A Metade Que Nunca Irei Conhecer escrita por TaniNoru


Capítulo 2
Ela


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos ímpares serão narrados por Roy, e os pares por Misa, como este. Espero que gostem!



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Finalmente chovia pela manhã. Fazia muito tempo que isso não acontecia nessa região. O problema é que acabei esquecendo o guarda-chuva em casa! Porcaria! Corri como o vento, completamente encharcada até o ponto de ônibus. Foi um sufoco, mas enfim chego até o ponto. Por sorte, não demorou muito para ele chegar. Tento secar meu cabelo com uma toalha de rosto que eu tinha na bolsa para amenizar o estrago. Ai Deus! Está horrível, mas deixa assim mesmo. Raramente eu vou em pé no ônibus, pois o que eu pego não é uma rota muito utilizada, somente por idosos e tal. Sorte minha, claro. Pego meu headphone e começo a ouvir uma radio de musica clássica. Meus gostos musicais são incompreendidos. Infelizmente, hoje em dia é só pagode e funk, não criticando quem goste, mas são gêneros que não me abrangem. O ônibus leva quinze minutos para chegar ao ponto em que eu desço. Após isso, ando mais cinco minutos até o colégio. Estudo de manhã e trabalho em uma livraria à tarde, mas levo minha vida numa boa, sem tempo de pensar em amor. Já fui uma menininha romântica na era dos meus 12 anos, mas como levei muito chute, tranquei-me em meu mundo e ninguém entra nele! Desci do ônibus e caminhei até o colégio com meu headphone. No caminho, vejo uma garota que aparentava ser do primeiro ano do colégio, pela sua cara de perdida. Ela fazia um estilo infantil e fofo. Era baixinha e tinha um cabelo ruivo e curto. Estava com pena da coitada e decidi ajuda-la como uma boa veterana, sendo que sou do segundo ano ainda.

— Ei!- chamo

— Hã? É-É com-migo?- Estava com tanto medo que até gaguejava. Vontade de agarrar essa menina de tão fofa que só ela!

— Sim! Você é do primeiro ano, né?

—Sou sim! É uma veterana? - Ao dizer isso, ela começa a recuar. Gente! Pra quê tanto medo?

— Sim, sim. Está perdida?

— Sim... E estou com medo...

— De levar trote e essas coisas? - Fui direta e ela se abalou com a pergunta.

— Eh? Como percebeu?

— É um tanto obvio. E sua cara entrega o que você esta pensando.

— Gasp! Verdade?

—Sim, mas relaxa. Não vou deixar que lhe façam mal, como uma boa veterana! - E dou uma piscada.

— Obrigada, Veterana. - E mostrou um sorriso inocente de criança. Qualquer um se apaixonaria por tanta fofura.

— Que nada, vamos logo! - A chuva já estava bem fraca, até parar de vez. No caminho, perguntei sua classe e turma e conversei sobre o colégio. Levei ela até sua sala, como uma irmã mais velha. Nos despedimos e ela perguntou meu nome.

— Me chame de Misa, viu?

— Misa! Me chamo Hina.

— Até mais, Hinazinha!

— Até, Veterana Misa! - Depois da despedida, fui até minha sala e lá estava o "príncipe" da turma. O caçador de calouras, que nunca deixa uma passar por seus olhos. Se ele tentar dar em cima da Hina, desço o cacete nele! O Don Ruan se chamava Kayo Fubuki. Ele tinha parentes japoneses como eu, mas isso não me interessava nem um pouco. Mal chego à sala de aula, e ele já veio em minha direção querendo flertar comigo. Todo dia é isso. Ele tinha um cabelo bem ridículo na minha opinião, olhos verdes e era bem alto. Um metro e oitenta e dois talvez... Esse infeliz havia namorado com todas as calouras do colégio, no ano passado, menos eu. Claro que ele não desistiria até conseguir algo comigo, então teria que suporta-lo por mais dois anos.

— Olá, Misa-Misa.

— Que foi, hein? Vai me encher logo cedo?

—Calma, só quero saber como você consegue viver me rejeitando assim, Misa.

— Meu deus, cara. Você não me disse isso!

—Estou brincando com você.

— Ah, sei. Vê se não me enche. -Depois uma garota começou a se intrometer na conversa, dizendo que eu deveria dar uma chance pra ele e bla bla bla. O que elas vêem nesse cara? Enquanto isso, uma de minhas "amigas" entra na conversa também.

— Nossa Misa! Se continuar assim, vai ficar pra titia!

— Se eu ficar, o problema é meu! - Respondo

—Titia Rabugenta!

— Que saco vocês, hein? - A aula aconteceu normalmente e chega a hora do intervalo. Fico sentada no gramado perto de uma fonte que tem no pátio. Deitei e comecei a pensar se existe alguém nesse mundo que possa combinar comigo. Que consegue suportar esse meu jeito.

Ah! Deus! Mande um bom homem para mim! Sem eu perceber, surge Hina de pé à minha frente, perguntando se ela pode se sentar ao meu lado.

— Estou vendo sua calcinha. Ela é uma fofufa que só. -Merda! Pensei alto demais, mas valeu a pena, pois ver o rostinho corado dela não tem preço.

—Eh? Veterana, não diga isso! É vergonhoso demais! - E esconde as pernas com a saia.

— Onde você comprou? Combina com você. - Brinco

— Para logo! - Diz ainda vermelha. Eu paro com as piadinhas e ela senta do meu lado para lanchar. Em sua bolsa havia uma lancheira térmica onde tinha um sanduiche com tomate, alface e peito de frango, acompanhado por um vidrinho de maionese. Depois ela retira uma garrafa que tinha suco de uva dentro e retira dois copinhos de plásticos e me oferece um deles. Eu pedi um pouco do sanduiche também quando ela relutou, mas acabou me dando um pedaço. Para alguns seria um beijo indireto, mas para mim era fome mesmo. Enquanto estava descontraída, perguntei para ela como está sendo seu primeiro dia de aula.

— Eu fiz um montão de amigos! E estou gostando bastante daqui. E você, veterana? Como foi seu primeiro dia de aula aqui? - Isso era algo que eu desejaria esquecer.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler até aqui!!



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