Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 10
O Passado no Presente


Notas iniciais do capítulo

Hey chegamos ao décimo capítulo da fic, e ele está recheado de encontros inesperados ♥ espero que vocês gostem :D
O maior capítulo escrito até agora...

Link da Regina e Roland: https://www.facebook.com/Minhasfanfics/photos/a.1983242861901694.1073741828.1983220875237226/2026472254245421/?type=3&theater

Link do quadro: https://www.facebook.com/Minhasfanfics/photos/a.1983242861901694.1073741828.1983220875237226/2027868230772490/?type=3&theater

Link da chamada do capítulo (Importante para visualizarem melhor a cena) : https://www.facebook.com/Minhasfanfics/videos/2027061434186503/

Tenham uma boa leitura ♥



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    No tardar da noite, enquanto dirigia pelas movimentadas ruas de Nova York, lembrava-se das palavras de Robin: “O que a vida lhe roubou Regina? ”

—Felicidade.

Pensou. A mesma batendo suas mãos sob o volante, com os olhos lacrimejados.

—Um bebê, um marido, a fertilidade. A vida me roubou tantas coisas Locksley!

Pronunciava para si mesma.

 Questionou-se em seus devaneios como Robin podia conhece-la tão bem?

 Sua família nunca sequer percebeu que por trás daquela frieza havia uma grande cicatriz, que a transformou em outra mulher...

Como ele possuía conhecimentos tão profundos de seus sentimentos?

Para Regina era algo inexplicável...

NARRADOR

 “E realmente era... Assuntos inacabados, um romance interrompido, duas almas gêmeas, dois séculos, e dois destinos cruzados. Que ultrapassaram as barreiras do tempo, tendo como foco principal encontrar refúgio um no outro. “

                                                        ***

Robin no táxi, retornava para casa pensativo.

“O que a vida roubou dela? Deve ter sido algo de extrema importância. Aquela resposta. Todo mundo já passou por alguma situação terrível, capaz de nos afetar tanto, sendo impossível voltar a ser a pessoa que éramos antes. O que foi capaz de modifica-la tanto? ”

  Abriu a porta do apartamento, e deliciou-se com o aroma maravilhoso que vinha da cozinha. Tratou de ir logo ao cômodo, e teve a visão que mais lhe agradava em dias como aquele... Valerie e Roland juntos.

 Robin esboçou um sorriso de imediato.

 Valerie ensinava o irmão a fazer bolo.

—Isso Roland, agora coloque meia caneca de leite.

—Mana estou fazendo tudo direitinho?

—Está sim! É só continuar fazendo o que estou dizendo, que esse será o bolo mais gostoso que o pai já comeu.

—Com certeza aprovarei!

—PAPAI!

Roland foi correndo abraça-lo. Robin o pegou no colo e beijou a testa de Valerie.

—Como estão meus filhos favoritos?

Os dois riram.

Robin percebeu que Roland estava com o rosto cheio de farinha.

—Papai era para ser surpresa!

—Que bom que cheguei a tempo de ajuda-los, caso contrário você acabaria com a farinha!

Todos gargalhavam. Aquele era um dos momentos em que Robin deixava seus problemas de lado, e dedicava-se aos seus filhos, os enchia de amor e carinho.

 Jurou a si mesmo que não seria como o seu pai que o abandonou quando ele tinha nove anos, e Emma apenas dois...Jamais deixaria seus filhos, eram tudo que ele tinha.

                                                         ***

 Na manhã seguinte, Regina passou todo tempo evitando Robin. Sentia vergonha pela cena que o mesmo havia presenciado na noite anterior.

 Não sabia como agiria na frente dele. Por sorte no período da tarde este fora resolver um caso no tribunal.

 Estava no corredor revisando uns contratos com o doutor Barcellos. É surpreendida por Roland que grita seu nome exasperadamente.

—REGINAA!

O menino corre em sua direção e abraça as pernas dela.

Valerie o repreende e logo os alcança.

—Roland por favor controle-se! Eles estão trabalhando!

 Todos encaravam a chefe surpresos, não sabiam se era pelo fato dela não ter feito nada, ou por alguém admirá-la tanto.

 Logo Belle surge, nervosa.

—Desculpe Dra. Mills, eles passaram sem que eu percebesse...

—Tudo bem Belle. Deixe-os aqui. Esses são os filhos do Locksley.

 Regina se agacha para ficar da altura do menino, segura as mãos dele ao perguntar:

—Como você tem passado?

—Bem. Estava com saudade!

Roland a abraça, e acaba deixando-a sem reação.

Percebeu que todos observavam a cena, mesmo que discretamente.

Valerie intervém.

—Nós viemos fazer uma surpresa para o pai.

—O pai de vocês não se encontra no momento, ele está defendendo um caso no tribunal.

—Ah que pena! (Valerie percebendo o clima tenso que pairava sobre o ambiente...) –Vamos, não queremos incomodar.

Cabisbaixo Roland diz:

—Tudo bem. Tchau Regina.

—Tenha uma boa tarde Regina.

 Regina consente com a cabeça. Observava eles se afastarem, não queria que eles fossem embora. Era incrível como três dias bastaram para que ela criasse grande afeição por eles. Sugeriu.

 -Esperem! (Os dois se viraram para ela.) –Vocês não gostariam de espera-lo na minha sala?

—Sim, sim, sim! (Afirmou Roland pulando.)

A jovem se manifestou:

—Não queremos incomoda-la.

—Não será incomodo algum.

Disse Regina, quando percebeu Roland já estava colocando sua mão sob a dela.

—Venham por aqui!

Os guiou, e logo adentraram a sua sala.

—UAU!

Valerie exclamou.

—Como tudo aqui é tão grande mana!

Completou Roland.

Regina sorriu diante da reação deles.

—Nossa somente a sua sala é maior do que o negócio que o meu pai tinha na Carolina Do Norte.

—Sentem-se.

Regina disse apontando para a grande mesa que havia ali.

—Vocês querem comer alguma coisa? Estão com fome?

Roland responde:

—Eu quero suco e cookies!

Valerie o repreende:

—ROLAND!

—Tudo bem.

Regina diz, vai até sua mesa pegou o telefone e pediu para que Belle fosse até sua sala.

A secretária assim o fez.

—Belle, por favor vá até a cafeteria da esquina e compre o que eles pedirem.

—Como quiser senhora.

  Enquanto Belle anotava os pedidos de Roland, um quadro chamou a atenção de Valerie que logo perguntou:

—Esse quadro foi você quem pintou?

 Regina a fitou e logo encarou Belle que parecia também esperar por uma resposta.

—Sim.

Suspirou, não gostaria de ter revelado aquilo na frente de sua secretária.

Belle não pode deixar de esconder sua surpresa diante da informação.

—É muito bonito.

Disse Valerie.

—É mesmo Dra. Mills.

Concorda Belle.

Valerie continua.

 -Ele retrata tanto...tanto sentimento!

—E tem.

Disse cabisbaixa.

 No quadro continha a figura de uma mulher chorando, segurando uma rosa na mão.

—Então... o que você vai querer?

Pergunta Regina.

—Eu vou querer um cappuccino bem forte, 3 colheres de café, duas de açúcar e canela.

Regina a olhava com curiosidade.

—Você também? Até hoje não conheci ninguém que gostasse de colocar canela no café como eu.

—Então temos mais um gosto em comum.

As duas esboçam um sorriso.

—Belle traga dois cappuccinos com canela, os cookies, o suco. E vocês gostariam de comer Croissant de goiabada?

Roland é o primeiro a responder: -Eu quero esse issan de goiabada.

As três soltam uma gargalhada.

 Belle trata de ir buscar os pedidos...

—Então o que levou vocês a virem aqui?

Questiona Regina.

—Nós viemos trazer ao papai o bolo que fizemos ontem. Quer provar?

—Que isso Roland a doutora é uma mulher fina, o nosso bolo é simples.

—Oh não, é na simplicidade que estão as melhores coisas. Eu iria adorar degusta-lo.

 Regina diz sorrindo docemente para Roland. Valerie a observava, achava terno a forma como a mesma olhava para o seu irmão. A partir daquele momento entendia o real motivo de seu irmão ter falado tanto dela nos últimos dias. Apreciava ela, mesmo percebendo ás vezes quão fria ela era.

Roland logo trata de abrir a mochila de sua irmã pegar um pote e entregar um dos pedaços para Regina, logo o menino vai se sentando no colo da mesma.

 A mais velha o provou em seguida.

—Nossa esse bolo está maravilhoso! Realmente foram vocês que fizeram?

—Sim! Eu a mana e o papai!

—O Locksley também sabe cozinhar...

 Comentou Regina, percebendo o quanto Valerie admirava sua sala.

—Você ajudava muito seu pai?

—Sim. Eu era tipo a secretária dele. Havia alguns casos que eu ia junto com ele para o tribunal.

—Talvez agora seja um pouco cedo, mas... se você quiser pode fazer estágio aqui no escritório.

Valerie a encara com o olhar radiante.

—A senhora está falando sério?

—Mas é claro que estou! Podemos acertar um salário para você.

Regina sorriu ao ver os olhos brilhantes da jovem.

—Mana você pode comprar a pista de carrinhos Hotweels! Por que o papai só me enrola e não compra.

O menino faz beicinho.

—Roland nós ainda estamos nos adaptando com a mudança, ainda não temos condições. Obrigada pela oportunidade, vou falar com meu pai.

—Merece.

 Belle chegou e ambos se alimentavam. Roland, sempre dizia algo inusitado mantendo o clima descontraído. Com sua inocência conseguiu arrancar gargalhadas da Dama de Gelo.

Robin chegou e logo foi parado por Belle.

—Doutor Locksley!

—Sim.

—Seus filhos estão aqui.

—Meus filhos?

—Sim senhor, estão na sala da Dra. Mills!

—Como ela está?

—Normal, por que?

—Esquece, vou ver o que eles estão fazendo aqui. Obrigado Belle!

Robin encaminhou-se em direção a sala de sua chefe, abre a porta e entra.

Roland saltitante se desvencilha do colo de Regina.

—PAI!

Regina levantou-se da cadeira sem graça, afinal havia o evitado o dia inteiro. Colocou uma mexa de seu cabelo atrás da orelha, e logo disse sem jeito.

—Locksley.

—Mills.

 Ficaram trocando olhares. Robin, tentava enxergar no olhar da mesma que tanto lhe afligia. Já Regina procurava manter-se firme diante dele o que era tão difícil ás vezes, e ela não sabia o porquê.

Valerie percebeu que algo estava errado.

Robin quebra o contato ao encarar os filhos pergunta: -O que vocês estão fazendo aqui?

—Papai o senhor esqueceu o bolo, então eu e Valerie viemos trazer! E eu já aproveitei, e vi a Regina!

Ele se abraça nas pernas da mesma que gentilmente retribui.

—Mas, filho ela estava trabalhando e vocês vieram incomoda-la.

—Eu que pedi para que ficassem.

—Pai, a Regina me convidou para estagiar aqui no escritório!

Robin não conseguiu esconder sua surpresa.

Regina conclui:

—É claro que seria nos horários disponíveis dela, também teria um salário. Valerie será exclusivamente nossa e talvez, eu pense em dividi-la com a Emma! Isso se você permitir.

—Por mim não há problema algum! Só temos que encontrar uma babá para o Roland.

Valerie esboçou um grande sorriso.

—Tudo certo então assim que vocês conseguirem uma babá Valerie será a nossa nova estagiária. Pode ser que com uma ajuda a mais Belle pare de cometer tantos erros. Locksley você já está sabendo que teremos de dividir um caso?

Regina suspira.

—Então era por isso que você estava aos berros com ela ontem? Por que terá de trabalhar comigo? Pelo jeito continuo detestável.

Ele diz ironicamente.

Sem graça ela diz:

—Oh! Não é isso que eu quis dizer, mas obviamente não vou afirmar na frente dos seus filhos que eu não te suporto.

Ela entra na brincadeira, fazendo Robin abrir um sorriso largo que chegaram a demonstrar suas covinhas. O que causou grande surpresa em Valerie, fazia muito tempo que não via seu pai daquele jeito.

—Bom, agora se despeçam da Dra. Vou mostrar minha sala para vocês, e depois coloca-los dentro de um táxi.

—Se você quiser ir com eles está liberado! Começaremos a trabalhar no caso Bittencourt amanhã.

—Tudo bem.

 Roland e Valerie a beijão, e abração, logo se retiram.

  Ao perceber que Valerie havia esquecido sua mochila Regina a pega abrindo a porta rapidamente na tentativa de alcança-los, logo grita o nome da menina:

—Valerie você es...

Parou de falar ao ver seu ex-marido.

—Daniel?

 Aquele foi um momento constrangedor para ela, afinal esbarrou com ele na frente de todos os seus funcionários que obviamente observavam o ocorrido.

 A mesma sentiu seu estômago revirar-se por dentro de tão nervosa que estava, seus olhos continham uma quantidade de lágrimas que a mesma temia que escorressem.

 Robin e seus filhos pararam assim que a ouviram chamar por Valerie, e Robin enfim conheceu Daniel, o encarou de cima abaixo. Mas, logo deixou que seus olhos pairassem sobre Regina que parecia abalada com aquele encontro.

 Daniel sentiu seu coração bater acelerado ao encontra-la faziam mais de dois meses que ele não a via, estava com saudades. Mesmo indo lá com a intenção de vê-la ainda assim surpreendeu-se pelo fato das sensações que a presença da mesma lhe causava.

Por fim ele disse:

—Regina? Como você está? É verdade que irá se mudar para Washington?

 A mesma ainda se sentia perdida no olhar de Daniel.

Contato esse que é interrompido por Valerie.

—A senhora me chamou?

Nervosa Regina responde:

—Ah sim! Você ...esqueceu sua mochila na minha sala.

Daniel analisava a jovem, sentiu-se estranho como se já a conhecesse, seu peito ardia. Era como se ele estivesse vendo sua esposa na juventude. Como se o passado estivesse no presente.

“O destino promove encontros inesperados. ”

Curioso pergunta:

—Eu te conheço?

—Acho que não, pelo menos eu não conheço o senhor.

—Ela é sobrinha da Emma, você não a conhece, nunca a viu. Eu a conheci esses dias. E se você veio ver a Ruby sabe que o departamento dela é outro. Valerie estarei lhe aguardando.

Regina se virá rapidamente e vai para a sua sala. Fecha a porta e se permite chorar.  As lágrimas invadiam seu coração, naquele momento elas eram a linguagem de sua alma...

                                                         ***

Enquanto saiam do escritório Robin perguntou a filha:

—O que aquele homem queria com você? Eu vi que ele ficou puxando assunto e não gostei.

—Ele perguntou se já me conhecia. Por que? Eu não creio pai que o senhor está com ciúmes?

—Não é nada disso.

—Pois para mim você estava com ciúmes, mas não era de mim.

Robin para de caminhar e encara a filha com curiosidade, sendo assim ela continua:

—Ah qual é pai! Eu vi a cara que você olha para ela, até deixou suas covinhas a mostra.

—O QUE? Você só pode estar enlouquecendo se eu... eu olho para ela diferente é porque apenas me identifico com o que ela está passando, e as vezes sinto... sinto que já a conhecia, mas não sei como. Enfim, definitivamente não! Aquela mulher é tão...tão audaciosa. Não temos nada em comum.

—Vocês têm sim! São dois corações feridos.

                                                            ***

Na tarde seguinte...

 Regina estava concentrada estudando um caso, daqui há três dias o defenderia no tribunal. No entanto, um som que sempre ouvia no tardar da noite em suas reflexões...acaba lhe chamando a atenção. Um choro estridente de bebê, a mesma trata logo de levantar-se e procurar de onde vinha aquele som que tanto lhe remetia recordações.

 Uma das advogadas da empresa havia levado seu bebê, estava nervosa porque não conseguia acalma-lo, temia pela sua chefe. Seus colegas tentavam ajuda-la.

Graham sugeriu: -Belle, chame o Robin ele tem jeito com crianças!

 Belle assim o fez. Entretanto, um dos funcionários logo avisou:

—A Dama de Gelo está vindo!

 Todos trataram de ir para as suas mesas. Estavam com pena da colega, pelo que viria a seguir, berros, ofensas. Já lamentavam até a demissão dela.

 Assim que Regina adentra o ambiente percorre seus olhos, até que encontra uma das funcionárias com um bebê.

Caminha até a mesa da mesma, e no momento em que todos achavam que ela a repreenderia, a temida Dama de Gelo os surpreende com as perguntas a seguir.

—Ele é seu? (Ana consente com a cabeça.) –Posso segura-lo? Digo...talvez eu possa tentar acalma-lo.

Perplexa a funcionária novamente afirma com a cabeça completando:

—Ah claro!

  O olhar de Regina adquiriu um brilho especial, do qual era desconhecido diante dos seus funcionários.

 Ao segurar o bebê sentiu seu desejo ardente de ser mãe sendo saciado, mesmo que fosse por pouco tempo...

Irradiou um sorriso encantador enquanto o segurava.

 Naquele momento Robin chegava acompanhado de Belle, já estava preparado para enfrentar a chefe... Mas parou para apreciar o momento, ver Regina tão radiante, tão bela segurando aquele bebê lhe despertou sentimentos que o mesmo acreditou estarem adormecidos...

 Regina começou a pronunciar algumas palavras para o bebê:

—Hey querido me dê uma chance de acalma-lo...olhe para todas essas pessoas eles estão tentando trabalhar.

 O bebê adormeceu, surpreendentemente parou de berrar. Regina o olhava com tanta ternura que demorou para perceber que a criança havia adormecido nos seus braços.

E toda aquela alegria logo se esvaeceu, sabia que agora não teria mais pretextos para segura-lo.

 Ao perceber que todos a observavam, ela mantém uma postura mais firme.

E sua funcionária logo tratou de explicar.

—Eu sinto muito...tive que trazê-lo.

—Você não tem uma babá?

—Não. No momento estou sem condições.

—Bom... eu não vejo problemas que você o traga desde que consiga controla-lo.

Regina diz o entregando para Ana.

 Ao notar que todos a encaravam profere:

—O que estão olhando? Voltem ao trabalho!

Robin que ainda a cuidava esboça um pequeno sorriso, balançando a cabeça negativamente.

Regina seguiu seu caminho, mas para e encara a funcionária:

—Como ele se chama?

—Téo.

Regina consente e se retira.

Assim que se ausenta, um grande murmúrio de comentários é gerado.

“Meu deus o que foi isso? ”

“Você ouviu? ”

“Ela sorriu. ”                                    

“Meu deus a minha musa é dona de um sorriso encantador! ”

 Enquanto todos estavam surpresos pelo comportamento da chefe, Robin mantinha-se normal. Regina enfim, mesmo que por pouco tempo havia demonstrado seu lado humano, e diferente do que ela pensava não era fraqueza e sim uma força!

Já havia tomado a decisão que pretendia mostrar isso para ela não importava o tempo que levasse.

 Diferente do que Valerie pensava queria ajuda-la, não tinha justificativas, não era por amizade, afinal não eram amigos... e com toda a certeza não era por algo a mais. Só queria ajuda-la, e isso bastava.

                                                      ***

Regina tentava concentrar-se em realizar suas atividades, porém seus pensamentos insistiam em lembra-la da tarde anterior. Ver Daniel lhe deixou abalada. A minutos antes sentiu alegria, e tristeza ao mesmo tempo, ao segurar aquele bebê. Cada vez que via um, tentava imaginar como teria sido o seu... sentia um grande desejo de ser mãe.

Batidas na porta interrompem seus devaneios.

—Entre.

Disse ela mexendo em alguns papéis. Para sua surpresa era Zelena.

—Regina precisamos conversar.

—Fale.

—Me desculpe. Eu não queria ter dito aquelas coisas, sinto muito.

—Não precisa se desculpar, você foi sincera e disse o que pensava.

—Mas não foi de coração.

—Tudo bem Zelena. Mais alguma coisa?

—E como você está?

—Estou bem por que?

—Eu soube que Daniel esteve aqui ontem.

—Pelo visto as notícias correm rápido por aqui.

—Regina converse comigo, vamos relembrar os velhos tempos, quando confiávamos cegamente uma na outra. Quando foi que nos perdemos? Eu sei que você precisa conversar, desabafe, coloque sua dor para fora.

 Regina a encarou e logo disse:

—O que você quer saber? Que eu estou ferida? Ou que choro toda noite? Ou o quão solitário é dormir sozinha?

 Seus olhos marejaram e Zelena pode ver o quanto sua irmã sofria pela separação.

—Eu sei que não é fácil, mas...

—Não Zelena você não sabe, seu casamento é perfeito! Você é!

—Eu? Olhe para você, e olhe para mim. Regina você conquistou muito mais coisas do que eu.

—Eu trocaria tudo o que tenho se pudesse realizar meu maior sonho, ou ter novamente algo que foi tirado de mim.

—E o que é? Eu posso ajuda-la?

—Não. Ninguém pode.

—Regina, o destino te trará alguém.

—Eu não quero mais depender do amor de ninguém.

Regina seca suas lágrimas.

—No fundo todo mundo espera um grande amor.

—Eu não mais. Passarei a vida inteira escondendo o meu coração.

—Não fale assim. Eu sei que alguém irá ver o melhor que há em você!

Regina solta uma gargalhada irônica.

—O que há de bom em mim? Sabe como eles me chamam por aqui? A Dama de Gelo!

—Você não permite que eles te conheçam! Onde está aquela jovem sonhadora que sempre me inspirou tanto? Mude.

—Agora já é tarde demais.

—Nunca é tarde demais para a segunda chance de sua vida! Permita-se sentir e retribuir, amar e ser amada.

—Você fala como se fosse fácil.

—Só basta você querer. Eu sei do que você está precisando, você precisa encontra-lo!

—Quem?

—O homem da tatuagem de leão... A Mary e a Tinker me falaram sobre ele.

—Ah Zelena por favor! Você também acredita nessas coisas?

—Acredito e posso te provar que esse homem já existiu uma vez.

—Como?

—Uma terapia de regressão ao passado.

—Eu não acredito que você está me sugerindo isso! Vidas passadas não existem!

—Eu também pensava assim até que uma amiga me sugeriu, e eu pude esclarecer muitas dúvidas. Eu vi Regina!

Regina a olhava com curiosidade. Zelena continua:

—É disso que você precisa, eu tenho certeza. Talvez assim você compreenda que a vida está lhe reservando algo maior. Vamos por favor! Ninguém precisa saber, se você não gostar nunca mais tocamos nesse assunto. O Archie está com um consultório aqui na cidade, você pode se consultar com ele. Vamos?

—Só você para me fazer aceitar uma coisa dessas.

—Isso quer dizer que você aceita?

—Sim, embora eu não acredite nessas coisas.

Regina dirigia, se encaminhavam ao consultório, Zelena estava animada.

—Você vai gostar! Quem sabe até não voltará por lá, para saber mais.

—Zelena, tenho certeza de que não voltarei.

 Um silêncio foi gerado no veículo, até Regina perguntar:

 -E o bebê como está?

—Está bem! Essa semana completarei dois meses de gravidez.

  Regina esboça um sorriso singelo, via felicidade nos olhos da irmã. Zelena já possuía amor materno, algo que Regina tentava se conformar que jamais teria. Por fim, chegaram Archie as recebe alegremente.

—Ao que devo a honra?

Zelena logo trata de responder:

—Regina, ela veio fazer uma terapia de regressão ao passado.

 Archie a encara surpreso:

—Eu não sabia que você acredita nessas coisas.

—Na verdade eu não acredito, estou aqui porque Zelena insistiu.

—Mas se você não acredita vai ficar difícil.

Zelena suspira.

Vendo a inquietação no rosto da irmã.

Regina diz: -Mas estou disposta a tentar.

—Você tem certeza?

—Sim.

—Uma regressão ao passado pode revelar algo profundo.

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? E esse encontro? Pai, mãe ,e filha...
Espero que não se importem da fic abordar o tema de vidas passadas... eu já tinha a ideia de usa-lo, estava um tanto quanto insegura mas resolvi seguir com a minha ideia inicial... através dele pretendo explicar muitas dúvidas.
Realmente espero que não se importem... O próximo capítulo estará bem especial, fiquem ligados lá na página tem uma chamada especial chegando aí... O próximo capítulo será especial ♥
Não deixem de comentar, um grande beijo! ;)