A Metade Que Nunca Irei Conhecer escrita por TaniNoru


Capítulo 14
13.5 - Verdades


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, peço desculpas por esse tempo inteiro em hiatus. Serei sincero: além de estar priorizando meus estudos, eu entrei em um bloqueio criativo e não tinha ideia de como prosseguir. Agora estou aqui novamente, disposto a dar um final digno para essa história. Espero que gostem e já agradeço por lerem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/687691/chapter/14

Kayo finalmente terminou de trazer seus pertences para minha casa. Como meus pais trabalhavam o dia inteiro, era como se fossemos amigos dividindo uma casa de solteiro. Ontem à noite havíamos conversado sobre a tal festa que haveria do seu colégio.

 

— Sinceramente, eu só te chamei para te apresentar para alguém. Depois disso, vamos embora se você quiser – diz Kayo, enquanto arrumava o sofá para dormir- Vai ser coisa rápida, eu prometo. Até porque não estou muito afim de ir nela.

 

— Se for só por isso, eu irei sem problemas. Irei falar com a Karine amanhã sobre.  – respondo e desejo boa noite para ele. Depois disso fomos dormir.

 

A primeira coisa que fiz ao chegar de um trem lotado no colégio foi falar com Karine sobre a festa. Ela demonstra interesse em ir e diz que irá conversar com seus pais. Após isso, vou para a aula. Os dias foram se passando sem nenhum alarde.

Enfim havia chegado o dia da tal festa e lá estava eu me aprontando junto com Kayo. Enquanto amarro meus sapatos, sento-me ao seu lado na cama e o encaro com o olhar.

 

— O que houve, Roy? Você está estranho… - diz Kayo

— Tem algo que quero lhe dizer pelo valor de nossa amizade – ele se curva em minha direção – Eu me envolvi em uma briga durante um jogo de basquete faz um tempo  – pigarro um pouco – Um dos caras acabou sendo internado em estado grave e está lá até hoje. Você seria capaz de ser amigo de alguém que quase matou uma pessoa?

 

— Você não matou, logo não há porque me perguntar isso. – eu ri um tanto aliviado. Ele termina - Eu disse isso uma vez e irei repetir: Você é um cara estranho!

 

Saímos de casa em direção a estação. Pegamos o trem e enfim chegamos a tal festa. Tinha pouca gente até agora. Kayo diz para eu ficar esperando ele, pois iria procurar a tal pessoa. Fico parado ao lado dos salgadinhos o esperando. Eu realmente não gostava de festas. Todo o momento via alguém perguntando se eu era amigo do Kayo. Karine havia dito que seus pais não a deixaram ir à festa, então eu decidi que não viria também, mas o Kayo me fez mudar de ideia de última hora. Eu pergunto para um rapaz onde ficava o banheiro e me dirigi a ele. No caminho, me deparo com algo que eu havia custado a acreditar. Era Karine! Ela estava na festa! Vou em sua direção e no momento que a chamo pelo nome, surge um homem que a beija. E pelo que parece, ela não havia se incomodado com isso.

 

— Karine! O que é isso? – Ela empurra os lábios do homem e se vira assustada.

 

— Roy? O que está fazendo aqui? Você disse que não viria mais!

 

—Você disse que não viria mais! E agora está aqui e com... Outro!

— Não é bem isso, Roy! Escute-me, por favor! – eu mal conseguia olhar para o seu rosto de tamanho desprezo que me havia tomado. Eu tentava esconder minhas lágrimas ao máximo. Apenas abaixei minha cabeça e tento me acalmar, quando ouço uma voz conhecida.

 

— Pare de fingir, Karine. Ele já descobriu! E pensar que você se deixou levar pelas palavras dessa garota aqui, Roy! – eu ergo minha cabeça e vejo o semblante debochado de Sawyer. A vontade que eu tinha era de acabar com ele ali mesmo.

 

— Então é você! E quanto a Annie? Não se importa com ela?

 

— Eu sempre traí a Annie com a Karine e ela te traria comigo, meu amigo. Estou pouco me lixando pra aquela garota – eu avanço na direção dele, quando Kayo surge quase que repentinamente.

 

— O que está havendo aqui, Roy? – pergunta

 

— Eu vou matar esse cara. E isso não é por mim, é pela Annie! – Kayo mira o olhar para Karine e Sawyer e balança a cabeça em negação.

 

— Já entendi tudo aqui. Eu resolvo isso – ele começa a espancar Sawyer, que mal consegue reagir. Eu também acerto uns chutes, mas seus companheiros me arrastam para fora da festa. Kayo derruba todos facilmente e retorna a espancar Sawyer. Eu sou um completo inútil quando se trata de briga corpórea. A polícia surge e pensa que estamos em uma briga de gangues e tentam nos prender. Kayo e eu conseguimos fugir a tempo, sem que avistassem nossos rostos.

Corremos muito até pararmos na quadra onde justamente conheci o Kayo. Ele olha para mim ofegante e brinca perguntando se eu queria jogar basquete. Eu me jogo no chão de cansaço físico e mental. Kayo se aproxima e se lamenta por tudo.

 

— Eu sinto muito. A culpa é toda minha por ter te levado nessa droga de festa. E o pior é que a pessoa que queria lhe apresentar nem foi!

 

— A culpa não é sua. Você nem sequer sabia deles dois.  Bem que eu achei estranha essa aproximação repentina dela.

 

— Mas eu apoiei a relação dos dois. Se eu tivesse feito o contrário…

 

—Bem, agora não adianta mais. Eu só quero ir pra casa e morrer de tanto chorar – me levanto do chão e concluo – Mas antes, me deixe um pouco sozinho aqui. Por favor.

 

— Estarei te esperando ali fora.

 

Eu apenas queria ficar sozinho no meio daquela noite chuvosa. Eu realmente havia me entregado nessa relação. Depois de muito relutar com meus próprios sentimentos, eu me deixei e os aceitei. Agora, como algo que me fazia tão bem, esta doendo tanto? É uma dor além da minha compreensão…. Jamais havia sentido algo assim. Sem perceber, já estava caminhando pelas ruas desertas. Haviam alguns casais felizes e apaixonados em todos os lugares. Engraçado pensar que um dia eu fui um deles…

Ouço uma voz conhecida ao fundo. Era Kayo. Me escondo em uma cafeteria qualquer; não quero falar com ninguém agora. Na cafeteria havia apenas a balconista e uma garota de aparência um tanto exótica: cabelos castanhos de tonalidade avermelhada, era alta e aparentava ser uma modelo. Ela me encara e pergunta em tom debochado

 

— Brigou com o namorado e agora está se escondendo? - ela segura o riso

— Desculpe, está falando comigo? - mostrando indiferença.

— Só um idiota responde uma pergunta com outra pergunta. - ela sorri de forma que me traz um misto de irritação e rubor no rosto.

— Ele é meu amigo. Estou passando por um momento delicado agora

— E daí? Se ele está te seguindo é porque se preocupa contigo. Você está sendo imaturo em fugir de alguém que está querendo te ajudar. Idiota

— Ei? Quem você pensa que é pra me dar sermão? E ainda por cima me chama de idiota! - ela sorri

— Eu sou uma mulher adulta jogando a verdade na cara de um molequinho apaixonado, mas pode me chamar de Misa. - ela pega seu casaco e dirige-se a saída - Se cuida e vá pra casa, guri.

 

E assim ela vai embora em meio aquela chuva. Me encontro com o Kayo e não falamos nada um ao outro por todo o caminho até minha casa. Passo a madrugada pensando naquela garota da cafeteria. Como eu a odeio! Sem perceber, acabo pegando no sono pensando nela… Sem dúvidas aquela era a garota da foto no celular do Kayo… a mesma que vi naquele dia. Era ela!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Muito obrigado por lerem até aqui. Por favor, peço que sigam para o próximo capitulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Metade Que Nunca Irei Conhecer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.