Batman: A Hora do Pesadelo escrita por Deadpool Br


Capítulo 11
Morte na Família


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora... estive escrevendo e reescrevendo esse capítulo por muito tempo, tinha me dado um branco.
Vou tentar postar mais regularmente, mas não prometo nada.
Boa leitura!



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O palhaço o encarava fixamente, com aquele sorriso largo e aterrador. Então, foi virando-se devagar, até estar totalmente virado para Damian. Que estava aterrorizado. Ele nunca pensou que teria tanto medo...
Ele pensou em dar um golpe, mas parece que sua memória tinha sido bloqueada. Seus treinos, seus confrontos com vilões, seu espírito de luta desapareceu. O Coringa deu uma alta gargalhada.
—Damian...
Bruce disse seu nome, nas última frase da sua vida.
—...corra.
...
Batman assistia a tudo que seu filho estava passando. Freddy, era puro prazer, com os gritos do menino sendo perseguido, e com os do pai, vendo a tudo sem poder interferir. O demônio sentia que isso ainda era pouco para fazê-lo sofrer...
Enquanto isso, o morcego se empenhava em quebrar as correntes em seus pulsos. Em vão.
Tem que haver alguma forma de me libertar, pensou ele.
—Não, não há.-Freddy falou isso com tanta naturalidade que Bruce quase achou que tivera falado em voz alta. -Nem o pior espírito do Inferno pôde escapar dessas correntes.
—Quando eu sair daqui, Krueger, vou abrir um buraco no seu peito.
Freddy deu um sorrisinho de escárnio e cuspiu no rosto nu de Bruce. A saliva ardeu como ácido na pele dele.
—Heh. Vamos continuar assistindo o show ali, e veremos.
...
O que diabos eu estou fazendo?, perguntou Damian a si mesmo. Por quê eu estou correndo desse palhaço? Eu sou Damian Al Ghul Wayne, filho de Bruce Wayne e Talia Al Ghul! Não temo nada nem ninguém!
Parou e olhou para trás. No lugar do palhaço, uma matilha
de cães vinha correndo atrás dele. No máximo dez.
Damian soltou um suspiro.
—Agora ficou mais fácil.
E o primeiro cachorro atacou.
O menino pulou por cima dele e pisou em seu rabo. Quando o animal uivou de dor, quebrou a perna do mesmo com um chute, deixando o grito mais intenso ainda. Os outros rosnaram e avançaram com violência contra Damian, ao que ele se esquivou deslizando no chão,no processo puxando as patas traseiras de um deles e fazendo-o tombar. Pegou uma barra de ferro e empunhou-a como seu bastão. Quando ia atacar... sentiu algo envolvendo seus pulsos.
A barra transformou-se numa corrente e amarrou suas mãos. Outra, surgida do nada, amarrou seus pés. Ele olhou desesperado para os atacantes... que babavam e espumavam, os caninos brilhando. Então, do corredor de onde viera, viu o inimigo de seu pai passando pela porta, com um pé de cabra.
Quando eles se aproximaram, o corpo de Damian já se encolhia, antecipando o que ia acontecer.


...

 

—SEU PEDAÇO DE MERDA! DESGRAÇADO, EU VOU TE MATAR, PORRA!
Freddy ria diante do desespero e da raiva de Batman.
—Ah, não, Morcego! Você vai ficar quietinho aí, enquanto nós dois aproveitamos nosso filme!- Freddy se sentou no ar, e uma poltrona formou-se debaixo dele. Agora, ele segurava um balde de pipoca e usava óculos 3D, e tinha uma cara de quem estava assistindo o maior espetáculo da vida dele.
Batman abriu a boca para ameaçá-lo, mas sua boca foi coberta com uma mordaça. E quando viu o corpo de Damian, sendo mordido, retalhado e espancado no sonho, se sentiu morrendo por dentro.
E Freddy aproveitava sua pipoca.
Bruce olhou para a imagem: Damian jazia no chão da fábrica, com marcas de garras, dentes, hematomas, e seu corpo banhado em sangue. Ele não aguentava mais.
Freddy levantou-se da cadeira e foi até ele. Com uma das garras, colheu do rosto de Bruce uma lágrima que vertia. Brincou com ela, passando de uma garra para outra, e quando a pôs de volta na face do homem acorrentado, era uma gota de sangue que agora escorria.
—Belo show, não?- ele debochou. Bruce sabia que ele podia sentir suas emoções. -Eu sei. Deve ser horrível perder o filho de forma tão brutal...
Já estava estampado no rosto do Morcego: acabe comigo.
Não aguento mais.
E Freddy sorriu.
—Pena que ele sobreviveu...
Bruce arregalou os olhos e olhou para a cena: Damian estava se mexendo. Lentamente, mas estava vivo.
Ele soltou outra lágrima, por saber que não podia fazer nada para amenizar a dor do menino, o pobre garoto que era o Filho do Batman.
Freddy gargalhava consigo mesmo; era a melhor tortura que já fizera em anos!
—Vamos de novo?


...


Damian levantou do chão com esforço. Como estava vivo? Ele sabia que deveria estar morto, inerte no piso. Agradecendo a Deus por tê-lo poupado, ele andou na direção da caldeira vagarosamente. Não percebeu que as correntes se dissiparam magicamente, e nem imaginava o que o estava esperando.
Chegando lá, viu o cadáver pendurado de seu pai ainda ali.
—Não. Não, não, não...
Correu até ele, mesmo sentindo uma dor excruciante em todo o seu corpo. E procurou sinais de vida.
—Pai, acorde. Você não pode ter morrido, não agora, Gotham ainda precisa de você... acorde, acorde...
Damian, apesar de muito abatido, não chorava. Era um garoto forte.
Mas isso não o impediu de gritar quando o corpo levantou a cabeça e olhou-o nos olhos.
O rosto era diferente. Não era de Bruce. Um homem, de dentes apodrecidos e tortos. Gengivas negras. A pele toda queimada, com áreas em que os músculos estavam expostos. Damian ficou mais assustado quando o homem disse:
—Não se preocupe... o tio Freddy está aqui.

 

...

 

Bruce não queria olhar. Mas o poder de Krueger o forçava. Damian era perseguido, cortado, perfurado e sangrava muito.
E o pior era a incitação de Freddy.
—Vai, filho da puta!- ele berrava para Damian.-Chame pelo papai!
—Pai!- O menino chorava. De dor. De medo. De tanto sentir sua impotência.
Freddy apareceu em sua frente e o estapeou na cara.
—Mais alto, caralho!
—Pai!!!
—Mais alto!!
Bruce tentou gritar, mas a mordaça o impedia. Freddy olhou para ele e deu uma piscadinha.
—Pai! Pai!! PAI!!!
Então tudo escureceu.
A única coisa que Bruce via era Damian, parado na sua frente, sob um holofote. Ele arfava. Olhava aterrorizado em todas as direções. Então olhou em sua direção e fitou-o, mas Bruce sabia que ele não estava vendo nada.
E, de repente, ouviu-se uma leve melodia no ar.
"Um, dois, o Freddy vem te pegar..."
"Três, quatro, tranque seu quarto..."
—Apareça!- Damian gritou para o vazio. Esse era seu defeito: mesmo quando estava em pânico total (o que raramente acontecia), ele tinha que mostrar coragem. Naquele momento, o nervosismo e horror em sua voz eram palpáveis.
"Cinco, seis, agarre sua cruz..."
Uma risada ecoou baixinho em algum lugar na escuridão. O som de metal tamborilando em metal incomodava os ouvidos dos presentes.
"Sete, oito, fique acordado..."
"Nove, dez..."
—Acabe com isso...
Bruce nunca pensou que seu filho fosse dizer tais palavras.
"... nunca durma de novo..."
Damian olhou para o alto... e caiu de joelhos.
Uma mão com garras estava pousada em seu ombro.
—Ah, meu menino, meu querido fantoche... foi tãaaaaao divertido brincar com você...
Krueger deslizou uma garra pela bochecha de Damian. Que começou a sangrar mais.
—... mas acho que a brincadeira acabou.
Ele pôs uma das garras por baixo da pele do garoto, como uma agulha hipodérmica... e puxou!
Tecido rasgado, e sangue pingando. Ele soltou um grito de dor profunda. Mais um golpe decepou o braço inteiro da vítima. O líquido rubro jorrava e as faces de Damian empalideciam.
—P-por favor... pare...
Freddy abriu um sorriso de deboche e perfurou o estômago do pobre Robin. Ergueu-o no ar e o atirou na direção de seu pai. Que estava arrebentando as cordas vocais de tanto gritar.
O Terror de Elm Street puxou a criança para perto de si e a virou de costas. Na altura do coração, ele perfurou-a com uma de suas garras, prendendo seu corpo ao dele.
Por alguma razão, Bruce se pôs de pé (estava de joelhos) e sentiu sua boca ser livrada da mordaça. Mas ainda estava mudo...
—Seu nome é Damian... não é?
O menino não respondeu. Apenas olhou-o com terror.
—Você sabe por quê eu te fiz chamar por seu pai?
Obteve uma negação com a cabeça.
—Para ver se ele vinha te ajudar...
Quando a luz se acendeu sobre Batman, a ficha caiu para ele. A tortura que Krueger bolara não era apenas matar seu filho...

 

...

 

O que Damian viu partiu seu coração. Seu pai, parado ali na frente dele, imóvel perante a cena.
—Parece que ele não fez nada, não é?...- Freddy murmurou dramaticamente.
Ele só olhava para Batman. Tinha a sensação que ele queria falar alguma coisa mas não conseguia. A decepção estampava o rosto pálido e moribundo do jovem.
—Deve ser horrível ser traído por alguém da própria família, ainda mais o pai...
—Não...
Tanto Bruce quanto Freddy ficaram surpresos com a fala de Damian.
—Ele... não é... meu pai.
Bruce caiu de joelhos quando ouviu essa frase. E a única coisa que passava pela cabeça de Freddy era:
Isso foi melhor do que eu imaginava.
—Não, Damian... não diga isso... 
—Você não é meu pai...- ele tossiu sangue.- Não mais.
E olhou para Freddy:
—A-acabe com isso...
O mesmo lambeu os lábios.
—Com muito prazer...
A última coisa que Damian sentiu foi uma fina lâmina passando por seu peito e por sua garganta.


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Notas finais do capítulo

Para os leitores fantasmas: apareçam. Se é que vocês estão aí. Não custa nada comentar!
Para os leitores regulares: por agora, é isso. Talvez o próximo capítulo seja mais curto, mas é apenas um talvez... de qualquer forma, obrigado por estarem aqui, e por terem lido.
Até o próximo capítulo, gafanhotos,
—Deadpool Br-



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