Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 11
Capítulo 08


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu mais rápido do que o esperado, e honestamente, eu gostei bastante dele por que vai ser o primeiro de muito pingos nos i's.

Boa leitura!



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Melody – POV

Depois de termos encontrado o outro posto de gasolina, conseguimos encher o tanque da humvee e estávamos chegando na área central do Bairro das Tulipas. Eu sabia muito bem que Ana estava dirigindo em direção aonde a mãe dela estava, mas resolvi não importuná-la com isso. Eu acredito que faria a mesma coisa se meu pai estivesse em São Paulo.

Ana freou o carro e o corpo de todos nós pulamos para frente. Meus braços se seguraram sobre o porta luvas, impedindo que minha cara batesse. Os três pirralhos na parte de trás também estavam caídos sobre as poltronas como se tivessem se segurado com muita força sem sucesso.

Estava prestes a praguejar algo quando foquei meu olhar para frente. Era uma grande padaria, com a faixada quebrada e haviam muitos "deles" na frente. Virei meu olhar para Ana e vi seu rosto estático. Era como se ela estivesse com muita raiva.

— Ana, lembre-se, sua mãe não esta mais aqui. Ela foi para casa de um vizinho. – falei para ela, tentando controlá-la.

Ela suspirou fundo. Encostou a cabeça sobre o volante e depois de algum tempo jogou-a para cima. Observando o teto. Todos ficamos em silêncio esperando Ana voltar a órbita. Ela se ajeitou sobre o banco do motorista e deu a ignição na humvee. Ela desviou do caminho da padaria e seguiu por uma rua mais afastada, onde não havia presença alguma.

— O que aconteceu? – Nicole perguntou alto, chamando a atenção de todos.

— Eu e minha mãe lutamos muito para abrir aquela padaria... E ela foi destruída daquele jeito.

— Espera! – Alan se intrometeu. – E onde sua mãe está?

— Há algumas horas consegui ligar para ela usando o celular de Melody...

— Você tem um celular? – Nicole gritou interrompendo Ana e se aproximando de mim. Eu podia até estar ajudando ela e o irmão, mas ainda tinha raiva dela. – Me empresta!

— E por que eu deveria fazer isso? – minha voz soou fria e eu encarava bem fundo os olhos escuros de Nicole.

— Nick! – vi quando Alan tocou o ombro de Nicole, sua voz estava com uma autoridade de irmão mais velho, ela rolou os olhos e voltou para o lugar.

— Alan... – Ana falou chamando a minha intenção. – Retira a gase do braço de Bella e passe aquela pomada novamente? – ela pediu olhando para ele pelo retrovisor.

Também pude ver pelo retrovisor que Alan corou um pouco, mas assentiu com a cabeça, remexendo na maleta de primeiros socorros.

Troquei um rápido olhar com Ana, ela me sorriu discretamente, e eu apenas dei de ombros, focando meu olhar para o lado de fora.

Ainda estava pensando nas palavras de meu pai. Ele disse que não nos veríamos novamente. E eu não queria acreditar nisso. Olhei para o espelho do lado direito da humvee e vi que alguém nos seguia. Ele estava sobre uma moto, e o capacete me impedia de observá-lo melhor. Ele tinha um
porte de corpo forte sobre a jaqueta que usava. Vi ele remexendo em alguma coisa e apontou uma pistola em nossa direção.

— Vira! – pulei sobre o volante, girando ele, mandando a humvee entrar em uma rua qualquer.

Depois que Ana conseguiu tomar o controle do carro, impedindo que ele batesse numa parede ela gritou:

— Você enlouqueceu? Quase nos mata!

— Tem alguém nos seguindo numa moto! Ele ia tentar atirar no carro!

— Você deve estar imaginando isso! – Bellatrix falou baixo para mim. – Estamos há um tempo sem dormir, talvez seja alucina...

Um barulho de tiro foi ouvido. Os três do banco de trás viraram o rosto encontrando uma pequena bala sobre o vidro destruído da parte traseira da humvee. Ana fez uma cara de assustada e pisou com mais força no acelerador. Pulei para o banco de trás, abrindo espaço sobre os pirralhos e pegando a kiku.

Coloquei meu corpo sobre o teto solar quebrado e mirei para o motoqueiro e atirei. Ele se esquivou rápido do meu tiro, eu nunca tive um conhecimento bom para motos, mas aquela parecia ser Honda CBR1000, uma das mais rápidas que podiam ter no Brasil. E pelo jeito que ele pilotava e empunhava a pistola, ele devia ser experiente no caso. Ele tentou atirar em mim, mas eu me abaixei antes. Quando levantei e tentei dar um tiro percebi que minha munição havia acabado.

Retirei o cartucho e joguei para algum dos pirralhos que estavam ali embaixo.

— Alguém pega algum desses na mochila verde e me entrega! – Nicole correu sobre a minha mochila e me entregou rápido um cartucho novo.

Quando levantei um tiro passou sobre minha bochecha de raspão, fazendo um filete de sangue cair sobre meu rosto.

— Desgraçado! – gritei, atirando e finalmente o acertando sobre o peito. Ele caiu da moto e soltei um sorriso vitorioso. Mas ele acabou se levantando.

Acabamos ficando muito distante dele, e quando eu percebi a distância segura me abaixei.

— O-o que aconteceu? – Bellatrix perguntou. – Seu rosto!

Agora que ela falou me lembrei que um tiro passou de raspão por mim, toquei com as pontas de meus dedos e vi um pouco de sangue. Bellatrix tentou se mexer até a maleta de primeiros socorros, mas ela travou. Sua mão livre tocou no braço que estava machucado. Alan pulou sobre ela, a sentando e colocando-a numa posição confortável.

Nicole pegou a maleta e retirou de lá uma pequena caixa de algodão e uma garrafa pequena de álcool. Ela jogou o líquido sobre o algodão e foi ao meu encontro. Passou-o levemente pela minha bochecha. Ardia um pouco, mas ignorei a dor.

— O que aconteceu? – desta vez foi Ana Lúcia que perguntou.

— Esse louco filho da mãe começou a atirar na gente do nada! Provavelmente queria roubar alguma coisa nossa! – meu tom era alto, eu estava totalmente estressada.

— Não acha perigoso estarmos aqui? – Alan se pronunciou. – Talvez nós devêssemos sair desse bairro e ir pra outr...

— Não! – Ana gritou. – Eu não saio daqui até eu encontrar minha mãe!

Peguei um curativo da maleta de primeiros socorros e coloquei sobre o ferimento. Pra ele coagular. Eu sabia o quanto era importante pra Ana encontrar a mãe dela, mas Alan estava certo. Era perigoso demais ficarmos aqui por muito tempo.

— Seguinte, então... – falei alto para que todos me ouvissem. – Vamos encontrar sua mãe, salvá-la, e você fará sua escolha.

— Como assim? - Ana me olhava perplexa.

— Você vai ter de escolher se irá continuar vivendo com sua mãe nesse apocalipse, ou virá conosco para algum lugar seguro. – falei de maneira simples.

— Melody! Você não pode fazê-la escolher entre a mãe dela e nós! – Bellatrix se intrometeu.

Eu a ignorei e voltei meu olhar para Ana Lúcia. Ela estava quieta e parecia pensativa. Eu sei que fui severa. Mas eu não posso ficar do lado de gente que não sabe o que quer.

~~~

Ana Lúcia – POV

Faltava poucas quadras para a casa de seu Chico, que era onde minha mãe falou que estava.

Duas coisas estavam martelando na minha cabeça. Como minha mãr estaria? Viva? Ignora isso Ana, sua mãe é forte. Claro que ela está viva. E a outra... A decisão que Melody me fez tomar. Eu adoraria ficar com eles. Claro que não achei que nosso grupo de sobrevivência chegaria a tanto. Mas... Eu estava muito confusa.

Observei mais a longe e reconheci o grande prédio, quase abandonado, que era onde seu Chico morava.

— Ela está ali! – apontei o dedo para o grande prédio. – Vocês não precisam vir comigo. É algo que eu tenho que verificar sozinha.

— Nada disso! – Bellatrix falou alto. – Estamos juntas não vamos deixar você ir sozinha. – ela tentou se levantar mas ela gemeu alto, colocando a mão novamente sobre o braço com a luxação.

— Eu não posso deixar vocês me acompanharem. – minha voz se alterou – É algo perigoso e não posso colocar vocês em mais perigo.

— Ah, fofa... – Melody pegou duas armas e me jogou uma delas. – Você me ajudou muito, e eu não irei deixar você ir sozinha. – ela me lançou um sorriso.

— Eu também vou! – Bellatrix se pronunciou novamente, mas pelo jeito que vi que ela segurava o braço parecia que estava doendo muito.

— Você não vai, e você vem! – Melody falou apontando para Bellatrix e depois para Nicole.

— Eu? – Nicole arregalou os olhos. – O que você quer comigo?

— Você é petulante. Mas corajosa. – Melody falou. – Por isso preciso que você nos ajude. – eu arregalei os olhos. Era muito estranho ver Melody sendo legal com as pessoas. Vi que ela pegou o rifle que Alan nos entregou e colocou sobre as mãos de Nicole.

— Eu não vou ficar aqui parado! Eu vou com voc...

— Nada disso! – desta vez fui eu que me pronunciei. – Você vai ficar aqui no carro e cuidar de Bellatrix! Nós três vamos resolver isso.

Alan corou violentamente, igualmente a Bellatrix. Soltei um pequeno sorriso vitorioso. Melody abriu a porta da humvee e nós três saímos em direção ao grande prédio.

Eu estou indo, mamãe.


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Notas finais do capítulo

Quem será o misterioso motoqueiro? Só um aviso a vocês: ele aparecerá novamente.

Agora eu preciso muito da ajuda de vocês. O que vocês acham que deve acontecer dentro do prédio, é óbvio que nossos protagonistas iram enfrentar mais "deles", mas a mãe de Ana estará viva ou morta? Quero as opiniões de vocês, mandem por dm!
Esta história não é apenas interativa pelos personagens!