Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 17
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688887/chapter/17

Miller – POV

Eram 4h da madrugada. Eu estava sem sono algum. Virei meu rosto e vi Melody e Ana deitadas sobre um dos grandes colchões, num outro, ao lado estavam Bellatrix e Nicole. Alan estava deitado num colchão de solteiro, afastado das meninas.

Eu estava incomodado. Aquele garoto... Aquele desgraçado! Ele estava aqui, no mesmo lugar que eu. E toda aquela desgraça que aconteceu na minha vida foi culpa dele, dele e daqueles amigos filhos da puta. Mas isso não ia ficar assim. Eu não deixaria que ele estragasse minha vida novamente.

Me levantei do chão e fui até a Rihappy, caminhei até uma área afastada da loja, onde tinha vários baús de brinquedo. Retirei uma chave do bolso da minha jaqueta e abri um deles. Ao ouvir o som do "click" do cadeado meus lábios formaram um longo sorriso. Retirei de dentro dele minha preciosa. Era uma P-90. Tinha encontrado ela quando fugi da cadeia há cinco dias atrás. Retirei de dentro do baú também um pote de formol e coloquei dentro de um dos bolsos de minha calça. Coloquei preciosa sobre os ombros e caminhei até uma parte da loja onde tinha diversos pula-corda. Peguei duas cordas pequenas e fui até a outra loja de colchões, que ficava no andar superior.

Quando cheguei nela andei a passos leves, sem fazer barulho algum. Vi Hugo deitado num colchão de casal. Ele estava esparramado e babava, como uma grande criança. Idiota!

Peguei um lenço que estava no meu bolso e taquei um pouco de formol nele. Me aproximei do corpo de Hugo e enfiei o lenço sobre seu nariz e boca. Ele acordou assustado e se debateu por alguns minutos até cair inerte outra vez. Peguei as cordas e amarrei seus braços e pernas. Carreguei ele sobre meus ombros até o terraço.

Joguei seu corpo sem a mínima dó no chão. Coloquei meu pé sobre o peito de Hugo e afundei meu peso. Ao sentir o pulmão pressionado o negro acordou assustado e tentando gritar, mas sem fôlego pra isso.

— Acordou! – falei num tom de deboche. Ele tentava aspirar ar sem sucesso. – Eu vou soltar, e se você gritar... Eu te mato!

Os olhos de Hugo se arregalaram e ele fez um gesto afirmativo com a cabeça. Retirei o pé de seu pulmão e ele puxou o máximo de ar que conseguiu.

— O-o que... você está... fazendo? – Hugo falou ofegante, tentando
normalizar a respiração.

— Considere isso como um acerto de contas. – encarei seus olhos, minhas mãos acariciavam preciosa.

— Acerto de contas? – a voz de Hugo saiu mais alta. Eu fiz um gesto de silêncio, colocando um dedo sobre os lábios. Ele ficou quieto outra vez. Sua respiração era ruidosa, chiava como um gato.

— Você não se lembra de mim, não é mesmo? – me aproximei de seu rosto e o puxei pelo colarinho. Seu olhar era de puro medo, ele estava muito assustado. Levantei preciosa e coloquei o cano da arma na direção de sua cabeça. Ele não disse nada, apenas soluçava. – Que diferença...

— Di... Diferença do quê? – Hugo soluçava cada vez mais alto e as lágrimas desciam como uma cascata de seus olhos.

— Que diferença da pessoa que me agrediu há dois meses atrás. – vi as pupilas de Hugo dilatarem e ele tentou se afastar de mim sem sucesso. – Agora parece que lembrou de mim!

— Assassino! – ele gritou alto! Dei um soco em seu estômago e ele se recolheu numa posição semi fetal.

— Assassino? Foi legítima defesa. – atuei. – Aquele seu amigo mereceu. E é uma pena que você vai ter o mesmo destino que ele.

— Não! Por favor! Não! – ele gritava histericamente. Merda! Esse filho da puta estava gritando alto demais. Apontei a arma para sua cabeça novamente e ele ficou quieto. – Cara... por favor...

BANG!

Disparei minha preciosa em sua cabeça. O crânio dele se rachou e as partes de seu cérebro se espalharam pelo chão do terraço. Desatei as cordas de seus pulsos e pernas e joguei o corpo shopping a baixo. Vi quando ele chegou ao chão. Espalhando seus pedaços.

Retirei minha jaqueta coberta de sangue, revelando o colete a prova de balas que eu estava usando por de baixo. Mirei a jaqueta numa grande caçamba de lixo e a descartei.

Voltei para dentro do shopping e procurei uma jaqueta parecida com a minha. Eu precisava manter o colete escondido por enquanto.

~~~

Nicole – POV

Eu havia sido a primeira a acordar. Era extremamente reconfortante ter dormido nesse colchão macio. Vi o rosto de Bella com a expressão serena. Dormimos no mesmo colchão. Levantei e fui até a entrada da loja, me espreguicei. Olhei no grande relógio que ficava no topo do shopping. 7h18.

— Acordou cedo! – virei meu face e vi Miller com um sorriso no rosto. Apenas assenti com a cabeça. Eu não gostava dele. Me sentia desconfortável na presença dele.

— Melhor acordar as meninas. Precisamos sair. – inventei uma desculpa qualquer, não queria conversar com ele. E achei que seria a melhor coisa a se fazer. Melody queria sair daqui o mais cedo possível.

Remexi todas as meninas, e Alan, após alguns minutos todos se levantaram. Melody estava com a usual expressão de poucos amigos – algo que de manhã parecia pior –, Ana esfregava os olhos tentando acordar, Bella mantinha o rosto escondido sobre o cabelo, como se estivesse escondendo o inchaço matinal de seu rosto e Alan levantava os braços, se espreguiçando.

— Já são 7h30, você disse que partiríamos cedo. – falei soltando um sorriso para todos que continuavam com as mesmas expressões.

— Ta bom! – Melody finalmente falou algo se levantando. – Alan, onde você e Bella esconderam as armas?

Após Melody perguntar isso vi o rosto de Bella corar violentamente, Alan simplesmente soltou um sorriso constrangido. Meu irmão se levantou e tomou a dianteira, todas pegamos as mochilas e saímos da loja.

— Que merda é essa? – Ana praguejou alto. Eu levantei meu rosto e senti vontade de dizer a mesma coisa.

Miller empunhava uma arma grande e estava com uma mochila nas costas e uma bolsa sobre o ombro esquerdo. Mas o que me incomodava era o sorriso que ele tinha no rosto.

— Animadinho você. – Melody se aproximou de Miller e colocou a mão sobre o peito dele. Como se fosse empurrá-lo.

— Vamos antes que os outros acordem! – Bella se pronunciou. Conversamos na noite anterior que sairíamos antes que os outros acordassem, para que eles não vissem nossas armas.

Alan tomou a dianteira novamente e seguimos ele. Chegamos em frente a uma loja de... Lingerie? Entramos na loja e fomos até uma área onde tinham sutiãs enormes, o maior tamanho da loja. Alan remexeu mais ao fundo e retirou de lá as armas e as mochilas com a munição.

— V-Vocês esconderam as armas justo aí? – Melody perguntou num tom alto de vergonha.

— Quem teve a brilhante ideia? – Ana olhou para Bella que apontava descaradamente para Alan.

— Mas não deixa de ser um ótimo esconderijo por que... só pessoas com peitos muito grandes fuçariam aí. – comentei. Eu também sentia minhas bochechas esquentarem.

Depois de cada um pegar suas respectivas armas, nós descemos, íamos sair por onde entramos. Seria mais prático do que retirarmos móveis e sair pela entrada.

— Aonde vocês pensam que vão? – viramos o rosto bruscamente. Encontrando os quatro rapazes.

~~~

Sarah – POV

Eu, meu marido e Lauren achamos um hotel perdido no meio da estrada e passamos a noite por aqui. Aproveitei que acordei cedo e fui tomar um banho. Água fria, mas era melhor do que nada. Eu saí do banheiro secando os cabelos e encontrei August sentado na cama, os braços estavam sobre o corpo e ele parecia pensativo.

— O que houve querido? – perguntei me sentando ao seu lado.

— Nada, meu amor. – ele beijou delicadamente meus lábios e se levantou, dirigindo ao banheiro.

Eu continuei sentada na cama e fiquei pensativa. Os acontecimentos dos últimos dias estavam me deixando louca. Eu não estava psicologicamente preparada para esse apocalipse.

Eu e August morávamos em Joinville, meu marido acabou sendo convocado para São Paulo para uma missão. Como ele havia sido informado que ficaria por bastante tempo resolveu me trazer junto. Após uma semana que chegamos, a casa onde estávamos foi atacada por esses... zumbis? monstros? Eu não sei exatamente. Eu tinha uma submetralhadora de August em casa. Usei ela para me defender, mas eram muitos. Minha sorte foi que meu marido apareceu com o jipe militar e conseguimos sair de lá. Estávamos vagando desde então, e encontramos Lauren. Ela estava em algum dos outros quartos. Não conversei com ela direito, não a conhecia. Mas ela me parecia uma boa pessoa.

Ouvi um barulho vindo do lado de fora. Eram toques leves na porta. Abri a mesma e vi Lauren parada. Ela estava com uma aparência muito melhor. Os cabelos louros lisos estavam atados num coque alto, e o rosto pálido tinha menos marcas roxas.

— Bom dia! – ela me estendeu alguma coisa, era uma barra de cereal. Eu estava morta de fome, aquilo poderia disfarçar por algum tempo. Peguei e pedi que ela entrasse.

Abri a barra e fiquei olhando para o rosto de Lauren.

— Peço desculpas se fui rude com você ontem. – falei depois de ter engolido um pedaço da barra. – Eu estava nervosa.

— Não, tudo bem. Eu também estava estressada, fazia dias que não dormia direito. – Lauren se explicou me lançando um leve sorriso.

— Por que resolveu seguir sozinha?

— Não achei ninguém em quem pudesse confiar. Encontrei um cara alguns dias atrás e ele quase me passou a perna, acabei tendo que atirar nele... – arregalei os olhos. Eu não via problemas em atirar "neles". Mas... em pessoas? – Mas eu sinto que vocês são ótimas pessoas. Quero seguir com vocês!

Lauren sorri, e eu me sinto confiante para sorrir também. Um barulho chama nossa atenção e desviamos o olhar e encontramos August saindo do banheiro, já vestido com seu uniforme.

— Ah, não sabia que estaria aqui no quarto, Lauren! – Ele sorri para ela. – Vamos indo? É uma longa estrada até o centro.

Eu me levanto e Lauren me segue. Pegamos nossas mochilas e armas e saímos porta afora.

~~~

Alan – POV

Assim que descemos as escadas, chegando no térreo do shopping, encontramos Ronald, Hernandez, Manuel e Bernardo nos olhando com caras assustadas. Bernardo empunhava uma pequena arma.

— Eu sabia! Sabia que nenhum deles eram confiáveis! – Ronald gritou apontando o dedo para cada um de nós.

— Bom... – Melody ficou na frente de todos e empunhou sua grande arma que estava com uma faca na ponta. – Vocês não nos queriam aqui. Então estamos indo embora!

— Vocês não vão sair! Nos entreguem essas armas! – Hernandez gritou se aproximando.

Melody também se aproximou e a faca que estava na ponta da arma estava muito próxima do rosto de Hernandez. Ele deu dois passos para trás para manter uma distância segura.

— Espera... – Ana falou alto chamando a atenção de todos. – Onde está Hugo? – depois que ela falou isso eu analisei, ele realmente não estava ali.

— É justamente por isso que estamos aqui! – Bernardo se pronunciou. – Acordamos e não vimos Hugo. Resolvemos procurá-lo e ele desapareceu! Não está em lugar algum desse shopping! Vocês fizeram algo com ele?

Me senti incomodado. Ele estava nos culpando pelo sumiço de Hugo?

— Passamos a noite inteira dormindo! E além do mais, o que ganharíamos com esse garoto? – gritei totalmente irritado.

— Eu não sei! Mas eu sou a autoridade aqui! Eu não permitirei que vocês saiam daqui armados até os dentes! – Bernardo também gritou e apertou o gatilho.

Eu não pensei, pulei em Bella e a joguei no chão. Percebi que Nick e Ana fizeram a mesma coisa. Miler empurrou Melody para trás e atirou com a pequena pistola, que estava em sua outra mão, contra o policial. O acertando no peito.

Bernardo caiu para trás deixando a arma cair. A cena a seguir foi totalmente rápida que eu nem consegui raciocinar. Ronald pegou a arma do policial e se aproximou de Miller, também atirando em seu peito.

Miller caiu de joelhos sobre o chão, mas não se via sangue. Ele pegou sua arma e atirou diretamente na cabeça de Ronald.

— Saiam! – ele gritou para todos nós. – Encontro vocês lá fora!

Eu não pensei duas vezes, levantei meu corpo e puxei Bella para a saída de emergência. Vi que Nick e Ana também correram atrás de nós. Mas Melody havia ficado para trás.

— Vem! – gritei para Melody que parecia confusa.

~~~

Miller – POV

Era isso que eu queria. Eu precisava matar esses desgraçados. Eles não mereciam sobreviver ao inferno.

Percebi que Melody ainda estava atrás de mim. Ela estava com aquela belezinha de Springfield abaixada.

— Vai! Eu te encontro lá fora! – gritei para ela. Por alguns segundos ela pareceu ponderar, mas se desatou a correr. Seguindo os outros.

— C-calma! Nós podemos conversar! – Hernandez havia levantado os braços. Num gesto que provava que estava arrependido.

— Cale a boca! – gritei. – Eu poderia muito bem atirar nessa sua cabeça e acabar com tudo isso, mas... – eu abaixei a arma. Remexi na bolsa que estava sobre meu ombro, retirei de lá uma pequena granada.

Puxei a parte superior e a joguei no alto. Comecei correr até a saída onde levava a entrada do inferno.

— Vejo vocês no purgatório! – gritei passando pela porta.

Quando estava na área externa do shopping ouvi o barulho da granada sendo explodida. A parte dianteira do shopping começou a cair. Virei meu corpo e observei a cena. Um sorriso satisfatório se formou nos meus lábios.

Buzinas foram ouvidas.

Virei-me novamente e vi o mini tanque de guerra. Uma porta se abriu e eu corri em direção a ele, pulando para dentro. Vi Ana pisando fundo no acelerador e saímos das proximidades do shopping.

— Que merda foi aquela? – Nicole gritou. – Por que você atirou neles? – ela me cutucava, exigindo uma explicação.

— Eles nos matariam sem pensar duas vezes! Foi necessário! – minha voz soava calma, ao contrário da dela.

— Mas você percebe que acabou com duas vidas sem necessidade? – desta vez foi Bellatrix que se intrometeu. Ela não gritava, mas sua mostrava o quanto estava irritada.

— Calem a boca! – Melody gritou. Todos entraram num silêncio absurdo. – Miller nos salvou. Eu teria feito a mesma coisa.

— Então quer dizer que você acabaria com duas vidas daquela maneira só por que tentaram atirar em você? – Ana gritou pisando no freio. Fazendo todos irem para frente.

— Você não pode julgá-lo! Você deixou um cara para morrer naquele posto de gasolina! Se lembra? Você também é uma assassina! – Melody gritava empurrando Ana, esta não sabia como reagir. Sua cara demonstrava total espanto. – Miller fez o que era necessário. E eu não quero ouvir nenhuma palavra sobre isso!

Melody se arrumou em seu lugar de costume. Novamente o silêncio imperou. Ana voltou a ligar o carro e começou a seguir o caminho traçado na noite anterior.

Todos do banco traseiro, incluindo eu, estavam atônitos.

Soltei um pequeno sorriso.

Melody... Melody... Você parece ser bastante interessante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Descobrimos quem é o verdadeiro Miller. O que vocês acham dele agora?


Agradeço ao Doctor Hyde e ao Titã por terem revomendado a fic. Muito obrigado mesmo! ♥

E Doctor Hyde permitiu que eu desenhasse seus personagens, eis aqui August e Sarah:
http://i.imgur.com/lU55V35.jpg