Clary sempre amou as cores. Todas elas. E passou a amá-las ainda mais quando conheceu Jace. Ela era uma artista, afinal de contas, vivia para as cores, pelas cores. Elas formavam os desenhos que ela tanto amava pintar e admirar. 

É claro que sendo uma Caçadora de Sombras, Clary não tinha mais tanto tempo para a arte quanto antes. Mesmo assim, ela lutou para encontrar um equilíbrio entre suas paixões, que eram a arte, a luta, seus amigos, sua família e, é claro, Jace. 

Quando o conheceu, Clary avaliou aquele garoto misterioso, fechado e perigosamente bonito de todas as maneiras que podia e a artista dentro dela logo pensou que a melhor cor para descrevê-lo era, ironicamente, a cor que ele mais usava: Preto. Isolado, solitário, obscuro e, para a sua surpresa, um tanto amedrontado.

Porém, conforme Clary se envolveu cada vez mais com Jace, ela concluiu que havia muito mais que escuridão dentro dele, talvez, apenas talvez, também existisse luz dentro do Caçador de Sombras, algo que nem mesmo ele esperava. 

Vermelho, talvez, combinasse mais com ele, principalmente quando ele lutava ou tinha raiva, afinal, era a cor do sangue, do perigo, da guerra, da coragem e do fogo, que sempre ardeu em seus olhos e, mais tarde, em suas veias.

No entanto, ele também era quente como o laranja e, tal como a cor, sempre trazia alegria para a vida de Clary, além disso, ele também amava essa cor, por ser parecida com a do cabelo de Clary e ele amava tudo sobre ela.

Mas Clary sabia que Jace também podia ser como o azul, cheio de lealdade, ternura, fidelidade e segurança. 

Ou, quem sabe, dourado, como os olhos de Jace, que eram sempre instigantes, mesmo depois que Clary já houvesse desvendado os segredos da alma de Jace Herondale.

Talvez o verde pudesse representar o que Jace era para ela, que era a cor da esperança e a cor dos olhos dela. Afinal, Jace e Clary sempre foram a maior esperança um do outro.

Desde o dia em que Clary conheceu Jace, ela se questionou sobre que cor poderia simbolizar o que aquele garoto era para ela. Sempre havia sido fácil com os outros, sua mãe e Luke eram como o azul, pessoas de confiança que ela amava, Simon era, sem dúvidas, como o amarelo, seu maior amigo, seu maior confidente e a pessoa mais leal que conhecia. Izzy era vermelho, cheia de força e perigo, já Alec era mais como o cinza, sempre sério e confiável. 

No entanto, nesse quesito, Jace sempre foi a maior incógnita para Clary, assim como era em diversas outras coisas. Ele era cheio de nuances e facetas, com diversas barreiras que tentavam impedir que ele se envolvesse, que ele admitisse que merecia e devia ser amado. Ela derrubou cada uma dessas barreiras. Ela o ensinou que amar não era destruir e que ser amado não era ser destruído, e, juntos, eles aprenderam o que verdadeiramente era o amor.

Com o tempo, Clary finalmente percebeu. Não havia cor nenhuma em todo o mundo que definiria Jace Herondale, muito menos o que ele significava para Clary.

Talvez a melhor maneira de descrevê-lo não fosse usando uma cor, mas sim todas elas. Ele tinha um pouco de cada uma delas dentro de si, e isso fazia Clary amá-lo ainda mais.

Jace Herondale era o arco-íris de Clary, que aparecia depois da chuva para alegrar o seu dia e a deixava abismada com toda a sua beleza. Mais do que isso, Jace era a maior certeza dela. Tão certo quanto o céu ser azul, ele era tudo para Clary.