가족 - Como Ser Criado Por Um Maroto escrita por MFR


Capítulo 1
"Achei que tinha...


Notas iniciais do capítulo

ESSA ONE NÃO INTERFERE NO DECORRER DE Como Ser Criado Por Um Maroto

FOI ALGO ALEAT



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"Achei que tinha parado de fumar." Remus perguntou, tentando soar despreocupado, mas tinha os dedos esbranquiçados de tanto apertar o corrimão da escada.
Sirius, afundado no sofá, traga mais um vez e então lança o cigarro pela metade na lareira apagada.

"Sim, quando adotei o Harry." concordou enquanto coçava o couro cabeludo.

"Então por que está fumando?" não segurou a pergunta.

"Vê o Harry por aqui?" Sirius respondeu, a língua afiada nunca perdida.

O suspiro de Remus soou alto demais aos ouvidos dos dois. Em todos os anos em que o conhecia, o lobisomem nunca o vira em um estado tão ruim.

Ele mesmo talvez nunca estivera tão mal - o que, partindo do fato que ele era um lobisomem, era uma coisa. Remus entendia, até onde era possível, a dor dele. Quer dizer, ele também amava Harry profundamente, mas nunca seria capaz de compreender a profundidade do que Sirius sentia.

Afinal, Sirius era o pai.

Ele era em todos os sentidos, menos o genético, o pai de Harry. E com o menino sequestrado por uma das mais cruéis pessoas do mundo... como Sirius deveria estar?

'Dever' talvez ninguém soubesse, mas como ele estava era horrível de se ver. O cabelo seco e desarrumado, os dentes manchados por todo o cigarro e uísque consumidos nos últimos dias, as unhas sem corte. Como ele aparentava ter perdido uma dezena de quilos e ao mesmo tempo suportava um peso de dez mundos nas costas.

A ligação deles estava a tanto tempo latente, tantos anos sem mais do que alguns pequenos espasmos de emoções, que Remus não podia sentir muito mais do que desolação em seu Soulmate.

Ele quase desejou tocar sua marca em seu ombro, enquanto implorava que Sirius o deixasse levar um pouco de sua dor para que o outro não sofresse tanto, não estivesse sozinho.

Mas ele não podia fazer isso, não era assim que funcionava.

Então mesmo que não fosse dessa forma, ele agiria de outra.

Aproximou tentando melhorar suas feições, tentando fazer com que a preocupação demonstrada estivesse repleta de carinho. E escolhendo as palavras, sem mentiras ou palavras vazias, pois a situação é delicada e os dois muito bem se conheciam.

Remus parou na frente de Sirius, oferencendo a mão para o outro.

"Vem, você precisa de um banho."

Sirius ainda pôde dar um sorriso de lado, numa manifestação nada referente a felicidade.

"Você vai me dar banho, Moony?"

Houve um dar de ombros e Remus rebateu:

"Não aja como se fosse a primeira vez."

Na sua frente o animago ergueu uma sobrancelha surpreso. Havia um acordo implícito entre os dois de não se referirem ao que tiveram.

Sirius o encarou por um longo momento e só depois pegou a mão que nunca saíra de oferta, mas apenas para ajudar a se levantar.

Os dois não subiram as escadas com os dedos entrelaçados como andavam em suas épocas em Hogwarts. Não houveram sorrisos trocados enquanto Remus ajudava Sirius a tirar sua roupa. Nenhum toque. Nenhum beijo. Nenhuma carícia. Não eram mais crianças, não tinham mesmo muito daquela época.

A grande banheira já estava preparada, assim como Remus pediu para os elfos. A água soltava fumaça contra o ar gelado de inverno quando Sirius se instalou dentro da banheiro e Remus se adiantou aquecendo o ambiente à sua volta.

Ao voltar-se a Sirius deu-se com os olhos que um dia havia escrito versinhos sobre...

Não. Não eram os mesmo olhos.

Aqueles, antigamente, eram os olhos de um garoto que sofrera, mas que ainda conservava inocência e graça. Os olhos de quem Remus se apaixonara e com quem o destino escolheu unir sua alma. Eram os olhos de um adolescente inconsequente e com medo do esquecimento.

Na sua frente, mergulhado na água perfumada, está um adulto. Alguém forte, justo e inteligente. Poderoso e capaz, e que ama e protege com todas as forças. Eram os olhos de um pai que teve seu filho levado e que não sabia como achá-lo, que tinha o conhecimento do que podia acontecer com ele e que por isso não podia, não era capaz, de reagir tamanha impotência imposta.

E de qualquer forma, Remus ainda pensou que os olhos ainda eram tão bonitos quanto a décadas atrás.

Com as mangas arregaçadas, percebendo que se deixasse Sirius apenas ficaria sentado ali, sem fazer nada, puxou o frasco de shampoo para lavar os cabelos normalmente bem cuidados.

Sirius não se movia se não fosse para seguir ordens que Remus dava, mas num dado momento, quando o lobisomem se ocupava cortando as unhas longas demais, Sirius simplesmente mergulhou na banheira. Alguns segundos se passaram antes de Remus o puxar de volta, ele veio, só que junto vieram lágrimas e soluços.

Remus o deixou chorar, deixou-o segurá-lo quando ele quis, deixou-se encolher em si mesmo, gritar e pedir por Harry. Ele deixou, Sirius só não podia voltar a água.

Quando Sirius estava suficientemente limpo, Remus ajudou-o a ficar em pé. Apertou pela cintura quando quase caiu e essa tinha sido a primeira vez que estivera tão próximo dele por quase vinte anos.

Sirius passou seus braços em volta do pescoço de Remus também, dificultando o trabalho do outro em seca-lo e vesti-lo com um dos robes dali.

Mesmo quando se afastaram para Sirius escovar os dentes, usando um tônico especial para tirar toda a sujeira de dias, uma das mãos de Remus estava sempre na cintura dele. Mantendo-o firme, mostrando presença.

Voltar para a cama não foi difícil. E depois de depositá-lo lá e ajudá-lo a se vestir, cobri-lo e ajudar a comer também foi fácil.

Quando o animago voltou a se deitar Remus começara a se afastar, porém Sirius não deixou. Ele segurou seu pulso e traçou o padrão de um cicatriz ali, Remus voltou a se aproximar, se agachando perto da cabeceira da cama.

Sorriu triste para o companheiro desolado. Sirius tinha o rosto calmo, concentrado na forma da cicatriz, mas seus olhos tinham lágrimas secas.

Lupin ergueu sua outra mão, massageando a testa do outro, tentando aliviar a dor de cabeça que sabia que o outro possuía. Sirius fechou os olhos, relaxando ao toque. E depois dormiu.

Remus continuou ali, olhando o rosto bonito. Inconsciente Sirius parecia mais velho, porém menos triste.

Observou-lhe por muito tempo, pensando e repensando quando tudo em suas vidas começou dar errado.

Foi quando se afastaram na guerra? Ou antes, quando contrariaram as expectativas e declararam serem soulmates?

Foi antes ainda, na infância sob princípios errados de Sirius? Ou quando Remus foi mordido?

Doeu muito quando Sirius foi embora com Harry, somente a dor de perder James, Lily, Peter (ao seu modo) e tantos outros fez muito mal para si, porém a separação, a distância que foi imposta entre eles, o quanto doía ser separado...

Doía física e emocionalmente.

Traçou sem realmente tocar sua marca no ombro de Sirius, então saiu do quarto e deixou-o descansar.


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Notas finais do capítulo

ESSA ONE NÃO INTERFERE NO DECORRER DE Como Ser Criado Por Um Maroto

FOI ALGO ALEAT



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