Não era a primeira vez que ficávamos juntos, mas aquele era um recomeço para nós, então, começamos um pouco tímidos. Assim que aceitei ficar com ele no apartamento o resto do dia, ele me abraçou e me beijou de um jeito tão carinhoso que eu fiquei completamente entregue em seus braços.

Damos alguns passos para trás até que eu bati em alguma coisa. Era a porta do quarto dele. Nos olhamos nos olhos e sem que nos disséssemos nada, dissemos tudo. Nosso olhar deixava extravasar o que existia em nossos corações. Aquele sentimento de antes ainda estava vivo e maior que nunca. Ele sussurrou ao meu ouvido: - Eu te amo. – E eu não podia fazer mais nada senão lhe dizer o mesmo e puxá-lo para dentro daquele quarto de uma vez por todas.

Ele tirou aquela roupa do corpo como se esta o incomodasse. Livrou-se de tudo e ficou como eu já o havia visto antes outras vezes, de cueca boxer. Tão maravilhoso! Seu corpo estava mais escultural que da última vez que o vi assim. Me aproximei passando as mãos em seu peito e ele mais uma vez me beijou. E enquanto me beijava tirava minha roupa com uma destreza como jamais havia visto nele. Realmente, os últimos anos haviam transformado o Nathaniel num homem fabuloso. O príncipe com o qual sempre sonhei.

...

No fim da tarde, estávamos os dois na cama agarradinhos. Eu o acarinhava como a um gatinho, e ele todo manhoso me disse:

— Este está sendo o melhor dia da minha vida.

Olhei para seu rostinho lindo e fui sincera. – O meu também. É ainda melhor que da primeira vez. Não sabe quanto eu esperei poder estar aqui de novo, nos seus braços.

Ele me deu um beijo na cabeça.

— É recíproco.

Olhei para ele. – É sério que você me esperou todo esse tempo?

— Se você soubesse o quanto eu desejei que esse dia chegasse. Eu não tenho palavras para definir a felicidade que estou sentindo agora.

Vi uma lágrima rolar em seu rosto e a enxuguei sem deixar de acariciar aquela pele de pêssego. Ele confessou:

— Eu... Me sentia muito só. Já quase não tenho contato com meus pais e até a Ambre está fora do país. Depois de muitas tentativas ela finalmente conseguiu ir estudar moda como queria. Então... Eu não tinha mais ninguém... Ninguém para conversar, dividir meu dia... – Ele sorriu enquanto chorava. – Minha gatinha Branca foi minha única companhia nos últimos meses. E, mesmo quando saí para uma ou outra festa, balada, coisa assim... Eu não me diverti. Eu nunca gostei dessas coisas mesmo.

Eu tinha que demonstrar-lhe o quanto o queria fazer feliz.

— Nath... Se eu puder mudar tudo isso agora, eu quero fazer qualquer coisa pra te fazer feliz.

— Você está aqui. Isso já me deixa muito feliz. Você sabe que eu sou eternamente grato a você por ter me ajudado, me apoiado tanto naquela época quando meu pai ainda me agredia. ... Acho que tudo que eu fizer por você será pouco para compensar tudo que você fez por mim.

— Nath... Só precisa fazer uma coisa por mim.

— O quê?

— Continuar me amando desse mesmo jeito.

Ele sorriu e me deu um selinho, respondendo: - Eu sempre vou te amar.

Eu tive que suspirar. Estava completamente encantada por aquele homem.

— Como você pode ser tão perfeito, hein?

Ele apenas riu e me beijou mais uma vez. Um beijo demorado e apaixonado. Falar pra quê? Palavras, não existem suficientes para explicar o inexplicável amor.

...

Horas depois ele estava fazendo um almoço para nós. Morar sozinho havia transformado o Nath num ótimo cozinheiro. Eu ajudei colocando a mesa e logo depois de nos servimos, ele pôs algumas músicas que ele gosta de ouvir. Uma delas chamou sua atenção e ele disse:

— Ouça porque eu passei a gostar dessa música.

Então ele começou a cantar baixinho ao meu ouvido enquanto me abraçava por trás...

“Girl, there are really no words strong enough

To describe all my longing for love

I don't want my feelings restrained

Oh, babe, I just need you like never before

Just imagine you'd come through this door

You'd take all my sorrow away.”

E no refrão ele continuou cantando e até se ajoelhou e pegou na minha mão.

“There's no one like you

I can't wait for the nights with you

I imagine the things we'll do

I just wanna be loved by you.”

Eu nem o deixei acabar de cantar, me joguei em seus braços e o beijei muito, muito, muito.

...

À noite eu estava vestida só com uma camisa dele, e ele outra vez só de boxer. Na verdade ele ficou só de cueca praticamente o dia inteiro! E eu adorando, claro! Ficamos no sofá namorando e assistindo TV. Fazendo mais a primeira coisa que a segunda, lógico! E foi aí que vimos passar partes do show que estava acontecendo na cidade vizinha.

— Olha só quem está na TV! – Ele disse aumentando o som ao vermos nossos ex-colegas de escola, Lysandre e Castiel.

— Quem diria! Estão ficando famosos. Até entrevistados já são. – Os rapazes estavam sendo entrevistados por um repórter local na saída do show, quando a banda principal começava a tocar. Foi bem rápido, mas o Nath logo avistou certas pessoas...

— Meu amor, reconhece aquelas duas lá atrás?

Ele apontou e eu as vi. Eram minhas primas que estavam tietando os namorados.

— Ah! Não acredito! Aquelas duas malucas... Ai, Nath, isso me faz lembrar que eu tenho que ir para a casa delas. Eu disse que ficaria lá, e se elas souberem que eu já cheguei vão ficar preocupadas.

— Ei... Mas, elas não sabem que você já chegou, não é?

— Não, não sabem. Por que na verdade era para eu chegar aqui só amanhã de manhã.

— Então não tem por que ter pressa. Nós ainda temos uma noite inteira... E amanhã bem cedo eu te levo. O que acha da minha ideia?

— Acho... – Ri. – Que você sempre tem ótimas ideias.

...

E que madrugada foi aquela! Foi mágica, foi sensacional, foi inesquecível! Eu sei agora mais que nunca que o Nathaniel é o grande amor da minha vida. Se eu pudesse me mudaria para cá já, só para passar todos os dias assim com ele, como hoje.

Mas, amanheceu. Rápido demais pra o meu gosto. E após um banho e um leve café da manhã acompanhado de muitos beijos gostosos, ele me deu uma carona até a casa das minhas primas.

...

— Chegamos. – Ele disse. – Que pena que você já tem que ir.

— Ei, eu vou ficar na cidade agora. Talvez... Eu nem vá mais embora.

— Hum... Quero que pense seriamente nisso, ok?

Rimos e nos beijamos em despedida. Desci do carro e ele desceu também. Beijou minha mão e pediu:

— Prometa que o mais rápido que puder vamos passar um dia todo juntos de novo.

— Eu prometo.

Ele ia entrar no carro de novo quando percebeu algo e me avisou:

— Ih! Acho que fomos vistos. – Ele apontou para trás de mim e quando me virei vi minhas primas junto com Lysandre e Castiel nos olhando.

— Mas o que estão fazendo aqui?...

Eles deram tchauzinho pra nós com aquelas carinhas de “sabemos o que você fez noite passada”. Eu me virei para o Nath.

— É... Nos pegaram! E eu que pensava em chegar discretamente.

— Agora é tarde para sermos discretos.

— Pois é...

— Então, só me resta me despedir de você como eu quero. – Ele me puxou pela cintura e me beijou na frente de todos. Fui pega de surpresa, mas adorei.

— Oh, meu amor!...

— Adoro te ouvir me chamar assim. – Disse com a testa encostada na minha.

— Olha, já que estamos aqui, vem, entra um pouco.

— Bem que eu gostaria, meu amor, mas essa é a hora que eu devo estar na escola, já estou atrasado. Preciso ir, mas lembre-se: estaremos juntos de novo o mais breve possível.

— Eu mal posso esperar.

Eu o beijei mais uma vez e ele foi embora. Assim que se foi me virei para os outros e eles ainda me encaravam. Eu não pude evitar ficar vermelha.

Fui até lá.

— Oi!... Cheguei!

Minha prima Michele estava com os braços cruzados e um sorrisinho cínico. Digamos que ela combina demais com o Castiel.

— Olha só quem chegou... Agora eu gostaria de saber de onde exatamente a senhorita está chegando.

Desconversei. – Ai, Michele, você não muda, hein? Nem me dá um abraço de boas vindas!

— Oh! Vem cá, priminha! – Assim que ela me abraçou, logo veio com piadinhas. – Acho que alguém já te deu as boas vindas, né não? E bota boa nisso...

Castiel a interrompeu. – Ei! O que você falou aí?

— Nada, Cast. Só tô brincando com minha priminha. Aliás... E esse perfume? – Ela me questionou. – Que cheiro bom! Seria Nath for Woman?

— Sem graça!...

Ainda bem que a Anne-Marie pôs ordem.

— Deixa ela, Michele. Depois ela nos conta o que houve. Não é, Sophie?

— Conto, claro que conto. – Mas, não deixei por menos. – Ah, mas vocês não vão me contar também o que esses dois rapazes fazem aqui tão cedo? – Minhas primas se olharam enquanto eu cumprimentava o Castiel e o Lysandre.

...

Pouco depois os rapazes foram embora e nós corremos para contarmos as novidades umas as outras.

— Espera aí, eu entendi bem? A Michele te flagrou com o Lysandre aqui, Anne?

— Mais ou menos... Acontece que... O Lysandre passou a noite aqui...

— É, Sophie, pra você ver. Esses dois já estão praticamente com um pé no altar.

— Não é pra tanto. Mas, por que não fala de você, hein? Sabia, Sophie, que ontem depois do show a Michele foi embora com o Castiel e só chegou hoje de manhã?

— Não! Michele! Então você e o Castiel...

— Gente! Só... Ficou tarde e eu dormi na casa dele, só isso.

— Ah tá! E você só dormiu lá. Tipo, dormiu no sofá...

— Não, suas bobas! Dormi na cama dele, óbvio!

— Ah... Mas só dormiu né? – Falei em tom irônico.

— Ai, tá bom! Nós fizemos amor sim, pronto, falei! – Michele confessou, mas para pararmos de brincar com ela, ela foi logo me questionando.

— E você? Não se faça de inocente! Como é que você chegou com o Nath hoje de manhã? Ele foi te buscar no aeroporto, por acaso?

— Ou foi mais que isso, Sophie? – Perguntou Anne-Marie. – Por que nós vimos o beijão que ele te deu. E é estranho depois de tanto tempo separados...

— Ai, gente, nem sei por onde começar... - Após as confissões de minhas primas eu tinha que falar também. Afinal, eu não conseguia disfarçar a felicidade. – A verdade é que... Eu não cheguei hoje.

— Não?! – As duas exclamaram ao mesmo tempo.

— Não. Eu cheguei ontem de manhã. Aí eu vim aqui, mas vocês haviam saído. Quando eu fiquei sabendo sobre o show dos rapazes, eu deduzi logo que vocês tinham ido pra lá. Então eu resolvi andar um pouco pela cidade. Quando eu passei por perto da nossa antiga escola quis entrar para matar a saudade. Foi aí que me encontrei com o Nathaniel.

— Hum... Mas se vocês se encontraram de manhã, por que só agora você chegou com ele?

— Porque ele... Ele me convidou para passar o dia no apartamento dele. E... Nós ficamos juntos de novo!

— Não! – Novamente as duas exclamaram a uma só voz.

— Verdade, gente! Foi o dia mais maravilhoso da minha vida! – Suspirei. – O Nath está melhor que nunca...

— Em que aspecto? – Perguntou a cínica da Michele.

— Em todos os aspectos! – Ri. – Gente, ontem foi o dia mais romântico da minha vida. O Nath é tão lindo! Ficamos o dia inteiro juntos, ele cozinhou para nós, me tratou como uma rainha... Parecia que a gente já era um casal, sabem?

A Anne-Marie também suspirou. – Ah... É como eu me sinto com o Lysandre.

Então a Michele concluiu: - Meninas... Temos que admitir. Somos três loucas apaixonadas. Perdidamente apaixonadas. – E suspirou também. – Ah... Quem manda eles serem tão... Tão... Ah!

— Pode crer, isso explica tudo.

Continuamos conversando, contando nossas fofocas, até uma carta chegar para nós. A Anne-Marie foi pegar.

— Meninas, vocês não vão acreditar! É um convite!

— Convite? Para o quê?

— A Sweet Amoris está organizando um baile dos ex-alunos! E é em homenagem a nossa turma por estarmos fazendo cinco anos de conclusão!

Aquela notícia nos pegou de surpresa. Ficamos super felizes. Ainda mais quando recebemos uma ligação da nossa velha amiga Rosalya que nos pediu para ajudarmos na organização do baile. Seria dentro de algumas semanas, menos de um mês. Eu, particularmente, fiquei ansiosa. Quero ver meu Nath parecendo um príncipe me tirando para dançar nesse baile.