Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 33
33


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal :) Chegou mais uma #DangerousFriday nossa. Yaaaay
Espero que gostem do capítulo :D



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No táxi de volta para casa, não consigo conter as lágrimas. Nunca imaginei que veria ele assim. Nunca vi ninguém descontrolado daquele jeito. Não entendo. Tento esconder minhas lágrimas do taxista que me olha pelo retrovisor a todo momento. Mas acho que está muito na cara meus olhos inchados. Me sinto nauseada e cada vez pior. Meu corpo inteiro dói e me sinto doente. Quero chegar logo na minha casa e deitar na minha cama - de onde eu não deveria ter me dado o trabalho de sair naquela manhã chuvosa e nublada.
***
Pago o taxista e ele me deseja um bom dia. Agradeço e saio do carro desacreditando que meu dia possa melhorar. Estou exausta, me sentindo doente, irritada e deprimida. Passo pelo portão preto do prédio grande onde moro e vou até o elevador. Aperto o botão redondo contornado com uma luz verde fluorescente e a porta se abre. Entro e evito olhar meu reflexo no espelho. As portas se fecham e eu aperto o número trinta.
O elevador começa a subir e eu encaro meus pés enquanto espero pacientemente aquela caixa de aço subir 30 andares.
Não consigo acreditar que Kyle estava naquele estado. Não posso acreditar que fui mandada me afastar novamente. Não sei o que foi pior,Chloé me dizer, ou Kyle.
A porta do elevador se abre e eu olho para cima. Meu coração derrete quando vejo um garoto alto de cabelos castanhos arrepiados e olhos cor de avelã olhando para mim com um sorriso branco lindo. Mas seu sorriso desaparece quando ele vê meu rosto. Eu corro para abraçar meu irmão, de quem senti tanta falta e as lágrimas retornam a cair.
Abraço Sean com força e ele passa seus braços em volta de mim de um modo protetor. Senti tanta falta do meu irmão... E vê-lo ali parado na minha porta é uma ótima surpresa. Talvez o taxista tenha desejado que eu tivesse um bom dia com todo seu coração, porque ver Sean parado ali melhorou meu dia imediatamente, pelo menos um pouquinho.
***
Depois de entrarmos no apartamento e Sean se sentar no sofá ao meu lado, ele pega minhas mãos e segura-as olhando para meu rosto. Já parei de chorar, mas ainda estou com os olhos inchados.
–O que aconteceu? Pode me contar e não adianta querer esconder nada. Não vim de Chicago para cá pra ver você com os olhos inchados.
Sorrio para ele.
–Ai Sean, não é nada. É que eu senti tanto sua falta. - digo o abraçando novamente.
Ele acaricia minhas costas e diz:
–Tá, mas não é por isso que você estava chorando.
Olho para ele e balanço a cabeça negativamente.
–Você precisa comer alguma coisa primeiro. - falo e me levanto do sofá enquanto limpo o nariz com as costas da mão.
Sean revira os olhos.
–Tudo bem. Vou fazer panquecas pra você e você vai me contar tudo.
Não recuso suas panquecas, porque elas são as melhores. Eu concordo com a cabeça e sigo meu irmão até a cozinha. Ele está tão forte que até me assusto.
–Você está com o corpão do Channing Tatum. - digo analisando as costas largas do meu irmão.
–Você não é a primeira que diz isso. - ele dá uma risadinha.
Estreito os olhos e bato em seu braço.
–E não tenta mudar de assunto Alice Carson. Desembucha.
***
De fato eu desembuchei. Meu relacionamento com Sean era de dar inveja. Sempre tivemos um ótimo relacionamento, sempre nos demos muito bem, até mesmo quando crianças. Não tínhamos segredos. Eu contei sobre tudo o que havia acontecido desde a primeira vez que eu vira Kyle. Recontei a história de eu ter ficado bêbada e ter saído correndo do apartamento de Kyle e o que veio a seguir. Apenas deixei de fora a parte obscena em que Kyle tinha... Bem, você sabe. Sean ouviu tudo com atenção e não deu uma palavra até eu ter terminado de contar tudo -incluindo os acontecimentos de hoje.
Quando termino, estamos ambos de frente para o outro comendo sentados nas banquetas com o prato de panquecas coberto de Maple Syrup. Sean passa a língua pelos dentes e pigarreia. Sei que ele falará uma coisa séria, assumirá uma posição paternal comigo. Senti falta dessa sua atitude.
–Ally, você não acha que está indo rápido demais com esse Kyle? Digo... Você nem sabe nada sobre ele. Estão todos falando para você se afastar, ele mesmo disso. E se ele sabe que ele não é bom para você, acho que você deveria ouvir.
Permaneço em silêncio olhando para o prato de panqueca.
–Eu entendo que você está gostando do cara mas, talvez você deva ficar com o sr.Engomadinho.
Olho para Sean e reviro os olhos enquanto ele ri. Não quero que ele chame Mike assim, afinal Kyle o chama assim, e isso me faz lembrar dele.
–Olha, você tem que ter suas experiências e eu não vou tirar isso de você. Mas, você tem que ter cuidado Alice. Esse pessoal já aprontou muito com você em tão pouco tempo... - Sean dá de ombros. - Não Kyle. Pelo o que eu vejo ele não parece ser tão mal como esses imbecis dos amigos deles mas, você não sabe se ele já fez ou não algo de errado, você não sabe de nada dele. Nada além do curso da faculdade.
Fico quieta.
–Apesar de ele estudar em uma faculdade renomada, isso não quer dizer muito. Olha os amigos dele. Só vai com calma. Não se entrega de cabeça assim. Talvez ele só esteja chateado com o que aconteceu com o pai dele.
Concordo e dou um sorriso murcho para meu irmão.
–O que eu faria sem você?
–Se mataria.
Dou risada junto com ele.
–Falando nisso, mamãe tem ligado para você? - ele pergunta.
–Não. - suspiro. - Da última vez que eu falei com ela, ela desligou o telefone na minha cara.
Sean revira os olhos.
–Odeio isso!
–Eu também.
Dou risada.
–Mas me fala, está saindo com alguém?
Sean sorri mostrando seus dentes grandes e alinhados.
–Na verdade, sim.
Sorrio.
–Como ela é? Estuda o quê?
–Ela estuda inglês e ela é líder de torcida.
Franzo o nariz fazendo uma careta.
–Eu sei, você odeia líderes de torcida.
–Elas são más! - digo e depois acrescento. -Mas você também odiava!
Ele dá de ombros.
–Mas ela é diferente. Ela não é esnobe, sabe? Ela curte literatura, é apaixonada por cachorros, crianças, é bem caseira e cita Hemingway!
Dou risada.
–Acho que tem alguém apaixonado.
Sean sorri.
–Ela é ótima. E cita Hemingway.
–Quase me esqueci do quanto você ama os livros dele.
– Tanto quanto você ama o F.Scott Fitzgerald.
Sorrio e sem ter o porquê, meus pensamentos voam para Kyle.
–Vou lavar a louça. Você vai tomar um banho e se deitar um pouco pra descansar da viagem.
–Podíamos deitar ali no sofá e assistir algum seriado ou filme. - Sean propõe.
Concordo com a cabeça e ele sai da cozinha me deixando com a louça.
Amo meu irmão e amo que ele esteja ali. Eu precisava de sua companhia, de seus conselhos e sua paciência inesgotável.
Começo a ensaboar a louça para terminar o mais rápido possível.
***
Não me incomodo em trocar de roupa. Deito-me no sofá e Sean em um colchão que ele colocou em cima do tapete ao lado do sofá. Deixo ele escolher a programação e ele escolhe um filme de guerra. Não é bem meu gênero, mas não reclamo. Gosto de ter meu irmão ali.
–Quanto tempo você vai ficar? - pergunto.
–Vou ter que ir embora amanhã a tarde.
–Ah não, Sean!
Ele olha para mim e me lança um olhar de desculpas.
–Faculdade.
Faço bico.
–Prometo que não vou demorar pra voltar.
–Sei. - resmungo.
–E hoje você vai me levar para comer fora.
Concordo com a cabeça. Penso em levá-lo para comer cachorro quente e logo descarto essa possibilidade.
Ficamos em silêncio. Sean assistindo seu filme de guerra e eu fingindo assistir enquanto pensava no último cachorro quente que eu havia comido, junto com um garoto de cabelos vermelhos.
Adormeço ouvindo alguns soldados gritando comandos uns para os outros.


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Notas finais do capítulo

Conhecemos o querido Sean ♡♡♡ O que vcs acharam dele?
Espero que tenham gostado do capítulo e que estejam gostando da história. Amo vocês (mutcho!)
Lê !♡
Até nossa #DangerousMonday



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