— Parece que não vai ser tão fácil como pensamos...
— O Fúria da Noite e a Nadder Mortal sempre se superam.
— E não é que eles conseguiram fugir? – Viggo comentou parado no canto.
— Foram os próprios deuses que os escolheram, é claro que eles teriam algum tipo de potencial. – Drago caminhou pela sala.
Os dois se encontravam no esconderijo de Drago, que era em uma fábrica de pneus abandonada numa das extremidades de Berk. Na sala de controle das máquinas, agora enferrujadas, era o único lugar da fábrica que permanecia limpo e arrumado, pois era ali onde se encontrava tudo o que Drago precisava para “viver”.
— Devo admitir que os subestimei. – Viggo se encostou na parede. Sua perna estava com um curativo na ferida que o espinho da Nadder havia feito. – Aquela garota resistiu aos ferimentos e ainda conseguiu salvar os dois.
— A prova que ambos tem sentimentos fortes um pelo o outro. – Drago parou em frente ao vidro em que mostrava boa parte da fábrica. – Eles dariam sua vida pela a do outro.
— Isso nos faz ter uma vantagem sobre eles. – Viggo sorriu. – Sabemos suas fraquezas.
— Um grande passo, agora nosso plano está quase concluído.
— Sim, apenas falta a sua parte. – Disse cruzando os braços.
— Faltava. – Corrigiu Drago.
— Então você já... – Viggo levantou as sobrancelhas. Drago deu uma risada curta.
— Recuperei todas as minhas forças, até um pouco mais delas. – Ele sorriu antes de se virar para encarar seu sócio. - Você sabe o que isso significa?
Viggo sorriu maléfico com as mãos nas costas.
— É hora de atacar Berk.
***
— Mais para a esquerda! Volta, volta! Agora um pouquinho para a direita. – Exclamou Heather.
— Dá pra você se decidir? – Perguntou Asgard em cima da escada.
— Volta para a esquerda! Não, não! Para a minha esquerda, que seria a sua direita!
— O que?
— Paro! Aí está bom! Pode descer!
Asgard desceu da escada, olhou para a tela junto com Heather e suspirou.
— Tudo isso para colocar uma antena que dá sinal para apenas uma rua em toda Berk? – Perguntou cansado.
— É uma rua movimentada, é óbvio que precisamos saber o que acontece nela! – Heather explicou.
Ri enquanto observei os dois. Como decidimos fazer daquele galpão a nossa base de heróis, estávamos arrumando tudo o que precisávamos. Parte do equipamento de Heather já estava lá por conta das buscas da Astrid, então só fomos buscar o resto deles, junto com mais algumas coisas para incrementar nossa base, como kits de primeiros socorros, as armas que nossos treinadores mandaram construir, coisas para treino e um frigobar (ninguém merece passar fome depois de salvar a cidade).
Eu e Astrid estávamos trazendo as ultimas caixas quando ouvimos a pequena discussão de Heather e Asgard sobre o sinal da antena.
— Não ria Soluço! Você tem sorte de sua namorada não ser fanática por investigações! – Exclamou Asgard, fazendo eu e Astrid corar. Namorada e namorado, ainda não nos acostumamos com isso. Nada contra, mas isso era novo para nós dois.
Contamos aos dois no dia seguinte em que pedi Astrid em namoro. Asgard levou bem, nos deu parabéns e disse “aleluia”, já Heather... bem, ela começou dando pulinhos de fangirl, depois nos abraçou muito apertado e continuou pulando dizendo “Eu sabia! Vocês enrolaram mas finalmente!” É, ela levou na boa...
— O que você quer dizer com isso, Asgard? – Perguntou ameaçadoramente Heather com os braços cruzados. Asgard enrijeceu os ombros e arregalou os olhos.
— Nada, querida.
— É bom mesmo. – Heather sorriu vitoriosa, fazendo Astrid e eu rirmos de novo.
— Vocês dois não tem jeito. – Comentou Astrid colocando a caixa que carregava no chão.
— Falou a garota que sai voando por aí atirando flechas. – Brincou Heather. Astrid revirou os olhos, mas sorriu. Até que seu celular começou a tocar.
— Já volto. – Disse se afastando para atender seu celular.
— E aí? – Perguntou Asgard. – Qual é a sensação de estar compromissado?
Revirei os olhos tentando disfarçar o calor das minhas bochechas.
— Você diz como se estivéssemos casados.
— Algum dia estarão, meu amigo. – Provocou Heather.
Antes que eu pudesse responder algo ou mesmo reagir a aquilo, meu celular vibrou avisando de uma nova mensagem.
Pai 02h38min P.M.
“Filho, precisamos conversar.”
— Estou ferrado...