Twin Beach escrita por Metal_Will


Capítulo 73
Capítulo 73




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Capítulo 73 - Peripécias no festival cultural

- A gente tem mesmo que fazer isso? - fala Thiago, enquanto andava com toda a moleza do mundo em direção à escola de Stephany. Ao que parece, naquele sábado haveria um evento no colégio e os pais (ou responsáveis) poderiam ver os trabalhos dos alunos. Só que Thiago não parecia tão animado quanto a isso. Mesmo assim, Mariana insistia com ele.

- É claro! A Tia Joana viria, mas ela está meio gripada e é melhor ficar descansando. Então vamos fazer nossa parte e prestigiar o trabalho do festival cultural da Stephany!

- Tsc...é que eu tô com um mau pressentimento quanto a isso

- Que mau pressentimento? O que pode acontecer de tão problemático? É só um festival com vários trabalhos de alunos...você não fazia isso nos tempos de escola?

- Bom...eu lembro que ajudei na construção de uma maquete de hidrelétrica uma vez...sempre gostei de coisas eletrônicas

- Então. Mantenha esse espírito e pense que esse pode ser um pontapé inicial no futuro da Stephany. Se ela se esforçar, pode se tornar até uma cientista.

Thiago imagina Stephany usando um jaleco e controlando um robô gigante que destruía a cidade inteira, enquanto dava gargalhadas diabólicas.

- Acho que não é uma boa ideia, amor...

- Vamos logo...Desperte sua criança interior

- Minha criança interior está pedindo para dormir mais uns dez minutinhos e...ai, tem seguranças ali

- Claro. É sempre bom ter segurança em eventos - fala a loirinha.

- Isso não me traz boas lembranças...demorou muito para explicarmos a nossa situação naquela vez que acompanhamos o tio Joaquim para rever a namorada de infância dele

- Deixa disso, aquilo foi só um mal entendido. Sem contar que aquela cantora já deve ter voltado para a Itália uma hora dessas.

- Melhor você entrar na frente

- Ai, como você é medroso!

 Thiago entra encostado em Mariana, mas os seguranças sequer prestam atenção neles. Mesmo assim, o garoto fica grudado nela por mais um tempinho...afinal, aquela sensação de toque era tão boa...

- Já pode desencostar, Thiago! - reclama a loirinha

- Hã? Mas eu nem tô tão encostado

- Só porque somos namorados, não quer dizer que eu você pode me encoxar

- Mas eu não tava encoxando ninguém!

- Quem tava encoxando quem? - diz uma voz alta e conhecida. Stephany fala isso por trás de Thiago, que praticamente se joga no colo de Mariana no susto. Todo mundo olha para a cena de boca aberta. Mariana apenas joga o rapaz no chão e Stephany ri mais alto ainda. Só podia ser ela.

- Stephany! Você...

- Tsc, tsc, vocês estão sempre se agarrando por aí e nem me dão o devido valor...já estão meio atrasados.

- Desculpe, Sté...a gente demorou um pouquinho para achar a escola...porque ALGUÉM jurava que sabia o caminho

- Foi mal...mas o Google Maps é difícil de copiar...e eu não queria gastar tinta.

- Tá legal, tá legal..o importante é que vocês vieram...vamos lá. Venham conferir o meu trabalho - diz a garota, toda animada. Ela conduz o casal até seu estande, onde tinha um monte de latas no fundo e, no balcão da frente, um tubo de plástico transparente grande, com um monte de batatas do lado.

- Ah, não. Isso de novo - fala Thiago, se lembrando da última experiência que teve com canhões de batata (*)

- Mas é uma versão melhorada. Agora muito mais potente! - diz Stephany, super animada - Vai, experimenta, Thiago!

- Deixaram mesmo você fazer uma coisa dessas?

- Eu coloquei na parte escrita que ajudava a entender conceitos de pressão e balística...essas coisas de Física. Eles adoram isso!

- É verdade, Thiago - completa Mariana - Ano retrasado ela conseguiu fazer uma cadeira elétrica em miniatura

Thiago fica de olhos arregalados, mas a menina apenas concorda com um sorriso cínico.

- Precisava ver como o bonequinho ficava torrado depois

- Você queimava o boneco com uma cadeira elétrica em miniatura?

- A melhor parte era ver a cara daquela patricinha metida da minha sala quando recebia o Ken dela todo arrebentado

Thiago volta a arregalar os olhos...aquela garota era uma ameaça para a sociedade. Mesmo assim, Mariana insiste para Thiago brincar.

- É só derrubar as latas, Thiago. O que pode dar errado nisso?

- É verdade - ele concorda - Se for só mirar nas latar...não pode dar nada de errado

Bem, na prática a teoria é outra. Quando a batata é dura demais e acaba rebatendo na parede, indo parar na maquete do estande do lado, realmente, é algo que dá muito errado.

- C-Como você fez isso?! - Mariana fica pasma.

- Haha! Que legal! - comemora Stephany - Tá mais potente do que eu pensei!

- O quê? Eu...eu...eu não sei...será que até as leis da Física estão contra mim?

- As chances da batata bater na parede e ricochetear para o lado eram mínimas! Como você conseguiu errar até nisso, Thiago?! - Mariana estava mesmo irritada.

- Eu já disse que eu não sei! Foi um acidente!

- Buaaaaaahhh!!! Paaiieee...ele destruiu meu trabalho!

O estande do lado tinha uma maquete de uma cidade, algo que realmente deu trabalho de fazer. Seria uma boa hora para sair dali de fininho, se o pai do moleque não chegasse mais rápido.

- Ei, foi você que atirou na maquete do meu filho?

- Eu? Olhe...veja bem, acidentes acontecem e...

- Ei, estou te reconhecendo - diz o irritado e forte pai do garoto - Você não é o cara que estourou o balão do meu filho naquele parque de diversões? (**)

- Não...espere...deve estar me confundindo com outra pessoa...talvez - ele olha para Mariana - Com o meu irmão gêmeo

- Eis  a vantagem de ter um irmão gêmeo - resmunga Mari.

- Mas você também se parece muito com o cara que fez meu filho tropeçar de propósito na rodoviária! - repete o pai, cada vez mais furioso (***)

- Meu irmão gêmeo é bem malvado, né?

- Seja quem for...ninguém estraga o trabalho do meu filho e fica por isso mesmo! - ele já estava socando a palma da mão, quando Thiago olha para Stephany que, por sua vez, simplesmente tinha o dom de piorar a situação.

- Tsc, tsc, é muita maldade sua fazer isso com o trabalho do garoto, Thiago

- Sua...

- Agora você vai ver!

Foi o suficiente para Thiago sair dali mais rápido que gato arisco. Mariana observa a cena sem muito o que fazer.

- Bom...no fundo, foi ele que quebrou mesmo - diz a loirinha, dando de ombros - E o que mais tem por aqui?

- Ah, bastante coisa...eu te mostro por aí, Mari

- Mas quem vai cuidar do seu estande?

- Ah, isso é fácil de resolver - diz Stephany, olhando em volta - Ei, você! - ela aponta para um inocente garoto baixinho, de óculos fundo de garrafa e aparelho, provavelmente da sala dela.

- Hã? Stephany?

- Você mesmo...está fazendo alguma coisa agora?

- Bom, eu estava andando pelo festival e...

- Ótimo. Não tá fazendo nada. Fica no meu estande por um instante enquanto eu mostro o festival para a minha amiga, tudo bem?

- O quê? Mas eu...

- Ou você prefere do jeito mais difícil? - pergunta a garota, mostrando seu punho para o pivete que, sem muita escolha atende o pedido dela - Viu, Mari? As coisas são fáceis de resolver...

- Se você diz... - suspira Mariana, no fundo, sabendo que aquela menina era um caso bem difícil.

Já Thiago, continuava correndo pela escola quando vê alguém em um corredor do canto acenando. Sem muita escolha, Thiago entra onde ele está, fazendo o pai furioso perdê-lo de vista. Escapou de novo.

- Ufa! Obrigado, amiguinho - Thiago agradece - Você me livrou de uma fria!

- Não foi nada! Aliás deixe eu me apresentar...meu nome é Rodolfo!

- Rodolfo, é? Valeu, carinha! Te devo uma!

- Espere! - o rapaz o agarra pela camiseta.

- Hã? O que foi? Será que ele ainda está por aí?

- Bem...é que.. - ele parecia tímido, mas acaba falando - Preciso muito da sua ajuda!

- Hã? - Thiago estranha. Afinal, o que aquele garoto queria com ele?



(*) = ver capítulo 36

(**) = ver capítulo 20

(***) = ver capítulo 01


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Notas finais do capítulo

Respostas no próximo capítulo ^^

A propósito: como minhas aulas começam na semana que vem, os capítulos vão demorar um pouquinho mais para sair. Vou tentar ao máximo postar pelo menos um cap por semana, mas não estranhem se demorar.

Obrigado por acompanhar.

Até!

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