Fotografias escrita por Yas Keehl


Capítulo 1
Capitulo único


Notas iniciais do capítulo

Yooo minna-san! ♥ Espero que gostem desa fic, escrevi ela no celular e passei pro PC.
Ultimamente eu to sem tempo nenhum pra responder os comentários das minhas outras fics e comentar as que eu to participando, mas em breve farei tudo isso ^^ (só to avisando pra não me matarem >.>)



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Fotografias

— Tudo está do jeito que o senhor Takuto deixou, e organizado como o senhor gosta.

 Shindou sorriu ao mordomo de cabelos grisalhos caminhando ao seu lado pela casa que voltara depois de anos longe. Passou dois dedos pela mobília vernizada e respirou fundo, pondo uma pequena mala no carpete da sala.

— Vejo que deixei minha casa em boas mãos, Conrado. Muito obrigado. –Agradeceu com a típica simplicidade que Shindou possuía de natureza, e Conrado –o mordomo- fez uma breve reverencia ao homem sorrindo-lhe gentilmente.

— Não fiz mais que minha obrigação, senhor. – Shindou sorriu. –Deseja algo?

— Não, eu estou um pouco cansado da viagem. Você pode voltar para casa hoje e tirar o dia livre. –Os olhos azuis e cansados do homem ergueram-se em direção do rapaz, surpreso pelo o que saiu de sua boca.

—Tem certeza disso, senhor? –Não deseja um banho quente, algo para comer ou que eu guarde suas malas? Nada? –Shindou negou rindo da insistência do bom homem. –Nem mesmo o chá de camomila que o senhor adora?

— Não Conrado. Você pode voltar, eu quero ficar um tempo sozinho e... Arrumar algumas coisas. –Girou no lugar dando uma olhada no cômodo que estava.

 Conrado ainda o olhou desconfiado, mas acatou a “ordem” de Tekuto e saiu deixando-o sozinho, já que os outros empregados da casa estavam de feria por conta da viagem que Shindou fizera. Os olhos castanhos passaram por toda a casa devidamente limpa e nostalgicamente aconchegante. Eram tantas lembranças que o pianista não seria capaz de numerar quantos momentos bons vivera ali, junto de seus amigos e até mesmo sozinho com seu inseparável piano.

 O tempo havia passado depressa enquanto estudava fora, e hoje beirava seus 25 anos. Formado e pós-graduado em musica, Shindou era bem sucedido apesar de seus pais insistirem em que ele não precisava trabalhar e que toda a fortuna da Família Takuto seria herdada por ele, mas seguindo o contrario de tudo o que seus pais disseram, ele viajou pelo mundo em busca de seu sonho de ser musicista, e atualmente era o mais jovem regente e pianista de uma companhia de orquestra em Londres, lugar onde morava antes de voltar ao Japão, antes de voltar a Inazuma. Sorriu consigo mesmo ao dizer mentalmente o nome de sua cidade natal, olhando alguns porta retratos organizados em cima do raque e de uma estante antiga e refinada, caminhou a passou lentos naquela direção pegando uma das molduras. Uma foto de Tenam lambendo os lábios e o rosto sujo de chantilly, ao seu lado estava Fey aparentemente rindo do azulado com cara de mal ao lado de Matsukaze; Tsurugi com o rosto ainda mais branco do que o normal, cheio de farinha de trigo e com um olhar assustador direcionado para Tenma. Shindou riu lembrando-se que no dia em que a foto havia sido tirada, Tsurugi quase fez Tenma engolir o pote inteiro de brigadeiros horas antes da festa surpresa de Aoi começar, enquanto Fey não sabia se ligava para uma ambulância caso o Tsurugi conseguisse ou se ajudava Tenma a sair dali. Sentia tanta falta deles, até mesmo do mau humor de Tsurugi, que apesar dos pesares era uma pessoa com um bom coração. Depositou amoldura de volta ao seu lugar e partiu para outra foto, nem lembrando-se mais de qual se tratava.

— Ah, claro...

 Pegou o porta retrato digital e observou quanto os slides passavam, sentindo uma agonia no peito ao rever aqueles imagens. O dia em que ganharam a Holy Road, a despedida dos melhores jogadores de todas as eras, o retorno do Endo ao time de futebol, o dia em que conheceram os lendários jogadores do Inazuma Japão... Mordeu o lábio inferior segurando ma lagrima que ameaçou rolar em seu rosto –com o passar dos anos, Shindou prometeu a si mesmo que não iria mais chorar por qualquer coisa – mas no fundo ele era e sempre seria o mais sensível e emotivo de time, nunca iria mudar sua forma de demonstrar seus sentimentos sem oculta-los para alguém. Secou rapidamente os olhos e fungou franzindo o cenho, estava faltando uma pessoa naquelas fotos. Novamente reproduziu o ato de guardar as fotos em seu lugar e olhou algumas outras, relembrando grandes momentos em que esteve no time da Raimon, mas ainda faltava algo, sentindo que faltava algo ali. Suspirou derrotado e deu meia volta em direção da sala de jantar olhando para a parede de cor bege e encontrou ali quem faltava. 

 Um enorme quadro exposto na parede estando ele ao lado de seu melhor amigo, Kirino Ranmaru. Não lembrava-se daquele quadro, ou apenas esquecera momentaneamente o significado que ele tinha para si. Naquela época, os pais de Shindou queriam dar a ele um presente para que quando ele comprasse sua casa, este presente estivesse lá e significasse tudo o que Shindou foi quando criança e tudo o que ele seria no futuro, e a imagem dele e de seu melhor amigo desde que se conhecesse por gente não poderia ter outro significado que não fosse o melhor presente que ele poderia ganhar de sua família.

 Aproximou-se daquela imagem observando todos os detalhes fielmente retratados nela. Os olhos azuis, os cabelos rosados e tão lindos quando o de qualquer garota que tivesse conhecido, o sorriso sereno nos lábios finos... E o brilho em seu próprio olhar na foto. As visitas de Kirino sempre o deixavam bem, e até mesmo naquela foto que poderia ter perdido a qualidade por ter sido aumentada de tamanho para encaixar-se na enorme moldura do quadro, ainda tinha o mesmo brilho nos olhos ao ver o amigo, e agora mais próximo daquela parede pode notar mais fotos espalhadas em um pequeno mural em uma prateleira abaixo do quadro. Fotos de aniversario, formatura, festas em família e varias outras que ele nem lembrava de estarem ali, ou talvez por elas realmente não estarem ali antes de sua viagem. Kirino estava em todas.

Pegou o celular ligando-o e olhou seu fundo de tela, ele também estava lá. Partir de uma viagem de estudos fez com que Shindou amadurecesse como pessoa e entendesse o que nunca conseguiu entender enquanto estava em Inazuma, principalmente em relação ao garoto sempre confundido com uma garota de lindos olhos azuis.

— Senhor?

 Shindou deu um pulo no lugar ao ouvir a voz grossa e familiar o chamar, virou-se com a mão esquerda sobre o peito, suspirando ao ver Conrado sem suas roupas rotineiras de trabalho.

— Que susto, Conrado. Eu achei que você já tivesse ido.

— Peço desculpas pelo susto, senhor. Apenas queria avisa-lo que tem uma pessoa a sua espera na sala de musica.

— Quem é?

 O homem demorou a responder, parecendo pensar na resposta antes de Shindou perguntar novamente.

— Eu não sei informa-lo. –Shindou estranhou.

— Como assim? Você deixou alguém que eu não conheço entrar?! –Perguntou receoso pela resposta.

— É melhor que o senhor mesmo dê uma olhada.

 Sem pensar duas vezes, Takuto deixou a moldura que estava em sua mão sobre a prateleira e correu para a sala indicada onde apenas havia seu eteno companheiro, o pano que ele sempre tocava nas horas vagas e que hoje em dia fazia parte de seu ambiente de trabalho. Viu a porta aberta e não fez cerimonia ao entrar, vendo alguém encostado no peito da janela observando a paisagem lá fora, totalmente acomodado no local, como se já o conhecesse a anos.

 Os cabelos cumpridos e soltos pareciam familiares para Shindou, a cor da pele clara e as roupas masculinas resumidas em uma calça cinza com as pontas dobradas e uma camisa listrada azul escuro e branca, e o jeito em que a pessoa estava o fazia lembrar-se de alguém, mas quem era? Bateu levemente na porta chamando a atenção do ser de cabelos róseos, que não demorou muito para virar em sua direção e deixar que a pele morena de Shindou tomasse uma coloração pálida em seu rosto. Por um momento imaginou que seu coração havia parado de bater, mas sentiu-o pulsar em seu peito como nunca antes. Os mesmos olhos azuis cristalinos da fotografia...

— Shindou! Eu vim ver você... Eu soube que você voltou de viagem.

— Não mudou nada... –Shindou praticamente sussurrou para si mesmo enquanto um sorriso começava a nascer em seus lábios.

— O que? ... Meu Deus, agora que fui ver, você deixou o cabelo maior!

— Você está aqui... Não pode ser...

 Seu sorriso já estava aberto o suficiente para contagiar Kirino. Caminhou rapidamente ate´o rosado, esbarrando em algumas cadeiras fora do lugar.

— E você ficou mais alto do que eu... –Fez um biquinho que em reação fez Shindou morder o lábio enquanto se aproximava de Ranmaru. –Mais que d...

 Shindou o abraçou com força, Kirino nem teve outra reação a não ser retribuir o gesto ainda surpreso com sua atitude. Takuto afundou a cabeça no ombro do amigo sentindo aquele perfume floral que Kirino tinha, suspirou e o apertou mais contra seu corpo. Assim que o soltou, Ranmaru ainda não havia parado de falar sobre como Shindou estava diferente, como seus amigos ficariam contentes com seu retorno e em como estava irritado por ele estar maior do que si.

—... E a Akane? Acho que ela vai ter um ataque se te ver de novo... Pensando bem, o Nishiki também vai gostar muito de te ver...-Arqueou a sobrancelha olhando para o lado um pouco pensativo, Shindou riu sem parar de olha-lo nem por um segundo. Tão lindo quanto antes...—Ah, eu tenho u...

O jovem pianista não resistiu a aqueles finos lábios rosados, quando deu por si já estava os atracando suavemente, enquanto tinha Kirino em seus braços de novo. Os olhos azuis arregalados demoraram a corresponder tal ato, mas fechando-os lentamente, deu-se o prazer de desfrutar o sabor que aquela boca tinha, concedendo passagem para que Shindou agisse. Aquele gosto era tão vivo e delicioso que mesmo depois de se separarem, Kirino permaneceu de olhos fechados esperando acordar de um possível sonho incrivelmente real que estivesse tendo, quando isso não aconteceu e ele percebeu que ele não estava dormindo, deixou que  a primeira coisa que visse ao abrir os olhos fosse o rosto sereno de Shindou o fitando ternamente enquanto segurava e acariciava suas mãos.

*click*

Acho que temos mais uma foto para o mural. –O senhor sorriu, guardou a maquina fotográfica dentro de sua bola e saiu com a sensação de missão cumprida, agora sim podendo sair para ter seu dia livre e claro, para deixa-los sozinhos relembrando todos os momentos que vivera e que a partir daquele dia viveriam juntos, onde muitas outras fotografias seriam tiradas juntos, a única diferença era que agora eles não seriam mais apenas amigos...

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado minna-san ♥ *-*



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