de tocar ao ouvir o barulho de algo caindo.

Merda! Estava muito escuro, eu não conseguia enxergar nada. Peguei o pé de cabra e a vela do chão, cuidadosamente comecei a andar pelo auditório. A iluminação estava baixa, e eu não queria arriscar que fossem um "deles". Mas logo descartei essa hipótese. Eles fazem um barulho, normalmente é sempre a vogal "u" num gemido assustador. Ou seja, tem mais alguém aqui além de mim.

— Quem está aí? – gritei. Nenhuma resposta.

Continuei vagando pelas cadeiras. Não tinha onde se esconder aqui, a pessoa está obviamente se aproveitando do escuro para isso. Soltei o pé de cabra e ele ressoou alto quando encontrou o chão.

— Não estou armado! Eu não quero te ferir, por favor, apareça! – gritei outra vez. Eu estava praticamente pedindo para ser morto, eu não tinha nenhuma arma, eu poderia simplesmente levar um tiro aqui mesmo.

— Por favor, me ajude... – era uma voz infantil. Andei a passos leves de onde o som vinha. Iluminei a área e eu vi...

Era uma garotinha. Ela parecia ter no máximo 8 anos. A pele negra, o cabelo afro despenteado, os olhos castanhos amendoados estavam vermelhos, provavelmente depois de tanto chorar.

— O que você faz aqui? – perguntei estendendo uma de minhas mãos. Ela se encolheu mais, de medo. – Eu não vou te machucar. Só quero saber o que você faz aqui.

— Minha mãe... – seu tom era choroso. – ela... ela... – as lágrimas desciam pelo rosto da menina. Ela se encolheu e soluçava alto. Eu me aproximei e a abracei, ela acabou correspondendo meu ato. Suas lágrimas molhavam minha camiseta. Eu tinha uma breve ideia do que teria acontecido com a mãe dela.

Mas como ela veio parar aqui? E como eu não a encontrei quando vasculhei todo o teatro? Infelizmente eu não poderia exigir essa informação dela no momento.

Só a abracei com mais força. Tentando reconfortá-la.


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Notas finais do capítulo

Então, parece que logo descobriremos o motivo de como essa "doença" começou.

Qual será a última exigência de Jacqueline? E quem é a misteriosa garotinha?

Agora, eu preciso da ajuda de vocês: a mãe e a irmã de Bella estarão vivas? Vocês que decidirão isso.

Obrigado por estarem acompanhando e pelos comentários. E aos leitores fantasmas: obrigado por favoritarem a história! :D