Alice In Blunderland escrita por Melancholy_Ink


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é todo Bella's POV, ok? ;)



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POV da Bella

Eu estava no meio do caminho até os correios quando eu percebi o quão ridículo aquilo era. Eu era mais rápida do que qualquer caminhão do correio, mesmo que eles estivessem fazendo entrega a essa hora. Tive o cuidado de evitar ser vista enquanto percorria o caminho até minha antiga casa. Tudo parecia o mesmo, é claro. Era muito estranho estar em casa, ou pelo menos olhar para ela de uma certa distância. Era como olhar para uma memória que você não tinha pensado há muito tempo. A viatura de Charlie estava estacionada no lugar de sempre. As luzes da cozinha e da sala estavam acesas e eu podia ouvir a TV. Olhei para minha janela, rindo quando lembrei de como Alice me surpreendia cada vez que entrava por ela. Me aproximei um pouco mais, decidida a não fazer o menor ruído. Deixei cair o envelope que continha a minha carta na pequena caixa de correio antes de decidir visitar o meu quarto. Escalei a lateral da casa do jeito que tinha visto Alice fazer, abrindo a janela e entrando na ponta dos pés. Centenas de cheiros que eu nunca tinha notado antes chegaram até mim, o mais poderoso de todos era o meu cheiro de quando era humana. Por um momento, tudo o que eu consegui fazer foi ficar lá e sentir. Foi extraordinário.

Eu fui para a minha cama, percebendo o quanto eu sentia falta de dormir nela. O travesseiro estava arrumado do jeito que eu gostava. Fui até minha mesa, tocando nisso ou naquilo ao longo do caminho. Eu tinha deixado a maioria dos meus livros aqui. O computador ainda estava tão lento como sempre quando eu liguei, curiosa para ver se Renee tinha me enviado algum email. Alice tinha um computador que eu poderia usar, mas havia uma chance de que Charlie houvesse falado com minha mãe sobre o meu 'desejo pelo estilo de vida mais tradicional’, ou seja lá o que Carlisle tinha dito, e enviar um email para ela não seria exatamente consistente com essa história. No fundo, eu sabia que Charlie realmente não tinha acreditado, ele me conhecia muito bem, mas o mais provável é que ele sabia que eu provavelmente só precisava do meu espaço. O computador ligou e eu finalmente consegui checar minha caixa de entrada. Duas mensagens não lidas. Uma era de Renee como eu esperava. O outro, não exatamente como eu havia previsto, era de Jacob. Curiosa, li essa primeiro:

Hey Bells. Ouvi dizer que há um novo vampiro na cidade. Amigo seu? Vamos sair qualquer dia desses.

-Jake

Ele sabia. Ele tinha que saber. A maneira como ele expressou era muito simples. Ótimo. Como eu ia explicar tudo para ele? A menos que... Abri o e-mail de Renee antes de deixar a minha ideia tomar forma.

Oi, querida, Charlie disse que você vai passar algum tempo com sua amiga Alice por enquanto. Não tenho certeza se você vai conseguir ler isso antes de ir, mas você já sabe que você pode ligar a qualquer momento. Phil mandou um oi. Ele tem tido esses sonhos muito estranho ultimamente, então eu o convenci a ir ver um amigo meu, você se lembra da Beverly? Que costumava trabalhar como médium? Ela diz que é um grande sinal de alerta, mas Phil, sendo quase tão teimoso quanto o seu pai era, não acreditou. De qualquer forma, espero que você se divirta com sua amiga. Te amo, mamãe.

Uma médium? Sim, isso soou bem como Renee. Minha mãe, digamos assim, nunca foi muito consistente em seus hobbies. Sentei, lendo os e-mails mais uma vez. Então Jake queria conversar. Eu poderia lidar com isso. Não poderia? Eu deveria ter falado com ele antes da transformação? Mas eu já sabia como ele teria reagido, e poderia não ser muito bonito. Ainda pode. Eu tentei colocar o pensamento de lado, concentrando-me na ideia de que eu tinha tido antes.

Jake e seu bando comunicavam através de uma espécie de telepatia quando tomavam formas de lobo. Talvez se eu pudesse entrar em contato com ele usando meus poderes telepáticos, ele não iria se sentir tão ameaçado por eu ter me tornado vampira. Ele poderia reconhecer o meu dom como uma espécie de contribuição que ele tinha feito, fazendo-me parecer um pouco mais com um do bando em vez de uma sanguessuga.

E Renee já estava totalmente envolvida com cartas de tarô e médiuns... Por que não usar o meu dom para me manter em contato com ela também? De qualquer forma, seria melhor do que as cartas. Quanto a Charlie que eu não poderia esperar muito. Como minha mãe tinha mencionado, ele era muito teimoso e, geralmente, só levava uma informação a sério se fosse de uma fonte de reconhecida e comprovada. Talvez as cartas tivessem que ser suficientes, mas eu ainda poderia tentar.

O computador lentamente desligou, eu desci pela janela. Corri uns poucos quilômetros antes de puxar meu celular. O telefone tocou duas vezes.

- Alô?

- Oi, mãe - eu disse.

- Bella, é você?

- Sou eu. Juro.

- Você parece tão... diferente.

Eu ri um pouco.

- Mas sua risada sempre foi assim. Tão adorável. Desde pequena. Oh, eu não falo com você pelo telefone há tempos! Estou ficando muito boa no computador, sabia? Eu mesma cadastrei no eBay todos aqueles livros velhos que tomavas as estantes, você lembra? Aqueles que tomavam toda a sala de estar?  - Ela riu alegremente. Eu mudei de assunto.

- Então, eu recebi seu e-mail. Phil está se sentindo melhor? - Ela suspirou.

- Ele ainda não está seguindo os conselhos de Beverly, mas o que eu posso fazer? - Imaginei ela dando de ombros do outro lado na linha. Ela provavelmente estava na cozinha fazendo o jantar para ela e Phil. Debrucei-me contra um pinheiro, arrastando meu sapato no chão nervosamente.

- Mãe, você sabe que... Eu, uh, - Como eu ia dizer isso? - Eu meio que tenho um dom, como a Beverly tem. Eu só percebi que tinha isso agora, mas...

- O que quer dizer, querida? - sua voz era passiva, como se eu tivesse acabado de dizer a ela que eu tinha comprado uma camisa nova.

- Eu posso, hum, tipo, conversar com as pessoas. Não verbalmente.

Houve uma pausa. Troquei o telefone para minha outra orelha, notando o quanto mais alto ele estava com meus sentidos aguçados.

- Mãe?

- Você está dizendo... você pode...?

- Eu posso falar com outras pessoas mentalmente. É chamad-"

- Telepatia. Mas você tem certeza, querida? Poderia ser apenas-

- Não. Acredite, mãe, eu tenho cem por cento de certeza. Eu tive conversas com outras pessoas. É de verdade. - Ela parecia bastante calma. Mas ela acredita em mim? Outra pausa. Eu podia sentir meu pé enganchando num pedaço de raiz. Eu não tinha notado que tinha feito um buraco ali. Saí de lá, esperei por algum tipo de confirmação.

- Você poderia... poderíamos...? -  ela perguntou, sem saber.

- Poderíamos ter uma conversa, você quer dizer? - eu terminei para ela, esperançosa.

- É.

- É realmente isso o que eu queria experimentar. Para ver se iria funcionar. Você sabe, com a distância e tudo mais.

- Ok.

- Ok, você quer?

- Sim. Oh, Bella isso é emocionante! Vou ter que contar Beverly tudo sobre isso. - Eu não estava tão certa sobre isso, mas minha mente estava pronta.

- Vou desligar agora. - eu disse a ela. - Vamos tentar.

-O que eu devo fazer? - ela perguntou com uma voz animada, determinada.

- Apenas... er. Basta fazer o que você já está fazendo."

- Ok.

Desliguei o telefone.

Eu forcei minha mente a ficar em branco, focando Renee do jeito que eu fiz com Alice e os outros quando falamos desta maneira. Foi fácil com eles porque eles geralmente estavam por perto. Mas com Renee era muito mais longe. Estática queimou em meus ouvidos num primeiro momento, me causando desconforto. Eu cerrei os dentes, tentando mais. Finalmente, senti a conexão.

Mãe? Você pode me ouvir? Pense no que você quer dizer em sua mente e eu vou ouvir. Olá? Mãe?

No início, nada. Quase como se ela estivesse pensando. Então:

Oh, Bella! Uau, isso é-! Oh WOW!

Eu ri, com um largo sorriso.

Funcionou.


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