Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 12
12


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!! Como vocês estão? Chegou nossa #DangerousFriday e com ela um dos melhores capítulos, sinceramente... (Na minha opinião)
Espero que gostem ❤



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Os dias da semana passaram num piscar de olhos e fora a semana mais cansativa de toda a minha vida. O trabalho no Dangerous Woman era algo repetitivo, fácil, mas ao mesmo tempo difícil. E como Debbie me alertara, havia mesmo mãos bobas enquanto você passeava por entre as mesinhas com uma bandeja cheia de pratos. Era irritante e nojento. Contei isso para Sean e ele ficou com muita raiva. Ele ainda não podia vir me visitar por conta das provas. Eu tinha quase certeza que só veria meu irmão no feriado de Dia de Ação de Graças, e, ainda estávamos entrando em Setembro.
O verão chegaria ao fim no próximo mês e as temperaturas já estavam ficando amenas. Durante a manhã, não fazia mais calor como antes, apenas de tarde, e a noite ventava gelado.
Naquele sábado à noite, como de se esperar, a quantidade de pessoas que estavam ali no Dangerous Woman era absurda. O que me deixava embasbacada era que a maioria era homens. Claro, mulheres não gostariam muito de ver outras mulheres dançando sensualmente. Mas as danças das meninas eram legais e eu, de tanto olhar, em apenas uma semana, já havia aprendido vários passos. Todas as meninas eram muito legais comigo, muito simpáticas, exceto Violet, que me olhava com total desprezo sempre que as meninas falavam comigo ou elogiavam algo em mim. Eu tentava não deixar aquilo me afetar, afinal, eu não tinha feito nada para ela.
Olhei no relógio de pulso lilás e vi que marcavam onze e meia da noite. Eu estava trabalhando desde ás 1:30 da tarde e meus pés estavam me matando.
O som alto da música dificultava muito a compreensão dos pedidos, ainda mais quando se eram bêbados falando. Às vezes eu perdia a paciência e me curvava sobre a mesa para escutar melhor. Eu conseguia ver Sam e Debbie rindo quando eu fazia isso. Na hora eu ficava com raiva, mas, quando eles me imitavam, eu acabava achando engraçado e rindo também.
Naquela primeira semana, havia conhecido o namorado de Sam. Ele era mais velho, tia uns 30 anos, barba bem feita, um cabelo loiro escuro ondulado arrumado num topete e olhos verdes. Sam me dissera que ele lecionava em uma escola no Brooklyn, dava aula de Inglês para o quinto ano até o oitavo.
Quando parei em frente ao balcão com a bandeja vazia e suspirei, Sam sorriu:
–Não está na hora de você sair?
–Não, aqui só fecha às uma da manhã, não é?
–Sim, mas você entra mais cedo do que a Debbie.
–É verdade. - Debbie diz ao meu lado. - Vamos ser processados se você não ir embora. Está aqui desde as uma e meia da tarde.
–Sim, vá embora. Pelo que eu sei, você tem festa para ir hoje. - Sam pisca.
Sorrio e reviro os olhos.
–Acho que não vou.
–Ah vai sim. -ouço uma voz conhecida atrás de mim.
Viro-me para trás e vejo Chloé sorrindo com as duas mãos na cintura. Ela está vestindo um short preto de couro, coturno e uma jaqueta de couro por cima de uma regata branca. Seu cabelo está solto e caindo até os ombros em ondas loiras.
–O que está fazendo aqui? - pergunto rindo.
–Vendo que minhas suspeitas estavam corretas e você iria tentar não ir.
Sam riu atrás do balcão.
–Olha, faz ela beber umas boas doses de tequila. Ela está precisando relaxar. Quase bateu num cliente com a bandeja. Só porque ele estava bêbado e falando arrastado.
Debbie começa a imitar o cara bêbado, falando com a voz arrastada e nós começamos a rir.
–Anda logo. Tira esse avental e vai se trocar. -Sam diz e estende a mão.
Reviro os olhos, sorrindo, e entrego o avental para ele.
–Vamos lá em cima? Trouxe uma roupa para trocar.
Chloé assente e me segue. Subimos a escada ao lado do palco para irmos para o camarim das meninas. Pego uma sacola de compras na qual coloquei minha roupa e uma bolsa. Tiro de lá uma calça jeans preta cintura alta, uma blusa
3x4 rosa claro com gola V branca e um scarpin branco.
–Você se veste como uma boneca, alguém já te disse isso?
Reviro os olhos para Chloé.
–Sim, um milhão de vezes.
***
Quando termino de me trocar, olho meu reflexo no espelho. Decido soltar o rabo de cavalo para variar.
Chloé exclama.
–Seu cabelo é muito grande.
Dou risada e olho para meu reflexo novamente. Meu cabelo é realmente muito grande.
–Estou pensando em talvez tirar esse ombré-hair.
–Ah, eu gosto dessa parte loira do seu cabelo. Mas ficaria legal também se você tirasse. Bom, isso não é hora de discutir isso.  Vamos logo.
Concordo com a cabeça e dou uma última olhada na minha maquiagem. O batom rosa queimado e o delineado de gatinho estão impecáveis.
Pego a bolsa pequenina rosa e penduro sua alça feita de corrente prateada no ombro.
***
Quando chegamos em frente ao local onde a festa está acontecendo, meu estômago se embrulha. A casa é enorme, parece uma mansão. Provavelmente são muitos alunos que moram ali. O bom é que não é no Brooklyn então, a qualquer momento que eu quiser, posso ir embora com facilidade, apesar de estarmos em uma parte de Nova York que eu nunca vira.
A casa enorme tem um telhado alto e sua estrutura é toda marrom-avermelhada. Os beirais das janelas são pintados de branco e há um grande gramado na frente.
–Espere só até ver o lado de dentro. Tem um estacionamento enorme, igual de um supermercado grande.
Franzo o cenho e atravesso o grande gramado com Chloé ao meu lado, quase dando pulos de alegria.
Quando chegamos a porta branca de madeira, Chloé não se dá o trabalho de bater e fico espantada ao ver que a porta está destrancada. Poderia ser qualquer um entrando ali!
Quando entramos, me deparo com uma típica sala americana. Há uma lareira que está desligada, um grande tapete mal cuidado e encardido no meio da sala e alguns sofás em volta. Há muitas pessoas e a música é quase insurdecedora, talvez mais alto do que no Dangerous Woman.
Chloé vai andando na frente, descolada, cumprimentando muitas pessoas com sorrisos e dando "ois." Enquanto a mim, observo tudo e a todos. Vejo que há uma escada na sala que leva para o andar de cima e que ela está bloqueada por um casal se agarrando nos degraus.
Desvio o olhar e entro na cozinha junto com Chloé .
–E aí pessoal! - ela cumprimenta um pequeno grupo que está ali. Incluindo um cara de cabelos vermelhos que está com uma garrafa de cerveja na mão.
Todos olham para nós, mas tenho a impressão que estão na verdade me observando.
Uma garota de cabelos roxos cortados num corte chanel sorri para Chloé e o resto do pessoal diz um Oi em coro.
Olho para o único que eu conheço, ele está me olhando encostado na pia de inox cheia de louça. Kyle está usando uma calça jeans preta desbotada, um coturno preto e uma regata preta do Black Sabath. Seu cabelo vermelho está como sempre, arrepiado para todos os lados, seus olhos verdes fitam o meu rosto e eu desvio o olhar.
–Quem é essa? - ouço alguém perguntar.
Olho para o grupo novamente. Sim, agora todos estão olhando para mim.
–Essa é a Alice. Ela estuda comigo na academia de ballet.
Ninguém fala nada, mas alguns dão um sorriso para mim.
–Então a bonequinha veio mesmo. - ouço uma voz masculina atrás de mim.
Me viro para olhar quem é e sinto vontade de revirar os olhos. Matt, o amigo loiro escroto de Kyle, está me olhando enquanto morde o piercing no lábio inferior. Ele está vestido como Kyle, a não ser pela blusa diferente. Ele está usando uma pólo branca.
–Eu estava duvidando que você viria. - Matt continua e passa do meu lado.
Vejo que ele troca um olhar com Kyle, que olha sério para ele. Matt dá um sorrisinho de lado e abre a geladeira branca.
–Aqui a gente não tem refrigerante não, mas tem cerveja, você aceita?
Ouço algumas pessoas do grupinho rir, uma delas é uma menina de cabelo preto grande com um batom vermelho forte e um vestido preto curto e colado. Seu braço esquerdo é coberto por uma tatuagem de ramos de flores vermelhas. Os traços do desenho são delicados, mas ela é um tanto grosseira.
Vejo Kyle esconder um sorriso enquanto leva a garrafa de cerveja até a boca. Sinto meu corpo todo esquentar de raiva.
– Ah cale a boca, Matt. Dá logo a cerveja. Duas! - Chloé interrompe a zoação com a minha cara e Matt passa duas garrafas de cerveja para ela.
Ela me dá uma já sem a tampa e eu me viro para sair daquela cozinha onde todos estão me olhando.
Não vejo Chloé vir atrás de mim, mas ouço a voz dela repreender o estúpido do Matt.
–Para de ser babaca. Eu trouxe ela e ela é minha convidada. Se você ficar mexendo com ela, quebro a sua cara.
Passo por uma porta aberta de vidro e paro quando vejo que Chloé não estava brincando quando disse que tinha um estacionamento enorme ali.
De fato, era enorme e havia vários carros. E mais pessoas rindo e bebendo. O som alto dali de fora de misturava com o som que vinha de dentro da casa. Enquanto eu segurava a garrafa de cerveja gelada na mão com uma força que fazia meus dedos ficarem brancos, eu me perguntava o que diabos eu estava fazendo ali.


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Notas finais do capítulo

E aí, vocês estão ansiosos para o próximo? O próximo é ainda mais filho da puta, juro! Kkkkkkkkk. A partir de agora vai acontecer muita coisa e eu tô mega ansiosa pra vocês lerem ❤
Espero que tenham gostado. Até nossa #DangerousMonday!!! Amo vocês e obrigada por sempre comentarem :)



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