Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 35
Lágrimas De Amor


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente ♥ consegui atualizar, a fic hoje. Deixei de tomar chimarrão na avenida, coma minha irmã e as nossas amigas, para conseguir postar esse capitulo hoje. Considerem importante :)
OBS: Desculpem os erros, a fic não está sendo betada.
Algumas de vocês, estão me perguntando sobre projeto de fic nova, tenho sim. Mas, não pretendo postar em seguida, quero descansar um pouco, desfrutar de ficar do outro lado, sendo apenas leitora, e surtando... kkkkkk

Escutem a música da Adele, é linda!

Link: https://www.youtube.com/watch?v=alBP-xtqMfA

Link da chamada: https://www.facebook.com/Minhasfanfics/videos/2097301750495804/

Boa leitura ♥



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  Regina, contemplava sua nova vista, nada comparável com a de seu escritório em Nova York. Não era tão bela quanto, entretanto era o que ela tinha agora.

É desperta pelas palavras do Senhor Hastings.

—Então,gostou?

Esta, o encara. Esboçando um pequeno sorriso, responde:

—Parece perfeita para mim.

—Como se chama, essa bela jovem que te acompanha?

—É a minha filha!

—Eu não sabia que você tinha uma filha...

—É uma longa história. Ela vai me ajudar, durante algumas semanas.Tudo bem?

—Mas, é claro! Faça como quiser, você é o nosso novo trunfo! Eu e o meu filho vamos almoçar, em um restaurante aqui perto, vocês gostariam de vir conosco?

—Eu iria adorar Doutor, mas nós duas temos uma mudança para cuidar. Quem sabe outro dia...

—Fica para a próxima então...

Disse o mais velho, retirando-se.

 Valerie, percebia o descontentamento que o rosto da mãe exalava.

—Você está bem?

—Sim.

—Não parece muito feliz.

—Só preciso me adaptar.

                                                     ***

   Três dias haviam se passado, desde a mudança de Regina e Valerie para Wasington. Todos tentando ser inebriados pela bebida... Um homem, cujo as fraquezas eram evidentes. Este, corroído pelo remorso.

Granny, não gostava da expressão facial que ela carregava em seu rosto, o amor havia sumido dos olhos dele, dando lugar a repulsa.

Notando, que ele já havia ingerido bebida o suficiente, tenta pegar seu copo.

—Não.

Ele recua.

Cansada daquele comportamento, pergunta severa:

—O que está acontecendo com você Robin? Você nunca consumiu tantas bebidas em tão pouco tempo.

—Eu a perdi.

Respondeu, recordando-se da despedida. A última vez que pode sentir o toque dela...

“Adeus.”

—Não se entregue a bebida, Robin. Você tem seu filho.

—É por ele que estou aqui, não quero que ele presencie mais uma discussão entre Marian, e eu. Não sei, quanto tempo vou aguentar viver assim.

—Eu ainda não entendi o que você está fazendo aqui, casado com essa mulher. Vá até um aeroporto, busca a sua felicidade, você sabe onde ela está.

—Regina está muito magoada comigo, além do mais eu não posso fazer isso. Estou condenado a carregar esse peso comigo, não posso simplesmente procurar por ela, e cometer o mesmo erro de novo. Não devo prometer o que não posso proporcionar, com ela ou com Roland, estarei incompleto para sempre.

—Do que você está falando Robin?

—Esquece.

Retirou-se.

                                                      ***

 Washington

 

  Durante os três dias que haviam se sucedido, Valerie e Regina, enfim  estavam instaladas na cidade. Com tudo no seu devido lugar. Terminavam de jantar.

Valerie, sugere:

—Eu estava pensando, nós poderíamos assistir um filme.

—Eu acho uma ótima ideia. (Regina respondeu, sorridente.)-Qual filme?

—Penso, em um romance clássico, Titanic.

—Um drama comovente, gostei.

—Vou preparar a pipoca!

Exclamou a jovem animada. Contagiou até mesmo Regina que estava mais serena.

 Alguns minutos depois, e já estavam no quarto da mais velha, deitadas. Separadas apenas por uma bacia de pipoca.

 Começaram a assistir o filme, desde a primeira troca de olhares entre, Rose e Jack. Até a tão famosa cena, onde abrem os braços no navio. Por fim, o trágico desfecho, o naufrágio. Tendo como consequência, a morte de muitas pessoas, entre elas Jack.

 Com o início dos créditos, o sono se fez presente em Regina, que logo bocejou. Ao encarar a filha, percebeu que esta carregava consigo uma expressão de negação.

—O que foi?

—Eu não concordo com o final do filme.

—Por que?

—Ele escolheu pelo mais fácil, desistiu...

 Regina, separou a bacia que os separava.

—Valerie, venha cá.

Disse estendendo uma das mãos, para a surpresa de Regina, a jovem recosta a cabeça em seu peito. Aproveitando o afeto, a mais velha afagou seus dedos no cabelo dela, acariciando suavemente. Valerie, sorria enquanto sentia o toque da mãe, em seu cabelo, era algo tão agradável, havia tanto carinho. Por alguns segundos, o silêncio predominou. Ambas, sentiam-se extasiadas, diante daquela experiência.

—Não está certo, eles se amavam.

—Nos sacrificamos por quem amamos, Valerie.

—Ele mostrou a ela que valia a pena lutar pela vida. Não deixou que ela continuasse vivendo da mesma maneira de antes, a fez feliz! Não devia ter desistido tão facilmente, deviam ter permanecido juntos. É assim que as coisas funcionam entre um casal.

—Nem sempre, nem todo mundo que se ama fica junto.

Regina, respondeu em um sussurro.

Ficaram em silêncio, quando a jovem iria argumentar mais alguns pontos do filme, sentiu a respiração suave de sua mãe. Esta, já havia adormecido.

Apreciou aquele momento com adoração.Se aninhou mais ainda nesta. Naquela noite, dormiram juntas.

 Na manhã seguinte, Regina acordou com o aroma de café delicioso. Ao adentrar a cozinha, encontrou a filha, preparando uma linda mesa, para que pudessem desfrutar daquela refeição juntas. Afinal, desde que haviam chegado em Washington, estavam tão ocupadas organizando as coisas, que sequer usufruíram de um café como aquele.

—Que surpresa agradável.

—Como você estava dormindo, resolvi preparar o café.

Regina sorriu.

Enquanto saboreavam a refeição, esta propõe:

—Eu estava pensando, poderíamos fazer compras para você, hoje á tarde.

  Acontecimentos como aquele se concretizaram, nos trinta dias subsequentes...

                                                  ***

Adele - Don't You Remember

 

Nova York

  Era apenas mais uma noite, em que ele encarava a lua, pensou em Regina. Se ela estivesse ali, recitaria um poema. Mas, ela não estava...

Observou as estrelas, questionando-se se esta as via também?

Fechou os olhos, imaginado estar em um mundo, onde seus horizontes se encontrassem. Queria voltar ao tempo em que se deitavam, um a lado do outro.

 Perguntava-se, se conseguiria viver sem a presença dela, se a distância, impediria de ama-la? Negou com a cabeça, por mais longe que estivesse, ainda assim a sentia por perto. Certa vez, dirá a ela que estava decorando seus traços, lembrava-se com exatidão de cada detalhe do seu rosto, até suas curvas. Em noites como aquela, quando se sentia só, encontrava uma maneira de fazê-la presente.

 Procurava sentir o gosto agridoce dos lábios dela contra o seu. Seu toque suave...  Mantinha lembranças de outrora, que permaneciam intactas em seus pensamentos.

 Sabia que ela estava bem, durante essas quatro semanas, manteve contato com a filha. Esta, parecia estar se divertindo com a mãe. Ficava feliz, por ela. Todavia, gostaria de estar participando dessa aproximação. Junto de Roland, como uma família.

Era um homem que não gostava de ter somente a metade, mas sabia que depois daquela escolha, estaria incompleto, para sempre.

 Seus olhos marejaram. Oceanos azuis , como Regina costumava chamar, derramavam lágrimas de amor.

                                                       ***

 

Washington

  Regina, estava deitada, tentava concentrar-se na sua leitura, William Shakespeare. Contudo, era difícil, toda palavra escrita, lhe remetia  a lembrar-se de Robin. Afinal, Shakespeare, sempre fora um de seus autores favoritos.

 Fechou os olhos, em meio a um suspiro. Retirou seus óculos de leitura, levantou-se. Seguiu até a janela, admirou o céu estrelado que estava especialmente radiante naquela noite.

 Era difícil ter que aceitar para si mesma que apesar de tudo, ainda amava Robin. Seus lábios, imploravam pelos beijos dele. A saudade aumentava a cada dia. Recordou-se, do poema que ele recitara a ela, na manhã em que decidiu entregar a este, seu coração.

 

“Nos teus olhos castanhos encontrei o meu refúgio

 Foste capaz de exterminar meu repúdio

Nos teus braços encontrei o amor

Nos teus beijos o calor

E da alma você foi capaz de tirar a dor.”

—Robin... Por que você me enganou?

Disse em um som inaudível, com a voz embargada.

“Mamãe, sente falta do papai. Eu sei, ela tenta se manter firme, mas eu posso sentir os sentimentos dela. Gostaria da causar sorrisos em seu rosto, mas infelizmente eu não posso, sou muito pequeno ainda, para poder fazer com que ela me sinta.”

 Por intuição acariciou sua barriga de oito semanas de gravidez. Estava tão feliz, por conta daquele presente que a vida, havia lhe proporcionado. Por outro lado, não sabia o que fazer... Um mês, havia se passado, desde que tinha se mudado, e até então não havia revelado a Valerie, sobre sua gestação. Procurava pelo melhor momento, mas não encontrava... Na verdade, tinha dúvidas da atitude da filha. Esta, provavelmente pegaria o celular e ligaria para o pai de imediato. O que ela mesma, havia se recusado a fazer.

Suspirou, enquanto uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

—Eu acho, que deixei meu livro aqui...

Dizia Valerie, interrompendo suas palavras, ao perceber a tristeza evidente que a mãe, carregava no olhar.

—Está tudo bem? Você estava chorando?

Perguntou aproximando-se.

—Somente algumas lembranças.

Respondeu, secando suas lágrimas.

—Do meu pai? Por que se for... Olha, eu não sei, mas sinto que está acontecendo algo. Ele ainda ama você! As coisas ainda serão esclarecidas, e...

—Valerie, por favor. Não alimente, esperanças de que possa voltar a surgir, algo entre nós dois. Robin, ama a Marian. Enquanto, estou aqui...

—Ele não gosta dela...

—É melhor mudarmos de assunto. Vem aqui, me abrace.

  Assim a jovem o fez. Abraçaram-se, Regina beijou a testa da filha. Era daqueles momentos que devia lembrar, aquela felicidade que devia sentir. Ela e Valerie, desencadeavam uma evolução no relacionamento. Mesmo assim, apesar da aproximação, a filha não havia lhe chamado de mãe.Contudo, sentia o amor que a filha transbordava, não só esta, como o ser que mesmo pequeno a fazia feliz, lhe arrancando sorrisos radiantes durante o dia, enquanto pensava na possibilidade de vislumbrar seu rosto, seus primeiros passos... Não era correspondida pelo homem que amava, mas estava feliz porque tinha o amor mais nobre do mundo, o amor de mãe.

—É dessas ocasiões com vocês que devo me recordar.

—Vocês?

Perguntou, confusa.

Tinha naquela ocasião a oportunidade perfeita, para revelar a verdade a filha. No entanto, não foi isso que o fez.

                                                     ***

  Roland adentrava a sala, carregando seu ursinho favorito. Deparou-se com seu pai, sentado no sofá, cabisbaixo. Este, chorava. Assustando o pequeno menino.

 Robin, estava tão perdido em seus próprios pensamentos, que sequer havia percebido a presença do filho. Até este, toca-lo.

—Por que você está chorando papai?

Robin, espantou-se ao fitar os olhos inocentes do filho.

—Roland... (Disse contendo suas lágrimas.) –Saudade.

Completou.

O menino, sentou-se no colo do pai. Logo, confidenciou.

—Eu também sinto falta delas.

Apesar da pouca idade, Roland era inteligente o suficiente, para compreender do que o pai estava falando.

—Eu não entendo, por que elas foram embora? Por que você e a Regina não se casaram? Eu queria que nós fossemos uma família, como antes.

Emoção sobreveio, sobre a expressão visivelmente abatida de Robin.

—Existem problemas que nos separam.

—Mas a vovó me disse que a Regina, era a mulher ideal para você, e que deviam ficar juntos.

—Vovó? Do que está falando?

—Nos meus sonhos...

—Que sonhos?

—Os sonhos que eu tenho, desde que nos mudamos para essa cidade. Eles pararam quando a Regina estava aqui com agente. Mas, já faz alguns dias que eles voltaram.

—Por que você não me contou antes?

—Eu pensei que não fosse acreditar, papai.

—O que mais sua avó disse?

—Ela falou que a Regina, é a sua alma gêmea. É sobre ela que se menci... menci...

—Mencionou?

O pai completa.

—Sim. (Concordou, haviam palavras difíceis para ele compreender. Durantes seus sonhos, pensava o quanto sua avó era inteligente.)-Disse também, sobre coisas do passado, de outras vidas. Eu não entendo o que é papai, mas a vovó disse que você iria entender.

 Robin, afrontava o filho aturdido.

Entendeu, o motivo de tantas sensações que sentia quando estava perto dela. Até mesmo, antes de se relacionar com ela. Compreendia, o motivo de conhecê-la tão profundamente. A razão daquele amor sobejo.

É desperto pelo filho, que deu continuidade...

—Disse também, que as coisas vão se complicar, a vovó disse que você precisa lutar.

As palavras do filho ecoavam pela sua mente. Levantou-se de súbito.

—Roland, pegue seu casaco. Vamos para Washington.

Constatou, pegando sua carteira, e a chave da caminhonete. Quando o filho retornou, seguiram até a porta. Ao abri-la se deparou com duas mulheres bem vestidas, acompanhadas de dois policiais, atrás destes Marian.

—Quem são esses?

Pergunta encarando a mulher, percebeu que esta carregava uma expressão de medo.

—Nós somos do conselho tutelar, viemos buscar o menino Roland Steves Lockesley.

—O QUE? POR QUE?

Questionou atônito.

—Devido a pedida imediata da guarda de seus pais biológicos, August Booth, e Marian Steves. Confirmaram através de um exame DNA a paternidade do menino. Além do mais, o senhor não pode ter sob sua custódia uma criança. Nem sequer possuí um emprego, e ingere álcool frequentemente.

Seus olhos transmitiram raiva ao encarar a esposa, percebendo seu cinismo.

—VOCÊ! (Apontou para a mulher, se dirigindo até a mesma. Cuspia as palavras no rosto dela.)-SUA DESGRAÇADA!ME PROMETEU!

Começou a sacudir Marian com fúria.

—Aii Robin! Você está me machucando! Eu não disse que a presença dos policias seria necessária para acalma-lo, ele tem sido agressivo assim ultimamente.

Logo, Robin foi contido pelos policiais.

—SUA MENTIROSA! NÃO ACREDITEM NELA, ESSA MULHER NÃO VALE NADA! EU VOU MATAR VOCÊ!

A face de Marian, era dominada por lágrimas, estas tão hipócritas quanto ela.

—ME SOLTEM! ME SOLTEM!

Exasperava, tentava se soltar dos policiais, o que foi em vão.

—VOCÊS NÃO PODEM SIMPLESMENTE CHEGAR AQUI DESSA FORMA E LEVAR MEU FILHO. EU SOU ADVOGADO, CONHEÇO AS LEIS!

—O processo transcorreu na justiça pelo último mês, dada as suas condições, o caso foi tratado com extrema urgência. Agora, entendo o porquê.

Opinou, uma das assistentes sociais.

—COMO? EU NUNCA FUI NOTIFICADO!

—FOI SIM, TEMOS UMA ASSINATURA AQUI, COMPROVANDO QUE O SENHOR POSSUÍA CONHECIMENTO DO CASO.

—O QUE?

—Sim, os documentos foram entregues. Assinados pela sua esposa.

—AHH CLARO! AGORA ESTÁ EXPLICADO!SERÁ QUE VOCÊS NÃO PERCEBEM? TUDO ISSO É UMA CONSPIRAÇÃO CONTRA MIM! EU NUNCA CHEGUEI A TOCAR NESSES PAPÉIS!

—De qualquer forma, levaremos o menino para um lar provisório, até o julgamento.

—NINGUÉM PODE TIRÁ-LO DE MIM!

—Ele virá conosco.

Disse uma das assistentes, ríspida.

Roland tinha seu rosto banhado por lágrimas, estava com pânico.

—Papai o que está acontecendo?

Robin não conseguia responder,não encontrava sua voz. Logo o pranto se fez presente. Vislumbrar o medo que seu filho carregava nos olhos tão purificados, desfaleceu seu coração.

—Em breve, você terá uma nova família filho.

Disse Marian.

—SUA MALDITA!

Consegui exclamar, sua voz carregada de ódio, como seus olhos.

—EU NÃO POSSO PERDÊ-LO TAMBÉM, ele é tudo que me restou...

Sua voz saiu rouca.

—O julgamento será na Segunda.

—Como? Eu tenho somente setenta e duas horas? Para reaver a guarda do meu filho.

—Como eu disse, este caso está sendo tratado com urgência.

Afrontando Marian, desta vez com piedade, suplicou;

—Por favor, não tire meu filho de mim.

Aproveitando que ele parecia estar distraído falando com a mulher, a assistente social, pega Roland em seu colo.

—PAPAI! PAPAI!

Gritava o menino,desesperado,chorando, enquanto passava pelo corredor. Aquela voz que um dia fora tão doce, agora pedia por clemência.

Robin se debatia, contra os policiais.

—ROLAND!ROLAND!

Uma das assistentes sociais, se aproxima:

—Eu sugiro que você se acalme, está exaltado. Se continuar com esse comportamento, não conseguirá a guarda do menino.

   Foi solto pelos policiais, somente quando estes tiveram certeza absoluta de que o carro havia partido. Mesmo assim, não hesitou em descer as escadas apressado, com o intuito de alcançar o filho. Uma tentativa frustrada, ao perceber que o carro já havia até mesmo dobrado a esquina.

Uma sirene da polícia latejava em sua cabeça, causando um som estridente. Não acreditava que havia sido enganado daquela maneira. Percebeu os olhares curiosos de seus vizinhos sobre ele, voltou para o seu apartamento. Precisava agir com calma, no entanto, tudo que havia pensado enquanto subia as escadas, esvaiu-se. Assim que vislumbrou August Booth, em seu apartamento.

—Palmas, pela sua atuação, que comovente.

Disse o moreno, ironicamente.

—VOCÊ! SEU DESGRAÇADO!

Partiu para cima do homem, com impetuosidade. Logo, depositou um soco, no canto esquerdo do lábio de August, o que o fez sangrar de imediato.

Tentou retribuir em seguida, entretanto, errou seu alvo.

—VOCÊ NÃO VAI TIRAR MEU FILHO DE MIM!

—ELE É MEU FILHO! Você estava tão ocupado se martirizando pela advogada gostosa, que nem percebeu as coisas que aconteciam ao seu redor.

—SEU FILHO DA PUTA!

 Disse o empurrando contra a parede, desta vez com uma raiva ainda maior pelas palavras proferidas. A colisão das costas deste, na parede, fez com que um porta – retrato, que continha uma fotografia de Roland e Valerie, caísse no chão se despedaçando.

 O surrava com rigidez, seu físico robusto proporcionava isso. A raiva predominava sobre Robin naquele momento, afinal aquele era o homem responsável por tanto sofrimento em sua vida. Esqueceu de qualquer promessa feita a mãe, ignorou seu código estúpido de honra, que não o levou a lugar algum. No seu coração, só havia espaço para um sentimento, ódio. Este, desconhecido até então.

Sentindo uma necessidade absurda de respirar, August consegue por sorte acertar os olhos de Robin, com um soco, quando este parecia divagar... O impacto da porrada, o jogou rapidamente contra o chão. Aquele golpe, bastou para mantê-lo desacordado pelas horas seguintes...

                                                     ***

Washnigton

 

—Também, estou com saudades Greg. As coisas não estão saindo como eu imaginava. A Regina, ainda está muito magoada. E o meu pai, não colabora.

 Parou de falar, assim que percebeu a chegada desta. Percebeu a palidez que a mãe exalava. Despediu-se de Greg.

—Você está bem? (Perguntou aproximando-se.)-Demorou hoje.

—Foi um dia cansativo.

Disse suavemente, entretanto, estava preocupada; sentia que alguém precisava dela.

—Eu só preciso de um banho.

Disse, esboçando um pequeno sorriso, na tentativa de tranquilizar a filha. O que pareceu fazer efeito. Logo, a filha retorna sua atenção para o celular,o que não dura dez segundos, até escutar um estrondo estridente. Eram as pastas de sua mãe, caindo no chão.

Valerie, se desesperou ao ver Regina tentando se equilibrar, logo correu até ela.

—MÃE!

—Meu bebê...

Disse em um sussurro, depositando a mão sob a barriga.

Confusa, a jovem pergunta:

—Você está grávida?

                                                     ***

Quando acordou, percebeu que já havia anoitecido. Olhou o ambiente ao seu redor. Recordando-se do que tinha acontecido, as lágrimas já banhavam seu rosto, misturando-se ao sangue que já estava seco.

Seus olhos, avistaram a fotografia de seus filhos, agora espatifada no chão. Percorreu seus dedos sob ela.

—Meus filhos...

Sussurrou.

 Logo em seguida, afrontou seu pequeno apartamento, este que sempre fora tão farto de amor, agora era sombrio.

 Cego pela fúria, começou a destruir todos os objetos que viu pela frente. Cadeiras, foram arremessadas para o chão. As bebidas que haviam foram  quebradas, causando um som estridente.

—AHHHH!

Mesmo sentindo pedaços de vidro perfurarem sua pele, continuou. Nenhuma dor física, era mais forte que a emocional.

Restou apenas uma garrafa de Whisky. A qual sorveu grande proporção de uma única vez. Caiu em desgraça.

Minutos depois...

—Robin?!

 Correu até o irmão que estava sentado no chão, em meio aos cacos de vidro. O único som audível, era seu pranto descomedido. O encarou atônita, as mãos dele sangravam. Agora entendia, o motivo das ligações de seus vizinhos.

—O QUE VOCÊ FEZ? POR QUE ESTÁ FERIDO?

Questionou atônita.

Seus olhares se encontraram, Robin tinha suas feições adornadas em pranto, sua dor era evidente.

—EU SOU UM BURRO!UM COVARDE!

—O que está acontecendo? Onde está a Marian? O Roland?

—Ela tirou ele de mim Emma. Me enganou, eu sou um trouxa, acreditei nela, me condenei a infelicidade, cedendo aquela chantagem. Tudo não passou de um plano estúpido! Eu perdi o meu... menino.

Soluçava, encarando o chão.

—De que chantagem você está falando? Que plano?

Perguntava confusa, observando o ambiente a sua volta. Assustou-se, com tudo que seu irmão havia feito. O pequeno apartamento que fora sempre tão organizado, agora estava um caos.

—A Marian, me mandou escolher, entre Roland e Regina. Se eu ficasse com ela, perderia meu filho, Marian tiraria ele de mim. Foi tão difícil... Eu perdi a Regina. Perdi todo mundo Emma, destruí a minha família. (Havia dor, em cada palavra proferida.) –Estou sozinho.

Completou.

—Você não está, tem a mim, e eu não quero ver meu irmão, derrotado dessa maneira. (Disse com a voz embargada, olhos marejados.) –Levante, Robin!

O encarou, percebendo que este permanecia estagnado, da mesma maneira que havia o encontrado, exasperou mais alto;

—LEVANTE!

O segurou pela mão, sentia o sangue dele transcorrer dentre seus dedos. Lágrimas, começavam a escorrer pelo rosto dela.

—Não seja fraco, lute! Seja o homem que lidou, com a morte da mãe, que cuidou de mim, criou um bebê abandonado, seja o homem que foi traído, que abdicou de sua própria felicidade, para ter seu filho. Lute, você sempre me disse que nos aperfeiçoamos em nossas fraquezas, pois mesmo quando estamos fracos, devemos permanecer forte. Reaja! Seja esse homem que eu admiro, seja forte! Lute, pelo seu filho, pela sua família, pela mulher que você ama.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Coitado do Robin... Roland. Valerie, enfim chamou Regina de mãe, e descobriu a gravidez... Prometo a vocês que essa ponte entre Washington e Nova York, será interrompida logo.
Preparem-se para termos o nosso antigo Robin de antes... apesar, de parte dele nunca ter perdido sua essência.

Não deixem de comentar, agora mesmo já começarei a responder os comentários do capítulo anterior... :) ♥
Aproveito para agradecer o carinho que estou recebendo de vocês nas redes sociais, obrigada. ♥ E sim, dizer adeus a Corações Feridos, também já me deixa com saudade.
Beijoss :)